Eleições municipais servirão para medir força entre o grupo liderado por Flávio Dino e o que restou do Grupo Sarney

 

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Edivaldo Jr. e Eliziane Gama protagonizarão o grande embate em São Luís

O calendário eleitoral para as eleições municipais de outubro está em vigor desde o ano passado, os partidos já se puseram em movimento, os aspirantes aos mandatos de prefeito, vice-prefeito e vereador correm para se viabilizar política e eleitoralmente, numa torrente que desaguará nas convenções de julho, quando serão definidas formalmente as candidaturas; na campanha de setembro, quando se dará o grande embate entre os candidatos; e, finalmente, na corrida às urnas em outubro, quando a maioria dirá quem quer que governe e a represente. No Maranhão, a previsão inicial é a de que mais de 600 candidatos a prefeito e alguns milhares de aspirantes a vagas nas Câmaras Municipais se submeterão ao crivo do eleitorado. Em São Luís, o cenário está sendo montado para uma disputa de desfecho até aqui imprevisível, no qual as duas candidaturas mais destacadas são a do prefeito Edivaldo Jr. (PDT), que buscará a reeleição, e a da deputada federal Eliziane Gama (Rede), podendo ganhar mais animação e disputa se forem confirmadas as candidaturas do deputado federal João Castelo (PSDB), do vereador Fabio Câmara (PMDB) e da vereadora Rose Sales (PV), ou ainda uma composição entre os dois últimos. A disputa para as 30 cadeiras da Câmara Municipal será uma guerra.

No contexto estadual, o grande confronto eleitoral se dará entre as novas forças que estão no poder desde o ano passado, comandadas pelo governador Flávio Dino, tendo por base o seu partido, o PCdoB, associado ao PDT, ao PSB, ao PT, ao PSDB e a outros partidos menores. Essas agremiações enfrentarão as forças que perderam o poder em 2014, formadas por PMDB, DEM, PV, PTB, igualmente aliadas a legendas menores, tendo como referência a ex-governadora Roseana Sarney. Os grandes confrontos se darão em Imperatriz, Caxias, Timon, São José de Ribamar, Codó, Bacabal, Coroatá, Pedreiras, Santa Inês, Pinheiros, Chapadinha e Açailândia. Ninguém tem dúvida de que o governador Flávio Dino jogará todo o peso do grupo que comanda para repetir o feito de 2014 e, assim, consolidar o seu poder político no estado. Na mesma medida, o Grupo Sarney se desdobrará e usará todos os seus recursos para retomar o poder na maioria dos municípios, ou pelo menos recompor parte das duas bases e demonstrar que ainda está vivo.

O mais nítido espelho da guerra eleitoral será o confronto em São Luís, onde o Palácio dos Leões quer manter o prefeito Edivaldo Jr. no poder. Agora com o apoio do PDT, ao qual se filiou, o prefeito ganhou lastro partidário e mais o que sobrou da outrora poderosa e influente militância pedetista. Enfrentará de cara a deputada federal Eliziane Gama, que lidera a corrida, segundo as pesquisas, mas se fragilizou politicamente depois que trocou o PPS pela Rede Sustentabilidade e tentou armar algumas alianças. Nada disso deu certo para ela, o que agora a obriga a refazer seus planos para se firmar na corrida – a entrevista publicada domingo (3) no Jornal Pequeno é reveladora dessa situação que a envolve.

O PMDB perdeu tempo com crises internas, mas, ao que tudo indica, deve lançar o vereador Fábio Câmara, que caminha para consolidar sua candidatura. A vereadora Rose Sales tem se movimentado no PV para sair candidata à prefeita. O mais provável é que PMDB, PV, DEM e PTB se unam com a dobradinha Câmara-Sales, ou vice versa, ou optar por outra candidatura ou ainda apoiar um candidato de outro partido. Se optarem por Fábio Câmara, o PMDB e seus aliados estarão anunciando que irão para o embate aberto contra o grupo governista, o que dará à corrida eleitoral uma dinâmica de confronto. Se a opção for para dispersar o seu poder de fogo em alianças nas quais não terá o comando, o Grupo Sarney estará ao mesmo tempo admitindo que foi mesmo à lona com a pancada de 2014 e revelando que a as consequências da derrota foram bem maiores do que se media até aqui.

No meio dessas frentes partidárias que desenham o tabuleiro político do Maranhão, partidos da chamada esquerda radical, como o PSOL e o PRTU, por exemplo, se posicionarão atirando nas duas direções. O primeiro deve novamente liderado por Antonio Prazeres, e o segundo pelo calejado Marcos Silva. E, finalmente, voos solitários como o de João Bentivi pelo PRTB e Zéluis Lago (PSL)

 

PONTOS & CONTRAPONTOS

 

Corrigindo omissão

No post em que fez uma avaliação do primeiro ano da nova Assembleia Legislativa, a Coluna cometeu um erro de omissão, não registrando o desempenho dos deputados Levi Pontes (PHS) e Edivaldo Holanda (PTC), o que conserta agora. Os dois foram deputados ativos.

edivaldo pai 2Edivaldo Holanda (PTC) dedicou quase todo o sem tempo no primeiro semestre de 2015 à defesa do prefeito de São Luís, Edivaldo Jr.. Em discursos semanais, o experiente parlamentar mostrou as conquistas e avanços da administração municipal, jogou pesado contra adversários do prefeito Edivaldo Jr., rebateu enfaticamente todas as críticas ao prefeito publicadas na imprensa em geral. Correu o risco de ser interpretado apenas como o “pai do prefeito”, mas teve o cuidado de admitir problemas que o prefeito não admitiu. Licenciou-se por 121 dias para dar lugar ao suplente Toca Serra.

leviLevi Pontes (PHS) teve um desempenho razoável e focou sua ação parlamentar na projeção e na defesa do Governo Flávio Dino. Médico por formação e filho de uma raposa política que atuou com mais efetividade na área de saúde, travando embates com a deputada Andrea Murad (PMDB). Foi assíduo no trabalho de plenário, tendo votado sempre com a orientação do Palácio dos Leões.

 

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