O projeto do deputado federal Duarte Jr. (PSB) de chegar à Prefeitura de São Luís ganhou, na noite de quarta-feira, um reforço importante e que pode ser decisivo: o vice-governador Felipe Camarão (PT) assumiu a coordenação política da pré-candidatura do parlamentar socialista. O vice-governador vai atuar como o articulador político, enquanto o governador Carlos Brandão (PSB) permanecerá na coordenação geral da campanha. Essa decisão foi tomada numa reunião de avaliação do projeto de candidatura até aqui. A escolha do vice-governador Felipe Camarão se deu por unanimidade, principalmente com base no fato de que ele vem tendo um desempenho surpreendente na área política, principalmente no que diz respeito aos posicionamentos do PT, onde já ocupa o espaço de liderança respeitável. Além disso, deixa o governador Carlos Brandão com mais tempo para articulações de candidaturas aliadas em todos os 217 municípios, uma tarefa gigantesca e desafiadora.
Como coordenador político da campanha do governista Duarte Jr., o vice-governador Felipe Camarão deverá cumprir uma longa e recheada agenda de contatos com lideranças partidárias, vereadores e deputados estaduais e federais, líderes comunitários e sindicais, líderes empresariais e dos segmentos que reúnem profissionais liberais de modo a reforçar a base do projeto eleitoral. Com esse apoio, Duarte Jr. vai se dedicar com mais afinco ao trabalho nas redes sociais, onde trafega com facilidade e eficiência. Como vice-governador há um ano e três meses e como secretário de Estado de Educação há mais de oito anos, Felipe Camarão conhece todos os caminhos que levam aos nichos políticos do Maranhão, em especial em São Luís.
Com o apoio do governador Carlos Brandão na coordenação geral e o suporte do vice-governador Felipe Camarão na coordenação política, a candidatura de Duarte Jr. ganha um lastro invejável, podendo dar à campanha uma dinâmica que pode levar o candidato a uma relação mais direta com o eleitorado. A partir de agora, o que deverá acontecer é a guerra pelo voto propriamente dito, o mano-a-mano e o olho-no-olho com os eleitores. E a explicação óbvia para isso é que o prefeito Eduardo Braide, que lidera as pesquisas, há muito deixou o gabinete e tem cumprido uma agenda diária de visita a frentes de trabalho e de inauguração de obras, mantendo contato direto com eleitores e seus líderes. Vem construindo uma base política sólida, inclusive com um olho mirando um objetivo político-eleitoral bem maior nos próximos anos.
Nos bastidores da campanha de Duarte Jr. corre informações sobre uma pesquisa qualitativa que avaliaria a posição do candidato socialista como positiva e com tendência ao crescimento. Da sua parte, o prefeito Eduardo Braide monitora o cenário da chamada “pré-campanha” e, pelo que se houve de aliados seus, ele tem tido motivos para manter o astral em estado elevado, principalmente por causa da consistência com que se mantém na liderança. Daí a necessidade que o candidato opositor, que aparece em segundo em todas as pesquisas, tem de incrementar as suas articulações com o objetivo de reverter esse cenário a seu favor. O prefeito de São Luís sabe ler percentuais e já conhece como poucos os caminhos do voto na Capital, onde está a sua base eleitoral.
Vale anotar que, além do objetivo de colocar o candidato governista no segundo turno e em seguida no Palácio de la Ravardière, o vice-governador Felipe Camarão alimenta também o propósito de ocupar todos os espaços políticos possíveis visando pavimentar a estrada que o levará às urnas em 2026, quando deverá disputar o Governo do Estado como candidato à reeleição, numa aliança na qual o governador Carlos Brandão pretende desembarcar no Senado da República. O vice-governador certamente receberá um reforço importante se o aliado socialista Duarte Jr. estiver na Prefeitura de São Luís.
PONTO & CONTRAPONTO
Possibilidade real de perder mandato revolta deputados estaduais eleitos pelo PSC
O deputado estadual Fernando Braide (PSD) está inconformado com a ameaça iminente de perder o seu mandato por causa das traquinagens que os dirigentes do PSC, partido pelo qual se elegeu, fizeram com a quota de gênero, colocando na chapa algumas mulheres que não eram de fato candidatas. A Justiça Eleitoral já formou maioria pela condenação, dependendo agora da retomada do julgamento – suspenso por um pedido de vistas – para que os votos do PSC para deputado estadual sejam anulados e, por via de consequência, os deitados Fernando Braide e Wellington do Curso percam seus mandatos.
É justa a indignação do deputado Eduardo Braide. Ele pode perder um mandato suado, batalhado e conquistado numa campanha de muito trabalho. A trama armada pelos dirigentes do PSC para enxertar “candidatas faz de conta” na chapa foi feita à revelia dos demais candidatos, que agora estão “pagando o pato” pela bandalheira.
Se a degola for consumada, Fernando Braide perderá o, mandato e terá de aguardar as eleições de 2026 para tentar mais uma vez conquistar um mandado íntegro. A mesma situação está vivendo o deputado Wellington do Curso, que está no mesmo barco.
Como Eduardo Braide, que migrou para o PSD, mesmo que isso em nada mude a situação do parlamentar. O deputado Wellington do Curso, já prevendo a perda do mandato, ele se filiou ao Novo, pelo qual pretende disputar a Prefeitura de São Luís com o aval das lideranças do partido.
Os próximos dias serão dramáticos para os dois deputados.
Josimar volta de licença insinuando candidatura ao Senado
Depois de uma folga de 121 dias, tempo em que sua vaga foi ocupada pelo suplente de Paulo Marinho Jr. (PL), o todo-poderoso deputado federal Josimar de Maranhãozinho, presidente do PL do Maranhão e influente numa penca de prefeituras, está de volta ao cenário político. Ele retomou a vida parlamentar espalhando o que pode ser um projeto para valer ou um factoide: será candidatura ao Senado.
No meio político poucos são os que acreditam nesse projeto. Muitos ainda apostam alto no potencial eleitoral do chefe do PL – ele e a sua mulher, a deputada Detinha somaram quase 400 mil votos para deputada federal -, mas alguns já enxergam sinais de decadência na sua trajetória e não acreditam que ele venha, de fato, a entrar na briga por uma das vagas de senador em 2026.
Vale lembrar que as vagas de senador serão disputadas pelo governador Carlos Brandão, pelo ministro André Fufuca (PP) e, claro, pela senadora Eliziane Gama (PSD) e pelo senador Weverton Rocha (PDT), havendo quem diga que novos candidatos estão se preparando para entrar na ciranda eleitoral majoritária.
O que é verdade é que no seu período de licença, Josimar de Maranhãozinho correu para preparar suas bases para as eleições municipais. E nessa maratona, ele distribuiu tapinhas nas costas, dançou em templo evangélico e amargou uma experiência perversa, sinal dos novos tempos: foi vaiado várias vezes.
São Luís, 29 de Março de 2024.