Arquivos mensais: setembro 2017

Diferença gritante de números de pesquisas sobre sucessão dá impressão de que alguém tenta vender gato por lebre

 

Flávio Dino e Roseana Sarney deverão se enfrentar nas eleições do ano que vem
Flávio Dino e Roseana Sarney alvo de pesquisas com números que não batem

O meio político foi alcançado nas últimas horas peles resultados de duas pesquisas que mediram as preferências do eleitorado em relação à corrida pelo Governo do Estado. O Escutec, que diz ter ouvido 2.020 eleitores entre os dias 5 e 9 deste mês, informa que a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) lidera com 36,9% das intenções de voto contra 33% do governador Flávio Dino (PCdoB), colocando também no cenário sucessório o senador Roberto Rocha (que está mudando de partido) com 9,1%, e a ex-prefeita Maura Jorge (Podemos) com 5%. Outro instituto, o Data Ilha, que garante ter entrevistado 2.104 eleitores em 37 cidades entre 28 e 30 de agosto, divulgou o seguinte resultado: Flávio Dino tem 52,47% das intenções de voto e Roseana Sarney com 30,51%. O primeiro resultado prevê uma disputa, voto a voto, em dois turnos, e com desfecho imprevisível. O segundo aponta um pleito em turno único – por falta de mais candidatos – e com vitória tranquila do governador.

Contratada pela Rádio Difusora AM, segundo o jornal O Estado do Maranhão, a pesquisa Escutec apresenta um cenário surpreendentemente favorável à ex-governadora Roseana Sarney, contrariando a impressão dominante de que o momento atual é inteiramente inclinado a favor ao governador Flávio Dino. Além do mais, o senador Roberto Rocha aparece com nada desprezíveis 9,1%, um percentual estimulante para quem está disposto a brigar pela cabeça. E até mesmo os 5% dados à ex-prefeita Maura Jorge não é exatamente o fim do mundo para quem começou do zero. E para complicar ainda mais o cenário para o governador Flávio Dino, num embate de segundo turno definido por esses números, é seria natural que parte expressiva dos votos de Roberto Rocha e de Maura Jorge migrem para a ex-governadora, com quem os dois têm mais afinidade política.

Mas esse cenário pode não ser uma tragédia para o governador Flávio Dino. Nesse tipo de pesquisa, um ponto fulcral é o item Rejeição, que por razões fáceis de explicar, parte dos interessados fazem de tudo para não tornar público. O Escutec certamente investigou esse item, e muito provavelmente encontrou números bem significativos, para cima e para baixo, envolvendo os dois principais candidatos. E a julgar pelos percentuais de rejeição apurados em pesquisas anteriores, esse item tende a ser desfavorável à ex-governadora Roseana Sarney e favorável ao governador Flávio Dino. A rejeição pode indicar que um candidato chegou ao seu teto e que outro tem campo para crescer. No caso da pesquisa do Escutec, a rejeição seria um dado fundamental para se fazer uma leitura correta desses percentuais.

A pesquisa do Instituto Data Ilha chama atenção para o fato de considerar apenas dois candidatos, Flávio Dino e Roseana Sarney, não levando em conta Roberto Rocha nem Maura Jorge, pré-candidatos assumidos e que devem constar em qualquer levantamento, goste ou não o contratante. Sem outros candidatos, a fatura eleitoral será naturalmente liquidada em turno único, o que dificilmente acontecerá numa disputa pelo Governo do Maranhão por falta de mais candidatos. Isso porque, além de Roberto Rocha e Maura Jorge, que parecem dispostos a levar em frente seus projetos, mesmo considerando que dificilmente chegarão onde aspiram chegar, a esquerda zangada, tipo PSTU e PSOL, e a extrema esquerda, com seu velho e surrado PCB, farão suas participações especiais no processo, podendo até juntar uma munheca de votos e causar um segundo turno.

Os dois institutos dizem também que consultaram os eleitores na forma espontânea – aquele em que se pergunta em quem gostaria de votar, sem sugerir nomes. O Escutec encontrou um resultado diversificado e animado: Roseana Sarney abre a fila com 14,9%, Flávio Dino vem em seguida com 13,3%, Roberto Rocha é terceiro com 3,2%, seguido pelo senador pemedebista João Alberto – que pode vir a ser o Pano B do Grupo Sarney se Roseana não entrar na briga – com 2,3%, Eduardo Braide (PMN) com 1,8%, Maura Jorge com 0,8% e Luis Fernando Silva (PSDB) com 0,4%.  Espontaneamente, 59% dos entrevistados pelo Escutec disseram que não sabem ou não quiseram responder. Já os entrevistados pelo Instituto Data Ilha curiosamente ignoram todos os candidatos assumidos e potenciais candidatáveis e escolheram somente o governador Flávio Dino (40%) e Roseana Sarney (20%). Nesse levantamento, 28,47% disseram que não sabem ou não quiseram responder.

Os números mostrados pelo Escutec devem ter levado a cúpula do Grupo Sarney a soltar rojões e aumentado a pressão sobre a ex-governadora Roseana Sarney, para que ela cancele a aposentadoria e tente ser governadora pela quinta vez, e ao mesmo tempo acendido sinal de alerta amarelo no birô de estrategistas do Palácio dos Leões. Os números do Data Ilha devem ter sido comemorados efusivamente pela cúpula do Governo, mas afundando as esperanças do Grupo Sarney na ainda provável candidatura de Roseana Sarney.

O problema é que, por serem tão espetacularmente diferentes, os números parecem um indicativo de que um dos institutos está tentando vender gato por lebre.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Projeto presidencial do PCdoB pode desembarcar no Maranhão com pressão sobre Flávio Dino

Flávio Dino e Lula: aliança firme para 2018
Flávio Dino e Lula: aliança firme para 2018

Uma informação divulgada pela coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, mexeu com as correntes de esquerda dentro e fora da aliança liderada pelo PT. A seguinte: diante da possibilidade cada vez mais remota de que o ex-presidente Lula da Silva venha ser candidato em 2018, devido à condenação e aos outros seis processos a que responde no âmbito da Operação Lava Jato, uma banda do PCdoB, o mais correto e fiel parceiro do PT nas guerras eleitorais, está defendendo abertamente que o partido lance um candidato a presidente da República. Esse grupo, que parece estar ganhando corpo e musculatura dentro da agremiação, manifesta a convicção de que Lula será carta fora do baralho nesta corrida eleitoral. Esse movimento pode desembarcar no Palácio dos Leões na forma de pressão para que o governador Flávio Dino participe desse processo, seja como um dos principais articuladores de uma solução para manter o partido alinhado ao PT, ou se tornando candidato a presidente por uma ampla aliança de esquerda liderada pelo PCdoB. O movimento, que é embrionário, pode ganhar força, mas dificilmente dobrará o governador, que não aceita discutir sucessão nacional que não seja o projeto de candidatura de Lula e o seu projeto de reeleição, ao qual vem se dedicando fortemente.

Othelino Neto comemora início do asfaltamento que ligará Barra do Corda a São Raimundo do Doca Bezerra

Othelino Neto registra mais uma ligação asfáltica
Othelino Neto registra mais uma ligação asfáltica no Maranhão

O deputado Othelino Neto (PCdoB) fez, ontem, na tribuna, um registro histórico: o início da pavimentação do trecho da MA-012 que liga Barra do Corda a São Raimundo do Doca Bezerra, no povoado Centro dos Ramos. O 1º vice-presidente da Assembleia Legislativa relatou a seus pares que  acompanhou os primeiros serviços da obra ao lado do prefeito de Barra do Corda, Eric Costa (PCdoB), e dos secretários Márcio Jerry (Comunicação e Assuntos Políticos) e de Clayton Noleto (Infraestrutura). Visivelmente entusiasmado, Othelino Neto justificou seu estado de ânimo:  “Essa obra era uma verdadeira lenda. Quando chegava perto de campanhas, o candidato a governador, ou candidata, prometia que ia fazer, pavimentar, mas passavam as eleições e o povo ficava esperando e não acontecia nada. É mais uma das muitas lendas que havia no Maranhão, tal qual a ponte sobre o rio Novo, no município de Paulino Neves, que, muitas vezes, foi prometida, mas só agora foi feita; como a ponte do Balandro, em Bequimão, que muitos prometeram, mas foi feita mesmo pelo governador Flávio Dino”, comentou Othelino. O 1º vice-presidente da Assembleia Legislativa mediu a importância da ligação asfáltica entre Barra do Corda e São Raimundo do Doca Bezerra pela reação de felicidade dos moradores de Centro dos Ramos, como sempre acontece quando populações esquecidas anos a fio são lembradas. “Hoje se iniciou a pavimentação da MA-012 e foi muito bom ter estado lá, porque aquela foi uma promessa do governador Flávio Dino na campanha, que foi reforçada quando esteve algumas vezes em Barra do Corda”, lembrou. E concluiu enfático: “Repito e enfatizo,  apesar das grandes dificuldades financeiras por que o país todo passa, o Maranhão hoje tem mais de 800 obras em andamento, só  do Programa Mais Asfalto. Então, isso é razão de muita alegria”.

São Luís, 18 de Setembro de 2017.

Mudanças no PSDB fragilizam Brandão, afastam tucanos de Dino e fortalecem projeto de candidatura de Rocha

 

Sebastião Madeira vai substituir Carlos Brandão e Roberto Rocha vai disoutar com Flpavio Dino
Mudanças radicais estão sacudindo o PSDB o braço do Maranhão: Sebastião Madeira vai substituir Carlos Brandão e Roberto Rocha vai disputar com Flávio Dino

De todos os partidos agitados pelo vendaval das mudanças preparatórias para as eleições de 2018, o braço maranhense do PSDB é, de longe, o que sofrerá as transformações mais radicais e cujos desdobramentos deverão levar ao rompimento do ninho dos tucanos com a aliança liderada pelo governador Flávio Dino (PCdoB), e ao lançamento de candidato próprio ao Governo do Estado. Esse desfecho virá na esteira de uma série de decisões arrojadas e dramáticas que os tucanos tomarão tão logo seja concluída a troca de comando, com a virtual saída do vice-governador Carlos Brandão da presidência regional, que deverá ser assumida pelo ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, e o retorno do senador Roberto Rocha aos quadros do partido como provável candidato a governador. O objetivo das mudanças, que já contam com o aval da cúpula nacional, é reunificar o partido e colocá-lo no campo de oposição ao Governo Flávio Dino e de combate às esquerdas.

Hoje transformado numa colcha de retalhos costurada por Carlos Brandão, o PSDB tem, de um lado, o grupo liderado pelo vice-governador, que só conta com parte dos prefeitos que o partido elegeu em 2016 e, de outro, a banda liderada por Sebastião Madeira ( o mais tucano de todos os tucanos maranhenses), que apoia a volta do senador Roberto Rocha e conta com vários grupos menores. No meio desse confronto estão nomes importantes, mas que não lideram grandes grupos, como é o caso do deputado estadual Neto Evangelista – secretário estadual de Desenvolvimento Social -, apoia a aliança com o Governo, e o prefeito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva, que se relaciona bem com o governador Flávio Dino, mas é politicamente independente. Noutra ponta está o grupo que era liderado pelo ex-governador João Castelo, que não fecha inteiramente com o Governo e apoia as mudanças no partido.

Os últimos movimentos sinalizaram claramente que o vice-governador Carlos Brandão perdeu o comando do partido e está de saída do ninho. Ele era o elo que mantinha o PSDB na órbita do Governo do PCdoB, e sua saída deve resultar fim da aliança. Isso porque, sob o comando de Sebastião Madeira, o PSDB fatalmente se afastará do governador Flávio Dino e migrará para a Oposição, já que o seu projeto maior é lançar um candidato a governador afinado com a posição anti-esquerda estimulada pela cúpula nacional. Madeira tem dito e repetido que o PSDB terá candidato próprio ao Governo e, mais recentemente, vem apontando o senador Roberto Rocha como o nome que o partido lançará para enfrentar a candidatura do governador Flpavio Dino à reeleição. Rocha já formalizou sua saída do PSB, e sua volta ao ninho dos tucanos depende apenas de uma data em que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin possa vir a São Luís para abonar a ficha de filiação do senador num grande ato partidário. Alckmin, que se movimenta como pré-candidato do OSDB a presidente da República, conta com Roca para ser o braço da sua candidatura no Maranhão.

A nova ordem que será instalada no PSDB colocará o deputado licenciado Neto Evangelista numa situação delicada. Ele tem até o final deste mês para decidir se permanece no partido, e nesse caso fazendo oposição ao Governo do qual ainda faz parte, ou deixar o ninho e embarcar numa agremiação alinhada ao governador Flávio Dino. À vontade pelo fato de que não tem previsão de disputar mandato eletivo em 2018, o prefeito ribamarense Luís Fernando Silva não deve entrar em bola dividida, agora, dentro do partido. E o grupo ligado ao ex-governador João Castelo, hoje liderado pela ex-prefeita Gardênia Castelo, que nunca fechou inteiramente com Carlos Brandão, vai se afinar com Sebastião Madeira e seguir a orientação do comando nacional, naturalmente reivindicando mais espaço dentro do partido.

O fato em construção é que até o final deste mês o PSDB do Maranhão será transformado por uma guinada radical. Poderá sair desse ajuste mais magro, mas pode também ser turbinado com a filiação em massa de aliados do senador Roberto Rocha e outras correntes menores que estão boiando no mar da indefinição. Essa transformação fará dele a primeira força de oposição a se posicionar efetivamente para as eleições do ano que vem com candidato definido e disposto a entrar na briga que pode envolver também a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB). Mais ainda: ninguém descarta a hipótese de Roberto Rocha vir a ser o candidato de uma aliança do PSDB com o PMDB, repetindo no Maranhão um acerto que provavelmente se dará o plano nacional.

PONTO & CONTRAPONTO

 

Mudanças radicais estão atingindo fortemente o braço maranhense do PSB

José Reinaldo: voltando ao DEM, sua origem paertidária
José Reinaldo: pode voltar ao DEM, sua origem partidária

Na agitada ciranda de mudanças partidárias, uma das mais complicadas e tensas atingiu o PSB. Comandado no estado pelo prefeito de Timon, Luciano Leitoa, o partido recriado pelo líder pernambucano Miguel Arraes vinha se movendo dividido por uma desgastante guerra interna envolvendo o senador Roberto Rocha, que tinha o controle do partido em São Luís, e o deputado estadual Bira do Pindaré, também brigando pelo comando do partido na Capital. No meio dessa confusão intensa, o deputado federal José Reinaldo Tavares vinha tentando se manter como a principal referência da agremiação. Numa decisão radical, a direção nacional tirou do senador Roberto Rocha o controle do partido na Capital e o entregou ao deputado Bira do Pindaré, que em outra decisão radical reuniu o comando partidário e expulsou o senador, levando-o a acertar o seu retornou ao PSDB. Agora, o único foco de tensão no PSB é José Reinaldo Tavares, que está em rota de colisão com  direção nacional desde que começou a votar no Congresso Nacional contrariando as orientações daquela cúpula – apoiou o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), votou contra a autorização para investigar o presidente Michel Temer (PMDB), votou a favor da reforma trabalhista, entre outras ações na contramão do que queria o partido. Nos próximos dias, José Reinaldo deve desembarcar do PSB e ingressar no DEM ou no PSD.

 

É de forte tensão a disputa pelo comando do Poder Judiciário do Maranhão

Nelma Sarney deve enfrentar José Joaquim Figueiredo
Nelma Sarney deve enfrentar José Joaquim Figueiredo no Judiciário

É forte a movimentação nos bastidores do Tribunal de Justiça por conta da disputa pelo comando do Poder Judiciário. O clima de tensão já ganha aspectos de guerra aberta envolvendo dois candidatos a presidente, a desembargadora Nelma Sarney e o desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos. Não há dúvidas de que o Colégio de Desembargadores está dividido e que nesse momento a vantagem está com Figueiredo dos Anjos. A candidatura de Nelma Sarney vem sendo duramente alvejada com o argumento segundo o qual ela responde por denúncia ao Conselho Nacional de Justiça por desvio de conduta, o que fragilizaria fortemente a sua posição entre os desembargadores. Nelma Sarney, no entanto, não abre mão da sua candidatura, por ter nesta eleição a última chance de chegar à presidência do Poder Judiciário – ela já foi corregedora geral de Justiça e vice-presidente. Na semana que passou, um forte burburinho assanhou os bastidores da Corte, motivado pela presença, no plenário, acompanhando a reunião do Pleno, do advogado goiano Eli Dourado, homem de confiança do Grupo Sarney, que comandou o processo que resultou na cassação do governador Jackson Lago em 2009. Dourado é apontado como “mestre” nesse tipo de ação, especialista em “moer” adversários. Sua o presença foi interpretada como um movimento da desembargadora Nelma Sarney avisando que está na briga e disposta a jogar pesado se o seu caminho for minado. José Joaquim Figueiredo dos Anjos já assumiu que é candidato, mas tem dado mostras de que torce por uma disputa aberta, sem ataques nem dossiês, mas também parece disposto a endurecer o jogo, se for provocado. O presidente da Corte, desembargador Cleones Cunha, vem usando a diplomacia para acalmar os ânimos, de modo que o processo sucessório no Judiciário se dê sem traumas. O problema é que há até quem veja nesse processo sucessório uma guerra entre o Palácio dos Leões e o Grupo Sarney. Os próximos dias dirão o que vem por aí. Em tempo: a eleição se dará na primeira quinzena de outubro e o desembargador Marcelo Carvalho também está apto a concorrer, mas teria decidido aguardar outro momento.

São Luís, 16 de Setembro de 2017.

Bombardeio contra cúpula do PMDB mergulha Roseana Sarney na incerteza quanto a candidatura

 

Roseana Sarney: movimentos mais intensos, mas atenta ao futuro de Michel Temer
Roseana Sarney: tiroteio da Lava Jato contra Michel Temer e cúpula nacional do PMDB pode inibir tomada de decisão sobre candidatura ao Governo do Estado

A última “flechada” disparada ontem pelo ainda procurador geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer (PMDB) colocou o Grupo Sarney em estado de alerta máximo. Isso porque se a investigação for autorizada pela Câmara Federal e o presidente for mandado para casa, as chances de o Grupo alinhavar um projeto competitivo para as eleições do ano que vem serão drasticamente reduzidas. A até agora indefinida candidatura da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) poderá simplesmente ser arquivada antes de nascer se a cúpula do PMDB nacional vier a se desmanchar, como está se desenhando. Roseana, portanto, poderá se aposentar de vez, não participando da corrida ao voto, que já se encontra na fase de aquecimento. E se essa tendência se confirmar, o Grupo liderado pelo ex-presidente José Sarney provavelmente mergulhará numa crise sem precedentes, já que, pelo menos até aqui, não deu sinais de que tenha um “plano B”.

É rigorosamente verdadeiro que todas as perspectivas do grupo partidário liderado pelo PMDB no Maranhão estão depositadas no potencial eleitoral da ex-governadora, que vem sendo monitorado por pesquisas feitas para consumo interno. A não divulgação dos números encontrados nesses levantamentos é um indicador de que tais informações não estão sendo favoráveis. Políticos ligados ao Grupo Sarney têm sondado a ex-governadora sobre se ela será ou não candidata. Segundo seus relatos, ela tem sido evasiva, respondendo que ainda está avaliando o quadro, mas passando a impressão de que só se lançará candidata em condições de competir de igual para igual com o governador Flpavio Dino (PCdoB), candidato assumido à reeleição. Do contrário, prefere permanecer longe do embate eleitoral.

O problema é que se Roseana não entrar na disputa, os candidatos do Grupo a senador, deputado federal e deputado estadual irão para o embate sem um líder, uma referência que os estimulem. O Grupo poderá até lançar um candidato a governador – o atual suplente de senador Lobão Filho (PMDB), por exemplo -, mas ele dificilmente reunirá condições de comandar a grande chapa. A falta de uma liderança alternativa pode desagregar os seus aliados, levando-os ao “cada um por si e Deus por todos”, o que, via de regra, resulta em tragédia eleitoral, como aconteceu em 2014, quando o Grupo ficou sem uma referência capaz de mobilizar todas as suas forças e acabou destroçado nas urnas, só se salvando os candidatos com cacife próprio. Sem a ex-governadora na cabeça da chapa, a liderança do Grupo na corrida eleitoral ficará com o deputado federal Sarney Filho (PV), que terá uma luta renhida pela frente na disputa por uma cadeira no Senado.

São poucas as opções que o Grupo Sarney dispõe para lançar na disputa pelo Governo do Estado. Pode contar com Lobão Filho, que parece mais inclinado a tentar um mandato de senador, mas brigará pelo Palácio dos Leões se o Grupo firmar posição em torno da sua candidatura. Outra opção é o senador João Alberto (PMDB), que numa situação excepcional toparia ser candidato a governador para liderar as forças do Grupo nas eleições. E, numa guinada radical e politicamente viável, o deputado estadual Eduardo Braide (PMN) poderia ser o candidato a governador, abrindo caminho para uma nova geração, que reúne quadros como os deputados Roberto Costa (PMDB), Edilázio Jr. (PV) e Adriano Sarney (PV).

Política tarimbada e antenada, Roseana Sarney sabe o tamanho da sua responsabilidade em relação ao Grupo no qual é a principal referência. É exatamente por conta desse contexto que a ex-governadora se mantém na fronteira entre ser ou não ser candidata, apostando para que o cenário nacional se torne menos hostil ao PMDB, que corre o risco de ter sua cúpula desmontada pela Operação Lava Jato. Se isso ocorrer, será no mínimo desastroso para o partido em todo o País, a começar pelo Maranhão.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Começa para valer a corrida de alguns políticos de peso para mudar de partido

Waldir Maranhão e Roberto Rocha abrem temporada de  mudança partidária
Waldir Maranhão e Roberto Rocha abrem temporada de mudança partidária

Primeiro foi o deputado federal Waldir Maranhão, que depois de uma novela dramática, na qual ele passou de chefe supremo a soldado raso do PP no Maranhão, agora se acomoda no PTdoB, para tentar renovar o mandato ou entrar na aventura de disputar cadeira no Senado. Agora é o senador Roberto Rocha, que depois de perder uma guerra feia dentro do PSB, do qual acabou expulso, faz agora o caminho de volta ao PSDB, do qual já foi presidente estadual. Os dois casos são exemplares do contexto da arrumação partidária que ainda movimentará líderes de todos os pesos na política do Maranhão. O próximo a definir seu rumo partidário será o deputado federal José Reinaldo Tavares, que deve deixar os quadros do PSB para voltar ao DEM, no qual nasceu politicamente, para agora disputar uma cadeira no Senado.  São fortes as especulações segundo as quais o vice-governador Carlos Brandão pode deixar o PSDB para assinar ficha de filiação ao PP, hoje comandado pelo deputado federal e atual 2º vice-presidente da Câmara Federal André Fufuca.  Especula-se também que o deputado federal e atual ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho poderá deixar o PV, que ajudou a fundar, para ingressar no PMDB e disputar vaga no Senado.

 

Assembleia Legislativa aprova 30 anos como idade máxima para ingressar na PM

Humberto Coutinho comandou a sessão movimentada
Humberto Coutinho comandou a sessão movimentada do parlamento estadual

A Assembleia Legislativa transformou em lei, ontem, a Medida Provisória nº 244, editada pelo governador Flávio Dino, que aumentou de 25 para 30 anos a idade máxima de acesso à Polícia Militar do Maranhão. A MP altera dispositivo da Lei nº 6.513, de 30 de novembro de 1995, que dispõe sobre o Estatuto da PM. A aprovação se deu por unanimidade numa sessão movimentada, comandada pelo presidente Humberto Coutinho (PDT) e marcada por escaramuças entre Situação e Oposição. O governador justificou a mudança argumentando a necessidade de ampliar o acesso às fileiras da Polícia Militar, “tendo em vista a realidade vivida, tanto no referente ao aumento do número de habitantes no Estado, quanto na crescente expectativa de vida da população”. O governador reforçou o argumento prevendo que “o aumento da idade máxima para o ingresso na Polícia Militar permitirá uma seleção mais rigorosa, vez que haverá maior concorrência e competitividade entre os candidatos, resultando na escolha de pessoal mais qualificado. A urgência deriva da imperatividade de estruturar e equipar os órgãos voltados à segurança pública no Maranhão, inclusive com a imediata abertura de concurso público”.

São Luís, 14 de Setembro de 2017.

Especial: Tuntum chega aos 62 anos diferenciada pela qualidade da sua gestão e pela ação política eficaz de Tema Cunha

 

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Momentos da maratona de inaugurações comandadas por Tema Cunha juntamente com o governador Flávio Dino, o deputado Humberto Coutinho e o deputado federal José Reinaldo

Duas escolas, cada uma com 12 salas e capacidade para cerca de 400 alunos, estruturadas com o que há de mais moderno em matéria de equipamentos educacionais – biblioteca, quadra poliesportiva, área de recreio, refeitório, etc. -, para assegurar aos seus frequentadores educação de tempo integral, uma revolução que começa a ganhar espaço em municípios comandados por gestão arrojadas e que enxergam muito à frente.  Foram essas escolas dois dos presentes recebidos por Tuntum, no seu aniversário de 62 anos, pois a elas se somaram outras duas unidades do programa estadual Escola Digna. Não houvesse outras inaugurações, as quatro escolas já seriam suficientes para transformar os cerca de 40 mil tuntuense numa comunidade privilegiada. Mas sob o comando do prefeito Cleomar Tema Cunha (PSB), que também preside a Federação dos Municípios do Maranhão pela terceira vez e tornou-se referência como  gestor, o aniversário de 62 anos de Tuntum, comemorado terça-feira (12), teve muito mais.

Numa festa que teve o governador Flávio Dino (PCdoB), o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Humberto Coutinho (PDT), o ex-governador e deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB), o vice-governador Carlos Brandão, o deputado estadual Rigo Teles (PV) e 17 prefeitos da Região como convidados especiais, Tuntum reabriu seu estádio de futebol reformado, ganhou uma ponte de concreto para interligar bairros, estradas asfaltadas, praça de elevado padrão, sistemas de abastecimento de água em comunidades distantes. E fechou a data com dois atos festivos: um embate entre o Sampaio Corrêa e a Seleção local no gramado estalando de novo do “Temão”, e logo em seguida, com milhares de tuntuenses e visitantes cantando e dançando ao ar livre, em noite enluarada, embalados pelo som da dupla sertaneja Vitor e Léo. Poucas vezes a cidade fez uma festa tão grande e animada.

O diz festivo começou sob céu azul e sol forte, mas com a temperatura quebrada pela umidade emanada de um lago artificial batizado “Balneário da Tiúba”, com um animado e colorido desfile estudantil, que percorreu ruas limpas e bem cuidadas. Nesse ambiente de cidade organizada, onde é visível a presença de uma gestão eficiente, o roteiro de inaugurações teve início às 9h, com a chegada do governador Flávio Dino e comitiva, dando-se a inauguração da nova roupagem do Estádio Dr. Tema, mais conhecido como “Temão”.

A comitiva seguiu para inaugurar a Escola de Tempo Integral Adalgisa Léda, uma maravilha bem planejada, com cara de escola do primeiro mundo e com todas as condições de estrutura e conforto, construída numa parceria da Prefeitura com o FNDE ao custo de R$ 10 milhões – a segunda, com a mesma estrutura, seria inaugurada ao longo da semana. Ali também houve entrega da chave de nova viatura política para a cidade, e também entrega de mais de três mil uniformes para os estudantes do ensino médio de Tuntum.

Diante de centenas orgulhosos tuntuenses – pais e filhos –, concentrados na quadra coberta da escola e motivados pelo que estavam recebendo, o prefeito Tema Cunha informou que aquela e a outra escola são fruto de parceria com o FNDE e que ele tinha a obrigação de aplicar cada centavo para proporcionar à juventude de Tuntum uma educação de alto padrão. “O nosso povo merece. Os nossos estudantes são o nosso futuro”, afirmou, dedicando parte do mérito à primeira-dama Daniella Cunha, sendo ovacionado pelos presentes. Antes, o deputado Humberto Coutinho, parceiro assumido da gestão Tema Cunha, dissera que se sente responsável por Tuntum, porque tem apoio dos tutuenses desde 1990. “Aqui é também minha casa”, declarou. Em seguida, o governador Flávio Dino elogiou o fato de que ali estavam sendo inauguradas quatro escolas, de valor inestimável. E assinalou que só chegou onde chegou por que teve a oportunidade de receber uma boa formação escolar. “É por isso que digo que a mudança está acontecendo no Maranhão. Essa escola é parte dessa mudança”, assinalou. Em frente à escola, situada no bairro Desembargador Cleones Cunha, o prefeito inaugurou uma praça dotada até de equipamentos de lazer para crianças.

Depois de ganhar a escola de tempo integral, a população de Tuntum assistiu a um caso de civilidade política com a inauguração de uma ponte de concreto que liga o centro a vários bairros, e que foi batizada “Ponte Hélio Araújo”, uma elogiada homenagem ao líder político e ex-prefeito Hélio Araújo, durante anos adversário duro de Tema Cunha, mas hoje pai do vice-prefeito Ricardo Araújo. Todos aprovaram a iniciativa.

A inauguração da Escola Digna Raimundo Ferreira, no povoado distante chamado Placa Violão, foi um ato marcado pela emoção. A professora Luzia, uma sertaneja que enxerga na educação a base de tudo, e os alunos Adriele e Josias agradeceram a nova escola – que substituiu uma tapera – em versos simples e comoventes. Flávio Dino e Tema Cunha foram visivelmente tocados pelo que ouviram. O governador homenageou a  professora e reafirmou que vai deixar centenas de escolas como aquela em todo o Maranhão, por entender que a educação é a alavanca mais importante da mudança. “Pela educação nós vamos transformar o Maranhão e o Brasil”, disse. Dali, a comitiva liderada pelo prefeito Tema Cunha seguiu para o povoado Cigana, onde o governador Flávio Dino inaugurou sistemas de abastecimento e outras benfeitorias.

Os tuntuense curtiram muito a festa de aniversário da sua cidade, festejando o que pareceu ser a concretização do slogan “Tempo de novas conquistas”.  Os visitantes, por sua vez, partiram vivamente impressionados com o que viram na cidade e puderam entender melhor porque Tema Cunha a comanda pela quinta vez e preside da Famem pela terceira.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Bons resultados são fruto de boa gestão e parcerias políticas bem definidas e produtivas

Tema Cunha, Humberto Coutinho e Flávio Dino: parceria sólida e produtiva
Tema Cunha, Humberto Coutinho e Flávio Dino: aliança sólida e produtiva

A excelência administrativa estabelecida em Tuntum nas gestões de Cleomar Tema Cunha é, em primeiro lugar, fruto da sua obstinação para tornar a cidade um lugar onde a população possa usufruir das melhores condições possíveis. É também fruto de parcerias políticas bem ajustas, construídas numa espécie de “toma lá, dá cá” do bem, por meio das quais os agentes políticos das três esferas que recebem os votos da maioria dos tuntuense assumem o compromisso de retornar com benefícios para a coletividade. Tema Cunha mantém relação política sólida com o governador Flávio Dino, que o tem como aliado de primeira linha, já que recebeu esmagadora maioria de votos dos tuntuenses em 2006 para deputado federal e em 2014 para governador. É pessoal e politicamente irmanado com o deputado Humberto Coutinho, uma relação costurada desde 1990, quando o presidente da Assembleia Legislativa se elegeu deputado estadual pela primeira vez com boa votação recebida em Tuntum por intermédio do aliado. Caxiense, Humberto Coutinho já tem Tuntum como sua segunda casa. Tema Cunha construiu e mantém sólida e afinara relação política com o deputado e ex-governador e deputado federal José Reinaldo Tavares. A condição maior para o fortalecimento dessas relações são os benefícios que cada um pode viabilizar para Tuntum. E tudo o que é conseguido o prefeito faz questão de informar à população quem viabilizou, seja por convênios ou por emendas parlamentares. A correção de Tema Cunha nesse aspecto é tamanha que ele batizou uma das jóias da sua gestão, o Centro de Imagens com uma dezena de especialidades – entre elas tomografia computadorizada, mamografia e ultrassonografia, por exemplo -, e deu-lhe o nome de Antonio Joaquim Araújo, médico e ex-prefeito de Codó já falecido, e que conseguiu os recursos para construir o Centro por meio de emenda parlamentar quando foi deputado federal. “Não posso trair a memória de um benfeitor de Tuntum”, justificou. Nesse sentido, o governador Flávio Dino, o deputado Humberto Coutinho e o deputado José Reinaldo formam a linha de frente dos seus aliados de proa. Esse pragmatismo bem planejado é a base do bom desempenho político Tema Cunha.

 

Em Tuntum, Flávio Dino mostrou-se um político hábil, que sabe lidar com o povo e valorizar auxiliares e aliados

Flávio Dino mostra habilidade na relação com equipe e aliados
Flávio Dino prestigia Márcio Jerry em ato de inauguração de uma Escola Digna

Quem estiver planejando enfrentar o governador Flávio Dino nas urnas, que se prepare para valer, pois terá pela frente um candidato seguro e que aprendeu a se comunicar com as massas usando um discurso simples e direto, mas recheado de informações fáceis de assimilar. O governador mostrou toda sua força terça-feira em Tuntum. Ali, foi aplaudido por onde passou, foi abraçado com entusiasmo, parou centenas de vezes para posar para fotos, abraçou admiradores e beijou criancinha. Nos seus pronunciamentos, dividiu o mérito das suas conquistas com aliados e auxiliares, fazendo questão de apresentá-los e destacar-lhes as virtudes como cidadãos e gestores públicos. Em relação ao aliado e anfitrião Tema Cunha, destacou o seu trabalho como prefeito, sua capacidade de articulação como presidente da Famem e a sua correção como aliado político. Quando falou do aliado Humberto Coutinho, destacou-lhe a grandeza política e a correção pessoal, fazendo ainda questão de homenageá-lo. Ao referir-se aos auxiliares os destacou como grandes gestores, como fez em relação aos secretários Márcio Jerry (Comunicação e Articulação Política), Felipe Camarão (Educação), Clayton Noleto (Infraestrutura), Jefferson Portela (Segurança), Diego Galdino (Cultura) e o vice-governador Carlos Brandão, como se eles estivessem a caminho das urnas. Cuidadoso, não extrapolou os limites da ética política, enchendo mais a bola os aliados do que murchando a dos seus adversários.  Deu seguidas demonstrações de que está absolutamente seguro do que faz como gestor e dos passos que está dando como líder de um movimento político bem mais amplo do que do que o rame-rame e que nesse contexto o secretário Marco Jerry é peça de fundamental importância. Esse conjunto de fatores, associado ao desempenho do seu Governo, faz do governador um candidato muito difícil de ser batido nas urnas.

São Luís, 13 de Setembro de 2017.

Cauteloso por causa de turbulências, Grupo Sarney aguarda melhor momento para definir candidato ao Governo

 

Roseana Sarney: movimentos mais intensos, mas atenta ao futuro de Michel Temer
Roseana Sarney se mantém em compasso de espera para decidir com segurança se vai ser candidata

A forte pressão da Operação Lava Jato sobre a cúpula nacional do PMDB – incluindo a denúncia contra o ex-presidente José Sarney -, a instabilidade ainda evidente do Governo pemedebista do presidente Michel Temer, a indefinição sobre itens decisivos da Reforma Política e a aliança entre o ex-presidente Lula da Silva (PT) em torno do projeto de reeleição do governador Flávio Dino (PCdoB) são fatores que têm feito com que o Grupo Sarney se mantenha ainda aguardando o melhor momento para decidir se a ex-governadora Roseana Sarney entrará ou não na briga pelo Palácio dos Leões. O comando do Grupo dificilmente decidirá o futuro da ex-governadora antes dessas definições, o que significa dizer que a batida de martelo só será dada no início do ano que vem. Essa indefinição pode ser prejudicial ao Grupo, mas também gera um clima de incerteza no cenário político, onde outras forças ficam sem saber se montam suas estratégias e suas alianças contando ou não com um candidato do Grupo Sarney, cujo peso na disputa dependerá do nome a ser lançado.

O comando do Grupo Sarney sabe que o momento não é adequado para lançar um dos seus quadros para disputar o Governo do Estado. Em meio à turbulência que movimenta o cenário político em todo o País, agravada pelos novos rumos da Operação Lava jato, qualquer movimento nesse sentido seria colocar o candidato numa situação incômoda, já que entre os seus líderes maiores estão acusados de malfeitos pelo Ministério Público Federal. Os casos mais graves envolvem o ex-presidente José Sarney e o senador Edison Lobão na denúncia segundo a qual eles e outros chefes pemedebistas – os senadores Renan Calheiros, Romero Jucá, Waldir Raupp e Jader Barbalho -, teriam recebido mais de R$ 800 milhões em propina desviada da Petrobras para irrigar o caixa dois do PMDB.

Mesmo a ex-governadora Roseana Sarney, que é o nome politica e eleitoralmente mais viável do Grupo, segundo as pesquisas divulgadas até aqui, enfrentaria dificuldades para manter uma pré-candidatura assumida nesse clima se tensão e instabilidade. Ainda que até aqui nada tenha pesado diretamente sobre ela, as investigações em curso sobre ações do seu Governo – como o Caso da “Máfia da do ICMS” e suspeitas sobre o programa Saúde é Vida, envolvendo o ex-secretário Ricardo Murad, por exemplo – podem ganhar corpo e respingar na sua imagem de candidata. Mesmo dona de uma grande habilidade, adquirida com a pancada do Caso Lunus em 2002, para conviver com situações desfavoráveis, Roseana Sarney certamente avalia que o momento é impróprio e que não deve se precipitar correndo o risco de sofrer um bombardeio e sair arranhada antes da eleição.

O problema do Grupo Sarney é que, enquanto se vê obrigado a conter os movimentos pré-eleitorais por conta dos fatores que podem prejudicar o seu projeto, o governador Flávio Dino, que pelo menos até aqui não convive com esse tipo de restrição, avança na consolidação do seu projeto de reeleição, alimentando a condição de favorito na corrida eleitoral do ano que vem. E essa vantagem do governador se amplia a cada dia, aumentando, na mesma proporção, as dificuldades de Grupo Sarney na escolha do candidato. Dona de um cacife eleitoral expressivo, o que a torna uma candidata com lastro para competir, Roseana avalia esse cenário a partir de pesquisas contratadas pelo PMDB para medir o poder de fogo dos prováveis candidatos ao Governo, a começar pelo governador. A não divulgação de resultados recentes indica que os números não lhe são favoráveis.

Esse contexto, porém, não é uma indicação definitiva de que o Grupo Sarney esteja liquidado e sem condições de entrar na briga com chances de sucesso. Mesmo fora do poder no Maranhão, a corrente liderada pelo ex-presidente José Sarney conta ainda com um forte contingente de líderes municipais e tem capilaridade suficiente para viabilizar uma candidatura a governador. Sabendo, claro, que a retomada do poder é um projeto complicado e de difícil realização. Daí a impressão de alguns de que a ex-governadora Roseana Sarney está dominada mais pela dúvida do que pela certeza.

 

 PONTO & CONTRAPONTO

Braide quer ser deputado federal pensando na Prefeitura de São Luís em 2020

Eduardo Braide: projeto de disputar a prefeitura de São Luís em 2020
Eduardo Braide: projeto de comandar São Luís em 2020

Depois de dois bem sucedidos mandatos na Assembleia Legislativa, o  deputado Eduardo Brande (PMN) é candidato assumido à Câmara Federal, já figurando nas previsões como um dos prováveis futuros deputados federais. Ao mesmo tempo, Braide mantém firme e na sua pauta de ações o seu projeto de ser candidato a prefeito de São Luís na eleição de 2020. Embalado pelos mais de 240 mil votos que recebeu no segundo turno travado com Edivaldo Jr. (PDT), Eduardo Braide mantém um pé no palanque, mantendo um discurso de fortes críticas ao prefeito, fazendo questão de ocupar a posição de seu principal adversário. Lembrado para disputar uma cadeira no Senado e até como nome para disputar o Governo com o suporte do Grupo Sarney, Eduardo Braide avalia o cenário e acha que o seu melhor caminho é eleger-se deputado federal em 2018 e, dois anos depois, encarar a briga pelo Palácio de la Ravardière, mirando ser o sucessor do prefeito Edivaldo Jr.. No meio político, é quase unânime a avaliação de que, se a sua trajetória continuar ascendente como vem se mantendo até aqui, Eduardo Braide será um candidato fortíssimo à Prefeitura de São Luís em 2020, o que exigirá do prefeito Edivaldo Jr. um grande esforço para escolher um candidato com cacife político e eleitoral para conter essa tendência.

 

Aliados de Sarney se mobilizam para livrá-lo da acusação feita por Janot

José Sarney: biografia ameaçada por birra de Rodrigo Janot
José Sarney: biografia ameaçada 

A cúpula do Grupo Sarney está inteiramente mobilizada no esforço para evitar que a denúncia contra o ex-presidente José Sarney e o senador Edison Lobão prospere. No caso do ex-presidente, seus familiares e aliados apostam alto na avaliação do advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, que classificou de “coisa sem pé nem cabeça” a denúncia feita pelo procurador geral da República, Rodrigo Janot, contra o ex-presidente da República e o senador pemedebista. O próprio José Sarney se declarou surpreso com a acusação e, segundo uma fonte a ele ligada, vai se defender para mostrar que sua trajetória não será manchada. Sarney está definitivamente aposentado das pelejas eleitorais, tendo decidido que não mais disputará votos, o que lhe assegura a imagem do político que sempre alcançou seus espaços pelo voto e jamais perdeu uma eleição. E pretende fechar sua biografia sem também jamais ter sido condenado. Exatamente por saber o quanto ele é cioso da sua estatura política, até adversários de Sarney no plano nacional se recusam a acreditar que o ex-presidente pegou ou intermediou propina na Petrobras para favorecer o PMDB.

São Luís, 12 de Setembro de 2017.

Ao dar apoio a Lula, Flávio Dino faz política madura e aposta alto no futuro da esquerda

 

Lula recebe u apoio de Flávio Dino em ato em frente ao Palácio dos Leões
Lula recebe u apoio de Flávio Dino em ato em frente ao Palácio dos Leões

Muita gente está perguntando por que o governador Flávio Dino (PCdoB), um político sem manchas éticas e cujo comprometimento com a causa pública é reconhecido até por  seus adversários, entra de cabeça na contramão da Operação Lava Jato e comanda um ato público, em frente ao Palácio dos Leões, em defesa do ex-presidente Lula da Silva (PT), como se tivesse plena convicção de que o líder petista seja, de fato, vítima de uma armação destinada a destruir sua reputação e sufocar seu partido, e assim varrer os dois da vida pública brasileira. Essa indagação foi reforçada na terça-feira (5), quando Flávio Dino foi o grande anfitrião de Lula no encerramento da peregrinação do ex-presidente pelo Nordeste em busca de suporte político e popular para o seu projeto de voltar ao poder em 2018. Naquela noite, os fatos produziram uma grande contradição: enquanto o governador e o ex-presidente reagiam, com discursos fortes, às investidas da direita contra o PT e as esquerdas de um modo geral e teciam duras críticas às ações da Operação Lava Jato sobre as acusações ao líder petista, os telejornais da noite anunciavam que o procurador geral da República, Rodrigo Janot, protocolava no Supremo Tribunal Federal (STF) mais uma denúncia contra Lula da Silva, acusando-o de formar quadrilha e de tentar obstruir a Justiça.

A primeira impressão sugere que o governador Flávio Dino vive uma baita contradição, porque o governador tem razões de sobra para querer ver o ex-presidente pelas costas, bastando para isso a posição assumida pelo líder petistas nas eleições de 2010 e 2014, quando usou mão de ferro para obrigar o PT maranhense a romper com seus aliados tradicionais para se juntar ao Grupo Sarney, jogando pesado contra o líder comunista. O governador, porém, encara o cenário como uma confrontação política entre as forças progressistas, que o têm como um dos seus líderes, e as forças conservadoras, como as que lhe fazem oposição no Maranhão, lideradas pelo ex-presidente José Sarney (PMDB). Flávio Dino, por sua vez, controla sua racionalidade e alimenta a esperança de que, cedo ou tarde, a boa política prevalecerá, consolidando de vez a democracia no País. O governador tem dito que não se opõe à Operação Lava Jato e que não tolera a corrupção, mas tem também sido enfático quando afirma, do alto da sua condição de ex-juiz federal, que os responsáveis pela Operação cometem erros, excessos e abusos, enquadrando, pelo menos até a o ex-presidente Lula da Silva e a ex-presidente Dilma Rousseff na cabeça da lista dos supostamente injustiçados.

Flávio Dino atua consciente de que representa hoje uma banda expressiva da esquerda que não contrariou os seus postulados, principalmente no campo ético. E numa visão mais abrangente, enxerga um Brasil em crise, essa agravada exatamente pelos esforços que o Governo do presidente Michel Temer (PMDB) está fazendo para diminuir o tamanho do Estado, enquadrar  programas sociais -Bolsa Família, por exemplo -, não adotando, porém, medidas efetivas para beneficiar diretamente a população, mas sim para salvar o mercado e o status quo político. “Precisamos financiar os serviços públicos e, para isso, precisamos de Justiça Tributária, no sentido de que os mais ricos, os milionários, bilionários, os rentistas e o capital financeiro tenham de pagar os seus impostos com proporcionalidade em relação aos mais pobres”, sugeriu Flávio Dino, em entrevista recente a um portal de notícias.

O governador do Maranhão tem clareza de que Lula é o mais o mais importante elo das esquerdas com a sociedade e com o eleitorado, e que com ele fora do tabuleiro, o chamado campo progressista corre o risco de perder o espaço que conquistou no cenário político brasileiro desde a redemocratização conduzida pelo presidente José Sarney. Flávio Dino sabe também que se tornou provavelmente a maior referência das esquerdas, e que por isso o seu papel nesse contexto é de extrema importância, podendo ser “convocado” para dar um passo bem mais largo do que reeleger-se governador do Maranhão. Isso ficou muito claro quando o ex-governador e pré-candidato a presidente Ciro Gomes (PDT), que apontou como “a coisa mais importante que aconteceu na política brasileira nos últimos tempos”.

São esses vieses políticos que explicam a posição do governador Flávio Dino como aliado e defensor do ex-presidente Lula da Silva e da mobilização das esquerdas em torno de um projeto comum, o que lhe abre caminho para se consolidar como uma liderança nacional. Mas, com faro suficiente apurado para saber que sua prioridade é reeleger-se governador do Maranhão, de preferência tendo o ex-presidente e as forças petistas como aliados.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Sarney e Lobão contestam denúncia de Janot sobre desvios de chefes do PMDB

José Sarney e Edison Lobão contestam denúncia de Rodrigo Janot
José Sarney e Edison Lobão contestam a nova denúncia de Rodrigo Janot

Os canhões do procurador geral da República, Rodrigo Janot, se voltaram de novo contra o ex-presidente José Sarney e o ex-ministro e senador Edison Lobão (PMDB). Denuncia agora que eles, mais senadores pemedebistas Renan Calheiros (AL), Jader Barbalho (PA), Waldir Raupp (AC) e Romero Jucá (RR) formaram uma quadrilha que teria operado mais de R$ 800 milhões em propina desviada de contratos bilionários da Petrobras, tendo o dinheiro sido usado como caixa dois em campanhas eleitorais do PMDB. Dois fatos chamam atenção nessa denúncia. O primeiro é que nem José Sarney nem Edison Lobão presidiram o PMDB, não havendo registro fático, documental, de que eles tenham realmente participado da gigantesca falcatrua, que teria gerado um prejuízo de R$ 5 milhões à Petrobras. O outro é que o advogado de José Sarney e Edison Lobão, Antônio Carlos de Almeida Castro, chamou-a de “falácia”, corroborando com o argumento de que o procurador geral da República, Rodrigo Janot, de vender gato por lebre para encobrir as derrapagens que andou fazendo, como a escandalosa delação premiada da gang da JBS.E a julgar pela reação dos demais acusados, a denúncia é fraca e inconsistente. Na sua crônica domingueira ao O Estado do Maranhão, o ex-presidente José Sarney tentou desmoralizar mais essa flecha de bambu disparada pelo chefe do Ministério Público Federal. Do alto dos seus 87 anos, com mais de 70 deles dedicados à vida pública, Jose Sarney se jacta de jamais ter sido apanhado em desvios de conduta. E tenta demonstrar que a acusação é genérica, não fazendo qualquer sentido, dando a entender que, se autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, a investigação será inócua. O advogado Almeida Castro diz exatamente o mesmo em relação a Edison Lobão.

 

Se Janot denunciar Temer de novo, bancada maranhense manterá posições na Câmara Federal

Se g=for denunciado de novo, Michel temer terá o apoio da maioria da bancada maranhenseHildo Rocha

Se o procurador geral da República disparar mesmo mais uma flecha de bambu para tirar Michel Temer da cadeira presidencial, a bancada maranhense (foto) terá o mesmo desempenho no plenário da Câmara Federal, dando a maioria dos seus votos para que o pacote acusatório seja mandado para o arquivo morto. Os deputados Hildo Rocha (PMDB), João Marcelo (PMDB), Pedro Fernandes (PTB), André Fufuca (PP), Juscelino Filho (DEM), Cléber Verde (PRB), Júnior Marreca (PEN), Aluízio Mendes (PTN), José Reinado Tavares (PSB), Victor Mendes (PSD) e Sarney Filho (PV) – que deixará momentaneamente o Ministério do Meio Ambiente para participar da votação – votarão a favor do o presidente Michel Temer, repetindo o voto contra a denúncia anterior. Já os deputados Rubens Jr, (PCdoB), Zé Carlos (PT), Weverton Rocha (PDT), Deoclídes Macedo (PDT), Eliziane Gama (PPS), Waldir Maranhão (PTdoB), Luana Alves (PSB) votarão a favor da autorização para que o presidente da República seja investigado pelo Supremo.

 

São Luís, 10 de Setembro de 2017.

São Luís aniversaria no embalo da inteligência política mostrada na aliança de Edivaldo Jr. com Flávio Dino

 

São Luis velha e nova cuidada pela pela parceria de Edivaldo Jr. com Flávio Dino
São Luis cuidada pela boa política  praticada pelo prefeito Edivaldo Jr. e pelo governador Flávio Dino

São Luís completa hoje 405 anos vivendo uma situação bem diferente da realidade que viveu na maior parte desses 147.825 dias de existência. Agora uma cidade com status de metrópole, que abriga 1,1 milhão de habitantes e exibe duas feições, uma antiga, formada por densos registros de História, e outra moderna, embalada pela modernidade que não para, a Capital do Maranhão vivencia e usufrui a experiência de ter aliados ocupando os gabinetes principais do Palácio de la Ravardière e do Palácio dos Leões. Diferentemente do que aconteceu na primeira metade do seu primeiro mandato, quando enfrentou a distância e a indisposição do Governo dirigido por Roseana Sarney (PMDB), o prefeito Edivaldo Jr. (PDT) viu o jogo ser radicalmente virado com a chegada do Governo comandado por Flávio Dino (PCdoB). Afinados, os dois governos costuraram e vêm alimentando uma parceria efetiva e produtiva, que apesar da escassez de recursos por conta da crise que assola o País, apresenta resultados, ora creditados ao Palácio de la Ravardière, ora ao Palácio dos Leões. Evidente que as necessidades estruturais da cidade são imensas, mas não há como negar que São Luís está sendo cuidada na medida do possível.

A São Luís de hoje, que parece uma cidade formada por várias e diferentes cidades todas com problemas os m ais diversos, mas seguindo em frente com as intervenções possíveis para tornar a vida melhor. E não é exagero afirmar que a gestão do prefeito Edivaldo Jr. tem avançado de maneira consistente, melhorando o que era ruim e desatando nós que mantinham setores essenciais entravados e resistentes à modernidade. De maneira modesta, mas efetiva, tem havido uma clara preocupação em destacar a essência cultural da cidade, explorando, numa rica associação, o excepcional acervo arquitetônico, a música, a poesia, a literatura e outros campos culturais que dão forma à rica História e sentido à sua condição de Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade.

Graças à parceria Município/Estado, proporcionada pela aliança política do prefeito Edivaldo Jr. com o governador Flávio Dino, a Educação avança com um amplo programa de reforma de escolas, já tendo assegurado dignidade a milhares de crianças e caminhando para atender às que ainda se encontram no sufoco de uma escola indigna. Na Saúde os serviços têm melhorado, há novas estruturas funcionando nessa área, e os Socorrões, que são a base e a parte mais visível do sistema, continuam alimentando a falsa ideia de que, por conta das suas carências, funcionam mal, quando na verdade salvam centenas de vidas todos os dias.

O fato é que de janeiro de janeiro de 2015 para cá houve uma ampla e progressiva mudança na dinâmica operacional da Prefeitura de São Luís. Um bom exemplo ocorreu foi o desmonte recente do velho cartel que controlava o transporte de massa, abatido por uma licitação com base numa legislação atualizada e com regras duras, o que tornou o sistema  mais eficiente do que aquele que a atual gestão recebeu, tendo até unidades sanfonadas com ar condicionado. com ar condicionado. São vários os desafios ainda a serem vencidos nessa área: “carrinhos”, táxis piratas, Uber, vans e mototáxis. Ao mesmo tempo, a mobilidade da população, que movimenta mais de 700 mil ludovicenses por dia ganha mais rapidez e segurança com o recapeamento asfáltico dos grandes eixos rodoviários da cidade. A isso se acrescentem intervenções inteligentes e baratas no trânsito, como a feita na Forquilha, por exemplo.

Nada disso seria possível se o Palácio de la Ravardière permanecesse sem comunicação com o palácio dos Leões, sendo difícil imaginar como estaria a cidade à essas alturas em meio à violência da crise econômica que tem solapado as finanças pública, sufocando especialmente os municípios, onde os serviços são mais demandados. A máquina municipal certamente não estaria paralisada, mas com certeza seu desempenho seria bem mais modesto. A dinâmica vivida por São Luís nesse momento é uma demonstração indiscutível de que a política de aliança e de cooperação é o caminho certo para se transformar problemas em solução.

Com a boa ação política, o prefeito Edivaldo Jr. e o governador Flávio Dino dão à Capital do Maranhão bons motivos da festejar aniversário.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Alckmin convida Rocha para voltar ao PSDB, mas o senador sabe que a situação no ninho é complicada

Roberto Rocha e Geraldo Alckmin: convite feito no Palácio dos Bandeirantes
Roberto Rocha e Geraldo Alckmin: convite feito no Palácio dos Bandeirantes

O braço do PSDB no Maranhão está em ebulição desde quarta-feira, quando chegou à imprensa a informação de que, durante uma audiência no Palácio dos Bandeirantes, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, convidou o senador Roberto Rocha a deixar o PSB e voltar ao ninho dos tucanos. Alckmin foi tão incisivo no convite que se dispôs a voar para São Luís para prestigiar o ato de filiação do senado. O convite está agitando o PSDB em vários aspectos. Positivamente, se aceito, o partido reforçará sua bancada no Senado, impondo consequente desgaste à bancada do PSB. No plano maranhense, os tucanos ganhariam mais força parlamentar com o retorno.

Uma análise mais cuidadosa, porém, leva à conclusão de que, mesmo resultando de um convite feito por Geraldo Alckmin, um dos mais importantes chefes tucanos e pré-candidato assumido a presidente da República, o possível retorno do senador Roberto Rocha do PSDB é uma equação política muito complicada, por que envolve fatores que pesam no sentido contrário. O ponto chave é que, segundo corre nos bastidores, Rocha quer se reconverter ao tucanismo, mas na condição de voltar a comandar o partido no estado. Nesse caso, a direção nacional, terá de combinar com o atual presidente, o vice-governador Carlos Brandão, que segura o posto de comando com unhas e dentes, e com o ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, que trava uma guerra sem trégua com Carlos Brandão pelo controle do partido. Essa disputa passa pelo apoio do grupo do ex-governador João Castelo, hoje comandado por Dona Gardênia Castelo, e pelo prefeito de São José de Ribamar, Luiz Fernando Silva, considerado hoje o mais importante e politicamente mais forte nome do PSDB no Maranhão. O empecilho maior é a oposição que Roberto Rocha faz ao governador Flávio Dino, chocando-se com o vice-governador Carlos Brandão, que se movimenta para manter o PSDB na base de apoio do Governo do PCdoB.

Na avaliação de tucano de proa, a volta do senador Roberto Rocha ao PSDB é, de um modo geral, bem aceita, mas dificilmente será viabilizada por causa das profundas diferenças que conturbam hoje o ambiente interno do ninho dos tucanos no Maranhão.

 

André Fufuca frustrou previsões sombrias e mostrou que é bem mais do que um jovem político provinciano

André Fufuca: exercício da presidência sem cometer erros
André Fufuca: exerceu a presidência  da Câmara sem cometer erros

Não foi surpresa para a Coluna o bom desempenho do deputado André Fufuca (PP) na presidência da Câmara Federal nos sete dias em que substituiu o presidente efetivo, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) assumiu interinamente a presidência da República durante a viagem do presidente Michel Temer (PMDB) à China. Ao contrário do que diziam os prognósticos mais sombrios, a começar pelos dos “idôneos” comentaristas da Rede Globo – aí incluídos as “vestais” da Globo News -, exalando preconceito em relação à idade, ao nome e ao estado do parlamentar, André Fufuca deu um baile de bom senso, de equilíbrio e habilidade, conduzindo sem tropeços duas sessões, uma delas resultando na votação na aprovação de  dois itens dos mais complicados da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 282/16, que trata da Reforma Política: a regra que acaba com as coligações proporcionais e a que institui a cláusula de desempenho para os partidos poderem ter acesso aos recursos do Fundo Partidário e obter tempo de propaganda no rádio e na TV. Foi elogiado por seus pares.

Desde que chegou à Câmara dos Deputados e se posicionou no núcleo de ferro que cercava o então o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sem, no entanto, transformar-se num dos seus peões, a Coluna percebeu que o parlamentar levara para Brasília muito mais do que um mandato e um voto. Este espaço lhe fez observações críticas e algumas restrições, mas essas foram perdendo sentido à medida que o parlamentar foi ganhando espaço e se situando contexto da Casa. A edição da Coluna do dia 5 de Fevereiro deste ano observou que o deputado André Fufuca – eleito 2º vice-presidente da Câmara Baixa – e o senador João Alberto (PMDB) – eleito 2º vice-presidente da Câmara Alta – representavam duas gerações de políticos maranhenses em postos chave do Congresso Nacional. Na edição do dia 16 de Junho, destacou que o deputado André Fufuca estava revelando habilidade para se situar no centro do poder em Brasília. E na edição do dia 29 de Agosto, avaliou que ao assumir a residência da Câmara em meio ao furacão em torno da Reforma Política, o jovem deputado estaria diante do maior desafio da sua vida política. André Fufuca não se dobrou aos comentários preconceituosos, manteve a cabeça erguida, enfrentou os desafios que o aguardavam e saiu por cima, apresentando resultado de político experiente. Seu desempenha lhe deu autoridade e força política para continuar pavimentando sua trajetória, que parece ser longa e com as condições para ser bem sucedida.

São Luís, 07 de Setembro de 2017.