Se a eleição para o Palácio dos Leões fosse realizada agora, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD) sairia das urnas com 35,42% dos votos e disputaria o segundo turno com o secretário estadual de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), que receberia 19,67%. O ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo), teria 13,08% da votação, enquanto o vice-governador Felipe Camarão (PT) ficaria em quarto lugar com 11,75% dos votos. Na sequência, 6,67% não votariam em nenhum deles, enquanto os 13,08% restantes não saberiam em quem votar.
É um cenário que, segundo dois observadores ouvidos pela Coluna, traduz, grosso modo, o atual ambiente da política maranhense. E que, como nos outros levantamentos, chama a atenção o fato de o prefeito de São Luís liderar a corrida, com folga expressiva, no momento em que as pré-candidaturas começam, de fato, a serem definida, num processo político antecipado – as eleições ocorrerão daqui a pouco mais de 13 meses – e marcado por forte embate entre grupos. Difícil imaginar outro desenho no que diz respeito a Eduardo Braide, que continua mantendo silêncio sepulcral sobre ser ou não ser candidato a governador.
Mas o diferencial trazido pela pesquisa Exata está na simulação do pleito sem a presença do vice-governador Felipe Camarão. De acordo com o levantamento, sem a presença do vice-governador na disputa, o prefeito Eduardo Braide saltaria para 40,92% das intenções de voto, ou seja, ele levaria quase metade dos votos que seriam do candidato do PT, enquanto Orleans Brandão receberia dois pontos percentuais, subindo para 21,58%, e Lahesio Bonfim levaria cerca de três pontos, alcançando 15%. E se o pleito se desse apenas entre Eduardo Braide e Orleans Brandão, o prefeito de São Luís sairia das urnas com 47,08% e o secretário de Assuntos Municipalistas receberia 25%.
O dado que efetivamente movimenta a corrida sucessória é o crescimento rápido e vertiginoso do emedebista Orleans Brandão, explicado, com clareza, por ser ele o nome escolhido pelo governador Carlos Brandão (ainda no PSB), comandar a Secretaria de Assuntos Municipalistas e ocupar o espaço de maior influência na equipe do chefe do Poder Executivo. Essa massa de poder político associada a uma visível desenvoltura nas reentrâncias da política estadual, especialmente na seara municipal, vem lhe dando gás para crescer nas intenções de voto.
Por outro lado, o vice-governador Felipe Camarão, em quem todos enxergavam grande potencial para vencer a eleição, perdeu grande parte do seu cacife inicial e agora, sem chance de assumir o Governo e concorrer à reeleição, amarga o quarto ligar, medindo forças com o terceiro colocado, Lahesio Bonfim, cujo poder de fogo eleitoral varia a cada pesquisa, quase sempre situado na terceira colocação, ora como ameaça forte a Orleans Brandão, como se viu em pesquisas recentes, ora como ameaçado por Felipe Camarão.
Outro dado desse levantamento para ser levado em conta é o item rejeição, no qual Felipe Camarão (28,67%), Orleans Brandão (28,17%) e Lahesio Bonfim (27,42%) aparecem rigorosamente empatados elevados percentuais de rejeição, enquanto o prefeito Eduardo Braide surfa numa onda de rejeição bem menor: 11,33%.
Nesse mosaico, uma eleição em dois turnos, sinalizando, desde os primeiros levantamentos, para uma disputa dura, o sinal trazido pela nova pesquisa Exata, realizada num momento tenso e de muitas definições, é que o rumo da corrida ao Palácio dos Leões está nas mãos do prefeito de São Luís, seja como candidato, seja como não candidato. Se ele entrar, entrará forte, pelo menos com vaga garantida num segundo turno. Se ele não entrar, poderá influenciar fortemente o embate se se posicionar por uma candidatura.
Em Tempo: a pesquisa Exata foi realizada de 4 a 8 de agosto, ouviu 1.200 eleitores em 39 municípios, tem margem de erro é de 3,28 pontos percentuais, para mais ou para menos, e nível de confiança de 95%.
PONTO & CONTRAPONTO
Pesquisa aponta “empate técnico” entre Lula e Brandão na avaliação das suas gestões
Os governos do presidente Lula da Silva (PT) e do governador Carlos Brandão (ainda no PSB) têm o mesmo nível de aprovação entre os maranhenses, segundo a pesquisa Exata.
A gestão do presidente é aprovada por 62,33% dos 1.200 entrevistados, contra 34,33% que a desaprovam, enquanto a do governador tem a aprovação de 60,67%, contra 32,08% que não a aprovam.
Apenas 3,33% disseram não saber como avaliar o governo do presidente Lula da Silva, enquanto 7,25% disseram o mesmo em relação à gestão do governador Carlos Brandão.
Não são muitas as semelhanças entre as gestões do presidente Lula da Silva e do governador Carlos Brandão. Mas vários aspectos as aproximam, entre eles o viés social, especialmente no que diz respeito ao combate à fome. O governador Carlos Brandão lançou vários programas sociais complementares aos programas federais já consolidados.
Além do mais, o presidente Lula da Silva mantém uma relação institucional e administrativa ajustada, que se estende também no plano político. Mesmo sem saberem ainda como ficarão em relação à sucessão estadual, existe entre os dois o compromisso reiterado de que estarão no mesmo palanque em 2025.
Integrante do grupo dinista deixa cargo da gestão brandonista de Imperatriz
Não surpreendeu o pedido de demissão de Clayton Noleto (PCdoB) da chefia da Secretaria de Governo na gestão do prefeito de Imperatriz, Rildo Amaral (PP). Numa nota equilibrada e política e eticamente correta, Clayton Noleto, que fora homem forte como secretário de Infraestrutura nos sete anos e três meses do Governo Flávio Dino, pediu demissão, alegando exatamente as circunstâncias políticas.
Expoente do dinismo na região Tocantina, Clayton Noleto apoiou a candidatura de Rildo Amaral, de quem recebeu convite para a Secretaria de Governo. Ele aceitou, mas logo ficou claro que o prefeito Rildo Amaral seguirá a linha política traçada pelo governador Carlos Brandão, que tem Orleans Brandão como candidato a governador, enquanto o agora secretário Clayton Noleto é apoiador da pré-candidatura do vice-governador Felipe Camarão (PT).
Pelas razões expostas pelo próprio demissionário, o prefeito Rildo Amaral deve ter ficado aliviado com o gesto ao auxiliar.
São Luís, 19 de Agosto de 2025.