Se tudo o que está programado para esta sexta-feira (18) na seara política governista vier a acontecer, o secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), encerrará a semana como candidato da Federação União Progressista (FUP), que reúne o União Brasil e o Progressistas. Esse movimento representa uma força política e partidária importante no Maranhão, que conta com três deputados federais, cinco deputados estaduais, cerca de 40 prefeitos e um miniexército de vereadores espalhado por todo o estado. O que está programado: a cúpula da FUP, presidida por Antônio Rueda, desembarcará em São Luís amanhã para anunciar que essa máquina partidária vai compor a base de apoio de Orleans Brandão na sua corrida ao Governo do Estado. O movimento é o resultado de intensas articulações do governador Carlos Brandão (PSB).
Não é pouca coisa, muito ao contrário. O braço Maranhense da FUP tem peso político e eleitoral, pois além dos três deputados federais (Pedro Lucas Fernandes, que lidera a bancada do União na Câmara Federal, e Juscelino Filho, do União, e Allan Garcês, do PP) e um ministro de Estado, André Fufuca (Esporte), que é deputado federal e pré-candidato a senador. Cada um a seu modo, União e PP jogaram pesado nas eleições municiais e saíram das urnas com bons lastros, o que hoje, somados, representam mais de 30 prefeitos, entre eles Rildo Amaral (PP), de Imperatriz, por exemplo, que 72 horas atrás, em ato público na presença do governador Carlos Brandão, declarou publicamente seu apoio à candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas.
O apoio declarado da Federação União Progressista fortalece expressivamente e chega num momento em que os fatos começam a dar status de verdade ao rumor de que o governador Carlos Brandão permanecerá no Governo até o final do mandato, abrindo mão de ser candidato a senador. Sua permanência lhe dá o poder de comandar as forças que ele controla na corrida às urnas, o que amplia decisivamente o potencial da candidatura de Orleans Brandão. Ao mesmo tempo, o cumprimento integral do mandato por Carlos Brandão tira do vice-governador Felipe Camarão (PT) a chance de assumir o Governo e concorrer à reeleição no cargo.
A posição da FUP no Maranhão define a situação de dois deputados federais. André Fufuca, que integra o Governo do PT como ministro do Esporte, e vai concorrer a uma cadeira no Senado como parte da chapa liderada pelo candidato do MDB. O ponto que os liga é que os dois se posicionam como apoiadores da candidatura do presidente Lula da Silva (PT) à reeleição. Há uma incógnita na cúpula na Federação: a posição do deputado federal Juscelino Filho. Atualmente, por conta da tensa situação política de Vitorino Freire, o Governo é apoiado pelo ex-deputado Stênio Rezende (PSB), tio e inimigo político de Juscelino Filho que está distanciado do Palácio dos Leões, podendo declarar ou não apoio a Orleans Brandão no ato de amanhã. Nenhum envolvido na organização do evento garantiu a presença do ex-ministro das Comunicações, que segundo rumores estaria propenso a apoiar o projeto de candidatura do vice-governador Felipe Camarão.
A declaração de apoio da FUP a Orleans Brandão será um marco para a corrida ao Palácio dos Leões, por ser um indicador preciso de que o governador Carlos Brandão, mesmo não declarando, está determinado a permanecer no cargo até o final do mandato. E a história recente já mostrou a diferença que faz, num projeto de candidatura a governador, ter o apoio do chefe do Poder Executivo com pleno poder de fogo.
Em Tempo: Daqui a duas semanas será a vez do PSDB, que sob o comando do seu presidente estadual, secretário chefe da Casa Civil, Sebastião Madeira, juntará seus quadros de peso e declarará apoio à pré-candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas. O tucano-mor nacional, Marconi Perillo, estará presente.
PONTO & CONTRAPONTO
Ataque de Trump ao Brasil derrete máscaras e muda cenário político para 26
O tarifaço irracional com que o inacreditável presidente norte-americano Donald Trump ameaça o Brasil a partir de 1º de agosto como parte da sua igualmente irracional estratégia para intimidar o Supremo Tribunal Federal no processo da trama golpista, do qual o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá sair direto para a cadeia, ao contrário do efeito de uma bomba devastadora, caiu como uma saudável chuva de verão no cenário político nacional, promovendo uma tremenda reviravolta nas tendências para a sucessão presidencial, com o derretimento das máscaras.
Pesquisa feita pelo instituto Quaest mostra que o presidente Lula da Silva (PT), que vinha fortemente pressionado por candidatos ligados à família Bolsonaro, reverteu a tendência e voltou a liderar as intenções de voto, e já com vantagens expressivas, se comparadas às dos últimos levantamentos.
Numa disputa com o ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula da Silva teria 32% contra 26% do adversário. Se o adversário fosse a ex-primeira-dama Michelle Bolsona (PL), Lula da Silva teria 30% contra 19% dela. No caso de uma disputa com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, Lula lhe teria o dobro dos votos: 30% a 15%.
A explicação está, primeiro, na irracionalidade da postura do mandatário ianque de tentar se intrometer na vida institucional brasileira, ameaçando as instituições, em especial a Suprema Corte, sob os aplausos dos Bolsonaro e sua turma, o que nenhum brasileiro com consciência cívica aceita, pertença ele a qualquer espaço entre a extrema-direita e a extrema-esquerda.
E depois, a serenidade e a competência política e diplomática com que o presidente Lula da Silva vem conduzindo a reação brasileira ao ataque anunciado à economia nacional e a chantagem canalha e criminosa do chefão ianque às instituições brasileiras, certamente pensando que a oitava economia do mundo é uma república de bananas.
A irracional atitude do mandatário dos EUA serviu para mostrar quem são os Bolsonaro e quais são as suas reais intenções.
“Segunda capital” do Maranhão, Imperatriz consolida avanços na festa dos 173 anos
Em clima festivo, Imperatriz completou 173 anos nesta quarta-feira (16). E, apesar dos seus muitos problemas, tem razões de sobra para comemorar. Está consolidada como a segunda maior e mais importante cidade do Maranhão, o principal polo econômico do estado depois de São Luís. Detém ainda a condição de segundo maior e mais importante colégio eleitoral maranhense, alcançando ao status de metrópole ao reunir eleitores suficientes para que as suas decisões eleitorais tenham dois turnos, se necessário.
Epicentro econômico, cultural e político da Região Tocantina, com 275 mil habitantes, congrega 15 municípios no seu entorno. Economicamente, a antiga Vila do Frei tem forte base no comércio regional, na pecuária, no agronegócio e na produção de celulose, da qual é uma referência no norte do Brasil. Culturalmente, Imperatriz é uma cidade ativa e ganha cada vez mais expressão nas artes em geral – do teatro às artes plásticas – e, ao sediar a Uema Sul, se transformou num dos polos universitários mais importantes da região.
No campo político, Imperatriz navega entre a direita e a esquerda, tendo abrigado governos de diversas searas ideológicas, como o PT, o PSDB e agora o PP, com o prefeito Rildo Amaral, eleito com o apoio decisivo do ex-prefeito tucano Sebastião Madeira, considerado o maior líder vivo da Princesa do Tocantins. O peso político da antiga Vila do Frei se evidencia com a estatura que lhe está sendo dada pelo governador Carlos Brandão (PSB), que a promoveu a “Segunda Capital” do Maranhão.
São Luís, 17 de Julho de 2025.