Arquivos mensais: setembro 2016

Eleições municipais devem produzir três forças políticas para disputar o poder estadual nas urnas em 2018

 

chefes-2018

A duas semanas das eleições municipais, no momento em que candidatos a prefeito e a vereador e os grupos que representam se digladiam no esforço para atrair as atenções de um eleitorado insatisfeito e arisco, é possível antever, com alguma segurança, que o resultado que emergirá das urnas já trará o rascunho de um novo mapa político do Maranhão. Nele, três forças – e não mais duas como antes – e alguns extratos independentes ganharão forma e espaço para iniciar novo momento político no estado. A primeira força nascerá da consolidação do movimento liderado pelo governador Flávio Dino, que tem o PCdoB como carro-chefe; a segunda será formada pelo desempenho eleitoral nas urnas de 2016 do que sobrou do Grupo Sarney em 2014, tendo como matriz o PMDB e o PV; e a terceira, ainda embrionária, mas já ganhando forma, será o movimento comandado pelo senador Roberto Rocha (PSB). Fora extratos independentes, como a ultraesquerda, por exemplo, dificilmente o mapa político a sair das urnas terá perfil diferente do rascunho a ser traçado com o peso de cada um dessas três forças.

A aposta mais alta está sendo feita pelo governador Flávio Dino e, por isso, se triunfar nas urnas, terá o troféu maior, que é o de passar a liderar uma força política gigantesca, com mais de uma centena de prefeitos, muitos deles eleitos pelo PCdoB. Foi esse objetivo que turbinou a intensa e surpreendente movimentação do seu principal lugar-tenente, o jornalista Márcio Jerry, que acumulou, com disposição invejável, rara noção de contexto e carta-branca, os postos-chaves de presidente estadual do PCdoB e secretário de Estado de Articulação Política e Comunicação. Durante os últimos 18 meses, Dino e seu principal auxiliar alinhavaram uma ampla malha partidária respeitável, dando verniz comunista a grupos de diferentes cores políticas nas mais diversas regiões do estado. Isso deu vida a uma espécie de “onda vermelha”, que só na Ilha de Upaon-açu poderá comandar Paço do Lumiar com Domingos Dutra e Raposa com Talita Laci, ambos do PCdoB, ter influência relativa em São José de Ribamar e dividir o poder em São Luís. No meio político, a expectativa é a de que o governador Flávio Dino saia das urnas, se não com “força total”, forte o suficiente para dar seguimento ao seu projeto de poder em médio prazo, num movimento que certamente incluirá o PDT, que também deve sair mais musculoso dessas eleições, principalmente se vencer em São Luís com Edivaldo Jr. e em Imperatriz com Rosângela Curado.

Como uma espécie de contrapeso nascido das entranhas do movimento liderado por Flávio Dino, ganha forma uma força comandada pelo senador Roberto Rocha, que tem o PSB, mesmo dividido, como fator de agregação. Eleito na esteira da campanha puxada por Dino, Rocha não se conformou  com o papel de chefe de um “puxadinho” do dinismo submetido ao comando de Márcio Jerry, e com ousadia e coragem desgarrou-se para seguir o seu próprio caminho. Com forte senso de oportunidade, vem emprestando seu apoio a segmentos relegados a plano secundário no grupo do governador, como o deputado estadual Wellington do Curso (PP) candidato forte à prefeito de em São Luís e em cuja chapa emplacou o vereador Roberto Rocha Jr. (PSB), e adversários figadais de Dino, como o ex-prefeito e candidato viável em Imperatriz, Ildon Marques, um empresário que embarcou no socialismo moderadíssimo do PSB. Não são muitos os que apostam que as urnas deem a Rocha uma musculatura que lhe garanta poder de fogo para enfrentar o governador e seu grupo, mas são poucos os que duvidam de que os canais que ele está abrindo nessa corrida eleitoral poderão ligá-lo a grupos de oposição ou insatisfeitos da base do governo. Com a desenvoltura que vem demonstrando, Rocha poderá atrair para o seu projeto a parceria dos mais fortes segmentos do Grupo Sarney, o que lhe dará substância política e eleitoral capaz de surpreender.  O que poucos duvidam é que o senador vai assumir o controle integral do PSB no Maranhão e será peça decisiva no xadrez a ser jogado para 2018.

A grande pergunta que se faz hoje nos bastidores políticos é: como o Grupo Sarney sairá das eleições municipais? Pelas informações que correm nos bastidores da campanha, pode estar enganado tanto quem canta que ele sairá das urnas mais estraçalhado do que em 2014, como quem aposta que emergirá fortalecido e revigorado. Ninguém, porém, duvida de que ele sairá vivo, principalmente se o deputado Roberto Costa (PMDB) ganhar a Bacabal, Filuca Mendes continue com a de Pinheiro, Magno Bacelar voltar para a de Chapadinha, Chico Coelho – se confirmar a candidatura – vença de novo em Balsas e Ildon Marques reassuma o comando de Imperatriz. Além de espaços que vier a conquistar nas urnas, o Grupo Sarney tem agora o argumento politicamente fortíssimo de que está de volta ao poder com o PMDB dando as cartas no Palácio do Planalto sob as ordens do presidente Michel Temer. Não há, portanto, como mensurar as possibilidades do Grupo nesta corrida eleitoral. Nem esquecer que os caciques do PMDB e do PV têm experiência de sobra para, mesmo numa situação adversa, acomodar as suas forças para movimentá-las no momento certo.

Em resumo: o rascunho do mapa político que será formado por três forças a partir de outubro, estas lideradas pelo governador Flávio Dino, pelo senador Roberto Rocha e pela ex-governadora Roseana Sarney, que responde pelo comando do Grupo. E são essas forças que confirmar ou refazer o desenho do mapa político do Maranhão em 2018.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Pesquisa Escutec ajusta a guerra de percentuais
ediweeli
Edivaldo Jr., Wellington do Curso e Eliziane Gama confirmados na dianteira pelo Escutec

A pesquisa Escutec publicada na edição de fim de semana de O Estado veio para colocar um pouco de ordem nessa seara onde transitam fontes de informação tão divergentes, tendo o Data M como o pomo de todas as discórdias nos bastidores da campanha. Os 35,8% de intenção de voto para o prefeito Edivaldo Jr. (PDT) parece um patamar razoável e coerente, à medida que sua campanha tem grande volume, está bem organizada, apresenta um discurso coerente e faz um apelo justo por mais um mandato. Os 26,3% encontrados em favor de Wellington do Curso (PP) parecem também um percentual ajustado ao seu desempenho de quem entrou para ocupar um espaço político pensando em passos futuros e acabou no epicentro da disputa como a grande ameaça ao favorito. Não há ainda como explicar a queda livre de Eliziane Gama (PPS), por isso ainda é cedo para se justificar os seus 11,5% na pesquisa Escutec.

O dado que parece consolidado até aqui – sujeito a mudança, é claro – é que haverá uma segunda volta, como dizem os portugueses. E nela Edivaldo Jr. leva a melhor com dificuldades sobre Wellington do Curso e com larga vantagem sobre Eliziane Gama.

Os 4.6% de Eduardo Braide (PMN), os 3,5% de Fábio Câmara, os 2,9% de Rose Sales (PMB), os 0,5% de Zéluiz Lago (PPL), os 0,5% de Cláudia Durans (PSTU) e os 0,4% de Valdeny Barros (PSOL), que nenhum deles aceita, estão dentro de todas as pesquisas.

Candidatos apostam nos debates
edufabio
Eduardo Braide e Fábio Câmara apostam alto nos debates da Mirante e da Difusora

Pode ser produção não articulada de um clima pelos candidatos, mas o fato é que Edivaldo Jr., Wellington do Curso, Eliziane Gama, Fábio Câmara e Eduardo Braide estão apostando todas as suas fichas nos debates da TV Difusora no dia 27 e da TV Mirante no dia 29. Os quatro primeiros querem fazer bonito no primeiro debate, na TV Difusora, no dia 27, que não contará com a participação de Eduardo Braide. Já para os cinco, o debate do dia 29 na TV Mirante, que abriu espaço para Braide, será decisivo e pode produzir alterações no cenário atual. Eliziane Gama, por exemplo, que confia no seu desempenho discursivo, acha que pode virar o jogo e colocar Wellington do Curso. O mesmo pensa Fábio Câmara, para quem o confronto verbal entre candidatos vai expor “a verdade”. Wellington sabe que será o alvo preferencial dos demais candidatos, mas aliados seus dizem que ele está se preparando para oque der e vier. Mesmo estando convidado para participar apenas do debate da TV Mirante, Eduardo Braide é o candidato mais animado como esse encontro. Em conversas informais, vem sugerindo a eleitores que não se decidam antes do debate. Garante que a composição do segundo turno não está definida ainda. Vale a pena aguardar.

 

São Luís, 17 de Setembro de 2016.

Candidatos usam horário na TV sem abrir espaço para figurões dos partidos declarar apoio e pedir votos

 

ausentes
Roseana Sarney, Flávio Dino, Waldir Maranhão, João Castelo e Sarney Filho: até aqui fora da campanha em S

A corrida para a Prefeitura de São Luís evolui quebrando uma das regras das disputas eleitorais no âmbito dos municípios: até aqui, nenhum dos candidatos a prefeito abriu espaço para que líderes dos seus partidos ou de agremiações que integram coligações se manifestem em seu favor e peçam aos eleitores que lhe deem seus votos. Até aqui, Edivaldo Jr. (PDT), Wellington do Curso (PP), Eliziane Gama (PPS), Eduardo Braide (PMN), Fábio Câmara (PMDB), Rose Sales (PMB), Zéluiz Lago (PPL), Cláudia Durans (PSTU) e Valdeny Barros (PSOL) fazem suas campanhas sozinhos, como se não contassem com um lastro político expressado por lideranças maiores das agremiações partidárias que os apoiam. O caso mais emblemático desse aspecto da campanha eleitoral é a caminhada solitária do pemedebista Fábio Câmara, que não conta com o apoio das personalidades graúdas do PMDB maranhense, a começar pela ex-governadora Roseana Sarney. Tal realidade dá um sentido diferente a esse embate eleitoral, à medida que o eleitorado focará sua atenção apenas no candidato, não se interessando por quem está por trás dessa candidatura.

Levando em conta o fato de que o tempo de campanha agora é menor e que o uso da TV, por exemplo, é mais restrito, o fato é que até agora, fora os candidatos, nenhuma estrela de primeira grandeza do universo partidário maranhense deu as caras na telinha para pedir votos para o  candidato que apoia. Essas personagens parecem querer distância dos candidatos ou os candidatos não as querem por perto, provavelmente avaliando que tal movimento pode causar desgastes, seja para o candidato, seja para quem o defender. Não há, em tempos recentes, uma disputa eleitoral em São Luís na qual candidatos e lideranças partidárias estejam tão afastadas como a que está em curso.

O prefeito Edivaldo Jr., por exemplo, faz uma campanha acompanhado apenas de assessores e candidatos a vereador, e é a estrela solitária do seu programa de TV. Até agora, o governador Flávio Dino (PCdoB), que para muitos é o seu mentor e padrinho político, não apareceu no horário eleitoral na TV para dizer o que pensa do candidato e reforçar, por exemplo, a parceria Prefeitura/Governo do Estado, impensável em governos anteriores, mas que de dois anos para cá se tornou possível e útil. Também não apareceram, por exemplo, o deputado federal Weverton Rocha, presidente do PDT no Maranhão e líder da bancada do partido na Câmara Federal, nem o poderoso e influente Márcio Jerry, presidente estadual do PCdoB e secretário de Estado de Articulação Política e Comunicação.

Wellington do Curso toca a campanha como se não tivesse partido nem aliados. Ninguém da sua agremiação partidária, o PP, até agora apareceu na sua propaganda. O presidente do PP no Maranhão, deputado federal André Fufuca, está de licença e resolveu embrenhar-se no interior dando suporte para outros candidatos do partido. O controvertido deputado federal Waldir Maranhão, atual 1º vice-presidente da Câmara Federal, foi simplesmente vetado pelo candidato, sob o argumento segundo o qual, ao invés de ajudar, pode atrapalhar. Não se sabe ainda se o senador Roberto Rocha, que patrocinou politicamente a aliança PP/PSB, indicando seu filho, o vereador Roberto Rocha Jr., como vice, vai participar da campanha pedindo votos na TV, mas até agora não há sinal de que isso acontecerá. Também o deputado federal José Reinaldo Tavares, ex-governador, não é lembrado na base de sustentação do candidato.

Eliziane Gama parece caminhar sem qualquer interesse nesse tipo de apoio. Na sua coligação, ela conta com o influente deputado federal João Castelo (PSDB), ex-governador e ex-prefeito da Capital, e da ex-prefeita Gardênia Gonçalves, também do PSDB e o também tucano vice-governador Carlos Brandão, mas nenhum ganhou espaço a seu lado da TV. E também o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, que é deputado federal, e o deputado estadual Adriano Sarney, dois expressivos avalistas políticos da sua candidatura por conta da aliança do PPS com o PV, provavelmente não ocuparão o horário da candidata da TV para pedir ao eleitorado que lhe dê a possibilidade de se eleger prefeita.

O candidato pemedebista Fábio Câmara é emblemático. Fora o senador João Alberto, que garantiu sua candidatura enfrentando a cúpula do PMDB e fez caminhadas com ele em bairros, Câmara não teve ainda, e provavelmente não terá nenhum figurão do PMDB na sua campanha. A estrela maior, Roseana Sarney, virou-lhe as costas e, segundo é corrente nos bastidores da corrida, está reunindo apoios para Wellington do Curso – irritado com a traição partidária, Câmara teria dito que não precisa do apoio da ex-governadora. O senador Edison Lobão e suplente Lobão Filho não só não o apoiam, como tinham clara simpatia pela candidata do PPS. É quase certo que Fábio Câmara fechará sua campanha na TV sem uma peça com o aval declarado dos líderes pemedebistas.

Os candidatos Eduardo Braide e Rose Sales não têm apoiadores graúdos e também não têm tempo para abrir-lhes espaço de apoio. Braide confia na sua competência e na sua história. Rose Sales, por sua vez, não têm grandes nomes no seu partido, mas recebeu duas importantes declarações de apoio à sua candidatura nas redes sociais, uma da ex-prefeita Conceição Andrade, e outra do ex-prefeito Tadeu Palácio. Vale anotar que, somados, os dois passaram 10 dos últimos 26 anos no comando do Palácio de la Ravardière, mas, curiosamente, não deixaram um legado político que os identifique como líderes.

Zéluis Lago é o próprio líder do seu partido. Cláudia Durans poderá abrir espaço para Marcos Silva, o líder maior do PSTU no Maranhão, ou para Zé Maria, o insubstituível chefe do partido que costuma aparecer na TV maranhense em tempos de campanha eleitoral. E, surpresa das surpresas, ontem, o candidato do PSOL, Valdeny Barros, abriu espaço para um líder sindical bradar contra os patrões e a burguesia.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Data M embala caminhada de Edivaldo Jr. na Vila Cotia
edivaldojr-1
Edivaldo Jr. ontem, em momento de euforia  na Vila Cotia

No embalo da pesquisa do Data M, que o mostra com 40,7% das intenções de voto contra 25,8% de Wellington do Curso e 7,8% de Eliziane Gama, com os demais candidatos somando 8,6% e tendo ainda 17,1% de nulos e indecisos, o prefeito Edivaldo Jr. desembarcou animado ontem na Vila Cotia e áreas adjacentes, onde foi recebido em clima de festa. Com um sorriso rasgado de ponta a ponta, o mandatário que busca a reeleição relaxou a segurança e se entregou a abraços, apertos de mão e a selfies. Liderou a caminhada “Todos com Edivaldo” com disposição redobrada, como quem tem na mão a chave para garantir vitória nas urnas em turno único. Saboreando a informação segundo a qual 62% dos entrevistados disseram acreditar que ele será vitorioso nas urnas. Motivos, portanto, não lhe faltavam para que esbanjasse com confiança. Menos de 48 horas tomar conhecimento de que o Ibope encontrara uma situação caminhando para um empate técnico entre ele e o candidato do PP, ser informado pelo Data M de que o quadro é bem diferente e muito favorável deu-lhe ânimo para intensificar a corrida. Na caminhada na Vila Cotia e adjacências, o prefeito mostrou disposição para contrariar prognósticos pessimistas indicar que pode, sim, vencer a eleição no primeiro turno.

Wellington apanha em coluna de Veja

wellington-feirante

Segundo destacado na corrida para a prefeitura de São Luís, Wellington do Curso continua sendo duramente alvejado por adversários. Ontem, çor exemplo, a coluna Radar, da revista Veja, publicou nota dando-lhe uma forte alfinetada. Misturando alho com bugalho e, por isso, gerando a suspeita de tal nota foi encomendada, a coluna informou que Wellington do Curso decidiu “esconder” o deputado Waldir Maranhão, de modo que ele não apareça na sua campanha. E acrescenta, com forte dose de veneno: “Quem conhece o candidato há mais tempo, n o entanto, diz que ele pode esconder o aliado, mas dificilmente poderá esconder o terreno grilado de 6.252 metros quadrados, localizado em área nobre de São Luís”. A nota acrescenta que Wellington do Curso está sendo processado pelo Estado, que quer o terreno de volta ao seu verdadeiro dono, o Fundo de Pensão e Aposentadoria do Maranhão. E conclui dizendo que diante do problema, o candidato do PP tenta vender o terreno or R$ 6 milhões. A nota de Veja alcançou Wellington do Curso durante uma animada visita que o candidato fez ontem à feira da Cohab, onde lembrou seu tempo de feirante, prometeu dias, melhores para quem trabalha nesta área e foi muito festejado por eleitores.

 

São Luís, 16 de Setembro de 2016.

 

 

Polarização entre Edivaldo Jr. e Wellington do Curso formata confronto entre Flávio Dino e Roberto Rocha em 2018

 

edinowelirocha
A disputa entre Edivaldo Jr. e Wellington do Curso é prévia da pela entre Flávio Dino e Roberto Rocha nas eleições gerais marcadas para  2018 para governador e senador

As informações sobre as tendências do eleitorado em relação aos candidatos a prefeito de São Luís, trazidas pela mais recente pesquisa Ibope, dizem com clareza que a disputa majoritária na Capital está polarizada, tendo de um lado o prefeito Edivaldo Jr. (PDT), com 37% das intenções de voto, e outro Wellington do Curso (PP), com 31%. Os dois somados detêm 68% das intenções de voto, restando 32% para serem distribuídos entre os seis outros candidatos e mais brancos, nulos e indecisos. Nesse cenário começa, de fato, a ser travada uma guerra política entre o governador Flávio Dino (PCdoB), patrono do prefeito, e o senador Roberto Rocha (PSB) e cunho desfecho acontecerá nas urnas de 2018. Essa polarização acontece na maioria dos grandes municípios, como é o caso de Imperatriz, para se ter apenas um exemplo, onde o embate para valer se dá entre a enfermeira Rosângela Curado (PDT), apoiada com toda força pelo governador Flávio Dino, e o empresário e deputado federal em exercício Ildon Marques (PSB), este lastreado pelo apoio assumido e determinado do senador Roberto Rocha.

Desde que Wellington do Curso recebeu o apoio do senador Roberto Rocha, e com ele a candidatura do vereador Roberto Rocha Jr. a vice-prefeito na sua chapa, o prefeito Edivaldo Jr. começou a sentir sobre os ombros um peso a mais na sua responsabilidade política em relação ao governador Flávio Dino. Já naquele momento, o prefeito pareceu ter entendido que haveria um ingrediente a mais e decisivo na disputa, e que, num plano mais abrangente, se daria entre o governador e o senador. Enquanto o prefeito do PDT e o deputado do PP se batem pelo comando da Prefeitura da Capital, o governador e o senador puxam um cabo de guerra para ver quem sairá das urnas de outubro mais cacifado para o grande embate de 2018.

Para o Palácio dos Leões, a disputa em São Luís está diretamente relacionada com as eleições gerais, e o resultado influenciará decisivamente na disputa pelo Governo do Estado – isso é demonstrado pelo esforço gigantesco de transformar o PCdoB num partido robusto. A mesma interpretação está sendo feita pelo gabinete do senador Roberto Rocha em Brasília. A reeleição do prefeito Edivaldo Jr. engordará expressivamente o cacife político e eleitoral do governador Flávio Dino, colocando o senador Roberto Rocha em situação nada confortável. Mas se, por outro lado, Wellington do Curso vier a vencer a eleição, o senador Roberto Rocha sairá das urnas fortalecido, com cacife para entrar no páreo de 2018 em condições de disputar o Governo do Estado. (O desfecho da eleição para a Prefeitura de Imperatriz produzirá o mesmo efeito, fortalecendo o governador se a eleita for Rosângela Curado (PDT) for eleita, mas embalando o senador Roberto Rocha se o vencedor nas urnas for o ex-prefeito e empresário Ildon Marques).

Por conta desse cenário, os bastidores do Governo entraram em estado de alerta máximo e devem acionar todos os recursos políticos ao seu alcance para embalar a candidatura do prefeito e distanciá-lo da ameaça agora representada nitidamente pelo candidato do PP. O problema é encontrar uma fórmula que estanque a candidatura de Wellington do Curso e, ao mesmo temo, turbine a caminhada do prefeito Edivaldo Jr.. E não será surpresa se a partir de agora o embate entre o prefeito e o deputado seja mais duro, pontual e marcado por estratégias bem engendradas. O staf de Edivaldo Jr. aposta que a reviravolta poderá ocorrer nos dois debates que marcarão o encerramento da campanha, o do dia 27 na TV Difusora e o do dia 29 na TV Mirante.

A impressão de muitos observadores atentos é que, se não houver um fato político excepcional e as posições de agora se mantiverem, o confronto eleitoral entre Edivaldo Jr. e Wellington do Curso no plano político será bem mais abrangentes do que um simples pleito por uma troca de guarda no Palácio de La Ravardière, por repercutirá – positiva ou negativamente -, com igual força, no Palácio dos Leões.

PONTO & CONTRAONTO

Fábio Câmara aposta nos debates
fabio-4
Câmara aguarda debates na TV

O candidato do PMDB à Prefeitura de São Luís, Fábio Câmara, vem dando demonstrações de que está satisfeito com a campanha que vem fazendo na TV, na qual bate forte, mas com elegância, no prefeito Edivaldo Jr.. Além disso, está apostando todas as suas fichas nos dois debates que encerrarão a campanha. Inteligente, dono de bom discurso e bem articulado, Câmara avalia que pode mudar muitos votos no confronto verbal que terá com Edivaldo Jr., Eliziane Gama e Wellington do Curso na TV Difusora, e com os mesmos três mais o candidato Eduardo Braide (PMN), considerado por muitos um bom nome para a Prefeitura, mas que por limitação de tempo na TV restringe sua campanha ao movimento de rua.

Eliziane quer gestão voltada para a sustentabilidade
eliziane-7
Eliziane: compromisso com a sustentabilidade

A candidata do PPS à Prefeitura de São Luís, Eliziane Gama formalizou ontem compromisso de lutar por uma cidade sustentável se chegar ao comando do Município.  O compromisso por uma cidade mais sustentável e preocupada com as questões ambientais foi feito por Eliziane Gama. Ela repete ato que protagonizou em 2012 quando, em campanha pela Prefeitura, também assinou a carta e firmou compromisso público de adotar medidas na sua gestão em prol da sustentabilidade em São Luís. Demonstrou, assim, preocupação de garantir melhor qualidade de vida para as gerações futuras da cidade. Além de firmar pacto pelo meio ambiente, a candidata do PPS firmou um documento em que se compromete a realizar projetos pela sustentabilidade: “Nós temos projetos para, por exemplo, fortalecer e ampliar as cooperativas de coleta de resíduos sólidos. Além disso, vamos implantar a coleta seletiva de lixo, em prédios públicos e em parceria com as cooperativas de catadores”, disse. Ela reafirmou que um dos seus compromissos será a implantação do programa Câmbio Verde e promoção de campanhas de conscientização, especialmente nas escolas. Eliziane também fará a reavaliação da logística de coleta dos serviços de limpeza pública. E garantiu: “Faremos uma gestão voltada para o povo e preocupada com as futuras gerações. Uma gestão democrática e que transformará a cidade de São Luís”.

 

São Luís, 15 de Setembro de 2016.

Ibope: Edivaldo Jr. e Wellington do Curso se isolam na frente, Eliziane Gama desaba e fortalece tendência de dois turnos.

 

dupla-1
Edivaldo Jr. e Wellington do Curso caminham para dois turnos

Se os números do Ibope, divulgados ontem à noite pela TV Mirante,   estiverem corretos, a corrida para a Prefeitura de São Luís deu uma guinada radical na direção da imprevisibilidade. Eles confirmam a tendência de polarização entre o prefeito Edivaldo Jr. (PDT), está na frente com 37% na preferência do eleitorado, e Wellington do Curso (PP), que chegou a 31%  sem ninguém para ameaçá-lo, já que o terceiro colocado, Eliziane Gama (PPS), despencou de vez e agora tem apenas 10% das intenções de voto, na mais espetacular inversão de posições que se tem notícia em disputas recentes para a Prefeitura de São Luís. Segundo a pesquisa, Eduardo Braide (PMN) tem 3%, Fábio Câmara (PMDB), alcançou 3%, Rose Sales (PMB) apareceu com 2% e Zéluiz Lago (PPL), Valdeny Barros (PSOL) e Claudia Durans totalizam 3%. Esse quadro de percentuais indica ser praticamente inevitável a realização de um segundo turno, no qual Wellington do Curso venceria a Edivaldo Jr. com 44% contra 42% dos votos. A pesquisa do Ibope, cuja margem de erro é de três pontos percentuais, acendeu a luz amarela no QG do prefeito Edivaldo Jr., que vinha se movimentando com relativa facilidade depois de tirar Eliziane Gama do páreo, e deve causar uma reorientação geral na estratégia de campanha.

Poucas vezes uma corrida eleitoral para o Palácio de la Ravardière produziu tantas surpresas no sobe e desce dos candidatos. Há quatro meses, poucos se arriscaram a prever que Eliziane Gama, então com 50% das intenções de voto, portanto franca favorita, não seria eleita já no primeiro turno ou, pelo menos, seria a adversária do prefeito Edivaldo Jr. numa segunda rodada.  De lá para cá, Eliziane entrou em queda livre, ao mesmo tempo dramática e espetacular, que a trouxe para instáveis 10%, com sério risco de cair ainda mais, que na margem de erro pode significar até 13% ou até 7%. Situado na segunda colocação, Edivaldo Jr. iniciou um processo de crescimento seguro, que o trouxe ao patamar de 37%, assumindo a liderança com uma margem de ganho que seria relativamente segura não fosse o “fator” Wellington do Curso, que de azarão sem futuro, construiu uma trajetória situando-se entre Edivaldo Jr. e Eliziane Gama, produzindo dois efeitos determinantes para o futuro da disputa. O primeiro: tornou-se uma séria ameaça ao prefeito Edivaldo Jr.; segundo: tirou Eliziane Gama do páreo, deixando-a praticamente sem condições de esboçar qualquer reação.

A escalada de Edivaldo Jr. e de Wellington do Curso nada tem a ver uma com a outra. O prefeito se credenciou para pleitear o segundo mandato. Já o candidato do PP entrou na briga sem lenço e sem documento, num movimento cujo objetivo era se manter ativo no cenário político, provavelmente avaliando que uma participação nessa guerra no município lhe daria suporte para pleitear a reeleição de deputado estadual. Edivaldo Jr. faz uma campanha dinâmica, fazendo caminhadas e carreatas e exibindo na TV uma campanha inteligente, de balanço de gestão, e fazendo propostas para um segundo mandato.  Wellington do Curso começou sem norte bem definido, mas focado no que ele entendeu serem deficiências do governo municipal, seguiu em frente, ajustando o tom e acrescentando contundência em cada ataque ao prefeito Edivaldo Jr., pagando, ao mesmo tempo, preço alto pela ousadia.

A corrida à Prefeitura de São Luís não chegou ao final e, neste momento, ninguém pode ainda cantar vitória. Faltam ainda duas semanas de campanha, e nesse período dos eventos que costumam ter influência decisiva nas disputas em São Luís: os debates na TV – dois estão programados, um no dia 27 na TV Difusora e outro no dia 29 na TV Mirante. Esses dois embates verbais serão uma espécie de tira-teima entre o prefeito e o candidato do PP, que além de se enfrentarem, terão de dar conta também dos outros dois debatedores, no caso Eliziane Gama e o Fábio Câmara (PMDB), que será o quarto nome dos debates por conta da força do seu partido na Câmara Federal. Os dois irão para os estúdios com faca nos dentes. Fazer ou dizer besteira diante das câmeras, ao vivo e a cores, pode representar uma sentença  dura.

Em tempo: o Ibope ouviu  805 eleitores entre os dias 10  e  13  de setembro. A margem de erro é de  três pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral da Maranhão (TRE-MA) sob o número  MA-00239/2016.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

E s p e c i a l

Documentário sobre Haroldo Tavares motiva candidatos a prefeito
haroldo-tavares
Haroldo Tavares e o rascunho do Anel Viário de São Luís

É pouco provável que algum evento ocorrido durante a campanha para a Prefeitura de São Luís tenha sido tão interessante e produtivo para os candidatos a prefeito do que a exibição, ontem, do documentário “Haroldo, o que ousou sonhar”, por meio do qual o produtor e diretor Joaquim Haickel resgatou a trajetória do genial engenheiro maranhense formado na Europa e dotado de uma bagagem cultural erudita Haroldo Tavares, que revolucionou a estrutura urbana e a cultura popular de São Luís entre o final dos anos 60 e meados dos anos 70 do século passado, quando foi secretário de Viação e Obras Públicas do Governo José Sarney e, em seguida, prefeito de São Luís no Governo Pedro Neiva. Iniciativa do presidente da Academia Maranhenses de Letras, Benedito Buzar, o evento aconteceu no auditório da instituição cultural com a presença de Eliziane Gama, Wellington do Curso, Fábio Câmara, Zéluiz Lago, Eduardo Braide, Rose Sales e Valdeny Barros – Edivaldo Jr. e Claudia Durans ignoraram o convite .

Os aspirantes ao assento principal do Palácio de la Ravardière assistiram a uma verdadeira aula sobre como deve atuar o prefeito de uma cidade do tamanho e da importância como São Luís. Viram a atuação de um gigante precursor do planejamento, que enxergava muito na frente do seu tempo e que foi chamado de visionário em alguns momentos, mas que se eternizou como um realizador sem par. O filme de 90 minutos mostra o Haroldo Tavares real, o gestor sem barreiras, o técnico excepcional e o chefe municipal vibrante, apolítico, obcecado pelo trabalho e pela ideia – para ele uma espécie de princípio – de dar sentido social mais amplo possível ás obras públicas, e que brigava tanto por suas ideias e projetos e que não admitia fracassos.

Haroldo Tavares iniciou sua curta e brilhante trajetória pública aos 33 anos, como secretário de Viação e Obras, convidado pelo então governador José Sarney, então um jovem de 35 anos e líder maior daquela geração que rompeu com o atraso e abriu os caminhos para colocar o Maranhão na modernidade, e que lhe deu carta branca para agir. Daí nasceram ações fundamentais, como a barragem do Bacanga e, depois, o Anel Viário, já como prefeito no Governo Pedro Neiva – duas obras sem as quais São Luís seria uma cidade de trânsito caótico.

Haroldo Tavares deixaria ainda um legado imensurável na área da cultura popular. Como prefeito, ele derrubou as cercas do preconceito e garantiu, por exemplo, que o Bumba-Boi, então um folguedo que só brincava em bairros, se apresentasse em áreas do centro da cidade e assumisse, de fato, a manifestação-símbolo da cultura popular do Maranhão. E na esteira do Boi avançaram o tambor de crioula, Divino, dança do coco e outras manifestações. Ao conceber o Anel Viário de São Luís, conciliou perfeitamente dois objetivos: descongestionar o trânsito e preservar o Centro Histórico.

Rico em imagens da época em que Haroldo Tavares atuou como secretário e como prefeito no desafio de concretizar as obras de infraestrutura que transformaram São Luís numa cidade que, após séculos de estagnação,  arremedos e puxadinhos, entrou definitivamente no conceito moderno de planejamento urbano, o documentário ganha peso com depoimento e impressões de quem conviveu com ele e participou da sua rápida, mas definitiva participação na vida da cidade, como José Sarney, que lhe abriu as portas e o incentivou, e membros de sua equipe e apoiadores, como Américo Azevedo Neto, Jaime Santana, Luis Raimundo Azevedo,  Bento Moreira Lima, Benedito Buzar e Haroldo Randeau (?). E o forte e comovente depoimento do próprio Haroldo Tavares, já doente, mas firme e lúcido.

Os candidatos a prefeito a que foram à Academia não esconderam seu contentamento por participar de um evento em que beberam lições de planejamento urbano na fonte mais decente e produtiva. Tanto que todos fizeram questão de agradecer a iniciativa. E muito provavelmente cada um saiu da Casa de Antonio Lobo planejando se tornar um Haroldo Tavares para a São Luís do presente.

Em tempo: registrar que na direção do documentário “Haroldo, o que ousou sonhar”, Joaquim Haickel contou com o apoio de Luiz Fernando Silva e João Ubaldo Moraes, todos craques na arte de produzir e organizar imagens.

 

São Luís, 14 de Setembro de 2016.

Em segundo na corrida, Wellington do Curso vira alvo de denúncias e diz que já esperava, “mas não tanto”

 

wellington-05
Wellington do Curso: o caixão de pancada da vez na corrida eleitoral

A corrida para a Prefeitura de São Luís saiu da fase inicial e mais branda para entrar na reta decisiva na qual os candidatos parecem estar deixando o embate civilizado para entrar no período cinzento do vale-tudo ao longo do qual a regra que se impõe é a “do pescoço para baixo tudo é canela”. Nesse contexto, o alvo sob ataque é o candidato do PP, Wellington do Curso, por estar na segunda colocação, credenciando-se para forçar um segundo turno e disputar a rodada final com o prefeito Edivaldo Jr. (PDT), que lidera a corrida até aqui em curva crescente, e com folga razoável que algumas avaliações técnicas sugerem ser possível liquidar a fatura no dia 2 de outubro, em um só turno. Wellington do Curso virou agora o candidato que todos os demais querem inviabilizar, por estar, como o prefeito Edivaldo Jr., surfando numa onda em crescimento constante, ao contrário dos demais, que estão tentando se equilibrar numa onda em queda ou em pranchas que não saem do lugar. O fato é que as acusações de “incompetência” e “despreparo” estão ficando para trás, cedendo lugar a denúncias que colocam em xeque o lastro moral e ético de candidatos atacados.

Desde que alcançou o segundo lugar no trio em que, juntamente com Edivaldo Jr. e Eliziane Gama, candidata do PPS, que caiu do primeiro para o terceiro lugar, Wellington do Curso virou o caixão de pancadas da vez. Primeiro veio circulou nas redes sociais uma montagem grosseira e moralmente ofensiva; em seguida a denúncia segundo a qual sua empresa, conhecida como Curso Wellington, estaria envolvida com sonegação de impostos, respondendo inclusive a processo movido pelo Fisco estadual. Agora, ganha volume e força a acusação de que o candidato do PP teria ocupado, cercado e posto à venda por R$ 6 milhões terreno pertencente ao Estado na área do Sítio Santa Eulália. A agressão não se sustentou. A pecha de sonegador ganhou status de verdade quando o próprio candidato reconheceu que o problema existe e está sendo negociado com a fazenda estadual, e refutou o carimbo de driblador do Fisco.

O suposto grilo no Sítio Santa Eulália também ganhou peso de verdade porque tramita na Justiça ação por meio da qual da Procuradoria Geral do Estado tenta devolver a área ao patrimônio público e não ao empresário Wellington do Curso. Sobre o caso, o candidato PP ainda não ofereceu explicação convincente, preferindo recorrer à ironia: “Não adianta, o povo quer…” Só que numa campanha eleitorado o eleitor sempre espera explicações, manifestando decepção quando o acusado tenta passar ao largo e deixar a pergunta sem resposta. Com o candidato Wellington do Curso não será diferente.

Ataques à parte, o fato é que Wellington do Curso vem surpreendendo, segundo demonstraram até aqui as pesquisas que têm medido as preferências do eleitorado. Ele saiu do patamar de um dígito para o de dois, alcançando e ultrapassando a candidata do PPS e avançando na direção do prefeito e candidato à reeleição. A diferença é que Eliziane Gama não conseguiu até agora sair da curva de queda, enquanto Edivaldo Jr. continua embalado pela curva de crescimento, o que lhe assegura manter distância do candidato do PP. Wellington do Curso faz uma campanha “do tostão contra o milhão”, do “Davi contra Golias”, na qual vende também a história do jovem pobre que venceu na vida pelo trabalho e que entrou na política sem padrinho. Por mais controvérsia que possa haver, são todos traços de uma caminhada marcada pela coragem e pela ousadia, e que tem dado certo, porque envolve uma palavra-chave no Brasil atual: superação.

Movimento de luta pelo poder, a campanha eleitoral é implacável e não poupa os fracos. Se um candidato “tem rabo escondido”, como se diz no sertão, cedo ou tarde isso vem à tona – com um detalhe fundamental: ninguém escapa. Com Wellington do Curso não será diferente. Resta saber se ele está mesmo preparado para sustentar o segundo lugar – que alcançou fazendo uma pré-campanha embalado pelo uso das redes sociais e por aliados na blogosfera – ou vai capitular na hora mais verdadeira da peleja entes da votação: os debates. Se se sair bem, consolidará o seu credenciamento para seguir em frente; se não der conta do recado poderá pagar um preço salgado.

Em tempo: ontem, o candidato do PP foi entrevistado pelo jornalista e blogueiros Gilberto Leda e deu explicações para as acusações de sonegação fiscal e grilo em terra do Estado.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Deputados comemoram a cassação de Eduardo Cunha
biralino
Bira do Pindaré e Othelino Neto comemoraram a cassação de Eduardo Cunha como ato de justiça

A cassação do mandato do ex-presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pelo impressionante placar de 450 a favor e 10 contra não causou maior impacto na Assembleia Legislativa, salvo pela manifestação dos deputados Bira do Pindaré (PSB) e Othelino Neto (PCdoB), que abordaram o assunto em discursos de tom comemorativo.

O deputado socialista definiu a votação da Câmara Federal na noite de terça-feira como “um momento ímpar da História do Brasil”. Lembrou que o momento simboliza a luta do povo brasileiro contra a corrupção, mas que também é o desfecho de um período em que a democracia brasileira foi afrontada e experimentou momentos de retrocesso, como o do afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) num processo para muitos ilegal e injusto. “Considero esse um feito importante porque nós sabemos o quanto isso representa para o nosso país, que atravessa infelizmente um período de retrocesso na democracia, nos direitos sociais e de uma enorme crise econômica devido a um golpe parlamentar. Portanto, agora foi o ‘Fora Cunha!’, o próximo passo será ‘Fora Temer!’. E nós estaremos juntos!”, desabafou o parlamentar.

O deputado estadual Othelino Neto (PCdoB) também definiu como histórica a sessão de segunda (13) e a histórica votação que cassou o mandato do ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB). Segundo ele, apesar de marcante, a decisão foi tardia, pois se passaram 314 dias para que os parlamentares concluíssem o processo mais longo de cassação do país. “Nós ficávamos, todos os brasileiros, todos os cidadãos de bem, constrangidos com a Câmara, tanto tempo presidida por um sujeito desqualificado, como o agora ex-deputado Eduardo Cunha, que envergonhou o parlamento brasileiro, a classe política e fez com que piorasse o conceito geral dos políticos no país”, disse o deputado do PCdoB.

O deputado Othelino Neto, que é o 1º vice da Assembleia Legislativa, Eduardo Cunha se comportou tão mal como agente público que conseguiu contaminar não só a sua própria imagem, mas também estender a descrença à política de forma geral. Othelino disse que, além de envergonhar o país, Eduardo Cunha coordenou um complô na Câmara dos Deputados para afastar a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), que, com seus problemas e uma série de dificuldades que o país enfrenta, foi eleita pelo povo, o único que poderia tirá-la do governo. “O Eduardo Cunha virou uma espécie de assombração e serviu ao esquema daqueles que queriam fazer chegar à Presidência da República quem não foi votado para tal função e, assim que cumpriu aquela missão, foi abandonado por praticamente todos aqueles que, até o cumprimento da missão de comandar a votação do impeachment, estavam lá do lado dele como se fossem diletos amigos”, assinalou o parlamentar. E acrescentou: “Bem feito para ele, que pensava que tinha uma série de amigos ao seu lado, que estariam com ele depois que cumpriu a missão de liderar a abertura do processo de impeachment contra a presidente da República”.

 

Candidatos devem beber em fonte saudável

Todos os candidatos a prefeito foram convidados formalmente pela Academia Maranhense de Letras para assistiram hoje, às 16 horas, a um documentário sobre São Luís sob a gestão do engenheiro Haroldo Tavares, considerado por muitos o melhor prefeito de São Luís até aqui. O filme, produzido pelo escritor e ex-deputado Joaquim Haickel, mostra a obra de Haroldo Tavares e oferece inestimáveis lições de planejamento urbano, assunto no qual foi um dos craques do País. O presidente da Academia, Benedito Buzar, organizador do evento, convidou a todos os candidatos a prefeito e espera que compareçam, por acreditar que “beber” um pouco numa fonte como Haroldo Tavares será extremamente saudável para eles e para a cidade.

 

São Luís, 13 de Setembro de 2016.

 

Eduardo Cunha foi cassado com 16 votos de deputados maranhense, entre eles Waldir Maranhão, que fora um dos “seus”

 

cunha-4
Eduardo Cunha: cassação termina uma era de arrogância, prepotência e esperteza que dominou a Câmara Federal e impressionou a País

 

Com os votos favoráveis de 16 dos 18 integrantes da bancada maranhense – Aluízio Mendes (PRTB), Cléber Verde (PRB), Davi Alves Jr. (PR), Hildo Rocha (PMDB), Hildon Marques (PSB), João Castelo (PSDB), José Reinaldo Tavares (PSB), Juscelino Filho (DEM), Pedro Fernandes (PTB), Eliziane Gama (PPS), Victor Mendes (PV), João Marcelo (PMDB), Waldir Maranhão (PP), Weverton Rocha (PDT), Rubens Jr. (PCdoB) e Zé Carlos (PT) -, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB), ex-presidente da Câmara dos Deputados, foi cassado ontem às 23h50m, por 450 votos dos 469 deputados que compareceram à sessão. Apenas 10 deputados votaram a seu favor e nove de abstiveram, entre estes últimos, o maranhense Alberto Filho (PMDB), que foi muito próximo do ex-presidente da Câmara, que o incluiu na sua tropa de choque. Também um representante do Maranhão, deputado Junior Marreca (PEN), não compareceu à sessão – o Estado de S. Paulo informa que o procurou durante o fim de semana, mas não conseguiu descobrir seu paradeiro, antecipando sua ausência. A votação também derrubou um factoide segundo o qual o deputado federal Ildon Marques votaria a favor de Cunha atendendo à pedido do deputado licenciado André Fufuca, também apontado como um dos homens de ouro da tropa de choque do agora ex-deputado.

Com a cassação, Eduardo Cunha também perdeu os direitos políticos até janeiro de 2027, o que significa dizer ele está banido da vida política do País por uma década, com a possibilidade concreta de passar esse período ou mais tempo na cadeia se ficar comprovada pelo menos uma das oito falcatruas pelas quais responde na Justiça.

Tecnicamente, Eduardo Cunha foi cassado por mentir para a CPI da Petrobras, quando ali depôs em marco de 2015 sob a acusação de haver praticado inúmeros atos de corrupção e remetido milhões de dólares para o exterior. Mas na verdade sua cassação se deu pelo “conjunto da obra” – corrupção, abuso de poder como presidente da Casa, manipulação de votações, chantagem explícitas a governantes e a partidos, numa sede incontrolável de poder. No depoimento, ele negou ele negou ter “qualquer tipo de conta” no exterior, mas uma série de revelações feitas nos meses seguintes sobre seus esquemas, entre elas a de que tinha dinheiro na Suíça, o desmascararam. Um dos mais longos da história da Câmara Federal, o processo aberto em 3 de novembro de 2015 no Conselho de Ética, que culminou na sua cassação ontem, durou 314 dias. Nesse período, Eduardo Cunha usou e abusou dos poderes que concentrava como presidente da Câmara Federal e da sua inteligência para procrastinar o andamento do processo com chicanas e manobras as mais diversas.

Chamado ontem de “bandido” e de “mafioso” em discursos que defenderam sua cassação, Eduardo Cunha vai entrar para a História como o principal responsável pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PP), pois foi ele quem, com o presidente da Câmara, aceitou o pedido de impeachment presidencial depois que o PT lhe negara os três votos que ele precisava para de safar no Conselho de Ética. Sua vingança resultou no impeachment há duas semanas da presidente. Ontem, sentiu o sabor amargo do abandono ao ver o atual 1º vice-presidente da Câmara, deputado maranhense Waldir Maranhão, que fora um dos mais destacados membros da sua tropa de choque, votar sem titubear pela sua cassação.

Agora sem mandato, Eduardo Cunha terá de enfrentar dois processo e seis inquéritos que correm contra ele na Justiça, todos acusando-o de ser beneficiário de milhões e milhões de dólares saídos de esquemas de desvio de dinheiro público, a começar pelo mega esquema de corrupção na Petrobras. Há quem diga que o ex-todo-poderoso presidente da Câmara Federal tem munição armazenada suficiente para derrubar também o presidente Michel Temer caso decida fazer uma delação premiada e contar tudo o que sabe sobre esquemas de corrupção.

PONTO & CONTRAPONTO

Candidatos a prefeito terão “encontro” com um mestre
haroldo-tavares
Haroldo Tavares e o traçado do Anel Viário, obra urbana que transformou São Luís e abriu caminho para a cidade

Os candidatos a prefeito de São Luís terão amanhã uma oportunidade ímpar de assistir a uma aula de planejamento urbano com um dos mais geniais gestores que já passaram pelo Palácio de la Ravardière: o ex-prefeito Haroldo Tavares, já falecido. E essa oportunidade será proporcionada nesta quarta-feira, às 16 horas, por uma das instituições que, em princípio, não tem muito a ver com essa temática: a Academia Maranhense de Letras (AML). Surpreendente, não? Pode ser, mas o fato é que o presidente da instituição, historiador e jornalista Benedito Buzar, conseguiu cópia de um depoimento em que Haroldo Tavares fala sobre planejamento urbano. Um documento raro e do qual os candidatos a prefeito de São Luís, todos jovens, podem colher lições de importância fundamental para organizar com eficiência áreas urbanas problemáticas. Para quem não se lembra, Haroldo Tavares foi prefeito de São Luís no início dos anos 70. Sua administração foi arrojada e transformadora, sendo sua obra mais visível o que Anel Viário, que resultou no chamado Aterro de Bacanga, que começa no final da Avenida Beira Mar, passa pelo Papódromo avança pela Avenida Vitorino Freire, alcança a Camboa e complete na outra ponta da Beira Mar. Uma obra de fundamental importância, porque interligou o Centro de São Luís a todas as regiões da cidade, descongestionando a área central da cidade. Na avaliação de Benedito Buzar, que publicou, na virada do século, encartado em O Estado do Maranhão, um volumoso encarte no qual estão relacionados todos os prefeitos da Capital do século passado, Haroldo Tavares é o grande nome do planejamento urbano no Maranhão até aqui. Daí acreditar que esse “encontro” dos candidatos a prefeito com o ex-prefeito  pode ser uma boa contribuição o planejamento futuro da cidade. O presidente da AML mandou convite a todos os candidatos. E está entusiasmado com a iniciativa.

José Reinaldo articula frente por Alcântara
jose-reinaldo-2
José Reinaldo: cria Frente por Alcântara

O deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB) está articulando a formação de uma Frente Parlamentar de Defesa de Alcântara com o objetivo de atrair investimentos no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). O anúncio foi feito ontem, no plenário da Câmara Federal, pelo deputado federal Pedro Fernandes (PTB), que declarou apoio incondicional ao projeto do ex-governador. O objetivo da Frente Parlamentar é funcionar como força incentivadora no sentido de incrementar o desenvolvimento do CLA como referência mundial em lançamento de foguetes que levem satélites à órbita da terra, sob o argumento de que Alcântara tem condições geográficas especiais, que entre outras vantagens, proporciona uma queda de custo, para o lançamento de foguetes. José Reinaldo e Pedro Fernandes defendem que, diante do fracasso do acordo com a Ucrânia, que mergulhou numa situação de guerra civil, o Brasil reveja urgentemente sua política de exploração espacial superando a restrição, por exemplo, aos Estados Unidos, que tem manifestado interesse em rediscutir o acordo que foi rejeitado o final do Governo FHC. Os argumentos do deputado José Reinaldo, apoiados pelo deputado Pedro Fernandes, ao qual deve se associar pelo menos a maioria da bancada maranhense, que deve integrar a Frente Parlamentar em defesa do programa espacial e o fortalecimento do Centro de Lançamento de Alcântara.

 

São Luís 13 de Setembro de 2016.

Quadro do momento: Edivaldo Jr., Luis Fernando, Domingos Dutra e Talita Laci lideram a corrida em São Luís, São José, Paço e Raposa

 

Os quatro municípios da Ilha de Upaon Aço, onde estão quase 1 milhão de eleitores estão transformados em campos de batalha pelo voto. Dessa medição de força política sairão os escolhidos pela maioria do eleitorado para comandá-los. E pelo cenário desenhado até aqui, candidatos apoiados pelo Palácio dos Leões estão liderando a corrida, o que, confirmada a tendência, engordará expressivamente o cacife político do governador Flávio Dino (PCdoB). Neste momento, o cenário é o seguinte:

trinca-1
Edivaldi Jr., Wellington do Curso e Eliziane Gama isolados na frente da corrida em São Luís

São Luis: a Prefeitura é disputada por Edivaldo Jr. (PDT), que lidera a coligação “Pra seguir em frente”, formada por 13 partidos; Wellington do Curso (PP) “Por amor a São Luís”, com cinco partidos; Eliziane Gama (PPS) da coligação “São Luís de verdade”, com nove partidos nove partidos; Eduardo Braide (PMN), Fábio Câmara (PMDB) “Coragem pra fazer” – dois partidos, Rose Sales (PMB), Zéluiz Lago (PPL), Claudia Durans (PSTU), Valdeny Barros (PSOL). Mas a disputa está concentrada nos três primeiros, estando o prefeito Edivaldo Jr. na frente com folga razoável, de modo que muitos o apontam com possibilidade concreta de vencer a parada em turno único. Não há, porém, unanimidade em relação a essa tendência. É que as pesquisas estão encontrando cenários distintos, gerando assim uma situação de completa incerteza para o desfecho da corrida, de modo que neste momento a impressão geral é a de que o quadro da disputa é imprevisível. No momento, as pesquisas dizem que que no ritmo em que vai ampliando sua margem, o prefeito Edivaldo Jr. poderá liquidar a fatura em turno único, mas também poderá enfrentar um duro e perigoso segundo turno com o candidato Wellington do Curso,  que é a grande novidade do momento,ou, em caso remoto, com Eliziane Gama, se ela reagir, já que os demais candidatos não dão sinais de que estão em condições de brigar para mudar o curso da campanha e alterar o cenário desenhado até aqui.

luis-fernando-2
Luis Fernando sem adversário em São José

São José de Ribamar vive uma situação absolutamente especial nestas eleições, com a possibilidade de o ex-prefeito Luis Fernando Silva (PSDB), que lidera uma coligação de 20 partidos, poderá vencer a eleição sem ter um adversário, um processo no qual apenas um voto o fará prefeito da Cidade do Padroeiro pela terceira vez. Tal enredo se formou e consolidou porque o único candidato que se apresentou, o ex-prefeito Julinho Matos (PMDB) teve sua candidatura impugnada por estar na relação dos políticos ficha suja. Com o apoio do partido, Julinho Matos recorreu, mas a Justiça Eleitoral ainda não se pronunciou sobre o recurso, o que causa no meio político a forte impressão de que ele dificilmente reverterá essa situação. A se confirmar essa possibilidade, o PMDB poderá ter dois caminhos: indicar um novo candidato ou jogar a toalha e dar a eleição de bandeja para Luis Fernando Silva.

paço do lumiar
Dutra lidera , seguido de Aroso e Sobreira na corrida pelo voto  em Paço do Luniar

Em Paço do Lumiar, a corrida está animada pela participação de seis candidatos: Domingos Dutra (PCdoB) liderando a coligação “Vai dar certo”; Gilberto Aroso (PRB) com a “Vontade de todos”; o prefeito Josemar Sobreiro (PSDB) à frente da “De novo trabalhando pelo povo”; Inaldo Pereira (PPL) puxa a “Renova Paço”; Raimundo Filho (PT) pela “Unir para reconstruir”, e Moraes Maninho (PCB) dirigindo a “Com a força do povo”. Até aqui, todas as pesquisas disseram que o ex-petista que se converteu ao  comunismo Domingos Dutra, que tem o apoio determinado do Palácio dos Leões e o aval pessoal e direto do governador Flávio Dino, lidera a corrida com alguma folga, indicando que essa tendência dificilmente será revertida. Seu principal adversário, o ex-prefeito Gilberto Aroso (PRB), foi condenado por desvios administrativos e teve a candidatura impugnada, reagiu recorrendo e agora aguarda a palavra final da Justiça. O prefeito Josemar Sobreiro, que vinha se mantendo discreto, decidiu colocar seu bloco nas ruas e tem dito e repetido que vai reverter o quadro e vencer a eleição. Mas até aqui todos os ventos estão soprando a favor de Domingos Dutra.

talitaeudesocileia
Talita Laci na frente ; Eudes Barros e Aciléia Parapíba brigam pelo segundo na corrida eleitoral pelo comando de Raposa

A disputa em Raposa é travada por Talita Laci (PCdoB), com a coligação “A esperança vai vencer”; Eudes Barros (PR) com “Por uma Raposa para todos nós”; Ociléia Paraíba (PRB) liderando a “Raposa para todos”, e Maurício Almeida (PSB) com “Raposa o futuro é agora”. Todas as pesquisas feitas até agora apontam para a vitória de Talita Laci cujo cacife engordou muito com o aval direto e sem rodeios do Palácio dos Leões e, pessoalmente, do governador Flávio Dino. Uma possibilidade de, pelo menos, brecar a vantagem da comunista foi uma proposta de união dos candidatos Eudes Barros e Ociléia Paraíba, mas as divergências ali estão tão acirradas que a proposta não vingou. Ociléia está levando a melhor sobre Eudes Barros, mas nem de longe ameaça o favoritismo da candidata do PCdoB. Cristão novo na seara raposense, Maurício Almeida Silva não tem chance disputar o cargo para valer.

É esse o cenário que domina a Ilha de Upaon Açu neste momento, todo favorável ao projeto político do governador Flávio Dino.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Números para colocar a corrida nos eixos

Em meio a grande polêmica sobre os números trazidos pelas pesquisas divulgadas na sexta-feira, especialmente os da Data M, que mostrou um cenário de turno único favorável ao prefeito Edivaldo Jr., o resultado do levantamento feito pelo Escutec, publicados por O Estado na sua edição de final de semana, que começou a circular no sábado, vieram para colocar nos trilhos o vagão desgovernado dos percentuais. Pelo Escutec, o prefeito Edivaldo Jr. aparece com 33,5% das intenções de voto, nada menos que 11 pontos sobre o segundo colocado, Wellington do Curso, que recebeu 22,3%, e da candidata Eliziane Gama com 15,8%. Os demais candidatos apareceram nas seguintes posições: Eduardo Braide (4,5%), Fábio Câmara (3,8%), Rose Sales (2,3%), Zéluis Lago (1%), Claudia Durans (0,5%)n e Valdeny Barros (0,1%). Dados importantes: 8,1% dos entrevistados disseram que não votam em nenhum dos candidatos, e 8,3% responderam que estão indecisos.

Movimentos não explicados

A pesquisa Escutec, a segunda de uma série iniciada no dia 4 de setembro confirma o dado mais importante desse momento da campanha: a surpreendente e até agora inexplicada queda de Eliziane Gama para o terceiro lugar e a também inexplicada até aqui ascensão de Wellington do Curso para o segundo lugar. Importante também o fato de que nenhum dos candidatos do segundo bloco reagiu, permanecendo com todas as suas oscilações dentro da margem de erro. Se os números dessa pesquisa estiverem corretos, o desfecho da corrida para a prefeitura de São Luís será darás por meio de um segundo turno renhido, de resultado absolutamente imprevisível, embora as simulações indiquem que o prefeito Edivaldo Jr. levaria a melhor se a eleição fosse hoje.

 

São Luís, 10 de Setembro de 2016.

Pesquisas e campanha equivocada confirmam o mau momento de Eliziane Gama na corrida eleitoral em São Luís

 

eliweledi
Eliziane Gama com Marina Silva (de azul) e Heloísa Helerna (de branco) em caminhada na Rua Grande; Wellington do Curso em carreata e Edivald Jr. também em caminhada

Esse parece não ser mesmo o momento da deputada federal Eliziane Gama, candidata do PPS à Prefeitura de São Luís. Ela começou a corrida eleitoral como franca-favorita, com mais da metade das intenções de voto nas pesquisas feitas há certa de seis meses, mas desde a definição das outras candidaturas vem sofrendo um processo de emagrecimento eleitoral sem paralelo que, segundo levantamento do Data M divulgado ontem, a teria encontrado no humilhante patamar de um dígito só, com esquálidos 7,9% das intenções, perdendo feio para Edivaldo Jr. (PDT), que  estaria folgado com 39,6%, e de Wellington de Curso, que agora navegaria sobre 23,7%. A dramática situação da candidata do PPS reflete seus erros na articulação partidária – que a levou a fechar com o PSDB e ampliar sua coligação com o PV, o mais jovem braço do Grupo Sarney -, no envolvimento meio confuso com a Rede de Marina Silva, e se acentua com  sua equivocada campanha no rádio e na TV. Na pesquisa Data M, Eduardo Braide (PMN) estaria com 3%, Fábio Câmara (PMDB) com 2,2%, Rose Sales (PMB) com 1,8%, Claudia com 1,2%, Zéluiz Lago (PPL), com 0,8% – Valdeny Barros (PSOL) não teria pontuado -, 12% votaria nulos ou em branco e 8,2% estariam indecisos.

Nesse contexto, que lhe está sendo altamente desfavorável, a jovem política de trajetória bem sucedida vive um rosário chocante de reveses, que pode terminar com ela amargando os mesmos 7% com que terminou a campanha municipal de 2012, depois de surfar como uma novidade surpreendente.

O percentual de 7,9% encontrado pelo Data M, tal qual o de 16% registrado na pesquisa anterior – que gerou muito falatório a respeito da integridade do instituto comandado pelo jornalista José Machado, acusado de manipulação -, pode até estar contaminado por alguma distorção. No levantamento anterior, o Data M a encontrou com 16% das intenções de voto, enquanto o Ibope lhe deu 19%. O registro de ontem diz que entre uma pesquisa e outra ela perdeu oito pontos percentuais, uma queda demasiadamente acentuada num período tão curto, enquanto a movimentação de subida dos dois principais adversários surpreendeu – o líder chegou a 39,6% e o segundo a 23,7% -, mas não de maneira tão ampla.

Uma observação mais cuidadosa sugere que o purgatório eleitoral de Eliziane Gama é consequência dos seus próprios tropeços, todos causados pela convicção que seus aliados e porta-vozes, alguns com arrogância, disseminaram sua vitória nesta eleição como uma verdade absoluta e irreversível. Eliziane Gama abusou dessa frágil convicção para montar e desmontar acordos partidários, dando-se até o luxo de mudar de partido e, de repente, desfazer a mudança, parecendo não se dar conta de que cada movimento feito e desfeito arrancava um naco da sua credibilidade política. Tanto que acabou isolada, conseguindo montar uma aliança restrita ao PSDB – onde não tem a simpatia dos militantes -, ao PV – que não mobiliza uma base eleitoral expressiva – e à Rede, que só existe na figura prestigiada de Marina Silva, sem que isso signifique o que mais interessa: votos.

Ontem, a presidenciável Marina Silva e a atribulada vereadora alagoana Heloísa Helena desembarcaram em São Luís para acompanhar Eliziane Gama numa festiva caminhada pela Rua Grande, o grande termômetro eleitoral da campanha. A festa aconteceu no mesmo momento em que a pesquisa Data M começava a repercutir, funcionando como uma ducha de água fria no ânimo da candidata do PPS e dos seus apoiadores. Poderá também ter produzido efeito contrário, agindo para acordar a candidata e sua equipe, alertando-as para a via torta que a campanha está trilhando e para o perigo político que ela está correndo com a queda livre da sua candidatura. Se ela conseguir estancar a queda, poderá reverter essa trajetória suicida e voltar a brigar, alcançar e atropelar Wellington do Curso e forçar a realização de um cada vez mais improvável segundo turno.

Eliziane Gama tem todas as condições políticas de reorientar sua bússola, alcançar uma rota de crescimento e dar uma guinada no rumo que a disputa pela Prefeitura de São Luís tomou.

Em tempo: A pesquisa foi encomendada pela TV Difusora e Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado do Maranhão/ Sinduscon, entrevistou 1.000 eleitores, entre os dias 05 e 07 de setembro, e foi registrado no TRE sob o protocolo MA-03852/2016. A margem de erro da pesquisa é de 3,1% para mais ou para menos, sendo 95% de confiabilidade.

PONTO & CONTRAPONTO

Data M: Edivaldo Jr. pode liquidar a fatura em turno único.

Na edição que iniciou esta semana, a Coluna fez um registro alertando que Eliziane Gama e Wellington do Curso terão de mudar radicalmente suas estratégias de campanha se não quiserem que o prefeito Edivaldo Jr. se reeleja logo no primeiro turno. O alerta foi feito com base nas pesquisas Data M e Ibope, nas quais o prefeito candidato à reeleição apareceu com 35% e 29%, respectivamente. Nos mesmos levantamentos, Wellington do Curso chegou a 20% e 18%, respectivamente, e Eliziane Gama com 18% e 16%. As duas pesquisas indicaram claramente a disparada do prefeito Edivaldo Jr., coincidindo com o início na campanha no rádio e na TV. Os primeiros programas eleitorais indicaram claramente que, por ter mais tempo no horário eleitoral gratuito, liderar a maior e mais forte coligação, ter o Governo do Estado como aliado e um trabalho para mostrar, o prefeito faria uma campanha avassaladora. A impressão inicial vem se confirmando a cada dia, consolidando a impressão de que essa eleição poderá ser mesmo decidida com a reeleição do prefeito em turno único. De acordo com o Data M, Edivaldo tem 39,6% das intenções de voto, enquanto os outros candidatos somados somam exatamente 39,6% também, num rigoroso empate. Usando toda a margem de erro, que é de 3,1%, para mais, Edivaldo Jr. pode ter 42,7%; para menos, chega a 36,5%. Já aplicando-se a margem de erro para mais, a soma dos demais candidatos chega a 42,7%, e se for para menos, totalizam 36,5%. Mas na gangorra dos percentuais, basta que o prefeito acrescente quatro décimos e chegue a 40% e os demais candidatos se mantenham como estão, ele mata a fatura no primeiro turno. Vale aguardar o que dirá a pesquisa Escutec, que será publicada neste sábado no jornal O Estado do Maranhão.

Nova pesquisa Exata mostra cenário diferente

Os bastidores da corrida para a Prefeitura de São Luís foram sacudidos ontem à tarde pelos números da pesquisa Exata, que apresenta um cenário muito diferente do mostrado pela pesquisa Data M. Segundo o Exata, o prefeito Edivaldo Jr. tem neste momento 32% das intenções de voto, seguido de Wellington do Curso (25%), Eliziane Gama (15%). Eduardo Braide tem 3%, Rose Sales e Fábio Câmara com 2% e Zéluiz Lago e Claudia Durans com 1% cada. 4% não votariam em nenhum deles e 10% estão indecisos. Ao contrário do outro levantamento, os números do Exata afastam a possibilidade de uma definição em turno único, à medida que a soma dos oito candidatos superam com folga o percentual de intenções de votos do prefeito.

Em tempo: A pesquisa Exata foi contratada pela TV Guará, registrada sob o número MA-01034/2016. Foram feitas 800 entrevistas entre os dias 5 e 7 de setembro. A margem de erro é de quatro pontos percentuais.

São Luís, 09 de Setembro de 2016.

Em programas de altos e baixos, candidatos aproveitaram para afagar o eleitor lembrando o aniversário de São Luís

 

nova ordem
Edivaldo Jr., Wellington do Curso, Eliziane Gama, Eduardo Braide, Fábio Câmara, Rose Sales, Claudia Durans, Zéluiz Lago e Valdeny Barros e o aniversário de São Luís

Foi de altos e baixos o desempenho dos candidatos a prefeito de São Luís nas mensagens em que festejaram o seu 404º aniversário. O prefeito Edivaldo Jr. (PDT) pintou e bordou no seu tempo e festejou o natalício da Capital com mensagem para cima, otimista, numa peça bem concebida e bem dirigida; Wellington do Curso (PP) foi também feliz no roteiro em que conversou com Daniel de la Touche em frente ao Palácio de la Ravardière; Fábio Câmara (PMDB) saudou a velha senhora com um roteiro inteligente, mas no qual sua sobrinha saiu-se bem, mas ele não completou a ênfase da peça; Eduardo Braide usou seu tempo exíguo com a eficiência de sempre; Rose Sales o que pôde numa frase; e a grande surpresa foi a peça mal elaborada e mal dirigida com a qual Eliziane Gama (PPS) perdeu uma grande oportunidade de fazer um agrado e tanto na cidade que pretende governar. Excetuando Zéluiz Lago (PPL), Cláudia Durans (PSTU) e Valdeny Barros (PSOL), que ignoraram a data, de um modo geral os candidatos, mesmo derrapando em alguns equívocos, deram recados aceitáveis à aniversariante.

O 8 de Setembro sempre foi um momento especial e chave das corridas eleitorais no Maranhão, não somente nas disputas cujo objetivos são a cadeira de prefeito e os assentos na Câmaras Municipal, mas também nas pelejas eleitorais para Assembleia Legislativo, Governo do Estado, Câmara Federal, Senado e Presidência da República. Nesta data, candidatos a todos os cargos e de todos os matizes e cores partidárias se esmeram para afagar o exigente e insubmisso eleitorado ludovicense, homenageando a Capital e sua rica história. Sempre foi assim nas eleições gerais e ganhou intensidade quando a escolha do prefeito voltou a ser pelo voto direto, como aconteceu com a espetacular eleição de Gardênia Gonçalves em 1985. De lá para cá, homenagear São Luís foi ponto destacado e indiscutível de todas as campanhas, e não poderia ser diferente na que vai escolher o próximo prefeito.

A mensagem do prefeito Edivaldo Jr. foi completa e se encaixou perfeitamente na linha da sua campanha. Seus marqueteiros aproveitaram a onda e uniram o útil ao agradável, dando ao candidato oportunidade excepcional para cumprimentar o eleitorado e dar seu recado político com ânimo de alto astral. A peça foi completada com pessoas simples exaltando obras da atual gestão, como rua pavimentada em bairro remoto, comentário positivo sobre atendimento em hospitais, informação sobre merenda escolar, enfim, um oba-oba bem arranjado e sem exageros e cujo ápice foi o prefeito festejando o aniversário de uma cidade que ele garante estar melhorando. À peça de propaganda política foi acrescentado um mote de repercussão poderosa: “trabalha, trabalha, trabalha…”, numa cantilena ritmada que lembra o genial e demolidor “é doze, é doze, é doze, é doze…” que embalou a vitória de Jackson Lago (PDT) sobre Roseana Sarney (PMDB) na célebre e histórica campanha de 2006. O prefeito foi dormir com seu recado dado.

Os marqueteiros de Wellington do Curso tentaram sair do rame-rame e o colocaram para conversar com o busto de Daniel de la Touche situado em frente ao Palácio de la Ravardiàre. Inicialmente pareceu um apelo equivocado, mas à medida que o candidato foi soltando o verbo numa fala dúbia, o quadro foi ganhando forma, a ideia se consolidou, principalmente ao grande poder de comunicação e ao forte carisma do candidato. Na sua bem planejada mensagem pelo aniversário de São Luís, Wellington do Curso conseguiu dar um recado direto e eficiente numa embalagem inteligente – o que, vale anotar, não tem sido regra na sua campanha na TV. A ideia não é original, outros candidatos já fizeram algo parecidos, os primeiros inspirados nas célebres “Cartas a Daniel”, crônicas do imortal Américo de Azevedo Neto.

Fábio Câmara parabenizou São Luís com uma peça inteligente, com bom apelo e enriquecida pela excelente e descontraída atuação da atriz-mirim apresentada como sua sobrinha. O texto que ela lhe “escreveu” é certamente da lavra de um marqueteiro experiente, porque critica duramente o prefeito Edivaldo Jr. e sua gestão de maneira tão inteligente, que passa, de fato, a impressão de ter sido escrito por uma criança que sonha com uma São Luís melhor.  O aplauso e a promessa de atendê-la feita por Câmara não foram suficientes para dar o peso e impacto que o roteiro merecia. Já o candidato Eduardo Braide fez em poucos segundos a parte que lhe coube sem inovar e sem dizer uma frase fora da praxe. Mas usou a descontração e o astral elevado para dar a maior ênfase possível à sua bem sucedida mensagem. O mesmo fez Rose Sales.

O item destoante das mensagens dos candidatos a prefeito pelo aniversário de São Luís foi a peça de Eliziane Gama, que nem de longe externou o carisma, a desenvoltura e a fluência que são marcas suas. Deram-lhe um texto sem brilho, que ela decorou e falou sem emoção, sem ênfase, como se estivesse mal humorada, nada parecida com aquela mulher que dobra de tamanho quando abre um sorriso. Não que tivesse optado por falar séria, pois não foi essa a impressão que ficou. Pode ter sido o corre-corre, a falta de preparação, mas o fato é de que a Eliziane que cumprimentou São Luís ontem foi muito mal dirigida. Enfim, não foi uma tragédia, mas foi muito aquém do que a candidata poderia render com um texto melhor e uma direção mais cuidadosa.

E o dado mais curioso do horário eleitoral: Zéluiz Lago, Claudia Durans e Valdeny Barros não deram a mínima para o aniversário de São Luís. O candidato do PPL repetiu a peça em que chama o prefeito de mentiroso sem completar o raciocínio. A aguerrida stalinista do PSTU repetiu pela enésima vez que vai governar com os trabalhadores. E o representante PSOL bateu de novo com a promessa de reduzir salario de prefeito e vereador, e só.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Maranhão melhora no Ensino Médio e governador comemora
dino gov 1
Flávio Dino comemorou o resultado do Ideb

Mesmo não tem alcançado a meta estipulada para 2015, o Maranhão foi um dos estados destacados no avanço do Ensino Médio em 2015, segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), cujos resultados foram divulgados ontem pelo Ministério da Educação. O Maranhão saiu da penúltima posição que ocupava em 2013 e entrou em patamar de destaque no ranking nacional, como o segundo estado federado que mais cresceu neste nível ensino, atrás apenas de Pernambuco. O resultado foi efusivamente comemorado pelo governador Flávio Dino (PCdoB) e pelo secretário de Educação, Felipe Camarão. No Maranhão, o Governo do Estado responde por 97% do Ensino Médio, saiu do resultado de 2,8 em 2013 para 3,1 em 2015, um crescimento de 0,3 pontos no Ideb de um ciclo para outro. No comparativo em que se leva em consideração apenas a rede pública estadual de ensino, o Maranhão fica à frente do Pará, Mato Grosso, Bahia, Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe. “Este resultado demonstra que no primeiro ano do nosso governo o Ensino Médio estadual melhorou muito. Saímos dos últimos lugares e fomos um dos estados que mais evoluiu, e estamos só começando. Com as mudanças contínuas que estamos implantando, tenho certeza de que nosso próximo Ideb será ainda melhor“, destacou Flávio Dino.

 

Luis Fernando faz o caminho de volta
luis-fernando-2
Luiz Fernando em campanha tranquila

O ex-prefeito Luis Fernando Silva (PSDB) está caminhando firmemente, sem sobressaltos, de volta ao comando da prefeitura de São José de Ribamar. No lastro de cinco anos de gestão revolucionária e inovadora na Cidade do Pedroeiro, o economista que se notabilizou como gestor público nos diversos postos que ocupou na estrutura do Governo do Estado – foi auditor geral do Estado, secretário chefe da Casa Civil, secretário de Educação e secretário de Infraestrutura – caminha para se eleger sem problemas, podendo até concorrer sozinho ou quase sozinho.  Quando assumiu a gestão ribamarense, Luis Fernando encontrou o município em estado caótico, mergulhado no atraso e disputado por grupos enraizados na máquina publica. Sua gestão desmontou todos os nichos de poder ali encrostados, após o que viabilizou um programa de governo que transformou sua gestão numa referências nacional. Tanto que toda semana recebia prefeitos ou secretários de outros municípios maranhenses e de outros estados da região para conhecer as inovações administrativas ali implantadas. Muito do que foi construído e implantado se perdeu ou foi mudado. No caminho de volta, Luis Fernando tem afirmado que vai recolocar a Prefeitura nos eixos.

São Luís, 08 de Setembro de 2016.

Candidatos tratam São Luís no varejo e não conseguem dar à cidade a sua verdadeira dimensão

 

nova ordem
Edivaldo Jr., Wellington do Curso, Eliziane Gama, Eduardo Braide, Fábio Câmara, Rose Sales, Cláudia Durans, Zéluiz Lago e Valdeny Barros dão expressão a dimensão de São Luís nas suas campanhas pelo voto

Pedaço maior da Ilha de Upaon Açu, no Norte do Maranhão, com 827 quilômetros quadrados de território e que abriga 1,1 milhão de pessoas nas suas entranhas urbanas, reentrâncias periféricas e espaços rurais. De um lado guarda um conjunto de relíquias da arquitetura colonial portuguesa já transformado em propriedade do mundo e detém elevado status cultural erudito e popular sem paralelo na região – o que lhe dá forte vocação para o turismo – e detém um dos portos de águas profundas mais importantes do país, também por estar mais próximos dois centros europeus; e de outro amarga um rosário de mazelas sociais e econômicas, assim como muita desordem estrutural e carência em todas as áreas de serviços que deveriam ser bem prestados pelo Poder Público, o que a torna um desafio constante. É essa a São Luís, hoje detentora de títulos os mais diversos, entre eles o de Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade – concedido pela Unesco no final do século passado – e que completa hoje 404 anos e cujo comando está nesse momento sendo disputado por nove cidadãos que se declaram seus amantes e se consideram aptos a assumi-lo.

Passados meses de pré-campanha, tempo em que foram sabatinados várias vezes, e faltando 24 dias para a corrida às urnas, permanece no ar uma dúvida incômoda: terão os candidatos Edivaldo Jr. (PDT), Wellington do Curso (PP), Eliziane Gama (PPS), Eduardo Braide (PMN), Rose Sales (PMB), Fábio Câmara (PMDB), Cláudia Durans (PSTU), Zéluiz Lago (PPL) e Valdeny Barros (PSOL) a noção exata do que é, do que significa e do que precisa a cidade que se dispõem a administrar? A julgar pelo que eles têm dito e repetido em entrevistas, comícios e programas de campanha no rádio e na TV, a resposta é um sonoro  e inquietante não.  Até aqui, todos os discursos ignoraram a São Luís macro, a cidade-polo, a sede de uma região metropolitana que abriga 1,7 milhão de habitantes e que as quatro unidades enfrentam problemas comuns. Ninguém mostrou o que tem em mente para alcançar São Luís na sua verdadeira dimensão. Todos se limitaram a prometer melhoras no transporte público, construir mais postos de saúde, construir mais escolas, etc., sem expor um norte para a Capital.

Nesse contexto, não há como nivelar integralmente o prefeito Edivaldo Jr. com seus concorrentes. Por uma razão simples: ele é prefeito há 45 meses, o que equivale à 1.350 dias, tempo que certamente já lhe permitiu interpretar São Luís em todos os vieses. Sua campanha até agora foi centrada na exibição do que realizou, oferecendo assim elementos soltos da sua concepção da cidade por inteiro. Falta-lhe, no entanto, o discurso do gestor pleno, do planejamento macro, do intérprete integral, do conceito definido, que equilibre a solução para o transporte público, com um arrojado projeto de transformar a cidade num polo efetivo e efervescente de turismo, por exemplo. Onde estão os projetos do PAC das Cidades Históricas? É verdade que o discurso de campanha tem de ser simples, direto, composto de informações que interessam o eleitor no seu dia a dia. Mas não faz sentido privá-lo de uma visão mais abrangente de uma cidade com perfil tão extraordinário como São Luís.

Movidos pela pressão implacável e intolerante da corrida eleitoral, na qual a prioridade circunstancial é encantar o eleitor, candidatos com o lastro político de Eliziane Gama e Eduardo Braide, mergulham na campanha sem discutir a Capital do Maranhão como ela deveria ser discutida. Apostam todas as suas fichas no limitado campo das promessas difusas e inconsistentes de melhorar a saúde, a educação, a segurança e o transporte, sem no entanto dar a dimensão dessas áreas numa cidade com o tamanho e a importância de São Luís. Quando Rose Sales, vereadora ludovicense da gema, e Fábio Câmara, vereador e filho também adotivo, falam de São Luís, parece que está falando de outra cidade, uma cidade menor, sem a personalidade e a estatura cultural da Capital do Maranhão. Eliziane, Braide, Câmara e Rose falam com muita ênfase em “cuidar das pessoas”, mas não relacionam esse propósito com o cuidado que certamente alimentam em relação à cidade. No discurso de todos está implícita a intenção de melhorar a cidade, mas provavelmente por limitação discursiva, nem todos sabe expor o que pensa.

O terceiro time de candidatos não consegue se situar no contexto da cidade e vaga por searas nada parecidas com propostas de quem aspira comandar a Capital do Maranhão. Zéluiz Lago fala em construir “mais hospitais e postos de saúde” como se se dirigisse a uma cidade doente, não conseguindo sequer mensurar o tamanho da cidade e dos seus problemas. Valdeny Barros promete agora reduzir o valor dos salários do prefeito e dos vereadores, equiparando-os aos dos professores, uma equação absolutamente sem sentido e que em nada pode ser considerado um item de um plano de governo que não existe. E para fechar as impressões, a candidata Cláudia Durans, porta-voz da ultraesquerda, anuncia que governará com e para os trabalhadores do campo e da cidade, acreditando que com isso dará os primeiros passos na revolução do proletariado, ao que parece numa versão mais audaciosa do que a que motivou Lênin a criar a União Soviética.

Mesmo sem duvidar das boas intenções dos candidatos, o fato é que São Luís merece mais, muito mais.

 

 PONTO & CONTRAPONTO

 

Justiça muda rumo da disputa em Imperatriz, Bacabal e Balsas

Três decisões judiciais recentes alteraram rumos e definiram e definiu rumos três municípios com peso político regional.

ildoncurado
Ildon Marques é candidato e ameaça Rosângela Curado na corrida em Imperatriz

A primeira foi a confirmação da candidatura do ex-prefeito Ildon Marques (PSB) em Imperatriz. Seus adversários, em especial a candidata do PDT, Rosângela Curado, que no contexto da disputa representa o governador Flávio Dino (PCdoB). Ela própria e seu comando de campanha apostavam alto que, encrencado com a Justiça colocado na relação dos ficha suja,  Ildon Marques, que  no contexto estadual representa o senador Roberto Rocha (PSB) emergiu do tapetão judicial com autorização para tocar sua campanha em frente, alterando radicalmente o cenário da Rainha do Tocantins. A notícia causou forte impacto no meio político de Imperatriz, sinalizando para muitos que a próxima pesquisa poderá trazer Marques na dianteira, o que é descartado pelos aliados de Rosângela Curado.

zerobacabal
Zé Vieira tem candidatura proibida e Roberto Costa reforça sua campanha nas ruas

O segundo caso foi a proibição pela Justiça de o ex-prefeito Zé Vieira (PP) tentar voltar à Prefeitura de Bacabal. A decisão judicial reforça a candidatura do deputado Roberto Costa (PMDB), que desde o início da caminhada dentro do calendário eleitoral tem aparecido como franco favorito na disputa. Zé Vieira havia sido escolhido candidato representando vários grupos políticos de Bacabal cujos líderes e figuras expressivas, como o deputado Carlinhos Florêncio (PHS), por exemplo, não tiveram ânimo para entrar numa disputa contra o candidato pemedebista, reconhecido como um dos políticos mais importantes e promissores da sua geração. Com o ex-prefeito Zé Vieira fora da disputa, o grupo, que tem o prefeito José Alberto como um dos apoiadores, terá de encontrar um nome para a tarefa meio sem futuro de enfrentar Roberto Costa nas urnas.

chicoerik
Chico Coelho sai e Dr. Erik ganha mais espaço para vencer a eleição

O terceiro registro está relacionado com a disputa pela Prefeitura de Balsas, onde o ex-prefeito Chico Coelho teve sua candidatura detonada pela Justiça Eleitoral sob a acusação de irregularidade na sua filiação. Políticos experiente, Chico Coelho estava candidato pelo PSL, mas sua filiação foi considerada irregular pela Justiça, o que causou o indeferimento da sua candidatura. Com Coelho e o prefeito Roberto Rocha Jr. (PSB) fora da corrida, o caminho está aberto e pavimentado para o candidato do PDT, Doutor Éric, já que seus adversários agora – Ana Lúcia Noleto Bastos (PPS), Dr. Marc elo (Rede) e Agostinho (PSOL) – não páreos para ele.

 

São Luís, 8 de Setembro de 2016.