Weverton ameniza o tom, mas mantém projeto sucessório e acredita que será o candidato do grupo

 

Weverton Rocha reafirma pré-candidatura e acredita que será o candidato do grupo governista aos Leões

Nada de provocar dizendo que o foguete da sua pré-candidatura não vai parar nem dar marcha à ré, nenhuma estocada no governador Flávio Dino (PSB) e nem ameaça de ir para o tudo-ou-nada. Na entrevista que concedeu ao Jornal Pequeno, o senador Weverton Rocha (PDT) – usando um tom bem mais ameno do que o de declarações, ora ameaçadoras, ora de sentido duplo, feitas em tempos recentes – reafirmou que o seu projeto de disputar o Governo do Estado tem substância e está de pé. Ele não disse se, caso o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) chegue em primeiro, terá ou não o seu apoio, mas também nada declarou em sentido contrário. E mais do que isso, voltou a falar em união do grupo, inclusive defendendo o fortalecimento aliança partidária liderada pelo governador Flávio Dino. Enfim, o senador Weverton Rocha dessa entrevista é bem mais light do que o de entrevistas dadas em programas de rádio recentes, quando usou discurso mais parecido com um pré-candidato de oposição do que o de integrante de um grupo governista.

Ao Jornal Pequeno, o senador Weverton Rocha afirmou que o projeto de candidatura que encabeça não é pessoal, mas sim o movimento de um grupo que o tem como representante. Disse também que sua pré-candidatura “é uma realidade que foi se criando e se impondo ao longo dos diversos contatos com a população e lideranças políticas”. Nas duas afirmações, o líder pedetista de novo amenizou o tom, retirando do discurso o caráter de irreversibilidade da sua posição, tendo, porém, o cuidado de não admitir eventual recuo. Na sua fala, dá a entender que o “Maranhão mais feliz” é um movimento de massa, quando se trata de um projeto arrojado e bem engendrado de pré-campanha. “O resultado tem sido fantástico”, disse, enfático, destacando que entre as propostas que acolheu está a de isentar de ICMS os produtos da cesta básica em momentos de crise, como agora. Além disso, declarou que tem um projeto para o Maranhão, que consiste basicamente em dar um passo à frente do que está sendo dado pelo Governo de Flávio Dino.

A amenização do tom no discurso do senador Weverton Rocha não deve, porém, ser interpretada como um sinal de que ele esteja revisando sua posição de manter o “foguete” em pleno estado de aceleração. Habilidoso, e com tarimba suficiente para fazer uma leitura correta do quadro de agora da corrida ao Palácio dos Leões, o senador se manifesta num momento em que, por conta dos fluídos natalinos e dos preparativos para a virada de ano, os espíritos estão relativamente desarmados, tornando possível que pré-candidatos baixem a guarda.

Weverton Rocha não fez um discurso conciliador e deixou nas entrelinhas uma série de recados, entre eles o de que está empenhado na consolidação do seu projeto de candidatura. Isso para chegar no dia 31 de janeiro com o apoio da maioria dos 13 partidos da base governista, o que lhe dará as condições para ser apontado como candidato do grupo. E jogou motivado por dois registros: a declaração do governador Flávio Dino reafirmando que seguirá o que decidido pela maioria dos partidos e pela declaração de apoio do Rede, no contraponto à manifestação do PV em favor do vice-governador Carlos Brandão, que por seu turno vem consolidando o seu projeto de candidatura.

O Jornal Pequeno quis saber o que o senador e pré-candidato pedetista pensa sobre a influência de Lula da Silva (PT), Flávio Dino, José Sarney (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) na corrida sucessória. Sua resposta foi a seguinte: “São lideranças incontestáveis, que têm influência real no processo eleitoral. Por história de vida, identidade política e crenças sobre políticas públicas, estou alinhado desde sempre com a influência de Lula e Flávio Dino. Sempre estivemos no mesmo campo e estaremos defendendo as mesmas bandeiras em 2022”.

Vale aguardar o decisivo 31 de janeiro de 2022.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Lobão Filho entra na corrida pelo voto como herdeiro político de Edison Lobão

 

Lobão Filho é herdeiro político do ex-senador Edison Lobão

O empresário e ex-suplente de senador Lobão Filho bateu martelo e será mesmo candidato a deputado federal pelo MDB, integrando a chapa que terá como carro-chefe a candidatura da ex-governadora Roseana Sarney a uma cadeira na Câmara Baixa. Lobão Filho entre na briga por votos com a experiência de quem já disputou o Governo do Estado (2014), tendo saído das urnas com o razoável cacife de 36% dos votos. Lobão Filho entra na ciranda eleitoral embalado por vários fatores que lhe são francamente favoráveis. O principal deles é a sua condição de herdeiro político do ex-senador Edison Lobão (MDB) que, mesmo sem mandato, mantém uma legião de aliados em todas as regiões do Maranhão, um filão que bem explorado pode lhe garantir votação expressiva. Outro fator é ter a apresentadora de TV Paulinha Lobão, sua mulher, como cabo eleitoral, o que pode lhe render bons dividendos eleitorais. O fato é que sua candidatura deve ser levada bem a sério pelos demais candidatos à Câmara Federal.

 

Lançado de Kourou, James Webb bem que poderia ter partido de Alcântara

CLA poderia ser hoje uma Kourou, lançando o James Webb

Não há como ver as imagens do histórico lançamento, feito pela Nasa, do revolucionário telescópio James Webb, da Base de Kourou, na Guiana Francesa, um território grudado no extremo norte do Brasil, sem lembrar de que aqui no Maranhão, ao alcance da vista de quem vive em São Luís e em Alcântara, existe um espaço já dotado de infraestrutura e considerado ideal para esse tipo de evento: o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Com sua posição privilegiada, que permite que um foguete suba mais rápido e a um custo menor, o CLA bem que poderia ter sido o ponto de partida maravilha tecnológica que consumiu 25 anos de trabalho e U$ 10 bilhões para cumprir a missão de olhar para o universo profundo em busca informações que possam explicar a origem de tudo. Com a existência emperrada por um jogo político primário, o CLA parece condenado a não passar de uma promessa, enquanto os franceses, que sabem separar as coisas, consolidam cada vez mais Kourou como um dos poucos e privilegiados pontos de partida da Terra para o espaço sideral. No momento, resta torcer para que o Governo a ser instalado no Brasil em janeiro de 2023, inclua o CLA na sua lista de prioridades e entre firme no bilionário mercado da exploração espacial.

São Luís, 28 de Dezembro de 2021.

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