Candidatos definidos, acertos e desacertos e prefeitos fortes e fracos em grandes municípios

Josivaldo JP e Rildo Amaral brigam
pela liderança em Imperatriz

Faltando exatas 25 semanas (187 dias) para as eleições por meio das quais serão eleitos prefeitos e vereadores e as articulações para a definição de candidaturas entram numa fase de frenesi, embora esse cenário já esteja praticamente definido na maioria dos grandes municípios, a começar por São Luís. Grosso modo, Imperatriz, São José de Ribamar, Timon, Caxias, Codó, Bacabal e Barreirinhas, que representam cerca de 1,1 milhão de maranhenses e são os municípios de importância decisiva no mapa político do Maranhão, já estão com os seus quadros de candidatos praticamente definidos, restando apenas resíduos sem peso para alterar o cenário já desenhado. Em boa parte deles, prefeitos estão buscando a reeleição, enquanto em outros, os chefes de Executivo tentam eleger sucessores confiáveis, tendo ainda os que, de tão mal avaliados, não tiveram coragem de pedir votos.

A situação em Imperatriz é curiosa. Ali, sem a presença do prefeito Assis Ramos (Republicanos) na cena, por falta de apoio popular, quatro candidatos estão de fato no páreo: o deputado estadual Rildo Amaral (PP), apoiado pelo ministro André Fufuca (Esporte) e pelo Palácio dos Leões, disputa a liderança com o deputado federal Josivaldo JP (PSD), que é apoiado pelas correntes bolsonaristas, tendo ambos o ex-deputado Marco Aurélio (PCdoB) e a suplente de deputada federal Mariana Carvalho (Republicanos) brigando pelo espaço que sobra. Políticos experimentados acreditam que a disputa para valer está entre os dois que já lideram a corrida, e calculam que esse jogo seria definido com antecedência se Rildo Amaral e Marco Aurélio chegassem a um acordo que os unisse. Essa situação torna a corrida eleitoral em Imperatriz com grande poder de produzir situações imprevistas.

Em São José de Ribamar a disputa pela Prefeitura caminha para uma polarização entre o prefeito Júlio Matos (Podemos), que sabe o caminho das pedras ribamarenses e está jogando a força do cargo e o seu prestígio pessoal em busca da reeleição. Depois de muitas idas e vindas, a oposição vai lançar Dudu Diniz (PSB), apoiado pela presidente da Assembleia Legislativa Iracema Vale (PSB), com o apoio do Palácio dos Leões, e com o aval dos ex-prefeitos Luís Fernando Silva, Gil Cutrim e o deputado Glaubert Cutrim (PDT). O terceiro nome lançado, Guilherme Mulato (Novo), parece não ter qualquer chance de entrar nessa disputa.

Timon tem o quadro da disputa já definido: a prefeita Dinair Veloso (PDT) vai pleitear a renovação do mandato enfrentando nas urnas o deputado estadual Rafael Brito (ex-Leitoa), do PSB, que tem a ex-prefeita Socorro Waquim (PP) como vice, num grande lance de articulação apoiado pelo Palácio dos Leões. Outros nomes se movimentam, mas aparentemente sem a menor condição de reunir cacife para tentar desconstruir a polarização da prefeita Dinair Veloso com Rafael Brito.

O cenário da disputa em Caxias está definido no campo governista, com a candidatura de Neto Gentil consolidada com o apoio da aliança formada pelos Grupos Gentil – liderado pelo prefeito Fábio Gentil, e Coutinho – hoje tendo à frente a ex-deputada Cleide Coutinho. Todos os indícios sugerem que a oposição ali vai lançar o suplente de deputado federal Paulo Marinho Jr. (PL), o que deve tornar a disputa intensa na Princesa do Sertão. Outros nomes podem aparecer, mas nenhum com chance de ameaçar essa polarização.

Em Codó, onde havia vários candidatos, o cenário mudou radicalmente para uma polarização de desfecho imprevisível. Isso porque o prefeito Zé Francisco (PSD), que lidera a corrida, segundo a últimas pesquisas, num cenário com quatro candidatos, agora viu a disputa ser polarizada com a conversão ao PT do empresário Chiquinho da FC e a desistência do ex-prefeito Zito Rolim (PDT). Outros nomes estariam ensaiando entrar na briga, mas tudo indica que a polarização Zé Francisco/Chiquinho FC vai vingar, depois que o último se converteu ao petismo e passou a contar com os partidos de esquerda. Uma reviravolta inesperada e espetacular.

A sucessão em dois municípios importantes mostra o sucesso e o fracasso de prefeitos. No caso de Bacabal, o prefeito Edvan Brandão (PSB), caminha para fechar seu segundo mandato passando o bastão para um prefeito eleito aliado, o deputado estadual Roberto Costa (MDB), que na última pesquisa apareceu com mais se 50 pontos percentuais de vantagem sobre os dois adversários Marco Miranda e Expedito, somados. Um dos políticos mais importantes da sua geração, o deputado Roberto Costa perdeu a eleição em 2020 para o ex-prefeito Zé Vieira (PR), mas transformou a derrota em aprendizado e é hoje um político de estatura respeitável.

Na outra ponta da linha está o prefeito de Barreirinhas, Amílcar Rocha (PCdoB), que tenta a reeleição, mas se encontra numa situação extremamente complicada, à medida que, segundo pesquisa recente, ele está em terceiro lugar, atrás do jovem engenheiro Vinícius Vale (MDB), que lidera, e do experiente ex-prefeito Léo Costa (PDT), a ponto de já correr uma proposta de que um ou outro deixe o páreo e dê apoio ao outro. Uma situação complicada.

Ainda há muitos municípios que não definiram todos os candidatos, e a situação de cada um desses serve de referência para os casos permanecem enroscados.

PONTO & CONTRAPONTO

Dino afirma em voto que militar tem de ser subordinado ao poder civil

Flávio Dino defende o poder civil

Repercutiu fortemente ontem o voto do ministro Flávio Dino, divulgado no sábado, no julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, de ação  que trata sobre os limites constitucionais da atuação das Forças Armadas e sua hierarquia em relação aos Poderes. 

O ministro foi enfático em apontar o poder civil como o poder supremo no Brasil e que o poder militar é um poder subalterno. Ele mostrou que essa hierarquia está explicitada no artigo 145 da Constituição Federal.

No julgamento, Flávio Dino concorda com o posicionamento do relator, ministro Luiz Fux, para quem a Constituição não possibilita uma “intervenção militar constitucional” nem “encoraja” uma “ruptura democrática”. E faz apenas uma ressalva: determina que o resultado do julgamento seja encaminhado para o Ministério da Defesa.

No seu voto, o ministro apontou a ditadura militar, que durou 20 anos no Brasil, foi “um período hediondo”. Durante os 20 anos de ditadura as liberdades civis foram suprimidas, enquanto o poder ditatorial dos militares matou, perseguiu, exilou e torturou brasileiros.

Com o voto do ministro Flávio Dino já são três com o mesmo entendimento. A análise da ação pelo plenário virtual começou sexta-feira, tendo votado antes dele os ministros Luiz Fux e Luiz Roberto Barroso.

Bastidores começam a especular sobre vices de Braide e Duarte Jr.

Eduardo Braide e Duarte Jr. nada
disseram ainda sobre vice

 No final de semana prolongado muitas conversas foram travadas nos bastidores sobre o tema eleição em São Luís. Um deles foi a escolha de vices. E como não poderia deixar de ser, os vices do prefeito Eduardo Braide (PSD), candidato à reeleição, e o do deputado federal Duarte Jr. (PSB), foram os mais especulados.

Em relação ao prefeito Eduardo Braide, a especulação dominante foi a de que ele estaria mesmo decidido a manter a chapa tendo como vice a professora Esmênia Miranda (PSD). Ela exercendo fielmente o papel de vice-prefeita, principalmente por se manter uma aliada fiel do prefeito, a quem costuma representar em eventos importantes. Há também que ache que o prefeito poderá mudar o seu companheiro de chapa, o que parece improvável.

Já em relação a Duarte Jr., as especulações sobre escolha de vice são intensas e variadas. A mais corrente diz que o vice do candidato do PSB sairá dos quadros do PT, mas ninguém se arrisca a citar nomes. Já se especulou sobre o interesse do PCdoB, mas isso teria mudado. O MDB estaria articulando para indicar o seu representante na chapa. E, finalmente, há quem diga que o vice de Duarte Jr. será indicado diretamente pelo governador Carlos Brandão (PSB).

Detalhe importante: todos concordam que a escolha não será feita agora.

São Luís, 01 de abril de 2024.

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