Isolado, Waldir Maranhão não tem apoio na própria bancada maranhense, que não lhe manifestou solidariedade.

 

bancada maranhense
Terceiro da direita para s esquerda, Waldir Maranhão em clima de descontração hoje não existe mais na bancada que representa o Maranhão no Congresso Nacional

Mergulhado por inteiro no imbróglio na Câmara Federal, no qual é o problema número 2, ficando atrás apenas do presidente afastado, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Waldir Maranhão, que vive ao mesmo tempo o inferno e o céu como presidente interino daquela Casa, conseguiu uma façanha inédita: não conta com o apoio determinado e assumido de nenhum dos seus 17 colegas da bancada maranhense na Câmara Baixa. A Coluna sondou alguns parlamentares e confirmou – nenhum quis falar abertamente – e constatou, a rigor, não existe uma posição fechada e hostil em relação ao presidente interino da Câmara, mas também não há qualquer manifestação explícita de apoio, o que leva à impressão de que a quase totalidade dos parlamentares maranhenses não aprova os movimentos de Waldir Maranhão. Os contatos deixaram claro que nenhum deles vai sair por aí pregando em defesa do colega, que hoje ganha fácil da presidente Dilma Rousseff (PT) em matéria de impopularidade. O presidente interino da Câmara Federal está isolado da bancada, que poderia ser um pilar forte de sustentação para ele nesse momento de quase ocaso.

Waldir Maranhão nunca foi um articulador da bancada, pois sempre se movimentou cuidando os seus interesses pessoais e político. Todos os cargos que alcançou na Câmara Federal ao longo dos seus três mandatos foram conseguidos à base de articulação no jogo partidário, e não por iniciativa dos seus colegas da bancada maranhense. Sua escolha, pela bancada do PP, para ser o 1º vice-presidente da Mesa Diretora da Câmara Federal, foi uma escolha da cúpula do seu partido. Numa operação comandada diretamente pelo então candidato a presidente, deputado Eduardo Cunha – outros nomes do PP se apresentaram, mas Cunha articulou com a direção partidária para que Waldir fosse o seu sucessor imediato. A bancada maranhense aprovou a escolha, mas não a festejou como seria natural.

O isolamento de Waldir Maranhão na bancada veio à tona quando ele anulou as sessões da Câmara que trataram do impeachment da presidente Dilma Rousseff. A reação mais forte à bravata do presidente em exercício da Casa saiu da bancada do seu próprio partido, o PP, que no decorrer daquele 9 de maio o destituiu da presidência regional do partido, onde ele reinava absoluto. No seu lugar foi entronizado o deputado André Fufuca, recém embarcado no partido, e que conspirou freneticamente para cair nas graças da cúpula nacional do PP e, por meio da artimanha, se tornar o manda-chuva da agremiação no estado. Maranhão tentou reverter o golpe na Justiça, mas a direção manteve a decisão, inclusive ameaçando-o de expulsão. E nesse jogo partidário, não recebeu sequer manifestações de solidariedade desse ou daquele colega de bancada. Não por acaso, André Fufuca é o atual coordenador da bancada maranhense.

Nas tentativas frustradas de presidir sessões da Câmara, o que terminou não acontecendo devido à reação irada dos líderes exigindo a sua sápida da presidência, Waldir Maranhão amargou a rejeição sozinho, sem que nenhum deputado maranhense tenha saído em sua defesa ou pelo menos exigido dos líderes agressivos, como Pauderney Avelino (DEM-AM), Rubens Bueno (PPS-SP) e Antonio Imbassahy (PSDB-BA). Várias outras ocasiões resultaram em situações desagradáveis e vexatórias para Waldir Maranhão, sem que nenhum deputado maranhense tenha se manifestado em solidariedade.

De um modo geral, não há na bancada maranhense posição visível de  hostilidade ao presidente interino da Câmara, mas também não se conhece gestos de apoio aberto e sem reservas. A grande conclusão é a de que para os integrantes da bancada maranhense, o colega Waldir Maranhão está sendo atingido pelas consequências dos erros políticos que cometeu. O primeiro foi o de se tornar uma espécie de fiel escudeiro de Eduardo Cunha; depois, assumiu um cargo que, está claro agora, não tinha condições de assumir; e finalmente, anular, a pedido, as sessões da Câmara sobre o impeachment, gesto que só serviu para tirar-se a possibilidade, então já remota, de exercer uma interinidade turbulenta, mas possível.

O fato real, concreto, é que alguns deputados federais e candidatos a candidato a deputado federal já crescendo os olhos sobre os quase 90 mil votos que ele recebeu no pleito de 2014.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Dilma admite consulta popular sobre eleições antecipadas
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Dilma já admite consulta popular sobre eleições

A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) acendeu uma luz no fim do túnel das incertezas ao admitir a realização de uma consulta popular sobre a necessidade ou não de realização de eleições antecipadas. Para muitos observadores, a manifestação sinalizou a possibilidade costura de um grande acordo interpartidário para a sua volta à presidência da República com o compromisso de viabilizar a tal consulta popular. Na interpretação de alguns “videntes” da política, o acordão estaria sendo apoiado por grande parte do PT e do PSDB, mas estaria encontrando resistências no PMDB, que agora está focado no impedimento da presidente e na titularização do presidente interino Michel Temer. Há inclusive quem afirme que o acordão teria o aval do ex-presidente Lula estaria interessado na antecipação das eleições, embalado por pesquisas recentes que mostraram que ele está em primeiro lugar para o primeiro turno da disputa. Pode ser uma saída honrosa para a presidente, que, mantido cenário atual, encontra-se com a lâmina da guilhotina sobre o seu mandato.  Ontem, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), uma das mais empenhadas defensoras do mandato da presidente Dilma, elogiou a proposta da chefe da Nação afastada, que para ela reconheceu que é preciso repactuar a “democracia através da democracia” e se dispôs a promover consulta “para que o povo diga se quer ou não antecipar as eleições”.

Rubens Jr. contribui para organizar feriados que prejudicam o País.
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Rubens Jr. dá parecer favorável a projeto oportuno sobre feriados

Finalmente está em curso na Câmara Federal um projeto de lei que redefine os feriados nacionais, de modo a organizar a bagunça e o excesso de folga que ocorre hoje, principalmente os que “quebram” o ritmo de funcionamento do País. Nesta semana, o vice-líder do PCdoB na Câmara Federal, deputado Rubens Jr., apresentou parecer pela constitucionalidade do Projeto de Lei 2257/2011, do deputado Edmar Arruda (PSD), que altera a data dos feriados nacionais. Com a nova redação, os feriados que caírem na terça-feira, serão comemorados na segunda-feira imediatamente anterior e os que caírem na quarta-feira ou na quinta-feira, serão comemorados na sexta-feira imediatamente posterior. Para Rubens Jr. a medida é importante para a economia do país: “Há um grande prejuízo para a economia do país quando um feriado cai durante a semana”, ressaltou. Uma prática semelhante no Brasil é a de “enforcar” os dias restantes do feriado, sendo chamado de “feriadão”, não havendo expediente nas repartições públicas e nas organizações privadas gerando, assim, graves prejuízos à economia para o País. Rubens lembra ainda que esses feriados prolongados tem reflexo imediato na economia: “Nossa balança comercial vê-se diminuída nesses períodos. Há quem defenda que até mesmo as bolsas de valores mobiliários, ou de ações, têm quedas acentuadas nas vésperas de tais feriados”, lembrou. Há diversos feriados nacionais, estaduais, distritais e municipais que seguem intocáveis por princípio constitucional vigente. De acordo com o voto apresentado ao projeto de lei, os feriados de 1º de janeiro (Confraternização Universal), 7 de Setembro (Independência), 2 de Novembro (Finados) e 25 de Dezembro (Natal) não sofrerão alteração, podendo, assim, cair em qualquer dia da semana.

 

São Luís, 10 de Junho de 2016.

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