Flávio Dino anuncia que irá a Brasília cobrar do novo presidente o compromisso de reativar obras federais paradas

 

Flávio Dino: decidido a cobrar do novo presidente, seja ele quem for, a promessa de reativar as muitas obras federais paralisadas no Maranhão

O governador Flávio Dino (PCdoB) anunciou ontem que, independentemente de quem for eleito presidente da República, se Fernando Haddad (PT) ou Jair Bolsonaro (PSL), ele desembarcará em Brasília, logo em janeiro, para fazer a primeira reivindicação: a conclusão das obras federais inconclusas no Maranhão. O anúncio foi feito ontem durante entrevista que concedeu a um pool de emissoras de rádio maranhenses, ao longo da qual reafirmou seu apoio à candidatura de Fernando Haddad, mas deixou claro que, como chefe de Estado, manterá relações institucionais normais com o futuro ocupante do Palácio do Planalto, seja ele o petista ou Jair Bolsonaro. O governador estima que, se reativadas imediatamente, as dezenas de obras federais paralisadas – rodovias, habitações, escolas, esgotamento sanitário, entre outras – gerarão milhares de empregos, dando impulso forte à economia estadual, o que torna a iniciativa uma prioridade em todo o País.

A reativação de obras federais paradas foi inicialmente proposta na campanha do primeiro turno pelo candidato do PDT, Ciro Gomes, que com esta medida previu a imediata criação de pelo menos dois milhões de empregos; logo em seguida, foi abraçada por Geraldo Alckmin (PSDB), que batizou a iniciativa de “emprego na veia”, tornando, finalmente, promessa de campanha de todos os candidatos. No segundo turno, Fernando Haddad e Jair Bolsonaro já colocaram a reativação das obras paradas como motes destacados dos seus programas de ação, ambos assumindo o compromisso de mobilizar imediatamente milhares de trabalhadores e ligar os motores de tratores, escavadeiras e betoneiras em todos os recantos do País tão logo comecem a governar.

Com a autoridade de quem saiu das urnas reeleito com 59,33% dos votos válidos, ou seja, com o aval formal de 1.837.283 maranhenses, o governador Flávio Dino tem se movido com uma postura coerente como líder político, com posicionamento partidário e ideológico claro, e chefe de Estado federado, que atua rigorosamente dentro das regras institucionais. Como militante político, tem lado claro como um dos líderes da esquerda democrática brasileira e apoia o candidato da esquerda. Como chefe de Estado, é um dos mais conceituados do País, principalmente pela sua obra administrativa efetiva e sem mácula. Está, portando, credenciado e munido de plena autoridade para sentar com o novo presidente da República e cobrar dele o cumprimento de um compromisso tão enfatizado na campanha, seja ele Fernando Haddad ou Jair Bolsonaro.

Se o novo presidente for o petista Fernando Haddad, o governador Flávio Dino não terá qualquer dificuldade para estabelecer com ele um relacionamento intenso e produtivo, a começar pelo fato de que são aliados com partidos coligados, estando o PCdoB, partido do governador, fazendo parte do Governo com a eventual vice-presidente, Manuela D`Ávila, o que proporcionará uma convivência sem entraves. Na hipótese de o novo presidente ser Jair Bolsonaro, a relação poderá ser dificultada por causa das tensas e aparentemente insuperáveis diferenças políticas, embora tanto o governador quanto o candidato do PSL já tenham dito que respeitarão a vontade do eleitorado. Formado na escola das regras do direito, o governador Flávio Dino já sinalizou que não vê problemas numa eventual convivência institucional com o presidente da República, seja ele quem for, o que inclui Jair Bolsonaro, que também já sinalizou que distância política e ideológica não o impedirá de se relacionar com contrários.

Ao anunciar o propósito de bater às portas do Palácio do Planalto logo em janeiro para reivindicar do novo presidente o cumprimento de um compromisso de campanha, o governador Flávio Dino reforça a postura de quem sabe diferenciar com exatidão o que são distâncias políticas e obrigações institucionais. E a anunciada ida a Brasília com tal propósito servirá para marcar sua posição como chefe de um Estado federado cacifado pelo voto popular, mas que se mantém fiel às suas convicções políticas.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

A 12 dias da eleição, pesquisas dão larga vantagem a Jair Bolsonaro na disputa com Fernando Haddad

Duas pesquisas apontam Fernando Haddad em larga desvantagem em relação a Jair Bolsonaro

Pesquisa do Ibope apontou ontem o cenário do momento da corrida presidencial: Jair Bolsonaro (PSL) lidera com 59% dos votos válidos contra 41% de Fernando Haddad (PT). Estava prevista vantagem larga de Jair Bolsonaro, a exemplo do que aconteceu no primeiro turno, mas não com uma avassaladora margem de 18 pontos percentuais. No levantamento normal, com todas as informações, o candidato do PSL tem 52% das intenções de voto contra 37% do candidato do PT, enquanto 9% disseram que votarão em branco ou nulo, e 2% não souberam responder. Se esses dois grupos decidissem votar integralmente em Fernando Haddad, a soma não seria suficiente para reverter a situação e colocá-lo na dianteira. Todos os dados encontrados pelo Ibope são francamente desfavoráveis ao candidato do PT, e entre eles um é particularmente desanimador, a rejeição: Fernando Haddad é rejeitado por 47%, enquanto Jair Bolsonaro o é por 35%. As informações colhidas pelo Ibope desenham um cenário que o candidato do PSL é apontado como virtual presidente eleito, considerando que a distância que está do candidato do PT. E não cabe questionar a pesquisa do Ibope, porque, ontem mesmo, mais cedo, outra pesquisa, essa do instituto FSB, contratada pelo banco BTG Pactual, encontrou praticamente os mesmos percentuais: Jair Bolsonaro com 59% e Fernando Haddad com 41% dos votos válidos. Em resumo: a menos de duas semanas da eleição, o candidato da direita lidera a corrida com larga vantagem sobre o candidato da esquerda, um quadro muito difícil de ser revertido, mas que poderá ainda, segundo alguns analistas, sofrer alterações. E isso pode significar um acirramento maior da disputa.

Em Tempo: Contratada pela Rede Globo e o jornal “O Estado de S. Paulo”, a pesquisa do Ibope ouviu 2.506 pessoas nos dias 13 e 14, tem intervalo de confiança de 95% e margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos e está registrada no TSE. A pesquisa FSB, encomendada pelo banco BTG Pactual foi realizada por telefone nos dias 13 e 14, ouviu 2.000 eleitores em 27 estados, tem margem de erro é de dois pontos e está registrada no TSE.

 

Chico Carvalho movimenta-se para manter o controle do PSL no Maranhão

Chico Carvalho se movimenta para manter o controle do PSL no Maranhão

É intensa a movimentação do vereador Chico Carvalho, presidente estadual do PSL, para se tornar o porta-voz de um eventual Governo de Jair Bolsonaro no Maranhão. Certo de que seu colega de partido será eleito, Chico Carvalho tem circulado com desenvoltura no meio político, inclusive com visitas à Assembleia Legislativa, ocupando um espaço que em princípio parecia destinado à ex-prefeita Maura Jorge, que disputou o Governo do Estado pelo partido e foi a anfitriã do então candidato presidencial no estado. Há 12 anos no comando do PSL maranhense, Chico Carvalho tem mantido controle firme no comando da agremiação, resistindo com sucesso a algumas investidas para tirá-lo do comando partidário. Agora, que o PFL está saindo da condição de nanico e poderá ter o presidente da República, Chico Carvalho vem redobrando os cuidados e reforçando o seu controle no comando da agremiação. Mas sabe que, ara evitar uma crise que coloque em risco sua presença no comando do partido, terá de sentar à mesa para conversar com Maura Jorge e com um novo personagem na vida do PSL, o deputado estadual eleito Pará Figueiredo, uma liderança jovem, que chega com todas as condições políticas de pleitear o comando do partido no Maranhão.

São Luís, 15 de Outubro de 2018.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *