Partidos decisivos aguardam decisões das cúpulas nacionais para firmar posição na sucessão maranhense

 

Juscelino Filho, André Fufuca, Pedro Lucas fernandes, Mical Damasceno, Aluísio Mendes e Edilázio Jr.: líderes partidários que dependem das cúpulas nacionais

Ao declarar, na semana que passou, que seguirá a orientação do chefe nacional do seu partido, o notório ex-deputado Waldemar Costa Neto, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que controla o PL no Maranhão com mão de ferro, deu a pista para que se entenda o motivo pelo qual a maioria dos chefes partidários maranhenses ainda se mantêm cautelosos em relação aos rumos que seus partidos tomarão na corrida pela sucessão do governador Flávio Dino (PCdoB). Até o momento, os presidentes do DEM, deputado federal Juscelino Filho, do PP, deputado federal André Fufuca, do PSL, deputado federal Pedro Lucas Fernandes, do PTB, deputada estadual Mical Damasceno, do PSC, deputado federal Aluísio Mendes, e do PSD, deputado federal Edilázio Jr., se mantêm distanciados do debate sucessório, condicionados que estão às decisões das suas cúpulas nacionais dos seus partidos, que só pretendem colocar suas máquinas partidárias em movimento quando o cenário da corrida ao Palácio do Planalto estiver melhor desenhado, com pré-candidatos definidos.

Todas as evidências indicam que na sucessão estadual o braço maranhense do DEM tem inclinação pelo projeto de candidatura do senador Weverton Rocha (PDT), mas o presidente Juscelino Filho dificilmente se posicionará de maneira formal antes que o seu comando nacional, que tem à frente o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, defina a posição do partido na corrida presidencial. O DEM firmou com o PDT aliança forte em 2020, principalmente em São Luís, mas vozes experientes alertam para o fato de que cada eleição é uma eleição, sugerindo que o que aconteceu nas eleições municipais pode não acontecer nas eleições gerais do ano que vem, que começa com a escolha do candidato à presidência, que pode reforçar ou inviabilizar alianças nos estados.

É a mesma situação do presidente do PP, deputado federal André Fufuca, que não dará passos definitivos para escolher entre Weverton Rocha e Carlos Brandão, ou ainda embarcar na eventual candidatura oposicionista do senador Roberto Rocha (por enquanto sem partido). Hoje tendo o presidente da Câmara Federal, o deputado federal alagoano Arthur Lira, como seu “homem-forte”, o PP vem dando indicações de que poderá definir uma política de alianças para as eleições do ano quer vem. A tendência dentro do partido é apoiar a candidatura do presidente Jair Bolsonaro à reeleição, e essa inclinação, se consumada, criará dificuldades para alianças nos estados, a começar pelo Maranhão. André Fufuca se manterá em “banho maria”, aguardando uma batida de martelo.

Recém-chegado às mãos do deputado federal Pedro Lucas Fernandes, encerrando um longo “reinado” do vereador Chico Carvalho, o PSL é ainda abrigo de muitos bolsonaristas militantes, mas tem inclinação por uma aliança com o PDT em favor de Weverton Rocha. No momento, porém, a cúpula nacional do partido vem sendo pressionada a reintegrar o partido ao bolsonarismo. Se a resistência for forte e rejeitar o presidente Jair Bolsonaro e sua turma, liderada por seu filho, deputado federal Eduardo Bolsonaro e um grande grupo, Pedro Lucas Fernandes levará o partido para o candidato do PDT. Do contrário, ficará numa situação delicada.

Situação parecida é a do PTB. Sob um controle cada vez mais forte do ex-deputado federal Roberto Jefferson, que resolveu transformar o partido num braço ativo do bolsonarismo, a deputada estadual Mical Damasceno dificilmente terá força para decidir o rumo da agremiação no Maranhão. Principalmente depois de rumores dando conta de que o PTB pode ser o abrigo partidário do presidente Jair Bolsonaro – o que fará tremer os ossos dos ex-presidentes Getúlio Vargas e João Goulart. Por enquanto, Mical Damasceno manterá PTB em compasso de espera.

Outros partidos, com o PSC, controlado pelo deputado federal Aluísio Mendes, e o PSD, comandado pelo deputado federal Edilázio Jr., ambos do Centrão e integrados à base de apoio do presidente Jair Bolsonaro, vivem a mesma situação, com a diferença de que ainda não têm pré-candidatos a governador definidos. A tendência é a de eles apoiarem a eventual candidatura do senador Roberto Rocha (ainda sem partido), ou, numa hipótese muito remota, um projeto de candidatura da ex-governadora Roseana Sarney (MDB). Por enquanto, essas e outras agremiações continuarão mercê das decisões das cúpulas nacionais.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Vacinação: deputado tenta usar líderes evangélico em jogada de oportunismo barato

 

Não bastasse o uso de dinheiro público para bancar a espalhafatosa campanha destinada a marcar os seus primeiros 100 dias de mandato, o deputado federal Josivaldo JP (Podemos) surpreendeu meio mundo ao tentar, sem a menor cerimônia, incluir pastores evangélicos no grupo de prioridade para receber a vacina contra o novo coronavírus.

Seu argumento para justificar o lance de oportunismo barato: “Os líderes espirituais têm muito contato com o público, fazem atendimento em locais fechados, inclusive em hospitais, visitam domicílios e praticam ações sociais junto à população em situação de rua ou com vulnerabilidade, se expondo constantemente ao risco de contrair o coronavírus”.

Líderes sérios da comunidade evangélica devem ter corado de vergonha, porque padres, clérigos islâmicos, rabinos, líderes espíritas, umbandistas, etc. fazem o mesmo, mas não ousaram se definir como prioridade para a imunização.

E pensar que esse senhor assumiu a vaga de um parlamentar do nível do atual prefeito de São Luís, Eduardo Braide, na Câmara Federal. Que retrocesso, hein?

 

Pensadores da direita se decepcionam e abandonam o barco furado do bolsonarismo

Jair Bolsonaro já avaliado como um  fracasso pelos pensadores da direita 

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), caminha para entrar para a História como o maior fracasso entre os governos nos 100 anos de República. Fato consumado para quem não o apoiou ou lhe faz oposição, essa caminhada já é vista como irreversível até mesmo pelos seus apoiadores, que acreditaram que ele inauguraria no País uma nova política, mas que mergulharam na decepção depois que ele se revelou um monumental engodo. Um exemplo dessa decepção está expressado em artigo do professor Márcio Coimbra, cientista político e coordenador da pós-graduação em Relações Institucionais e Governamentais da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília, que, todos sabem, é um centro política e ideologicamente conservador e divulgador das teses da direita política e do liberalismo econômico. No seu artigo, intitulado “Decepção Política”, Márcio Coimbra revela ter sido um dos 57 milhões de brasileiros que apostaram no “mito” forjado nas baixas patentes do Exército e emergido do baixo clero do Congresso nacional, mas logo começaram a se decepcionar e hoje o veem como um fracasso. Ele escreveu:

“Nós, liberais, aos poucos fomos deixando o governo na medida que entendemos que nossa agenda serviu apenas de combustível eleitoral para Bolsonaro. Uma agenda que rendeu votos, mas que não tinha a mínima chance de prosperar diante de um presidente seduzido pelo populismo, vigilante em blindar os seus e que se sentia mais confortável ao lado de militares de baixa patente e parlamentares do baixo clero. Percebemos que era um homem que não estava à altura do cargo ou dos desafios que a posição impõe.

Houve um estelionato eleitoral de proporções épicas. Além de não cumprir a agenda de campanha, Bolsonaro esforçou-se em caminhar para o lado oposto, impondo medidas que são diametralmente opostas ao que foi prometido, deixando lavajatistas irados, antipetistas decepcionados, conservadores irritados e liberais desolados. Bolsonaro no poder tornou-se um presidente abaixo da média, sem projeto, errático, vacilante, agressivo, autoritário, personalista, populista e fraco. Diante de uma presidência tão confusa, o caminho do petismo de volta ao Planalto tornou-se uma possibilidade real.

Assim como 57 milhões de brasileiros, votei em Bolsonaro, mas me decepcionei. Sua nova política não passava de mais do mesmo. Apenas velhas práticas envelopadas de forma diferente. Infelizmente, falta muito para o Brasil optar pela razão longe da polarização cega que nos fez reféns de dois projetos fracassados”.

 

Vacinação: deputado tenta usar líderes evangélico em jogada de oportunismo barato

Josivaldo JP: oportunismo barato 

Não bastasse o uso de dinheiro público para bancar a espalhafatosa campanha destinada a marcar os seus primeiros 100 dias de mandato, o deputado federal Josivaldo JP (Podemos) surpreendeu meio mundo ao tentar, sem a menor cerimônia, incluir pastores evangélicos no grupo de prioridade para receber a vacina contra o novo coronavírus.

Seu argumento para justificar o lance de oportunismo barato: “Os líderes espirituais têm muito contato com o público, fazem atendimento em locais fechados, inclusive em hospitais, visitam domicílios e praticam ações sociais junto à população em situação de rua ou com vulnerabilidade, se expondo constantemente ao risco de contrair o coronavírus”.

Líderes sérios da comunidade evangélica devem ter corado de vergonha, porque padres, clérigos islâmicos, rabinos, líderes espíritas, umbandistas, etc. fazem o mesmo, mas não ousaram se definir como prioridade para a imunização.

E pensar que esse senhor assumiu a vaga de um parlamentar do nível do atual prefeito de São Luís, Eduardo Braide, na Câmara Federal. Que retrocesso, hein?

São Luís, 22 de Abril de 2021.

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