Roberto Rocha se “estarrece” com a atenção Coluna deu às informações publicadas a seu respeito na Terça-Feira

 

Roberto Rocha: “estarrecido” com destaque da Coluna às notícias a seu respeito na imprensa

O senador Roberto Rocha (sem partido) se declarou “estarrecido” com a importância que a Coluna dedicou, na edição de Quarta-Feira (21), a duas informações publicadas naquela data, a seu respeito, em jornais. A primeira apontando-o como o membro do Senado federal com assessoria mais cara – 51 assessores a um custo mensal de R$ 611 mil -, no contexto de uma reportagem mostrando esses custos com base em levantamento feito pela ONG Ranking Político. E a segunda, baseada em reportagem do jornal carioca sobre notícia falsa tornada pública como verdade pela jornalista Leda Nagle, em seu site, dando conta de que havia sido descoberta uma trama envolvendo ministros do Supremo Tribunal Federal e o ex-presidente Lula da Silva (PT), para assassinar o então candidato a presidente Jair Bolsonaro, e na qual cita a existência de um áudio em que supostamente o senador Roberto Rocha e um “membro barra pesada” do gabinete de Segurança Institucional conversam sobre o assunto incluindo na trama o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O “estarrecimento” do senador foi também motivado pela sugestão de que ele deveria ampliar seus canais de comunicação com sociedade maranhense, para confirmar, explicar ou desmentir informações dessa natureza. Ele considerou ainda “patético” o fato do jornalista não tê-lo procurado. Segue a íntegra da carta do senador Roberto Rocha:

“Ao jornalista Ribamar Correa

Leio estarrecido a informação publicada em sua coluna me cobrando uma posição sobre postagens polêmicas ou me alertando de que eu preciso urgentemente estabelecer um canal direto de comunicação com a sociedade maranhense. Chega a ser patético vindo de um jornalista que poderia facilmente entrar em contato com a minha assessoria ou comigo mesmo para esclarecer os fatos narrados.

Em primeiro lugar, tenho todos os canais abertos diuturnamente com a sociedade maranhense. Me aponte um parlamentar que tenha feito tantas lives e publicações sobre o seu mandato.

Claro que tomei conhecimento da publicação que me aponta como o campeão de despesas de pessoal no Senado Federal. Não dou usualmente importância a esse tipo de notícia que é feita apenas para criar fumaça, com tons de denúncia. Ainda mais que não tenha merecido mais que as páginas de uns poucos blogs sem maior significância.

Mas agora vejo que mereceu a sua atenção, embora não o seu interesse jornalístico em apurar que o meu nome consta ali pelo fato de terem sido atribuídos a minha cota de funcionários todo o corpo técnico do Gabinete da Liderança do PSDB, que eu não mais exerço, e que é composto de quadros técnicos de alta qualificação. Naturalmente esses funcionários, que somam mais de uma dezena, recebem os mais altos salários do Senado. Há ainda outros cargos técnicos igualmente atribuídos a mim que decorrem de funções que exerço, tais como o de Corregedor do Senado.

Mas não satisfeito você me atribui não sei que tipo de responsabilidade por conta de um áudio de um celerado, que eu não tenho nem como saber quem é, dado que anonimamente fez absurdas acusações a figuras públicas. O que é que eu tenho a ver com isso? Trata-se claramente de fake news usando meu nome para dar credibilidade aos absurdos ali narrados.

De todo modo estou à sua disposição sempre para falar sobre as dezenas de projetos de que sou autor ou relator no Senado Federal, com o mandato voltado para temas do desenvolvimento do Maranhão e do país, que parecem não despertar o mesmo interesse do jornalismo maranhense.

Senador Roberto Rocha”

Na sua resposta, marcada por alguns sintomas de incômodo e arrogância, o senador Roberto Rocha diz que não costuma dar importância a informações como a do Ranking Político sobre o custo da sua assessoria, alegando se tratar de notícia destinada apenas a criar “cortina de fumaça”. E, motivado apenas pela atenção dada pela Coluna, esclarece, sem negar o valor, que parte do custo mostrado como sendo da sua assessoria inclui o corpo técnico da Liderança do PSDB, que não exerce mais – mar exerceu durante dois anos -, e da sua condição de Corregedor do Senado. A resposta dada à Coluna, mesmo com visível incômodo, é esclarecedora, e poderia ter sido dada aos veículos que a publicaram. Algum problema em sugerir isso?

Com relação à citação do seu nome na notícia falsa a tal “armação” para liquidar Jair Bolsonaro, o que senador se revela indignado pelo registro dado na Coluna, alegando tratar-se claramente de uma “fake news”, contendo declarações de “um celerado”, que não conhece, mas que “anonimamente fez acusações a figuras públicas”. E indaga: “O que é que eu tenho a ver com isso? E afirma: “Trata-se claramente de fake news usando meu nome para dar credibilidade aos absurdos ali narrados”. Até onde a visão jornalística alcança, uma situação dessas é notícia destacada em qualquer lugar do mundo. E em qualquer lugar minimamente civilizado do mundo, a suspeita de tratar-se de uma “fake news” com esse quilate deve ser rechaçada pelo homem púbico envolvido, mas ser investigada em busca da sua origem, para colocar tudo em pratos limpos.

O senador Roberto Rocha anota, no final da sua carta, que sua obra legislativa – “dezenas de projetos” de que é autor e relator – parecem não despertar o mesmo interesse da imprensa maranhense. Vale perguntar, sem qualquer traço de ofensa: será, de fato, uma obra relevante? Essa pergunta já teria sido respondida se o senador tivesse uma relação mais aberta com a imprensa, incluindo esta Coluna, que é – e continuará sendo – um espaço independente e frequentado por personalidades das mais diversas correntes políticas do Maranhão, entre elas o senador Roberto Rocha.

Em Tempo: Depois de um longo período de relacionamento normal com o senador Roberto Rocha, a Coluna tentou, por diversas vezes, mas sem sucesso, contato com o parlamentar e sua equipe, por telefone e email. Em abril de 2019, por exemplo, quando o senador aprofundava o seu rompimento com o governador Flávio Dino (PCdoB), a Coluna enviou-lhe um email com uma série de perguntas, constatou o recebimento, mas não obteve uma só resposta, nem uma justificativa para o silêncio, que se manteve até a carta de ontem.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Assembleia: projetos aprovados enrijece calamidade pública e cria selo para saúde

Zé Inácio e Ana do Gás: bons projetos

A Assembleia Legislativa aprovou nesta semana dois Projetos de Lei importantes no contexto atual. O primeiro, de autoria do deputado Zé Inácio (PT), institui critérios para o reconhecimento do “estado de calamidade” nos municípios do Maranhão, e o segundo, de autoria da deputada Ana do Gás (PCdoB), criando o ‘Selo Amigo da Saúde’, destinado a bares, restaurantes, lanchonetes e estabelecimentos afins que adotem todos os protocolos sanitários de higiene e segurança alimentar contra a covid-19, em todo o Estado do Maranhão.

O projeto do deputado Zé Inácio (PL nº 216/2020) é oportuno, porque institui regras mais duras e mais claras para que uma Prefeitura formule pedido de declaração de calamidade pública à Assembleia Legislativa, a exemplo do que aconteceu recentemente, com o agravamento do número de infectados pelo novo coronavírus.  Zé Inácio inova quando institui que, além do pedido de declaração de calamidade, o prefeito deve incluir no documento que encaminhará à Assembleia Legislativa todas as ações e medidas adotadas contra o vírus na cidade. Uma proposta inovadora, que acrescenta ainda o seguinte: antes de ser protocolado na Assembleia Legislativa, o pedido deve ser aprovado pela Câmara Municipal.

O outro (PL nº 115/2021), de autoria da deputada Ana do Gás (PCdoB), cria o ‘Selo Amigo da Saúde’, destinado a bares, restaurantes, lanchonetes e estabelecimentos afins do território maranhense, que adotem todos os protocolos sanitários de higiene e segurança alimentar contra a Covid-19, em todo o Estado do Maranhão. A obtenção do selo somente será possível após a emissão do certificado de regularidade concedido pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), com aval da Vigilância Sanitária.

A deputada Ana do Gás explica que a certificação visa estimular os estabelecimentos a adotarem todas as práticas de segurança sanitária para evitar o contágio pelo coronavírus, na retomada das atividades. Para a obtenção do selo, o estabelecimento terá de garantir correto distanciamento social, uso das máscaras e a devida troca após duas horas de sua utilização pelos funcionários, bem como assegurar o uso delas por todos os clientes ao entrarem no ambiente e ao transitarem pelo espaço, além de disponibilizar álcool em gel em todos os locais de utilização comunitária, principalmente, próximo a lavatórios, maçanetas e sanitários. O selo terá prazo de validade de um ano.

César Pires quer apresentação de comprovante de vacinação para acesso a órgãos públicos

 

César Pires: comprovante

O deputado César Pires (PV) quer tornar obrigatória a apresentação de comprovante de vacinação contra o novo coronavírus para ingressar em locais que prestam serviços públicos à coletividade. A iniciativa, que visa preservar usuários e servidores públicos, foi apresentada e defendida ontem, na Assembleia Legislativa, na forma de Projeto de Lei, que além da justificativa básica, reforça a necessidade de imunizar pelo menos 70% da população, ao mesmo tempo em que visa preservar a saúde das pessoas que trabalham ou utilizam serviços públicos.

O projeto do parlamentar do PV exige que a apresentação de comprovante de vacinação será exigida de todas as pessoas já imunizadas nos estabelecimentos públicos que prestam atendimento à coletividade e onde pode ocorrer aglomeração, como instituições de ensino, no embarque em aeronaves, embarcações, ônibus e outros meios de transportes coletivos; e para obtenção de documentos públicos, inscrição em concursos públicos e posse em cargos públicos.

– As autoridades médicas e sanitárias já foram enfáticas ao declarar que é necessário imunizar pelo menos 70% da população para que sintamos os efeitos da vacinação, que é a maior garantia de que a pandemia possa ser controlada – justificou César Pires. Para ele, nesse momento tão grave, não cabem opiniões pessoais motivadas por ideologias e achismos. “É hora de seguir a opinião científica e fundamentada daqueles que tem conhecimento para reverter a situação catastrófica em que o mundo se encontra”, acrescentou o deputado verde.

São Luís, 23 de Abril de 2021.

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