José Reinaldo está a um passo de se filiar ao PSDB e disputar o Senado em dobradinha com Roberto Rocha

 

José Reinaldo pode virar tucano e fazer cobradinha com Roberto Rocha
José Reinaldo e Roberto Rocha: dobradinha muito provável

A menos que aconteça um fato absolutamente fora das previsões, o ex-governador e deputado federal José Reinaldo Tavares, atualmente sem partido, deverá disputar uma cadeira no Senado pelo PSDB, numa dobradinha com o senador Roberto Rocha, candidato ao Governo do Estado. Depois de todos os movimentos que fez no surpreendente roteiro que o afastou do governador Flávio Dino (PCdoB), o ex-governador caminha para o desfecho mais improvável para muitos, mas que foi previsto por outros. Não há ainda martelo batido para a conversão do ex-governador aos ideais do tucanato nacional, mas o seu ingresso no PSDB é mais que provável e configura o desfecho mais lógico dessa dramática e imprevista caminhada em busca de um partido que lhe dê a vaga de candidato a senador, que para ele virou uma questão de honra e de sobrevivência política.

Para começo de conversa, a abertura de janela no arraial dos tucanos não é recente. No início do ano passado, quando ainda parecia consolidado no PSB, o ex-governador do Maranhão foi a São Paulo e ali tomou o café da manhã com seu o governador Geraldo Alckmin. A imagem do encontro causou certo mal-estar no Palácio dos Leões, que foi apanhado de surpresa pelo movimento imprevisto do mais importante dos seus aliados. A visita ao presidenciável do PSDB foi a deixa para que o governador Flávio Dino deflagrasse o que já havia desenhado: um processo no qual os interessados nas vagas de candidato ao Senado na sua chapa se viabilizassem politicamente, ou seja, fosse indicado pelo seu partido com o apoio de outras agremiações da aliança governista.

Atento e disciplinado, o deputado federal Weverton Rocha mobilizou o seu partido, o PDT em torno do seu nome e obteve o aval de praticamente todas as agremiações governistas, e o apoio de prefeitos, deputados e vereadores de todas as regiões do estado. José Reinado avaliou que a mobilização de prefeitos feita pelo prefeito de Tuntum e presidente da Famem, Cleomar Cunha, seria suficiente para ganhar a vaga. Não foi, a começar pelo fato de que ele não resolveu o mais importante item de uma candidatura: não obteve o aval do seu próprio partido, o PSB. A partir daí começou sua via crucis partidária, que tinha no PSDB a última e remota possibilidade. O caminho, porém, parecia traçado desde o suculento café da manhã que tomou com governador Geraldo Alckmin, hoje candidato do PSDB a presidente da República, no Palácio dos Bandeirantes.

A julgar pelo que dizem os chefes tucanos, o caminho está aberto para o ex-governador José Reinaldo Tavares. Suas diferenças com o presidente candidato do PSDB a governador, senador Roberto Rocha, que chegaram a ser apontadas como inimizade irreconciliável, parecem claramente superáveis. A maioria do partido – como o grupo do ex-governador João Castelo, hoje comandado pela ex-prefeita Gardênia Castelo – parece perfeitamente de acordo com o desembarque do ex-governador na agremiação tucana. E se, como pretende, conseguir também convencer o deputado Alexandre Almeida a virar tucano com a garantia de que será o outro candidato a senador na chapa do partido, o ex-governador finalmente terá as condições técnicas e políticas de entrar efetivamente na briga por uma cadeira no Senado: um partido sólido, com bom  tempo de campanha, um candidato a governador, um presidenciável com amplas chances de chegar ao Palácio do Planalto.

Corre nos bastidores o rumor de que José Reinaldo poderá também ingressar no PSD, já numa aliança informal com o Grupo Sarney, para disputar o senado numa chapa liderada pelo deputado estadual Eduardo Braide (PMN) como candidato a governador. Pode ser, seus próprios aliados dizem que o projeto não tem futuro. O fechamento da janela partidária, no dia 7 de Abril, dirá o caminho escolhido pelo ex-governador.

Em Tempo: Na edição do dia 8 de Março, a Coluna levantou a possibilidade de o ex-governador José Reinaldo Tavares vir a filiar-se ao PSDB e se lançar candidato ao senado em dobradinha com o senador Roberto Rocha. Muitos duvidaram, considerando impossível. Os fatos indicam que a conversão do ex-governador ao tucanato não só é possível, como muito provável.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Flávio Dino X Sérgio Moro: debate saudável e alerta contra ditadura disfarçada

Flávio Dinoi e Sérgio Moro: visões diferentes de uma mesma geração de magistrados
Flávio Dino e Sérgio Moro: visões diferentes de uma mesma geração 

Não surpreendeu a reação do governador Flávio Dino a declarações feitas pelo juiz e titular da Lava Jato Sérgio Moro, na entrevista que concedeu ao programa Canal Livre, da TV Cultura, e principalmente à maneira direta com que ele tentou influenciar a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, no voto que dará, semana que vem, para resolver de vez a controvérsia em relação à prisão ou não a condenados em segunda instância. O voto da ministra definirá o futuro do ex-presidente Lula da Salva (PT), condenado por Moro e defendido por Dino. Gostem ou não seus adversários, assim como Sérgio Moro a prerrogativa judiciária de julgar, o governador Flávio Dino tem o sagrado direito constitucional de manifestar livremente o seu pensamento. E sua condição de ex-juiz federal e de ex-deputado federal, relator do projeto da Lei da Ficha Limpa lhe dá autoridade para formular juízo sobre o que diz e decide um magistrado quanto acerca temas tão controversos quanto a prisão de condenados por tribunal colegiado de segundo grau. Flávio Dino declarou-se estarrecido com algumas declarações de Sérgio Moro, causando aí um debate conceitual. O governador nunca atacou o titular da Lava Jato com palavras agressivas nem se dirigiu ao cidadão. Manifestou-se com civilidade dirigindo-se ao magistrado, que é um servidor público, sujeito, portanto, a críticas – tanto que suas sentenças podem ser, e via de regra são, contestadas. Flávio Dino e Sérgio Moro entraram juntos na magistratura num concurso em que o primeiro encabeçou a lista dos aprovados. São ideologicamente contrários e discordam frontalmente no plano doutrinário. E as diferenças se evidenciaram quando Sérgio Moro começou a atropelas certas regras processuais – vazar deliberadamente a gravação do telefonema da presidente Dilma ao ex-presidente Lula da Silva -, entre outras decisões que estarreceram metade da magistratura, advogados, juristas e até ministros do Supremo. Flávio Dino foi um dos primeiros a criticá-lo. Enfim, são expressões de uma geração que nasceu e se formou no pós-ditadura, mas, no caso de Flávio Dino, trazendo valores humanistas aprimorados na resistência aos tempos de chumbo. Certo ou equivocado no plano jurídico, o governador do Maranhão participa legitimamente de um debate extremamente saudável, que contribui para a consolidação da democracia e alerta os leigos e desavisados para movimentos e decisões sutis, como alguns de Sérgio Moro, que, na avaliação de muitos,podem resultar numa ditadura disfarçada.

 

Roberto Costa e Felipe Camarão mostram que oposição e situação podem agir pelo bem comum

Roberto Costa e Felipe Camarão: oposição e situação em favor do bem comum
Roberto Costa e Felipe Camarão: oposição e situação pelo bem comum

Não há cenário político dinâmico e produtivo sem o embate entre situação e oposição. E quando se dá sem agressões nem xingamentos, esse confronto de princípios e ideias, que via de regra ganha forma de denúncias e acusações, ganha legitimidade quando os contrários se juntam pelo bem comum. Um exemplo dessa boa ação política foi iniciada nas primeiras semanas do ano e teve desfecho ontem, na tribuna da Assembleia Legislativa, onde o deputado Roberto Costa (MDB), fez um discurso elogiando uma ação do Governo do Estado por meio do secretário de Educação, Felipe Camarão. Outro exemplo se deu em Bacabal, também por intermédio de Roberto Costa.

Aconteceu o seguinte: a Escola Giorceli Costa, na Madre Deus, seria desativada porque a Fiema, dona do prédio que abriga cerca de 500 crianças, cobrou a devolução. Nesse caso, os seus alunos seriam deslocados para o Colégio Sousândrade. O deputado Roberto Costa foi ao secretário Felipe Camarão, relatou-lhe o drama e propôs que eles fossem juntos reunir-se com a comunidade para discutir o problema e encontrar  soluções. O secretário atendeu prontamente a solicitação do deputado oposicionista.

Na reunião, realizada na semana passada, ficou claro que o problema era bem mais grave. E depois de longa discussão, o secretário Felipe Camarão anunciou sua decisão: não desativaria o Colégio Giorceli Costa para devolver o prédio à Fiema. Ao contrário, reformaria a unidade escolar sem desativá-la.  Foi mais longe ao decidir que o Colégio Sousândrade, que atende às comunidades Madre Deus, Lira, Codozinho e Goiabal, e está funcionando em situação precária, passará por uma ampla reforma pedido da comunidade da Madre Deus. E mais: a reforma do Colégio Giorceli Costa já foi concluída e a do Colégio Sousândrade já foi licitada e as obras serão iniciadas no máximo em um mês. Assim, a reunião que tinha por objetivo resolver o problema de uma escola, resultou na solução maior de restauração de duas unidades escolares de importância fundamental para a região da Madre Deus.

Roberto Costa também destacou o atendimento do secretário Felipe Camarão ao seu pedido para reativar um Caic em Bacabal, localizado na avenida Frei Solano, numa área onde não há escola de ensino médio daquela cidade. De acordo com o que foi decidido, a Secretaria de Educação não apenas vai reformar o Caic de Bacabal, como também vai transformá-la numa escola de tempo integral.

– Quero registrar aqui a maneira correta e eficiente como fomos atendidos pelo secretário Felipe Camarão. Eu como filho da Madre deus, fico muito feliz pela iniciativa do secretário Felipe Camarão, que em nenhum momento se escondeu da comunidade, se escondeu do Conselho Escolar. Em todos os momentos que procurei o Felipe Camarão, tanto para resolver o problema do CAIC de Bacabal, como do Colégio Giorceli Costa e do Sousândrade, ele foi extremamente solícito e sempre se colocou à disposição para solucionar todos esses problemas. Inclusive reconhecendo a necessidade de reforma dessas escolas. Então, eu não poderia, de forma nenhuma, principalmente neste momento em que houve algumas críticas em relação ao Colégio Sousândrade, não poderia fugir também da minha responsabilidade e dizer que todas as decisões tomadas em relação a essas escolas foram discutidas com a comunidade, com a minha participação, e com o secretário Felipe Camarão, que em todos os momentos tomou a posição da comunidade – discursou o oposicionista  Roberto Costa.

São Luís, 28 de Março de 2018.

 

3 comentários sobre “José Reinaldo está a um passo de se filiar ao PSDB e disputar o Senado em dobradinha com Roberto Rocha

  1. Só uma correção, o programa o qual o juiz Sérgio Moro foi entrevistado chama-se RODA VIVA na TV Cultura e não Canal Livre como no texto. Canal Livre é transmitido pela Band no final da noite de domingo.

  2. Sr.Editor,
    Segundo informação da Camara Federal o ex dep.Flavio Dino não foi relator do projeto Ficha Lima e sim o Dep.Indio da Costa ( DEM-RJ). Vejamos:
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    16/03/2010 – 10h30
    Ficha Limpa: relator e movimento anticorrupção debaterão parecer

    Luiz Alves
    Entregue à Câmara no ano passado, o projeto recebeu 1,3 milhão de assinaturas.

    O relator do projeto Ficha Limpa (PLP 518/09), deputado Indio da Costa (DEM-RJ), vai apresentar seu parecer a representantes do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), em audiência pública hoje. A audiência será promovida pelo grupo de trabalho que analisa o projeto.

    Indio da Costa divulgou seu substitutivo ao projeto na semana passada. O texto estabelece que os candidatos se tornarão inelegíveis somente após condenação em órgão colegiado, independentemente da instância. Segundo o deputado, a mudança em relação ao projeto original, que estabelecia a inelegibilidade já a partir de condenação em primeira instância, tem o objetivo de evitar perseguições políticas.

    Para o relator, é possível que o Ficha Limpa seja aplicado já nas eleições de outubro, se for aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente da República até junho, época das convenções eleitorais.

    O presidente do grupo de trabalho, deputado Miguel Martini (PHS-MG), ressaltou que o substitutivo foi resultado de consenso entre os parlamentares.

    A audiência do grupo de trabalho está marcada para as 14 horas no plenário 10.

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