Arquivos mensais: setembro 2015

Pesquisa mostra Dino em lua de mel e Dilma em baixa, mas viva, na opinião pública de São Luís.

 

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Dino segunda-feira à noite, com Dilma , em jantar político no Palácio da Alvorada

Se depender da boa vontade política dos maranhenses e do prestígio do governador Flávio Dino (PCdoB), a presidente Dilma Rousseff (PT) poderá estancar o desastre que vem estagnando a economia nacional e reverter a crise que ameaça mandá-la para casa na esteira de um processo de impeachment e desestabilizar as instituições democráticas da República. É isso que sugerem os números da pesquisa Escutec, realizada nos dias 10 e 11 deste mês, que apurou o momento da corrida para a Prefeitura de São Luís e investigou a posição do governador do Estado e da presidente da República no conceito da opinião pública de São Luís. O governador continua em lua de mel com a maioria dos ludovicenses. Já a presidente, mesmo reprovada por larga maioria, mantém uma faixa de aprovação que a mantém de pé e com aval para se manter no cargo, mesmo com a situação do país se agravando na economia e na política. Tais afirmações se baseiam na comparação da pesquisa mais recente com a de maio.

O governador Flávio Dino permanece em alta no conceito da outrora população rebelde da Capital do Maranhão. Na pesquisa feita em maio, o Escutec apurou que 7,7% dos 800 eleitores ouvidos em São Luís disserem que o governo dele era “ótimo”, 27,8% o avaliaram como “bom” e 28,5% consideram-no “regular”, num total de 57,2% de aprovação; ao mesmo tempo, 14% disseram que o governo era “ruim” e 18,5% avaliaram sua gestão como “péssima”, num total de 32,% de reprovação. Vale anotar que em maio 10,4% disseram não saber ou não querer avaliar o governador.

Na pesquisa de setembro, quatro meses depois, o Escutec apurou que 7,1% continuam achando o governo “ótimo”, 20,6% o consideram “bom” e 38%, “regular”, o que lhe dá uma aprovação de 65,7%. No contrapeso, 14% disseram que seu governo é “ruim” e 18,5% o avaliaram como “péssimo”, num total de 32,5% de reprovação.  Como se vê, de maio para setembro Dino melhorou sua avaliação na opinião pública, alimentando a “lua de mel” que a maioria dos governadores não conseguiu manter, o que o coloca numa situação privilegiada no conjunto dos 27 dirigentes estaduais.

Sob o cerrado bombardeio que começou a sofrer logo a posse, em janeiro,  quando os brasileiros se deram conta de que o governo central estava quebrado e o país mergulhado numa crise econômica sem precedentes, o que fez com que seu prestígio desabasse meses após ser reeleita, a presidente Dilma Rousseff perdeu força em São Luís, mas não na mesma escala de outras capitais. Em maio, o Escutec apurou que 0,7% dos ludovicenses achavam seu governo “ótimo”, que 9,4% o avaliavam como “bom” e que 24% responderam que era “regular”, o que lhe deu uma aprovação de 33,3%; por outro lado, 14% avaliaram seu governo gomo “ruim” e 50,3% o viram como “péssimo”, numa desaprovação de 65,2% – a menor do Brasil naquele momento.

Quatro meses depois, a pesquisa de setembro revelou que o conceito da presidente da República na opinião pública de São Luís continua estável, quando em todo o país ela chegou ao limbo conceitual, onde nenhum presidente chegou em todo o período republicano. De acordo com os números apurados pelo Escutec, 2% dos ludovicenses acham o Governo Dilma “ótimo”, 9,3% o consideram “bom” e 20,7% o avaliam como “regular”, o que lhe dá uma aprovação de 32%, só dois pontos a menos do percentual de maio. Na contramão, 17% o consideram “ruim” e 50,3% – o mesmo percentual de maio –  acham que é “péssimo”, o que resulta em 67,8% de reprovação.

Os números explicam algumas situações administrativas e políticas ocorridas recentemente, como a visita da presidente Dilma a São Luís no mês passado e a intensa articulação do governador Flávio Dino para evitar o agravamento da crise política. A pesquisa mostra que a presidente está certa quando procura o apoio do governador do Maranhão e que ele usa essa relação para se fortalecer politicamente e transformá-la em chaves para abrir as portas da Esplanada dos Ministérios para o seu governo e seus aliados.

 

PONTOS & CONTRAPONTOS

Um peso a menos

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O governador Flávio Dino tirou um grande peso das costas ao afastar o secretário de Estado de Infraestrutura, Clayton Noleto, da corrida sucessória em Imperatriz. Para começo de conversa, nenhuma pesquisa indicou o então pré-candidato do PCdoB como favorito, o que justificaria manter a candidatura. Depois, o governador teria de colocar toda a força do governo e do partido contra uma aliada política e partidária, a deputada federal Rosângela Curado (PDT), que aparece na frente em todas as pesquisas feitas até agora, o que poderia lhe impor um desgaste acentuado na Princesa do Tocantins. Finalmente, Dino avaliou, ao longo de oito meses, que Noleto vem atuando bem no comando da Infraestrutura – que é uma das pastas mais complexas e mais exigidas da máquina governamental -, decidindo que o melhor caminho é ele permanecer no cargo até o fim do governo.

 

Ninho vai pegar fogo

castelo 2O comando nacional do PSDB mandar é realizar uma pesquisa para avaliar o potencial do partido nas principais cidades do Maranhão, a começar por São Luís. A ideia é simples e cartesiana: os tucanos mais bem avaliados pela população serão candidatos a prefeito ou a vice-prefeito, dependendo da aliança a ser armada em cada cidade. Na avaliação de alguns tucanos emplumados, a pesquisa de São Luís certamente apontará o deputado federal e ex-prefeito João Castelo, que, confirmada essa previsão, será indicado pela cúpula do tucanato com o candidato a prefeito. O problema é que o presidente estadual do PSDB, vice-governador Carlos Brandão, é contra o partido lançar candidato e defende que os tucanos entrem na aliança que embalará a candidatura do prefeito Edivaldo Jr., junto com PDT e PCdoB. Os bastidores do ninho maranhense vão pegar fogo.

 

São Luís, 15 de  Setembro de 2015.

 

 

Escutec aponta queda de Eliziane Gama e subida de Edivaldo Jr. na corrida às urnas

 

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Edivaldo Jr. já é ameaça concreta para  Eliziane Gama

O prefeito Edivaldo Jr. saiu do purgatório administrativo e rompeu a inércia política em que se encontrava antes de deixar a barca furada do PTC e ingressar na ainda azeitada máquina do PDT. Os movimentos do prefeito estão traduzidos nos números da pesquisa do Escutec, divulgados domingo e ontem pelo jornal O Estado do Maranhão. Os percentuais informam que o prefeito melhorou bem sua avaliação administrativa. E indicam que na corrida eleitoral para 2016 a liderança ainda está com a deputada federal Eliziane Gama (PPS), mas também que Edivaldo Jr. deu um salto expressivo, ocupando o segundo lugar nas preferências do eleitorado – e com o diferencial de que enquanto ele subiu bem, ela caiu acentuadamente. As conclusões da Coluna se baseiam na comparação dos números de agora com os encontrados pelo Escutec em maio.

Na pesquisa de maio, a ação administrativa do prefeito foi aprovada por módicos 28,6% e desaprovada por estratosféricos 69,3%. Já na pesquisa de agora, sua aprovação subiu para 48,8% e a desaprovação desabou para 50,7%. Um exame atento dos percentuais mostra que sua aprovação aumentou 20% em quatro meses, tendo sua desaprovação caído na mesma proporção, sugerindo que a mudança de avaliação é consistente e indica  que a máquina administrativa da Capital está em movimento.

Na corrida eleitoral, o cenário também mudou expressivamente de maio para setembro. Em maio, num contexto que incluía a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), Eliziane Gama apareceu com 33,5%, seguida de Roseana com 15%, e de Edivaldo Jr. com 13,8%. A pesquisa de setembro aponta forte mudança: Eliziane tem 28,7%, enquanto Edivaldo Jr. aparece com 20,6, seguido do deputado federal João Castelo (PSDB) com 16,5% e, bem mais atrás, do senador Roberto Rocha (PSB) com 9,2%, de Rose Sales (sem partido) com 6,7%, Ricardo Murad (PMDB) com 4,6%, Saulo Arcangeli (PSTU) com 1,4% e Antônio Pedrosa (PSOL) com 1%. O  prefeito avançou da terceira para a segunda posição.

Em outro cenário da pesquisa de maio, Eliziane Gama liderava com 42,8%, tendo Edivaldo Jr. aparecido em segundo com 13,3%. Agora, Eliziane ainda lidera com 30,1%, mas seguida de Edivaldo Jr., que reagiu e aparece com 23,5%, seguido de Neto Evangelista com 8,2%, Bira do Pindaré com 8,1%, Rose Sales com 7,4%, Ricardo Murad com 5%, Saulo Arcangeli com 1,9% e Antônio Pedrosa com 1,5%.

O Escutec também quis saber como o eleitorado de São Luís se posicionará num eventual 2º turno. Na pesquisa de maio, Eliziane Gama venceria Edivaldo Jr. com 57,9% contra 17,2%. Agora, a deputada teria 47,7% – 10 pontos percentuais a menos – enquanto que o prefeito sairia das urnas com 26,3% – 9,5 pontos percentuais a mais. Ou seja, um sinal claro de reviravolta na mesma escala.

A conclusão isenta da leitura dos números do Escutec – que ouviu 807 eleitores nos dias 10 e 11 – mostra que a deputada federal Eliziane Gama está em queda, enquanto o prefeito Edivaldo Jr. alcançou o patamar das duas dezenas, crescendo na mesma proporção em que a líder na pesquisa encolhe. O cenário mostra que a imagem de administrador do prefeito de São Luís ganha nitidez na mesma medida que sua feição política se fortalece, pavimentando o caminho para a pretendida reeleição. Já a deputada Eliziane Gama vive um processo diferente: se estabiliza como parlamentar, com desempenho louvável na Câmara Federal, aonde vem se destacando no campo da oposição, mas perde espaço como pré-candidata á prefeitura de São Luís.

 

PONTOS & CONTRAPONTOS

Castelo se mantém em 3º

castelo 2O deputado federal e ex-prefeito João Castelo (PSDB) mantém sua fatia de apoio no eleitorado de São Luís. Segundo a pesquisa Escutec, no cenário em que foi incluído ele aparece com 16,5% das intenções de voto. Esse percentual lhe dá cacife para entrar na briga, seja com o candidato, seja como apoiador de um dos candidatos que lideram a corrida. Castelo tem dito a amigos e a interlocutores que está disposto a encarar a disputa, mas enfrenta problemas dentro do seu partido, cujo presidente, o vice-governador Carlos Brandão, trabalha para levar os tucanos a apoiar a candidatura do prefeito Edivaldo Jr. à reeleição. Mas corre nos bastidores que o ex-prefeito teria obtido o apoio da direção nacional do partido, inclusive com aval para ele ser apoiado por uma grande aliança que inclua o PMDB.

 

Quem vai?

roberto rocha-vertUm dado interessante da pesquisa Escutec é a medição de força dos dois pré-candidatos do PSB ao Palácio de la Ravardière, o senador Roberto Rocha e o deputado estadual licenciado Bira do Pindaré, atual secretário de Estado de Tecnologia e Inovação. Em um cenário, Roberto Rocha aparece com 9,2%, e noutro, Bira do Pindaré alcançou 8,1%. Uma diferença de 1,1% favorável a Roberto Rocha, mas uma avaliação política mostra que os dois estão rigorosamente empatados.  A situação sugere que se o PSB for mesmo participar da corrida para a Prefeitura de São Luís terá de haver acordo ou disputa em convenção.

Situação incômoda

ricardo 8O ex-deputado estadual Ricardo Murad foi incluído nos dois cenários da pesquisa Escutec sobre a corrida para a Prefeitura de São Luís. Num deles, aparece com 4,6%; no outro, com 5%. Já nos dois cenários que mediram a rejeição, ele aparece com percentuais bem próximos: 15,9% e 12,1%, sendo o segundo mais rejeitado num cenário e o terceiro em outro. No item rejeição, Ricardo Murad só perde para o prefeito Edivaldo Jr, que em compensação cresce rapidamente na preferência do eleitorado. Isso significa que ele terá de reverter esse desconforto para poder pensar em entrar para valer na disputa.

 

São Luís, 14 de Setembro de 2015.

 

 

A briga pelo voto será intensa em São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa

 

O cenário político da Ilha de Upaon Açu vai pegar fogo na guerra eleitoral do ano que vem. Se em São Luís estão em movimento pelo menos 14 aspirantes à cadeira principal do Palácio de la Ravardière, a começar pelo prefeito Edivaldo Jr. (PDT), que se prepara para brigar por mais um mandato, nos municípios de São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa o desenho do cenário pré-eleitoral indica movimentação intensa. Nesses três municípios, que reúnem uma população de 310 mil pessoas e dentro dela 150 mil eleitores, preparam-se pelo menos cinco candidatos para cada Prefeitura, desenhando a expectativa de disputas muito acirradas. Os que querem governar a comunidade ribamarense terão de brigar pela maioria dos seus 81 mil eleitores; os querem governar Paço do Lumiar brigarão pela maioria dos seus 53 mil eleitores, os aspirantes a prefeito de Raposa tentarão conquistar os 16 mil eleitores raposenses.

Não há novidades políticas nesses três municípios. As suas prefeituras serão disputadas por políticos conhecidos, parte dos quais já encarou as urnas, o que dá aos eleitores bons elementos para avaliar as propostas e, a partir daí, escolher os seus candidatos. Entre os três cenários há nomes que entram na corrida com larga vantagem, enquanto que há cenários de disputa muito equilibrada e também uma situação em que é difícil antevê o desfecho.

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Luis Fernando, Dr. Julinho e Colaço na briga em Ribamar

Em São José de Ribamar, que é a quinta maior cidade do Maranhão, estão na disputa, até aqui, o ex-prefeito Luis Fernando Silva (PSDB), o ex-prefeito Júlio Matos (PMDB) e o advogado  Arnaldo Colaço (PSB). No meio político ninguém duvida de que Luis Fernando Silva voltará ao comando do município na esteira de uma votação maciça, apoiado inclusive pelo partido do governador Flávio Dino (PCdoB). Mas há também – são bem poucos – os que acreditam que o médico Júlio Matos pode ganhar força, embora não haja indícios de que ele venha a ter condições de reverter a tendência pró-Luis Fernando. Arnaldo Colaço, na opinião geral, entrará para cumprir um ritual, já que, para observadores que conhecem a política ribamarense, ele não tem condições de fazer alguma diferença na disputa.

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Sobreiro, Aroso, Jorge e Dutra na disputa no Paço

Em Paço do Lumiar, o prefeito Josemar Sobreiro tentará renovar o mandato numa guerra eleitoral em que três correntes medirão forças, o que torna o resultado rigorosamente imprevisível. A primeira é comandada pelo prefeito, que tem ao seu lado uma série de aliados. A segunda reunirá o poder de fogo da família Aroso, que poderá se unir em torno do ex-prefeito Gilberto Aroso (PMDB) ou de Caetano Jorge (PMDB), que tem como principal incentivador o vereador Tiago Aroso, filho da ex-prefeita Bia Venâncio e do ex-prefeito Nacor Aroso. E a terceira força será liderada pelo ex-deputado federal Domingos Dutra (Solidariedade), que tem militância na área, principalmente na região do Maiobão, devendo contar com o apoio do PCdoB e, por via de consequência, como a simpatia do governador. Em faixa própria, se movimentam ainda José Moraes, que está em busca de um partido, e o Pastor Mota, também à procura de um abrigo partidário. No meio político de Paço do Lumiar é forte a expectativa em relação à posição que tomará o PV, liderado pelo deputado estadual Adriano Sarney, que tem forte influência no município.

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Talita, Eudes e Ociléia vão medir forças em Raposa

A corrida eleitoral em Raposa reúne um plantel de pré-candidatos e sugere uma boa disputa, mas os conhecedores das filigranas locais avisam que o embate de verdade se dará entre dois grupos que há anos vêm marcando fortemente a política daquele município, que se situa entre os 10 maiores do estado. Um deles é liderado pelo ex-prefeito Paraíba, que deve lançar a filha dele, Ociléia Fernandes (PRB); o outro será liderado por Talita Laci (PCdoB), que foi segunda colocada em 2012, conta com o apoio do pai, José Laci, ex-prefeito de Paço do Lumiar e com o aval do Palácio dos Leões. O prefeito Clodomir Santos (PRTB) já avisou que não será candidato, mas apoiará a candidatura do vereador Eudes Barros (PR), atual presidente da Câmara, o que pode desequilibrar a briga entre os grupos de Paraíba e Laci. Além destes, correm em faixa própria Sílvia Godinho (PTB) e Félix Moreira (PV).

A Coluna apurou que, mesmo faltando um ano para as eleições, esses cenários dificilmente mudarão nos três municípios que, junto com São Luís, formam a região metropolitana da Ilha de Upaon Açu.

 

PONTOS & CONTRAPONTOs

Com um pé na disputa

O prefeito Clodomir Santos (PRTB) desistiu de disputar a reeleição em Raposa. Foi motivado a recolher as armas eleitorais diante dos números negativos de avaliação de sua administração e pela pressão judicial que o tirou do cargo duas vezes, quando teve de ceder sua cadeira para Talita Laci, que agora desponta como favorita para sucedê-lo. Santos, no entanto, decidiu não sair do processo pela porta dos fundos e o caminho que encontrou para manter um pé no cenário eleitoral foi apoiar a candidatura do presidente da Câmara Municipal, vereador Eudes Barros. Para o prefeito, o objetivo maior é impedir a eleição de Talita Laci, mesmo sabendo que além da candidata e do grupo que a apoia, enfrentará também a força do Palácio dos Leões, cujo inquilino principal a quer  no cargo.

Guerra de pais

A corrida eleitoral em Raposa terá dois pais medindo força nos bastidores da campanha. Talita Laci terá o suporte pessoal e político do pai, José Laci, que foi prefeito de Paço do Lumiar e que lidera um grupo expressivo em Raposa. Do outro lado estará Paraíba, ex-prefeito e líder forte  no município, que vai de desdobrar para ajudar a eleger a filha, Ociléia Fernandes, que está na briga para medir forças com Talita Laci. A guerra de pais deverá ser o diferencial da corrida naquele município, onde os grupos têm força e muitos seguidores, o que às vezes eleva a tensão durante a campanha eleitoral.

Prudência não faz mal a ninguém

Em todas as rodas em que o assunto é a disputa para a Prefeitura de São José de Ribamar, é via de regra unânime a expectativa de que a eleição do ex-prefeito Luis Fernando Silva são favas contadas, e com larga vantagem numérica. Luis Fernando Silva, porém, é um político já experiente e que se move pela prudência. Sabe que tem todas as chances de vencer o pleito, mas não descuida um só milímetro da linha segundo a qual eleição é eleição e ninguém deve considerar-se eleito antes da contagem dos votos.

 

São Luís, 12 de Setembro de 2015.

 

 

Acredite: Paulinho da Força aponta Simplício Araújo como “nome ideal” para ser candidato do SD em São Luís

 

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Alheio ao cenário politico de São Luis, Paulinho  lança Simplício a prefeito

O deputado federal paulista Paulinho da Força, fundador e presidente do Solidariedade (SD), partido que montou atraindo facções mais conservadoras do meio sindical e trabalhista, participou quinta-feira, em São Luís, de um encontro estadual do braço maranhense da sua agremiação. E em pronunciamento em que atacou duramente a presidente Dilma Rousseff (PT), apontou o secretário de Estado de Indústria e Comércio, Simplício Araújo, que comanda a legenda no estado, como “nome ideal” para disputar a Prefeitura da Capital com o prefeito Edivaldo Jr. (PDT) em 2016. A declaração do chefe maior do SD surpreendeu meio mundo – seguramente até o próprio Simplício Araújo, porque certamente Paulinho da Força não protagonizou um gesto político previamente combinado. E como não poderia deixar de ser, a indicação, sugestão ou seja lá o que tenha sido, ganhou conotações as mais diversas e, por via de consequência, acrescentou uma porção forte de tempero no caldeirão sucessório que começa a ferver.

A primeira impressão é a de que o chefe maior do SD nacional, por completo desconhecimento do cenário político local, tentou injetar ânimo no chefe maior do partido no Maranhão, num claro gesto destinado a prestigiá-lo diante dos demais líderes no estado, o que é absolutamente normal. Ocorre que o fundador do SD deu uma declaração enfática, que trouxe no seu bojo a avaliação de que o secretário é o “nome ideal” para disputar a Prefeitura de São Luís, e num cenário em que o prefeito, que brigará pela reeleição, é aliado de primeira hora do governador Flávio Dino (PCdoB) e se firma como candidato natural do grupo.

Paulinho da Força tentou fortalecer seu representante no Maranhão e entendeu que indicá-lo informalmente para disputar a Prefeitura de São Luís expressaria a intenção de prestigiá-lo.  Provavelmente sem se dar conta da repercussão que teria a indicação para candidato a prefeito de São Luís, exatamente por nada conhecer da engrenagem política local, acabou cometendo um ato falho ao jogar na arena sucessória da Capital um político sem qualquer vínculo eleitoral com a cidade. Isso não significa dizer que Simplício Araújo não possa vir a ser candidato do SD a prefeito de São Luís, se ele e o partido decidirem por esse caminho. Por outro lado, tal candidatura seria uma invenção politicamente esdrúxula e inócua.

Para começar, uma avaliação superficial da trajetória do chefe do SD no Maranhão encontrará um político ainda em busca de afirmação, a começar pelo fato de que ele ainda não venceu uma eleição. Na primeira tentativa, conseguiu ser suplente de deputado federal e alcançou a vaga e, claro, aproveitou a oportunidade para ocupar espaço. O esforço que fez, porém, não foi, suficiente para conquistar uma cadeira na Câmara Federal, tornando-se de novo suplente, e nessa condição foi convocado para integrar a equipe do governador Flávio Dino. Ao mesmo tempo, há de se reconhecer que o suplente é politicamente ativo, principalmente no que se acreditava ser a sua principal base eleitoral: Pedreiras.

No seu município, trava uma guerra sem trégua contra os Louro, à base de denúncias, acusações e xingamentos, pois sempre que batem boca, Araújo diz coisas impublicáveis a respeito dos Louro e seus aliados, o mesmo acontecendo com os Louro em relação ao secretario de Indústria e Comércio.  Tanto que em meados de junho o deputado Vinícius Louro (PR   ), seu arqui-inimigo, ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa para reclamar ao governador Flávio Dino que o secretário Simplício Araújo teria chamado o pai do parlamentar, o ex-deputado e ex-prefeito de Pedreiras Raimundo Louro, de “batedor de carteira”.

Mesmo com fama de “empolgado demais”, o chefe maior do SD no Maranhão demonstrou equilíbriPRo diante da declaração do deputado Paulinho da Força apontando-o como “nome ideal” para disputar a Prefeitura de São Luís. Um dos presentes ao ato relatou à Coluna que ele esboçou um ar de surpresa e em seguida abriu um largo sorriso, como o vaidoso que recebeu uma massagem no ego. Mas valeu-se da inteligência política para não entrar na provocação, fez de conta que nada ouvira e posou de chefe partidário afirmando, sem se incluir, que o SD vai disputar as eleições municipais no Maranhão com “um bom time de candidatos”. E assinalando que para ele, o importante nessa co01rrida eleitoral é que o Solidariedade “cresça em todo o Maranhão”.

E num toque de esperteza política, aproveitou a indicação de Paulinho da Força para manter um clima de suspense em relação à posição que o seu partido adotará na corrida ao Palácio de la Ravardière.

 

PONTOS & CONTRAPONTOS

 

Situação delicada I

O suplente de deputado federal e secretário de Estado de Indústria e Comércio Simplício Araújo ganhou gás político com a vinda do chefe maior do seu partido, deputado federal Paulinho da Força, ao Maranhão para prestigiar um evento da agremiação.  Mas, ao mesmo tempo, viu-se colocado numa situação delicada, quando o presidente nacional do SD  atacou duramente a presidente Dilma Rousseff, afirmando inclusive que ela “não tem  mais condições de governar o país”, reafirmando sua posição de defensor intransigente do impeachment presidencial. O problema é que Paulinho da Força transformou o impeachment presidencial em objetivo do Solidariedade.

Situação delicada II

A posição de linha de frente do SD no movimento para derrubar a presidente da República está na contramão do que tem pregado publicamente, em discursos enfáticos, o governador Flávio Dino, para quem o impeachment é objetivo de um movimento golpista. Além disso, a maioria dos projetos que o governo estadual tenta viabilizar para desenvolver a economia maranhense é tocada pela pasta comandada por Simplício Araújo, que é obrigado a negociar com ministros do governo Dilma recursos e outros instrumentos de apoio. Tal situação gera naturalmente uma indagação: como esses agentes do Governo Federal encaram um secretário que chefia um partido que quer vê-los pelas costas? A julgar pelo cacife que exibe, o secretário certamente está sabendo administrar tal equação.

 

São Luís, 11 de Setembro de 2015.

Wellington do Curso entra na briga por Eliziane Gama e faz duro ataque a Edivaldo Jr.

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Wellington do Curso ataca Edivaldo Jr. para dar força para Eliziane Gama

O ingresso de Edivaldo Jr. no PDT, num ato em que exibiu força política, a aceleração dos movimentos da máquina administrativa e os números da pesquisa TV Guará/Exata acenderam de vez o sinal amarelo para a deputada federal Eliziane Gama (PPS) no que respeita ao seu projeto de disputar a sucessão na Prefeitura de São Luís. A parlamentar começa a avaliar o projeto de reeleição do prefeito como uma ameaça perigosa à liderança que ela vem mantendo nas medições sobre a corrida eleitoral na Capital. Ontem, mais um sintoma dessa preocupação veio à tona. A pretexto de denunciar o que seria “uma irregularidade escabrosa” na gestão municipal, o deputado Wellington do Curso (PPS) elevou o tom do discurso oposicionista contra o prefeito Edivaldo Jr., a quem atacou duramente. Único aliado partidário de Eliziane Gama na Assembleia Legislativa, Wellington do Curso assumiu a postura de opositor implacável do prefeito de São Luís, ocupando de vez o lugar de peça importante na estratégia da pré-candidata do PPS de tentar desgastar o Edivaldo Jr.

Wellington do Curso ocupou a tribuna para dar conotação de escândalo à denúncia de que a Prefeitura de São Luís estaria cometendo “gravíssimas irregularidades” na contratação, por R$ 33 milhões, de um instituto que tocará um projeto educacional no Município. O deputado bateu forte no contrato – que não apresentou. No entanto, mais do que o conteúdo da denúncia, o que chamou a atenção mesmo foi a postura e a virulência verbal de Wellington do Curso contra o prefeito de São Luís – de quem, aliás, se revelou eleitor. Ao atacar o prefeito Edivaldo Jr., o parlamentar, que iniciou seu mandato usando a humildade como atitude política e está vestindo o fardão oposicionista, deixou muito claro isso quando, entre outras declarações, afirmou: “São Luís não tem governo!”.

Uma análise fria leva à conclusão de que o ataque de Wellington do Curso ao prefeito Edivaldo Jr. foi pautado de Brasília pela deputada Eliziane Gama, que também está ensaiando declaração de guerra ao chefe do Executivo municipal, de quem pretende tomar a cadeira nas eleições do ano que vem. Até na semana passada, Wellington do Curso só estocava a administração municipal, sem avançar no discurso. Mas depois da divulgação, pela TV Guará, da mais recente pesquisa do instituto Exata mostrando queda de Eliziane Gama (26%) e subida do prefeito Edivaldo Jr. (23%) na corrida à Prefeitura, o deputado mudou a postura e o tom. Sua indignação pela suposta irregularidade contratual não convenceu muito, porque o que ele passou mesmo foi que agora é o opositor implacável do prefeito.

Ninguém rebateu o discurso de Wellington do Curso contra a gestão do prefeito Edivaldo Jr., mas isso só aconteceu porque o guardião da imagem do prefeito na Assembleia Legislativa é o deputado Edivaldo Holanda (PTC), o pai, que não se encontrava no plenário. Edivaldo Holanda se licenciou por 121 dias para cuidar da saúde, deixando em seu lugar o suplente Toca Serra (PTC), que ali defende seu irmão Alan Serra, prefeito de Pedro do Rosário, dos ataques do deputado Fernando Furtado (PCdoB). Até o retorno de Edivaldo Holanda, Wellington do Curso estará livre e solto para disparar na direção do Palácio de la Ravardière, devendo enfrentar eventualmente rebatidas feitas por Fábio Macedo (PDT) e por Othelino Filho (PCdoB), que aqui e ali sai em defesa do prefeito Edivaldo Jr..

O fato é que, como vinha prevendo a Coluna, a liderança da deputada Eliziane Gama nas primeiras pesquisas era inconsistente. E que somente com um partido sem densidade e um potencial midiático pessoal ela não chegaria muito longe quando confrontada com um prefeito jovem, que busca a reeleição embalado por uma estrutura partidária forte, um lastro político denso e uma administração em andamento. É claro que estamos a um ano das eleições municipais e que nesse período tudo pode acontecer. E pelo visto, um dos caminhos de Eliziane Gama será bombardear o prefeito Edivaldo Jr., entregando a tarefa ao deputado Wellington do Curso, que parece ter abraçado a estratégia.

 

PONTOS & CONTRAPONTOS

Ou prova ou larga de mão

lobao editadaO senador Edison Lobão (PMDB) encontra-se há uma semana no centro da Operação Lava Jato. Primeiro foi acusado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, de tê-lo mandado entregar R$ 2 milhões – dinheiro sujo – à então governadora Roseana Sarney (PMDB) para sua campanha à reeleição, mas ninguém até agora exibiu um naco de prova que confirme a acusação. Depois, o empresário Ricardo Pessoa, chefão do cartel que dava as cartas na petroleira, disse que Lobão teria recebido R$ 5 milhões em propina, sem apresentar um só risco de prova. Agora, volta a suspeita de que Lobão seria o “sócio oculto” da Diamond Montain, uma empresa cabeluda aberta no conhecido paraíso fiscal das Ilhas Cayman, e mais uma vez nenhuma prova liga o senador à tal empresa. E numa situação delicada, o Ministério Público Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal mais tempo para aprofundar as investigações sobre o ex-ministro de Minas e Energia. Se nada conseguir nos 60 dias a mais que conseguiu, o procurador geral da República, Rodrigo Janot, terá de recolher as armas e deixar o senador de mão.

 

 

Suspensão de aumento de 21,7% alivia caixa do governo, mas deixa servidores do TJ em pé de guerra

 

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Dino e Dilma: mesma posição em relação ao aumento para o Judiciário

 

A crise econômica, que tem abalado os alicerces da República, obrigado os governos central, estaduais e municipais a rever seus gastos e a encarar uma severa disciplina orçamentária, desembarcou no Maranhão. E chegou criando um clima beligerante dentro do Poder Judiciário estadual, com reflexos diretos no Poder Executivo. Os servidores do Poder Judiciário estão em pé de guerra, inconformados com a decisão das Câmaras Cíveis Reunidas, do Tribunal de Justiça, de dar provimento a Ação Rescisória movida pelo governador Flávio Dino (PCdoB) propondo a suspensão dos efeitos de decisão judicial que autorizara a concessão de aumento salarial linear de 21,7% aos servidores do Poder Judiciário. A decisão coloca ponto final numa briga judicial que começou ainda no Governo Roseana Sarney e que bateu às portas do Supremo Tribunal Federal contra o tal aumento. Desde a semana passada, o atuante Sindjus – organização sindical dos servidores da Justiça – vem bradando contra a decisão das Câmaras Cíveis Reunidas e disparando duras críticas e cobranças ao governador Flávio Dino.

Os argumentos do Palácio dos Leões para desbancar o aumento linear de 21,7% para os servidores do Poder Judiciário é curto e objetivo: não há dinheiro para bancar tal vantagem salarial e, além do mais, se ela é justa para com os servidores alcançados, é extremamente injusta com os demais servidores dos demais Poderes. No que diz respeito ao fator financeiro, o governador do Estado argumenta que tal aumento geraria um impacto de R$ 500 milhões anuais na folha de pessoal do Estado, o que, segundo os cálculos do Executivo, torna impossível a sua confirmação, pois não há recursos para tal.

Os líderes do Sindjus rebatem enfaticamente os argumentos que sustentam a Ação Rescisória, afirmando que nenhum deles tem procedência. O argumento da escassez financeira para cobrir o impacto anual de R$ 500 milhões nos gastos com pessoal é rebatido pelo Sindjus. Os líderes afirmam que, conforme seus cálculos, o aumento de 21,7% geraria um impacto de no máximo 250 milhões, o que seria suportável pelo Tesouro estadual, o que é firmemente contestado pelo Poder Executivo, que insiste em afirmar que o impacto será de R$ 500 milhões, portanto sem nenhuma chance de ser bancado.

O Palácio dos Leões agiu em relação ao aumento de 21,7% com o mesmo entendimento e o mesmo desassombro com que o Palácio do Planalto agiu em relação ao aumento para o Judiciário federal que variava de 59% a 78% e que, se implantado, geraria um impacto de R$ 25,7 bilhões no custo da folha de pessoal dos Poderes da República, dando uma média salarial de R$ 15 mil por servidor. Diante dos números, a presidente Dilma Rousseff, mesmo acuada por todos os problemas que espocaram no seu governo, correndo o risco de sofrer impeachment, e mergulhada numa impopularidade sem precedente na história recente da República, vetou o projeto de aumento. E para isso se valeu do argumento fatal: não há dinheiro.

Os servidores do Judiciário, claro, não aceitam a decisão e deflagraram um movimento cujo objetivo é reverter o provimento dado pelas Câmaras Cíveis Reunidas à Ação Rescisória. Como primeiro ato da reação, concitaram os servidores do Judiciário estadual a ir trabalhar ontem vestindo roupa preta em protesto. Não funcionou. Mas isso não significa que o comando do Sindjus vá se acomodar, pois sua capacidade de agir é conhecida. Também não se espera que o Executivo venha a fazer concessões a partir das pressões que certamente sofrerá por parte do Sindjus. Se não houver conformação será uma peleja e tanto.

 

PONTOS & CONTRAPONTOS

 

Desmonte I

A Câmara Federal desmontou ontem os principais ajustes feitos pelo Senado da República no projeto de reforma eleitoral. Primeiro derrubou a decisão dos senadores de proibir o financiamento privado de campanha eleitoral, restaurando essa norma que instituiu no projeto original. Depois, restaurou a norma segundo a qual, veículos de comunicação poderão, sim, contratar pesquisas eleitorais a institutos que tenham feito pesquisas encomendadas por partidos políticos nos últimos 12 meses.

Desmonte II

Com a revisão da regra aprovada pelo Senado Federal, os candidatos não poderiam ser financiados por empresas, tendo como única fonte de receita o financiamento público, o que, em tese, deixaria os partidos políticos e candidatos em condições de igualdade. Agora, os candidatos poderão recorrer a empresas e a pessoas, para evitar que o financiamento de campanha seja um esquema de troca, como tem revelado a Operação Lava Jato.

 

São Luís, 10 de Setembro de 2015.

Corrida à Prefeitura de São Luís tem líderes incontestes e pelotão intermediário querendo avançar

 

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Edivaldo Jr., Eliziane Gama e João Castelos são nomes certos na corrida à Prefeitura

Faltando 386 dias para as eleições municipais, período de tempo em que muita coisa pode acontecer na definição de projetos eleitorais, ninguém duvida de que a disputa para valer pela Prefeitura de São Luís se desenha para ser travada entre o prefeito Edivaldo Jr. (PDT), que embala sua caminhada em busca da reeleição; pela deputada federal Eliziane Gama (PPS), que surfa numa popularidade cuja consistência tem ainda de ser comprovada; e pelo deputado federal João Castelo (PSDB), que não abre mão do projeto de voltar ao Palácio de la Ravardière. Mas além deles, um batalhão de pré-candidatos se movimenta no sentido de viabilizar seus projetos de candidatura: o ex-deputado Ricardo Murad (PMDB?), a vereadora Rose Sales (no moimento sem partido), o ex-deputado federal Gastão Vieira (PROS), o senador Roberto Rocha (PSB), e o deputado estadual Bira do Pindaré (PSB).

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Murad diz que é candidato

Mesmo estando diante de uma espécie de pelotão de fuzilamento político, formado por promotores, procuradores e até delegados de Polícia, que se movimentam no sentido de condená-lo por supostos malfeitos na gestão do Sistema Estadual de Saúde no Governo Roseana Sarney (PMDB), e rejeitado pela cúpula do seu partido, Ricardo Murad tem dito a interlocutores que se prepara para entrar na briga em São Luís, de preferência pelo PMDB, seu atual partido. É fato, porém, que sua chance de viabilizar esse projeto é quase zero. Ciente das dificuldades e precavido, Murad preparou o PTN para ser o seu abrigo partidário, caso sua permanência se torne impossível no PMDB. A todos os seus interlocutores ele tem dito que será candidato a prefeito de São Luís, de qualquer maneira e em qualquer circunstância. O desfecho deste vai-não-vai será conhecido nas primeiras 48 horas de outubro.

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Rose Sales tenta uma aliança

A vereadora Rose Sales, que nasceu política no PCdoB e dele saiu por incompatibilidade, corre atrás de um partido que lhe dê condições de entrar na briga majoritária em São Luís. Rose Sales decidiu abrir mão de viabilizar um projeto eleitoral mais fácil, o da sua reeleição, para entrar de vez na briga pela Prefeitura. Corre para articular uma grande frente partidária – já conversou até com a cúpula do PMDB -, mas ainda não encontrou o primeiro e indispensável item da sua lista de prioridades, o partido. Chegou a se filiar ao PP, mas caiu fora diante da revelação de que esse é um partido que atua como máfia e que sua permanência nos seus quadros pode prejudicar sua imagem. A vereadora tem até o final deste mês para resolver sua vida política.

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Gastão volta à frente do PROS

O ex-deputado federal e ex-ministro do Turismo Gastão Vieira ocupou horário nobre na TV, segunda-feira, para se apresentar como líder do PROS no Maranhão e sinalizar que tem interesse na disputa na Capital. Não foi explícito nem taxativo quanto a ser candidato a prefeito de São Luís, mas em todas as rodas tem manifestado esse interesse, se dizendo pré-candidato. Se vai entrar mesmo na briga, Gastão terá de rever seu discurso, para não repetir o desempenho de 2008, quando foi duramente castigado nas urnas, de onde saiu com votação raquítica. Na sua propaganda partidária, ontem, Gastão Vieira selou formalmente o seu afastamento do que restou do Grupo Sarney, declarando, enfaticamente: “Mudei para melhor”.

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Rocha e Bira medem força dentro do PSB

Roberto Rocha e Bira do Pindaré disputam a vaga de candidato dentro do PSB, o que é uma situação saudável dentro de um partido. Ao manifestar interesse em candidatar-se, o senador Roberto Rocha desatou o último laço que mantinha com o prefeito Edivaldo Jr., de quem foi vice-prefeito e com quem deseja agora disputar o cargo de titular. Rocha sabe que esse é um projeto de risco, pois se for derrotado, terá seu prestígio senatorial abalado, comprometendo projetos futuros, como disputar o Governo do Estado em 2018 com o governador Flávio Dino (PCdoB). No caso de Bira do Pindaré (PSB) o seu projeto de candidatura segue na mesma linha e poderá ser visto como um arranjo do Palácio dos Leões para desgastar o prefeito Edivaldo Jr., o que parece não ser o caso, embora deixe o governador em posição delicada.

Se esse time se viabilizar, a corrida ao Palácio de la Ravardière será muito mais animada, sobretudo com a presença quase certa do médico  Zéluiz Lago (PPL), do médico e ex-vereador João Bentivi (PRTB), do vereador e presidente da Câmara Municipal Astro de Ogum (PMN), do eletricista Marcos Silva (PSTU) e do advogado Antonio Pedrosa pelo PSOL.

 

PONTOS & CONTRAPONTOS

Deu um tempo

Depois de ser alvejado pela decisão do juiz federal José Carlos do Vale Madeira de bloquear bens dele e de mais 11 pessoas do Sistema Estadual de Saúde no valor total de R$ 14 milhões, e de ter sido assombrado por rumores de que estaria com prisão decretada por um juiz federal do Tocantins, o que não se confirmou, o ex-deputado estadual Ricardo Murad (PMDB) deu um tempo. Primeiro passou uma temporada em Brasília, depois teria visitado amigos em Goiás e, finalmente, uma fonte com ligação familiar soprou à Coluna que o ex-secretário de Estado da Saúde estaria de volta ao Maranhão, retomando as rédeas da administração de Coroatá, onde dá as cartas como uma espécie de primeiro-secretário. Nesse período, Murad travou sua metralhadora verbal e reduziu a frequência com que disparava bordoadas contra inimigos no twitter e no facebook. Quem o conhece, porém, aposta que é só uma questão de tempo e que mais cedo ou mais tarde ele retornará ao cenário político com todo o gás.

Gastão no cenário

O ex-deputado federal e ex-ministro do Turismo Gastão Vieira se apresentou, na noite de segunda-feira, em horário nobre da TV, como comandante do PROS no Maranhão, formalizando, em caráter definitivo, seu rompimento com o Grupo Sarney. Com um discurso forte contra desmandos e corrupção, Gastão tentou passar a mensagem de que ele e o partido que comanda são fatos novos na política estadual. Tudo bem se ele próprio não representasse a banda progressista da fatia do sarneysismo controlada por Roseana Sarney (PMDB) e o PROS não tivesse sido herdado do ex-deputado José Vieira. Detalhes à parte, Gastão deixou no ar a nítida impressão de que não pensa em aposentadoria e que pretende ainda ocupar um lugar expressivo no cenário político estadual.

 

São Luís, 8 de Setembro de 2015.

Candidatos darão passo largo se discutirem a fundo a metropolização da Ilha de Upaon Açu

 

Sede política e institucional do Governo do Estado do Maranhão, o Palácio dos Leões representam um dos maiores símbolos da cultura maranhense. Sua Localização privilegiada, aliada à sua trajetória histórica, sua arquitetura e seus bens móveis e artísticos, compõem um conjunto de fundamental importância para o entendimento da formação da identidade cultural do povo maranhense. São Luís (MA). Foto: Maurício Moreira
São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa enfrentarão problemas de se unirem

Os candidatos às eleições municipais do ano que vem nos quatro municípios da Ilha de São Luís darão um grande passo se discutirem a metropolização como um dos temas prioritários da campanha. Se, de fato, querem a evolução das suas cidades, se têm a dimensão da importância de cada uma e noção precisa do que representa o seu conjunto, os candidatos a prefeito de São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa deverão insistir na necessidade de intensificar as articulações para viabilizar de vez o processo de integração entre os seus municípios, que abrigam pouco mais de 1,4 milhão de habitantes e enfrentam muitos problemas comuns – lixões, segurança, saúde, drogas, mobilidade, entre outros menos visíveis – que dificilmente poderão ser solucionados por cada um ao seu modo. A metropolização da Ilha, que pode envolver também cidades como Rosário, Bacabeira, Santa Rita e Alcântara, beneficiando mais 115 mil pessoas, já é uma realidade formal, mas que precisa ser efetivada.

Como é sabido, no Brasil a definição de metrópole começa pela identificação de uma cidade com quase ou mais de 1 milhão de habitantes, caso de São Luís, interligada a outras cidades menores e que forme uma região metropolitana, ou seja, uma região urbana. Tal região tem problemas comuns que são tratados em conjunto, cabendo participação e responsabilidade de cada um, na sua medida. São inúmeras as regiões metropolitanas, onde são administrados problemas que os municípios individualmente não conseguiriam resolver. O conceito se aplica integralmente à Ilha de São Luís, que por amarras políticas não conseguiu deslanchar o seu processo.

Fruto de uma ampla, intensa e produtiva discussão durante a Assembleia Estadual Constituinte do Maranhão, a metropolização da Ilha de Upaon Açu e adjacências entrou como item destacado no Ato das Disposições Transitórias da Constituição do Estado do Maranhão de 1989, por iniciativa do deputado estadual constituinte Francisco Martins (PTB) – um médico de Balsas que, em princípio, nada tinha a ver com o assunto, que ficou esquecido por alguns anos. No início de 1991, em meio a um forte debate sobre a situação dos municípios da Ilha de São Luís na Assembleia Legislativa o deputado Manoel Ribeiro (PTB) sacou do colete a proposta de regulamentação da metropolização da Ilha de Upaon Açu –, argumentando que sua adoção daria aos quatro municípios, a começar por São Luís, as condições para resolver os problemas mais graves e comuns a todos.

O projeto de metropolização da Ilha foi regulamentado em clima de quase euforia, mas um detalhe da regulamentação gerou uma reação política que o inviabilizou até hoje. A norma rezava que o processo de metropolização seria implantado e coordenado pelo Governo do Estado, que para tanto criaria uma Secretaria Extraordinária para tratar exclusivamente desse projeto. O então prefeito de São Luís, Jackson Lago (PDT), adversário do governador Edison Lobão (PMDB), enxergou no projeto de metropolização uma maneira de o governo estadual e, por via de consequência, o Grupo Sarney, impor controles sobre a Prefeitura de São Luís e, assim, forjou o argumento de que o projeto tiraria autonomia política e administrativa dos municípios. Munido desse poderoso argumento, Lago liderou um movimento que uniu as prefeituras de São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa contra o projeto de metropolização, que voltou para a gaveta e nela permaneceu esquecido por alguns anos.

De lá para cá, um lento e pouco produtivo processo de desarmamento político, de compreensão do que, de fato, significa metropolização, a partir de exemplos como João Pessoa (PB), Recife (PE), Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP) e Porto Alegre (RG), para citar apenas alguns exemplos, o projeto que envolve a Ilha de Upaon Açu vem se arrastando, incentivado aqui, boicotado ali, sem produzir perspectivas positivas. Recentemente, o governador Flávio Dino (PCdoB) manifestou disposição de incentivar a metropolização, recebendo o apoio dos prefeitos de São Luís, Edivaldo Jr. (PDT), e de São José de Ribamar, Gil Cutrim (PDT). Uma sinalização de que a emenda emplacada há 26 anos no Ato das Disposições Transitórias da nova Constituição do Maranhão pelo deputado balsense Francisco Martins sairá finalmente do papel.

PONTOS & CONTRAPONTOS

 

Resgate de Tribuzi I

tribuzi 1Oportuno e de extrema importância para a História recente do Maranhão, vista aí nos seus mais diferentes aspectos, o projeto de resgatar a memória de Bandeira Tribuzi. Idealizado pelo jornalista, agitador cultural e atual diretor do Teatro Arthur Azevedo, Américo Azevedo Neto, o projeto será lançado hoje – data da sua morte há 38 anos – às 16h, na Casa de Bandeira Tribuzi, na Rua dos Prazeres, 529, Centro, com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura, agora comandada por Felipe Camarão.

Resgate de Tribuzi II

Mais do que um gesto de grandeza cultural, o resgate da memória de Bandeira Tribuzi é uma obrigação – que, aliás, já deveria ter sido cumprida  há muito tempo. Afinal, Tribuzi foi um gigante em tudo em que se envolveu no Maranhão dos anos 50, 60 e parte de 70 – morreu prematuramente em 1977. Para começar, no plano cultural, foi jornalista, compositor, caricaturista e, sobretudo, poeta, um dos maiores da sua geração, responsável pela introdução de uma nova linguagem poética no Maranhão e no Brasil. No plano profissional foi o economista de visão avançada, que trouxe de Portugal para o Maranhão as primeiras noções técnicas de planejamento, que deram ao governo de José Sarney o traço definitivo de modernidade. E no plano político, Tribuzi foi um militante de esquerda, com sólida formação marxista, que enfrentou a ditadura.

Resgate de Tribuzi III

O Maranhão muito deve a Bandeira Tribuzi, e a iniciativa de Américo Azevedo Neto é um marco no pagamento dessa dívida, que nunca será quitada, pois cada vez que os ludovicenses cantarem, em qualquer tempo, Louvação a São Luís lembrarão de que seu reconhecimento ao autor do hino de São Luís será eterno.

 

São Luís, 08 de Setembro de 2015.

 

 

Partidos ideológicos perdem consistência com quadros sem qualquer identidade

 

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José Reinaldo socialista? Raimundo Cutrim comunista? e Hemetério Weba verde?

Um dos problemas que mais afetam o conturbado e irracional elenco partidário do Brasil é a inconsistência ideológica, doutrinária e programática dos partidos brasileiros, principalmente os de esquerda, e a identidade dos seus componentes. Na semana passada, o jornalista Marco D`Eça fez um rápido mas interessante registro da situação em que se encontra a secção maranhense do Partido Socialista Brasileiro (PSB), onde divergências entre seus três lideres mais importantes mantêm a agremiação sem um prumo. É o caso de outras legendas, que preservam em seus quadros políticos em nada identificados com a natureza do partido, neles ingressando apenas como abrigo, nada tendo a ver com as suas cartilhas ideológicas. O exemplo do PSB é emblemático, mas outras agremiações administram com essa falta de identidade em vários dos seus membros importantes.

No caso do PSB, bastam algumas indagações para emergir, nítida, a distância desses líderes. Oriundo do velho PDS, nascido da Arena, um dos braços do bipartidarismo criado pelos militares, para se contrapor ao MDB, de oposição, o ex-governador e atual deputado federal José Reinaldo Tavares pode até ter alguma simpatia pelo socialismo moderado do partido herdado de Miguel por Eduardo Campos, mas certamente não professa o credo socialista com o ele é. Tavares não é nem nunca foi de esquerda, pois suas posições e sua prática sempre indicaram nele um político de centro, afeiçoado às ideias liberais.

O mesmo acontece com o senador Roberto Rocha, que não é de direita, mas também não tem no seu histórico registro de simpatia ou traços de  identificação com as práticas socialistas, pois ele também tem como raiz partidária o velho PDS, viveu uma larga experiência no PSDB e um ano antes das eleições de 2014, se converteu ao socialismo, não por afinidade ideológica, mas por ser o pouso mais adequado depois que o PSDB ficou pequeno para ele e o deputado federal João Castelo. Ao contrário do deputado Bira do Pindaré, que foi forjado no PT, sendo assim o migrante mais ideologicamente afinado com o PSB – mas, curiosamente, não ocupa na agremiação o espaço que sua identidade com o partido lhe permite Aí a explicação tantas divergências numa agremiação partidária.

Sempre despertou curiosidade a presença da deputada federal Eliziane Gama no Partido Popular Socialista (PPS). Evangélica militante, daquelas que não fazem muitas concessões, a parlamentar milita agora num partido cuja base é o materialismo ateísta, muito longe, portanto, da sua orientação religiosa. É sabido que para Eliziane Gama o PPS é apenas um abrigo, porque ela não tem qualquer afinidade com a ideologia e os conceitos doutrinários do partido liderado pelo militante comunista pernambucano Roberto Freire. Uma situação tão esdrúxula como a passagem do hoje pemedebista Ricardo Murad pelo PSB, do qual, auxiliado por um socialista autêntico, o então deputado federal José Carlos Sabóia, assumiu o controle no início do novo século controle e nele se manteve até que completar seu caminho de volta ao seio do Grupo Sarney pelas asas do PMDB.

Ainda sobre composição partidária, um caso continua chamando atenção: a conversão do deputado Raimundo Cutrim ao PCdoB. Com uma postura típica de um político da direita esclarecida e forjado nos quadros da Policia Federal, da qual é delegado de carreira, uma instituição cuja orientação foi escancaradamente de direita nos anos de chumbo da ditadura. Não se conhece qualquer manifestação do deputado que o identifique com os postulados materialistas e dialéticos do seu partido. Não dá para afirmar que Raimundo Cutrim tenha se convertido efetivamente, no todo ou em parte, ao comunismo professado pelo governador Flávio Dino.

Outros casos confirmam essa distorção, como é o caso da vereadora Rose Sales,    que deixou o PCdoB, se filiou ao PP e menos de três meses depois ficou sem partido, estando agora atrás de uma legenda para ser candidata à Prefeitura de São Luis. Aparentemente incompatível a filiação do deputado estadual  Hemetério Weba ao PV, a deputada estadual Francisca Primo e o deputado federal José Carlos no PT. Para citar apenas alguns exemplos.

A reforma política poderia ter alcançado esse problema e definido regras nessa direção. Como não fez, muitos outros exemplos dessa contradição política estão em evidência no Maranhão, e deverão se multiplicar à medida que se aproximar o fim do prazo de mudança de partido para quem deseja disputas as eleições municipais do ano que vem.

 

PONTOS & CONTRAPONTOS

 

Mais tempo, mais força

lobao editadaA denúncia feita pelo procurador geral da República, Rodrigo Janot acusando o senador Edison Lobão (PMDB) de mandar o então diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, entregar R$ 2 milhões à então governadora Roseana Sarney (PMDB) para financiar  a campanha dela à reeleição em 2010, pode vir a ser uma grande barriga. É que até agora os investigadores não encontraram se quer vestígio do malfeito denunciado no bojo da Operação Lava Jato. Sem argumento para manter a denúncia contra Lobão e Roseana, o chefe do Ministério Público Federal pediu mais 60 dias para encontrar algo que justifique a denúncia. A decisão do ministro Teori Zavascki coloca o procurador geral da República em situação delicada, porque se nesse período ele não encontrar provas que incriminem, de fato, Lobão e Roseana, e poderá até mesmo extinguir a ação.

 

Tarefa difícil

ronaldo 1Não será fácil a vida do secretário-adjunto de Assuntos Políticos e Federativos, Ronaldo Chaves, que foi escolhido pelo secretário Márcio Jerry para ser o homem do Governo na Assembleia Legislativa. E terá uma sala no Palácio Manoel Bequimão de onde cuidará dos interesses dos deputados no, como emendas, requerimentos com pedido de obras e outros pedidos e solicitações. Não será uma tarefa fácil nem tranquila, pois o sucesso dela será também o seu sucesso e o insucesso do governo também.

 

São Luís , 05 de Setembro de 2015.

 

 

Flávio Dino diz a deputados aliados que a crise é grave, mas seu governo vai bem

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Flávio Dino fala a deputados tendo ao lado o presidente  Humberto Coutinho (PDT)

A situação econômica do país é grave e seus reflexos financeiros nas contas do Governo Federal e dos governos estaduais são fortemente impactantes, o que exige uma dura racionalização dos gastos públicos num período que deverá se estender até meados de 2016. Foi essa, no geral, a mensagem que o governador Flávio Dino (PCdoB) passou a 26 deputados estaduais que integram a sua base de apoio, liderados no ato pelo presidente da Casa, deputado Humberto Coutinho (PDT) e com os quais se reuniu, no Palácio dos Leões, na noite de quinta-feira. O governador fez também um relato das ações do governo nas áreas de educação, infraestrutura e saúde, respondendo a indagações dos parlamentares. E no final, os deputados foram informados de que as emendas por eles incluídas no Orçamento serão liberadas na medida das condições financeiras e que, para estreitar ainda mais os laços com a base parlamentar, a Secretaria de Articulação Política e Assuntos Federativos terá uma representação formal na Assembleia Legislativa.

Não é nova a prática de o governador do Estado se reunir com a sua base parlamentar, mas não é comum sua realização em períodos em que o governo ainda está se firmando. A reunião de ontem foi a sinalização de que o governador Flávio Dino tem as rédeas da máquina administrativa do Maranhão sob controle e de que a gestão iniciada em janeiro encontrou seu rumo. Isso ficou claro quando o chefe do Executivo, tendo ao lado o chefe do Legislativo e os secretários responsáveis pelas áreas de Educação, Saúde e Infraestrutura, fez um relato detalhado de todas as ações do governo nessas áreas e apresentou um balanço que agradou aos integrantes da sua base parlamentar.

Flávio Dino começou sua fala agradecendo o apoio que vem recebendo na Assembleia Legislativa, onde conta com uma bancada formada por pelo menos 32 deputados, parte deles saída do grupo hoje na oposição. Dino tem todos os motivos para agradecer à sua base, que até agora não lhe faltou nem lhe criou embaraços. Desde que a nova Assembleia Legislativa assumiu, em fevereiro, nenhuma matéria para ali encaminhada pelo governador sofreu qualquer tipo de restrição, sendo que a maioria delas foi aprovada com votos de deputados da oposição. A base é articulada pelo presidente Humberto Coutinho, aliado de primeira hora do governador, e pelo líder do bloco governista, deputado Eduardo Braide (PMN).

E para ajustar ainda mais o bom relacionamento do Executivo com o Legislativo, a Secretaria de Articulação Política e Assuntos Federativos terá uma representação no Palácio Manoel Bequimão, que será comandada pelo secretário-ajunto da pasta, Ronaldo Chaves. Caberá a ele fazer o papel de ponte entre os deputados e as mais diversas áreas do governo, e também auxiliar o secretário de Articulação Política no trabalho de harmonização da base governista.

Flávio Dino chamou também a atenção da bancada governista para a crise econômica que assola o país e afeta gravemente a máquina pública. Informou que o seu governo não receberá mais um centavo de transferência voluntária do governo federal neste ano e que o caixa do Estado está sendo objeto de um controle férreo, para que as finanças do governo permaneçam sob controle. E fez uma previsão nada animadora: a crise financeira vai se estender a 2016, o que desenha a perspectiva de que as coisas só virão a melhorar efetivamente em 2017. Até lá, o governo, que mantém as finanças organizadas, vai usar dos os instrumentos ao seu alcance para manter a administração funcionando plenamente. E na medida das possibilidades financeiras, manterá seu programa de obras e os programas de inclusão social.

 

PONTOS & CONTRAPONTOS

Alto astral

edivaldo jr. 5O prefeito Edivaldo Jr. (PDT) reuniu ontem jornalistas num almoço em homenagem a São Luís pela passagem do seu 403º aniversário. E o que se viu no amplo salão do restaurante Espaço Gaia foi um prefeito sorridente e descontraído, bem diferente dos dois primeiros anos de gestão, quando andava com a expressão sempre fechada. Dezenas de jornalistas atenderam ao convite do secretário municipal de Comunicação, jornalista Batista Matos. O prefeito distribuiu cumprimentos, parou para conversar em rodas de jornalistas e assessores, ouviu observações e sugestões. A reunião com jornalistas foi uma espécie de “largada” da programação destinada a comemorar o aniversário da Capital. O prefeito vai aproveitar o período festivo para mostrar que está trabalhando intensamente, principalmente em obras de infraestrutura que interligam os eixos rodoviários de São Luís.

 

São Luís, 5 de Setembro de 2015.