Arquivos mensais: julho 2025

Apoio da Federação União Progressista a Orleans Brandão pode definir o cenário da disputa em 26

Antônio Rueda vai anunciar o apoio da FUP a
Orleans Brandão para o Governo do Estado

Se tudo o que está programado para esta sexta-feira (18) na seara política governista vier a acontecer, o secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), encerrará a semana como candidato da Federação União Progressista (FUP), que reúne o União Brasil e o Progressistas. Esse movimento representa uma força política e partidária importante no Maranhão, que conta com três deputados federais, cinco deputados estaduais, cerca de 40 prefeitos e um miniexército de vereadores espalhado por todo o estado. O que está programado: a cúpula da FUP, presidida por Antônio Rueda, desembarcará em São Luís amanhã para anunciar que essa máquina partidária vai compor a base de apoio de Orleans Brandão na sua corrida ao Governo do Estado. O movimento é o resultado de intensas articulações do governador Carlos Brandão (PSB).

Não é pouca coisa, muito ao contrário. O braço Maranhense da FUP tem peso político e eleitoral, pois além dos três deputados federais (Pedro Lucas Fernandes, que lidera a bancada do União na Câmara Federal, e Juscelino Filho, do União, e Allan Garcês, do PP) e um ministro de Estado, André Fufuca (Esporte), que é deputado federal e pré-candidato a senador. Cada um a seu modo, União e PP jogaram pesado nas eleições municiais e saíram das urnas com bons lastros, o que hoje, somados, representam mais de 30 prefeitos, entre eles Rildo Amaral (PP), de Imperatriz, por exemplo, que 72 horas atrás, em ato público na presença do governador Carlos Brandão, declarou publicamente seu apoio à candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas.

O apoio declarado da Federação União Progressista fortalece expressivamente e chega num momento em que os fatos começam a dar status de verdade ao rumor de que o governador Carlos Brandão permanecerá no Governo até o final do mandato, abrindo mão de ser candidato a senador. Sua permanência lhe dá o poder de comandar as forças que ele controla na corrida às urnas, o que amplia decisivamente o potencial da candidatura de Orleans Brandão. Ao mesmo tempo, o cumprimento integral do mandato por Carlos Brandão tira do vice-governador Felipe Camarão (PT) a chance de assumir o Governo e concorrer à reeleição no cargo.

A posição da FUP no Maranhão define a situação de dois deputados  federais. André Fufuca, que integra o Governo do PT como ministro do Esporte, e vai concorrer a uma cadeira no Senado como parte da chapa liderada pelo candidato do MDB. O ponto que os liga é que os dois se posicionam como apoiadores da candidatura do presidente Lula da Silva (PT) à reeleição. Há uma incógnita na cúpula na Federação: a posição do deputado federal Juscelino Filho. Atualmente, por conta da tensa situação política de Vitorino Freire, o Governo é apoiado pelo ex-deputado Stênio Rezende (PSB), tio e inimigo político de Juscelino Filho que está distanciado do Palácio dos Leões, podendo declarar ou não apoio a Orleans Brandão no ato de amanhã. Nenhum envolvido na organização do evento garantiu a presença do ex-ministro das Comunicações, que segundo rumores estaria propenso a apoiar o projeto de candidatura do vice-governador Felipe Camarão.

A declaração de apoio da FUP a Orleans Brandão será um marco para a corrida ao Palácio dos Leões, por ser um indicador preciso de que o governador Carlos Brandão, mesmo não declarando, está determinado a permanecer no cargo até o final do mandato. E a história recente já mostrou a diferença que faz, num projeto de candidatura a governador, ter  o apoio do chefe do Poder Executivo com pleno poder de fogo.

Em Tempo: Daqui a duas semanas será a vez do PSDB, que sob o comando do seu presidente estadual, secretário chefe da Casa Civil, Sebastião Madeira, juntará seus quadros de peso e declarará apoio à pré-candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas. O tucano-mor nacional, Marconi Perillo, estará presente.

PONTO & CONTRAPONTO

Ataque de Trump ao Brasil derrete máscaras e muda cenário político para 26

Lula da Silva mostra competência no confronto
com Donald Trump e Jair Bolsonaro

O tarifaço irracional com que o inacreditável presidente norte-americano Donald Trump ameaça o Brasil a partir de 1º de agosto como parte da sua igualmente irracional estratégia para intimidar o Supremo Tribunal Federal no processo da trama golpista, do qual o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá sair direto para a cadeia, ao contrário do efeito de uma bomba devastadora, caiu como uma saudável chuva de verão no cenário político nacional, promovendo uma tremenda reviravolta nas tendências para a sucessão presidencial, com o derretimento das máscaras.

Pesquisa feita pelo instituto Quaest mostra que o presidente Lula da Silva (PT), que vinha fortemente pressionado por candidatos ligados à família Bolsonaro, reverteu a tendência e voltou a liderar as intenções de voto, e já com vantagens expressivas, se comparadas às dos últimos levantamentos.

Numa disputa com o ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula da Silva teria 32% contra 26% do adversário. Se o adversário fosse a ex-primeira-dama Michelle Bolsona (PL), Lula da Silva teria 30% contra 19% dela. No caso de uma disputa com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, Lula lhe teria o dobro dos votos: 30% a 15%.

A explicação está, primeiro, na irracionalidade da postura do mandatário ianque de tentar se intrometer na vida institucional brasileira, ameaçando as instituições, em especial a Suprema Corte, sob os aplausos dos Bolsonaro e sua turma, o que nenhum brasileiro com consciência cívica aceita, pertença ele a qualquer espaço entre a extrema-direita e a extrema-esquerda.

E depois, a serenidade e a competência política e diplomática com que o presidente Lula da Silva vem conduzindo a reação brasileira ao ataque anunciado à economia nacional e a chantagem canalha e criminosa do chefão ianque às instituições brasileiras, certamente pensando que a oitava economia do mundo é uma república de bananas.

A irracional atitude do mandatário dos EUA serviu para mostrar quem são os Bolsonaro e quais são as suas reais intenções.

“Segunda capital” do Maranhão, Imperatriz consolida avanços na festa dos 173 anos

Imperatriz: “Segunda Capital”

Em clima festivo, Imperatriz completou 173 anos nesta quarta-feira (16). E, apesar dos seus muitos problemas, tem razões de sobra para comemorar. Está consolidada como a segunda maior e mais importante cidade do Maranhão, o principal polo econômico do estado depois de São Luís. Detém ainda a condição de segundo maior e mais importante colégio eleitoral maranhense, alcançando ao status de metrópole ao reunir eleitores suficientes para que as suas decisões eleitorais tenham dois turnos, se necessário.

Epicentro econômico, cultural e político da Região Tocantina, com 275 mil habitantes, congrega 15 municípios no seu entorno. Economicamente, a antiga Vila do Frei tem forte base no comércio regional, na pecuária, no agronegócio e na produção de celulose, da qual é uma referência no norte do Brasil. Culturalmente, Imperatriz é uma cidade ativa e ganha cada vez mais expressão nas artes em geral – do teatro às artes plásticas – e, ao sediar a Uema Sul, se transformou num dos polos universitários mais importantes da região.

No campo político, Imperatriz navega entre a direita e a esquerda, tendo abrigado governos de diversas searas ideológicas, como o PT, o PSDB e agora o PP, com o prefeito Rildo Amaral, eleito com o apoio decisivo do ex-prefeito tucano Sebastião Madeira, considerado o maior líder vivo da Princesa do Tocantins. O peso político da antiga Vila do Frei se evidencia com a estatura que lhe está sendo dada pelo governador Carlos Brandão (PSB), que a promoveu a “Segunda Capital” do Maranhão.

São Luís, 17 de Julho de 2025.

Freio: comando de Federação desautoriza PCdoB a entrar na ação sobre escolha de conselheiro do TCE

José Luiz Penna, líder do PV e presidente da Federação Brasil da Esperança desautorizou o PCdoB a entrar na ação isoladamente

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 7780, por meio do qual o Solidariedade questionou no Supremo Tribunal Federal (STF) e vinha tentando manter em aberto a questão envolvendo as regras para a escolha de conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) pela Assembleia Legislativa, sofreu novo e decisivo revés, também de natureza partidária. Na linha que atingira duramente o braço maranhense do Solidariedade, duas semanas atrás, o comando nacional da Federação Brasil da Esperança (PT/PV/PCdoB) desautorizou, em tom forte de censura, o PCdoB a ingressar, de forma individualizada, como amicus curiae na ação, considerando dois pontos. O primeiro: como membro da Federação, que existe como um partido, o PCdoB não pode participar de forma isolada de qualquer ação política, parlamentar ou judicial. E segundo: o comando da Federação entende que a ação perdeu sentido depois que a Assembleia Legislativa atendeu a todas as exigências da ação, ou seja, atualizou as regras para a escolha de conselheiro do TCE, que se encontra há quase dois anos com duas vagas abertas por conta da ação.

A pancada do comando nacional da Federação Brasil da Esperança no PCdoB confirma a observação de que a iniciativa do PCdoB de prolongar a tramitação da ADI nº 7780, contrariando o destino dado a ela pelo Solidariedade, cuja direção nacional, em tom igualmente duro, desautorizou o braço maranhense do partido a alimentar a questão, que na sua avaliação não faz mais sentido porque as exigências foram atendidas. O Solidariedade desmontou implacavelmente a estratégia do deputado Othelino Neto, encerrando, sem conversa ou aviso prévio, a participação do partido na ação, por considerar que as pendências foram resolvidas pela Assembleia Legislativa, sob o comando da presidente Iracema Vale (PSB).

No dia 09 de julho, seguindo as pisadas da advogada mineira Clara Alcântara de Almeida Machado, que, não se sabe por qual motivo, pediu ao ministro-relator Flávio Dino o seu ingresso na ação, a direção nacional do PCdoB, também por motivo desconhecido, peticionou ao ministro-relator o seu ingresso na ação também como amicus curiae. Na sua alegação formal, o “partidão” entende como “relevante”, de “interesse social”, debater se a eleição se conselheiro do TCE pela Assembleia Legislativa deve ser ou não por votação secreta, detalhe já resolvido, segundo petição da Assessoria Jurídica do Poder legislativo pedindo ao ministro-relator o encerramento do caso.

A tentativa do PCdoB de entrar no caso não durou uma semana. O poderoso e inclemente petardo de sete páginas, assinado por José Luiz França Penna, presidente da Federação Brasil da Esperança, e formalizado pelo advogado José Sarney Filho (que vem a ser o ex-deputado federal e ex-ministro do Meio Ambiente Sarney Filho, um dos principais líderes do PV nacional e pai do presidente do PV maranhense, Adriano Sarney), foi protocolado ontem na Suprema Corte, e não deixa brecha para reação do comando estadual do PCdoB: “A Federação constitui uma entidade única, com atuação parlamentar e processual unificada, nos termos da legislação vigente, o que torna ilegítima e inadmissível a atuação isolada do PCdoB”.

No arrazoado jurídico de sete laudas, o comando da Federação Brasil da Esperança faz uma avaliação dos desdobramentos do processo, enumera as exigências já resolvidas, reconhecendo que a Assembleia Legislativa já fez a sua parte, não havendo, na sua ótica, qualquer base legal para que a Justiça não devolva o funcionamento normal da Assembleia Legislativa em relação à escolha de conselheiros do TCE. Lembra o revés ocorrido no Solidariedade. E lastreia sua petição com um argumento forte: por conta dessa procrastinação, o TCE encontra-se há quase dois anos sem dois conselheiros, o que sobrecarrega os demais e torna o seu funcionamento mais lento.

O forte movimento de desautorização do PCdoB a se envolver na ADI nº 7780, cujo encerramento só dependente de procedimentos formais por parte do ministro-relator poderá desencadear uma crise na Federação Brasil da Esperança, principalmente no seu braço no Maranhão, onde o PCdoB é presido pelo deputado federal Márcio Jerry e o do PV tem o comando do ex-deputado estadual Adriano Sarney.

PONTO & CONTRAPONTO

Bancada maranhense mantém silêncio em relação à chantagem de Trump contra o Brasil

Bancada não se manifesta sobre
as ameaças de Donald Trump ao Brasil

Não se sabe o motivo ou os motivos, mas o fato é que nenhum senador ou deputado federal do Maranhão entrou num debate sobre a tentativa do presidente norte-americano Donald Trump de chantagear a Suprema Corte do Brasil usando covardemente o poder econômico do seu país para salvar da cadeia o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A chantagem do presidente ianque ameaça com tarifaço de 50% todos os produtos brasileiros que entrar nos EUA, o que pode prejudicar gravemente, inclusive com demissões massivas, vários setores importantes da economia brasileira.

Tudo isso sob o argumento desonesto e hipócrita segundo o qual o Brasil vive uma “ditadura” porque está na iminência de julgar os responsáveis por uma trama que por pouco não impediu a posse do presidente eleito Lula da Silva (PT) e não implantou uma ditadura tendo o presidente derrotado e sem mandato como ditador.

Ao ameaçar o Brasil por conta da situação crítica do seu ex-presidente brasileira, o presidente norte-americano – que vem exibindo nítidas propensões ditatoriais -, ameaça um país soberano, de dimensões continentais, que abriga mais de 200 milhões de habitantes, é a oitava economia do mundo, tem uma Constituição moderna e avançada, eleições regulares pelo mais moderno sistema eleitoral do mundo (à prova de fraude), que tem leis para serem respeitadas e não aceita a ingerência de quem quer que seja na vida nacional. Tem uma legislação de reciprocidade e não teme aos arroubos de um vizinho hoje comandado por um líder de extrema-direita, mentiroso, chantagista, ultrapassado, e que nada tem além da vontade de mandar sem controle e o poder econômico e militar do país.

No caso do processo da tentativa de golpe de estado, a Suprema Corte do Brasil conduz um processo exemplar, dentro do pleno estado democrático de direito, realizando um julgamento transparente, dando aos acusados o amplo direito de defesa. A Suprema Corte já sinalizou que não vai dar a menor bola para a chantagem do chefão dos EUA. A começar pelo fato de que o ex-presidente Jair Bolsonaro está nessa situação porque ele a cavou, tramou, arquitetou o golpe com a sua turma e só não foi bem-sucedido porque os chefes militares deram preferiram a legalidade e a democracia.

Soa estranho e inexplicável que quase nenhum dos três senadores e 18 deputados federais tenha se manifestado firmemente em relação a esse cenário que vem impondo tensão à Nação.

Chiquinho da FC define apoio à reeleição de Francisco Nagib e Juscelino Filho, e deve apoiar Camarão e Lula

Chiquinho da FC já declarou apoio
a Francisco Nagib e Juscelino Filho

Fora do grande contingente de prefeitos que estão alinhados ao Palácio dos Leões, o dirigente de Codó, Chiquinho da FC (PT), deu o primeiro passo para definir o a grande de candidatos que apoiará nas eleições do ano que vem. E falta pouco para compor o grupo.

Ele liderou um grande ato político, no domingo, para anunciar que os seus candidatos à Assembleia Legislativa é o deputado Francisco Nagib (ainda no PSB), seu filho e parceiro político, e que busca a reeleição, e à Câmaras Federal é o deputado federal Juscelino Filho (União). Ele ainda não definiu os seus dois candidatos a senador.

Em relação à disputa pelo Palácio dos Leões, o prefeito Chiquinho da FC declarou apoio ao projeto de candidatura do vice-governador Felipe Camarão (PT), que foi por ele recebido com um grande ato político duas semanas atrás.

No plano nacional, a menos que dê um “cavalo-de-pau” arrojado e imprevisível, Chiquinho da FC, agora na condição de petista militante, deverá apoiar a candidatura do presidente Lula da Silva à reeleição.

Chiquinho da FC é o primeiro prefeito de grande cidade a definir candidatos às eleições do ano que vem.

São Luís, 16 de Julho de 2025.

Econométrica mostra tendência de dois turnos entre Braide e Brandão, com Bonfim ameaçando e Camarão fora

Eduardo Braide lidera, com Orleans Brandão em segundo, Lahesio Bonfim
em terceiro e Felipe Camarão em quarto lugar

O prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), continua estabilizado na liderança das preferências do eleitorado para o Governo do Estado, com 30,6% das intenções de voto, enquanto o vice-governador Felipe Camarão (PT) aparece em quarto lugar, com 12,5%. O diferencial desse cenário encontrado pela pesquisa está na posição do secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), que desponta em segundo, com 22,4% das intenções de voto, seguido do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo), com 20,7%. Um contingente de 4,9% de eleitores insatisfeitos disse que votará nulo ou em nenhum deles, e outros 8,8% responderam que não sabem ou preferiram não opinar.

O quadro do momento prevê dois turnos, foi encontrado pela Econométrica, um dos mais respeitados institutos de pesquisa da região, em levantamento realizado no período de 2 a 7 de julho, que ouviu 1.302 eleitores em todo o estado, e que tem margem de erro de 2,7%, para mais ou para menor.

A arrancada do secretário Orleans Brandão é surpreendente, a começar pelo fato de que, há cerca de seis meses, ele aparecia com apenas um dígito, variando de cinco a oito pontos percentuais em diversas pesquisas. A virada foi progressiva, mas rápida, mesmo levando em conta dois fatos: ele até agora não disse que é candidato e por que que tem o seu projeto de candidatura até aqui atrelado à decisão do governador Carlos Brandão (PSB) de permanecer no cargo – o que confirmará sua candidatura – ou deixar o Governo e disputar o Senado, o que pode alterar radicalmente os seus planos. Orleans Brandão encontra-se em ritmo forte de pré-campanha, cumprindo uma intensa agenda de eventos, inaugurações e lançamentos. Essa agenda incluiu recentemente, por exemplo, dois eventos de grande peso: a reunião que juntou, na semana passada, mais da metade da Assembleia Legislativa, coordenada pela presidente Iracema Vale (PSB), e o ato em que recebeu o apoio de 25 dos 31 vereadores de São Luís, num movimento articulado pelo presidente do parlamento ludivicense, vereador Paulo Victor (PSB).

No cenário de agora, o candidato do Novo, Lahesio Bonfim, aparece como a grande ameaça ao secretário de Assuntos Municipalista, com quem está tecnicamente empatado, à medida que se mantém nesse patamar num contexto em que são poucos os votos indecisos. Conforme a pesquisa, os quatro candidatos já levaram mais de 85% dos votos declarados, deixando apenas 8,8% de indecisos.

A pesquisa mostra o vice-governador Felipe Camarão em quarto lugar, com 12,5%, numa situação incômoda para quem é candidato assumido, está em ritmo forte de pré-campanha e tem como trunfo principal o suporte político e partidário do presidente Lula da Silva, do seu partido, o PT, e apoio declarado do grupo remanescente da liderança do ex-senador Flávio Dino, agora ministro do Supremo Tribunal Federal. Mas estranhamente passa a impressão de que está sozinho nesse desafio. O seu projeto de candidatura surgiu quando havia a possibilidade de o governador Carlos Brandão (PSB) renunciar para disputar o Senado e ele assumir o Governo e concorrer à reeleição como governador. Esse projeto, porém, está sendo desmontado à medida que o governador emite sinais fortes de que permanecerá no cargo e apoiará a candidatura de Orleans Brandão à sua sucessão.

É claro que o cenário de agora é uma tendência, desenhada a nove meses da data fatal para a renúncia ou permanência do governador, fator decisivo na corrida ao voto, e a catorze meses e meio da eleição, o que leva à avaliação de que há tempo para que muita água role nos bastidores da política estadual.

PONTO & CONTRAPONTO

Números mostram que disputa para as cadeiras do Senado vai depender de decisão do governador

Carlos Brandão e Weverton Rocha lideram, seguidos de Roberto Rocha,
André Fufuca, Eliziane Gama e Pedro Lucas Fernandes

A pesquisa Econométrica encontrou um cenário curioso, mas lógico, para a corrida às duas vagas do Senado. O governador Carlos Brandão (PSB) lidera com 18,6% das intenções de voto, seguido do senador Weverton Rocha (PDT), que avança na corrida à reeleição com 16,1%, numa sequência na qual o ex-senador Roberto Rocha (sem partido) aparece com 11,8%, o ministro do Esporte, André Fufuca (PP), com 11,2%, a senadora Eliziane Gama (PSD) com 9,9%, e o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União) com 6,1%.

Chama a atenção o fato de os nomes postos para o Senado tenham baixa manifestação de intenção de voto. A posição do governador Carlos Brandão pode ser facilmente explicada com o fato de ele ainda não haver batido o martelo em relação ao seu futuro político. Mesmo assim, ele lidera as preferências, levando à projeção de que, caso se declare candidato a senador, o seu percentual de intenção de voto aumentará significativamente.

Assim como em relação à corrida ao Palácio dos Leões, a disputa pelas cadeiras no Senado está atrelada à decisão do governador Carlos Brandão de sair candidato ou permanecer no cargo. Na primeira hipótese, a tendência mostrada em todas as pesquisas até aqui é a de que o mandatário será o candidato com maior poder de fogo para se eleger, isolando uma das vagas, ficando a outra para uma dura peleja entre os demais candidatos.

Nesse contexto, observadores experientes preveem que o grande duelo se dará entre Weverton Rocha e André Fufuca, que tem um grande potencial a ser explorado, mas sem menosprezar o potencial do ex-senador Roberto Rocha, que tenta atrair as correntes de direita e extrema-direita. A senadora Eliziane Gama terá chance de reação se o prefeito Eduardo Braide for candidato a governador e coloca-la como prioridade na sua chapa.

No que diz respeito ao deputado federal Pedro Lucas Fernandes, a inclusçao do seu nome parece ter sido aleatória, porque não há qualquer sinal de que ele tenha interesse de trocar uma reeleição fácil por uma aventura de altíssimo risco.

A pesquisa Econométrica mostra que há muito o que ser definido na corrida às duas cadeiras do Senado, e que as chaves para a solução estão com o governador Carlos Brandão e com o prefeito Eduardo Braide.

Curiosidade: pesquisa quis saber se o eleitor acha que Flávio Dino faz política partidária no Maranhão

Flávio Dino: mais da metade dos ouvidos em pesquisa acha que ele faz politica partidária no Maranhão

O levantamento da Econométrica fez uma investigação curiosa. Perguntou aos entrevistados se eles acham que o ministro Flávio Dino, da Suprema Corte, está fazendo política partidária no Maranhão. E a resposta foi mais do que previsível: 54,5% responderam que “sim”, entendendo que o ministro faz política partidária no estado, e 35,1% responderam “não”, avaliando que o ministro não faz política partidária no estado. E 10,4% não souberam ou não quiseram responder.

A investigação seria mais completa se, além da indagação-chave, “faz” ou “não faz”, tivesse sido sugerido aos entrevistados exemplos da ação política partidária.

Sem essa segunda provocação, as respostas produzem uma série de indagações. Ao se tornar ministro da Suprema Corte, Flávio Dino renunciou formalmente à sua vida política e partidária. Ele deixou o PSB, partido comandado pelo governador Carlos Brandão. E, salvo uma fala sugerindo uma advogada para vice de Felipe Camarão, no curso de uma palestra, não há registro de qualquer declaração do ministro a respeito do cenário político do Maranhão.

A explicação para o “sim” encontrado pela pesquisa pode estar na peleja judicial entre o Solidariedade, comandado pelo deputado Othelino Neto, integrante do chamado grupo dinista, tentando emparedar a Assembleia Legislativa com ações questionando a eleição de presidente da Casa, e mudando as regras para a escolha de conselheiro do TEC. O grupo dinista foi derrotado nas duas no tapetão da Suprema Corte, o que, por essa ótica, caracterizaria também derrota do ministro nos dois casos. Também há o aval não declarado à candidatura de Felipe Camarão ao Governo do Estado, em qualquer circunstância.

Não há, além disso, qualquer movimento, gesto ou palavra que demonstre o envolvimento de Flávio Dino na política partidária do Maranhão, que tem hoje o governador Carlos Brandão como principal protagonista. Esse é o cenário visível e alcançável. O que acontece nos bastidores mais fechados é quase impossível desvendar.

Num outro plano, muita gente acha que Flávio Dino voltará à política partidária, provavelmente nas eleições do ano que vem.

São Luís, 15 de Julho de 2025.

Fala de Weverton e apoio de vereadores a Orleans reforçam tendência de Brandão ficar no cargo

Declarações de Weverton Rocha e apoio de vereadores a Orleans Brandão
movimentaram a corrida aos Leões na última semana

Dois fatos ocorridos na semana que passou sinalizaram fortemente que o governador Carlos Brandão (PSB) se prepara, efetivamente, para colocar em prática o projeto de permanecer no cargo, abrindo mão de disputar o Senado, e lançar o secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), à sua sucessão. O primeiro foi a declaração do senador Weverton Rocha (PDT) em entrevista à TV Mirante, na última sexta-feira (11), afirmando que o mandatário maranhense vai coordenar a corrida eleitoral, sugerindo que ele permanecerá no cargo. E o segundo foi a manifestação de 25 dos 31 vereadores de São Luís em apoio à pré-candidatura de Orleans Brandão ao Palácio dos Leões. Os dois fatos ecoaram fortemente no meio político e fora dele, com repercussão nítida na oposição.

As declarações do senador Weverton Rocha foram as primeiras de um aliado nesse sentido. Até agora, políticos governistas vinham dizendo que o governador Carlos Brandão coordenaria o processo de escolha do candidato a governador e os preparativos da base governista para as eleições. O senador Weverton Rocha foi muito mais longe e colocou as cartas na mesa: “O presidente Lula nos orientou no sentido de estarmos todos juntos no mesmo palanque aqui no Maranhão, no palanque que ele participou. E quem é o comandante deste palanque, o líder desse processo? É o governador do Estado, que, inclusive, está muito bem avaliado”.

O senador pedetista não fez nenhum adendo ou ressalva apontando a possível candidatura do governador ao Senado. Daí suas declarações terem produzido em muitos a certeza de que o governador Carlos Brandão não será mesmo candidato ao Senado, sendo ele, Weverton Rocha, candidato do Governo a uma das vagas. Isso, claro, num contexto em que o próprio governador tem se mantido distante da discussão, afirmando e reafirmando que o ano em curso será inteiramente dedicado ao trabalho. E como nem ele nem seus porta-vozes desmentiram as declarações do senador, que já fala como seu aliado, os políticos e o eleitorado interpretam a situação com a velha fórmula segundo a qual “quem cala, consente”.

A reunião de 25 vereadores ludovicenses em apoio à pré-candidatura do secretário Orleans Brandão ao Governo repercutiu fortemente nas hostes do prefeito Eduardo Braide (PSD) e nas do vice-governador Felipe Camarão (PT), surpreendendo até mesmo alguns políticos governistas. Essa repercussão, que muitos evitaram externar, está no fato de que, historicamente, os vereadores de São Luís sempre jogaram pesado no toma lá, dá cá relacionado com candidaturas a governador, cientes de que são peças importantes na guerra pelo voto no maior e mais independente e politizado colégio eleitoral do Maranhão.

Um detalhe da mobilização dos vereadores por Orleans Brandão chamou a atenção: a presença do vereador Astro de Ogum, uma das estrelas do PCdoB estadual. Esse dado indica duas possibilidades: o vereador está de saída do partido – não há qualquer indicação nesse sentido -, ou o PCdoB está sofrendo um processo de erosão na Capital, correndo o risco de ficar sem representante na Câmara Municipal de São Luís. E não se diga que foi apenas um momento do vereador Astro de Ogum: ele aparece na frente do grupo, com o punho erguido, como que fazendo questão de exibir o seu entusiasmo com o projeto de candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas.

Qualquer avaliação desses fatos certamente levará à conclusão de que o governador Carlos Brandão trabalha para permanecer no cargo até o fim, abrindo mão de ser senador.

PONTO & CONTRAPONTO

Felipe Camarão cumpre agenda intensa reafirmando ser candidato ao Governo

Felipe Camarão com Francimar Melo,
presidente reeleito do PT,
que lhe declarou apoio

Em meio à intensa movimentação no cenário político estadual em relação aos preparativos para as eleições do ano que vem, o vice-governador Felipe Camarão (PT) não tem perdido tempo e cumpre agenda de pré-candidato ao Governo, condição que ele assumiu e mantém nas mais diversas situações. O fato principal da semana que passou foi a repercussão da eleição do novo comando estadual do PT, liderado pelo presidente reeleito Francimar Melo, que na primeira fala defendeu a união do partido e das forças aliadas em torno da candidatura do vice-governador à sucessão do governador Carlos Brandão.

Felipe Camarão cumpriu agenda intensa nos últimos dias. Depois de passar por Codó, onde o prefeito petista Chiquinho da FC o recebeu em clima festivo, apresentando-o à sua base no município, Felipe Camarão cumpriu uma série de compromissos. Ele anunciou aos professores do estado novidade no pagamento de precatórios do antigo Fundef; se fez presente numa reunião com estudantes e professores do Mestrado em Saúde Coletiva na UFMA; foi saudado pela Assembleia de Deus em Itapecuru-Mirim, participou, a convite, do Encontro Nacional da Polícia Rodoviária Federal em São Luís, recebeu de Frei Gilson bênção por sua união com Taynah Camarão. E foi a Bacabal, onde inspecionou as obras do Centro Educa Mais Estado do Ceará, sem a presença do prefeito Roberto Costa (MDB), que apoia declaradamente o projeto de candidatura de Orleans Brandão.

Em todas as oportunidades que teve, Felipe Camarão reafirmou que é pré-candidato ao Governo do Estado, seja como governador, no caso de o governador Carlos Brandão renunciar para ser candidato ao Senado, seja por via independente, no caso de o chefe do Executivo permanecer no cargo e lançar Orleans Brandão.

– Nada me impedirá de ser candidato – declarou, numa conversa informal em Bacabal.

Adversários de Braide tentam minar seu cacife sugerindo que ele não será candidato ao Governo

Parecendo indiferente à corrida sucessória,
Eduardo Braide toca obras em São Luís

São cada vez mais fortes os rumores de que o prefeito Eduardo Braide (PSD) estaria avaliando seriamente a possibilidade de não entrar na disputa ao Governo do Estado em 2025. Esses rumores estão correndo com intensidade, ocupando o vazio existente com a falta de manifestação do prefeito ludovicense sobre o assunto.

Diante do fato de que a corrida aos Leões já foi deflagrada, contando até aqui com o vice-governador Felipe Camarão (PT) e o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo) como pré-candidatos assumidos e em ritmo de pré-campanha, e Orleans Brandão (MDB) como pré-candidato não declarado, mas em pré-campanha aberta e intensa na Capital e no interior.

A situação do prefeito Eduardo Braide nesse contexto é emblemática. Ele lidera as pesquisas de intenções de voto com larga vantagem, mas não disse até agora uma só palavra sobre o assunto, convertendo-se no maior mistério da política maranhense nos últimos tempos.

De uns dias para cá, algumas vozes começaram a minar a base do prefeito afirmando que ele não será candidato a governador ou sugerindo que ele não deve ser candidato. Os que dizem que ele não será candidato não mostram a cabeça e plantam essa impressão em espaços da blogosfera.

Já os que não o querem candidato jogam mais aberto. É o caso do deputado estadual Antônio Pereira (PSB), 1º vice-presidente da Assembleia Legislativa, que em discurso na tribuna defendeu a não candidatura do prefeito alegando que ele foi reeleito para governar a cidade por mais quatro anos.

O fato é que o silêncio do prefeito de São Luís pode ser uma estratégia – e ele é um estrategista político competente -, o que é mais plausível; mas também pode ser um recado de que não tem interesse no jogo, o que ainda não faz sentido.

São Luís, 13 de Julho de 2025.

Ingresso do PCdoB na ação sobre o TCE pode encerrar relação do partido com o Governo Brandão

Márcio Jerry lidera PCdoB, que está em rota
de colisão com Carlos Brandão e Iracema Vale

Vista até pouco tempo como uma convivência furta-cor, sustentada numa aparência instável, como num jogo de “bate, assopra” e caminhando em sentido contrário, o rompimento, a relação do PCdoB com o Governo Brandão parece ter haver chegado ao fim com o ato do comando nacional do partido de ingressar como amicus curiae na ação que o Solidariedade movia no Supremo Tribunal Federal (STF) contra as regras de escolha de conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) pela Assembleia Legislativa. Com a iniciativa, o PCdoB, que no Maranhão é comandado pelo deputado Federal Márcio Jerry, assume publicamente a intenção de interferir no processo. Isso depois do recuo do Solidariedade, e no momento dependendo apenas de uma decisão do ministro-relator, Flávio Dino, para ser arquivado, devolvendo à Assembleia Legislativa o direito constitucional de aplicar as regras de escolha. E assim garantir o preenchimento das duas vagas ali existentes.

Não há como compreender a permanência do PCdoB na equipe do Governo após a decisão do braço maranhense do “partidão”. Difícil também entender a lógica que move o seu presidente, o deputado federal Márcio Jerry, a manter o partido em cargos importantes da máquina, mesmo levando em conta o fato de que não existe uma aliança do PCdoB com o governador Carlos Brandão (PSB), mas um acerto com a Federação Brasil Esperança, formada por PT, PV e PCdoB. O que está acontecendo é uma dissidência não declarada do PCdoB dentro da Federação, na qual PT e PV encontram-se milimetricamente alinhados ao Governo, enquanto a legenda comunista vem dando seguidas mostras de que não reza na cartilha governista.

Depois de tantas idas e vindas dessa ação, tendo a Assembleia Legislativa feito todas as mudanças nas regras contidas no seu Regimento Interno, obtendo o aval da Advocacia Geral da União (AGU), e do espetacular cavalo-de-pau dado pelo Solidariedade em relação à ação, parece inacreditável que o PCdoB, sob o argumento de que não pode haver votação secreta para a escolha de conselheiros, uma vez que esse detalhe tem grande “relevância social”. Isso tendo plena consciência de que esse dado não faz a menor diferença numa escolha de conselheiro do TCE. E mais do que isso, que a condição de amicus curiae é um artifício jurídico sem qualquer poder de influência no o processo, além de ser visto hoje como um suspeitíssimo instrumento de barganha e até mesmo de chantagem.

O fato evidente é que o experiente deputado Othelino Neto (não aceitou a reviravolta do Solidariedade e está a caminho do PSD), e o articulado deputado federal Márcio Jerry, que conhece bem esse jogo, ambos nomes de proa da corrente liderada até fevereiro de 2024 pelo agora ministro Flávio Dino, podem estar agindo politicamente e, com isso, criando dificuldades e constrangimentos na Corte de Contas do estado. Isso porque a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), e o governador Carlos Brandão resolveram jogar dentro das regras, e com overdose de resiliência. Cada um fez a sua parte, saíram da condição de devedores e agora assumiram a de credores, já que, segundo a densa e consistente argumentação jurídica da Assembleia Legislativa, a fatura está liquidada. Ou seja, nada mais há para ser discutido no tapetão do Judiciário.

Há quem diga que o movimento do deputado federal Márcio Jerry, materializado pela presidente do PCdoB, ministra Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação) é motivado pelo fato de que o governador Carlos Brandão, com o apoio e o aval da presidente do parlamento estadual, estar com seus candidatos engatilhados, aguardando apenas a regularização do processo de escolha para emplaca-los. Um deles é o advogado Flávio Costa, cuja nomeação virou uma questão de honra para o Governo. E isso o PCdoB, como amicus curiae ou usando qualquer outro instrumento jurídico, não pode mudar.

Falta agora o ministro Flávio Dino dar a palavra final sobre a Adin que o Solidariedade rejeitou e o PCdoB está encampando por via direta, mesmo fazendo parte do Governo.

PONTO & CONTRAPONTO

Francimar é reeleito presidente e vai comandar o PT na corrida eleitoral do ano que vem

Francimar Melo vai continuar no
comando do PT maranhense

Estava escrito nas estrelas: Francimar Melo foi reeleito presidente do braço maranhense do PT, com 58% dos votos, mandando para o espaço a previsão de segundo turno feita por concorrentes. E como também prenunciava da escrita estelar, seus adversários no partido anunciaram que recorrerão, pretendendo com o recurso excluí-lo do processo eleitoral do partido. E se tudo acontecer como sempre, Francimar levará a melhor e comandará o PT nas eleições do ano que vem.

Candidato da corrente “Construindo um Brasil Novo”, que tem o aval do novo comando nacional do partido e do próprio presidente Lula da Silva, e da qual fazem parte nomes importantes da seara petista, como Cricielle Muniz, diretora geral da Rede Iema, e o ex-vice-governador Washington Oliveira, atual secretário do Governo em Brasília, Francimar Melo disparou desde o início da apuração, confirmando a preferência que vinha se manifestando ao longo da campanha do Processo de Eleição Direta do PT no Maranhão.

Sua candidatura foi questionada por adversários desde o início do processo, que lhe fizeram uma série de acusações. Nenhum, porém, teve confirmação, o que só reforçou o poder de fogo do grupo hoje dominante no PT estadual. Daí a certeza de muitos que a tentativa de exclusão será inócua.

Pelo que corre nos bastidores do partido, a corrente confirmada no comando pelos votos de 58% dos votantes – os 42% restantes foram divididos em três candidaturas, entre elas a de Genilson Alves, Raimundo Monteiro e Francisco Rogério. Foi uma vitória maiúscula, incontestável, e sem qualquer acusação de fraude, como aconteceu em outros embates eleitorais internos do PT.

Caberá Francimar Melo, como comandante formal do braço petista maranhense, abriu negociações para que o partido se posicione em relação à corrida sucessória estadual, consolidando a candidatura do vice-governador Felipe Camarão, que tem o aval do presidente nacional do partido, Edinho Silva. Ele conta com o auxílio do ex-vice-governador Washington Oliveira e da professora Cricielle Muniz, ambos bem relacionados com o governador Carlos Brandão, que declarou simpatia pela candidatura da dirigente dos Iemas para a Assembleia Legislativa.

Ao comentar a sucessão, Weverton prevê que Brandão vai mesmo permanecer no cargo

Weverton Rocha: Carlos
Brandão fica até o final

O senador Weverton Rocha (PDT) deu ontem mais um passo no sentido de se consolidar como candidato à reeleição, num contexto sem a candidatura do governador Carlos Brandão (PSB). Em entrevista à TV Mirante, o parlamentar projetou que o processo eleitoral do ano que vem será liderado pelo atual governador, como que manifestando certeza de que o chefe do Poder Executivo não será candidato ao Senado.

– Quem vai coordenar esse processo é o governador Carlos Brandão – declarou o senador pedetista, que ao falar sobre a corrida sucessória não admitiu, em qualquer momento, a possibilidade de o mandatário maranhense vir a ser candidato ao Senado e que o processo eleitoral possa ser comandado pelo vice-governador Felipe Camarão (PT), que será governador caso o governador Carlos Brandão decida renunciar ser senador.

A desenvoltura com que o senador Weverton Rocha apontou o governador Carlos Brandão como virtual comandante da corrida eleitoral, como é tradição, mostra que está muito seguro do que fala, tendo ouvido essa possibilidade do próprio chefe do Executivo que tal decisão está tomada, ou fez uma conjectura arrojada e com forte risco de ser desmentida com o tempo.

Sem colocar a declaração do Senado em xeque, vale lembrar que faltam ainda mais de seis meses, ou seja, cerca de 180 dias, para que essa posição seja consumada ou revista.

São Luís, 11 de Julho de 2025.

Fala de Antônio Pereira foi provocação para quebrar o silêncio de Braide sobre corrida aos Leões

Antônio Pereira: provocação para que
Eduardo Braide se declare ou não candidato

A fala do deputado Antônio Pereira (PSB), 1º vice-presidente da Assembleia Legislativa, sugerindo que o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), não renuncie para ser candidato a governador no ano que vem, argumentando que ele foi eleito para novo mandato de quatro anos no comando da maior e mais importante cidade do Maranhão, levantou uma série de interrogações sobre a motivação do parlamentar, que é um dos mais ativos articuladores do grupo liderado pelo governador Carlos Brandão (PSB). Foi como se Antônio Pereira fosse contra a eventual renúncia do governador para se candidatar ao Senado, e esteja fazendo uma crítica ao fato de Rildo Amaral (PP) haver renunciado ao mandato de deputado estadual para ser candidato à Prefeitura de Imperatriz, para o qual fora eleito tendo Carol Pereira, sua esposa, como vice. Mas esse, certamente, não é o ponto motivador da iniciativa.

Político experiente, que exerce o sétimo mandato no parlamento estadual, Antônio Pereira entra de supetão na discussão sobre a sucessão na Capital, ao que parece, em princípio, com o propósito político de provocar uma reação do prefeito para que ele revele o seu futuro em relação a 2026. Só que Eduardo Braide tem, no silêncio firme e no cálculo das probabilidades, armas eficientes nas suas sempre bem construídas estratégias relacionadas à disputa de mandatos. Essa postura, associada à condição de líder inconteste nas pesquisas de intenção de voto, vem dificultando aos seus eventuais concorrentes, a começar pelo secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), a definição de roteiro prévio e composição política da sua pré-candidatura.

Mesmo protagonizando fatos de forte viés político e eleitoral, como a surpreendente visita à Agrobalsas, onde deu declarações enigmáticas, e o recente jantar com a senadora Eliziane Gama e o presidente do PSD Gilberto Kassab, em São Paulo, cujo prato principal foi a corrida sucessória no Maranhão, Eduardo Braide tem se mantido fora do debate sucessório. Ele vem transformando seu projeto político num enigma, atuando como uma esfinge e impondo aos seus eventuais concorrentes o desafio de decifrá-lo para não serem devorados.

Não há qualquer dúvida de que o deputado Antônio Pereira provocou o prefeito Eduardo Braide cuidando de algum interesse do secretário Orleans Brandão, de cuja candidatura é partidário assumido e militante. E, por observação lógica, é óbvio que o 1º vice-presidente da Assembleia Legislativa pretendeu que o alcaide ludovicense antecipasse as bases do seu projeto – se é que ele tem mesmo um projeto sucessório para 2026 -, de modo a permitir que o provável candidato governista ao Palácio dos Leões avalie o seu potencial numa disputa que inclua o nome preferido do governador Carlos Brandão.

A julgar pelo silêncio no Palácio de la Ravardière, o prefeito Eduardo Braide não vai se manifestar em relação à provocação de Antônio Pereira, feita em discurso na tribuna da Assembleia Legislativa. Ou seja, o prefeito emite sinais visíveis de que não vai antecipar sua posição em relação à corrida ao Palácio dos Leões. Isso num contexto em que alguns movimentos na sua direção, entre eles o de deputados dinistas avisando que podem compor com o prefeito, e o do deputado Othelino Neto, que em posição incômoda e insustentável no Solidariedade, sinaliza com a possível migração para o PSD – juntamente com senadora Ana Paula Lobato, hoje no PDT -, para se candidatar a deputado federal. Othelino Neto não faria tal sinalização com o prefeito de São Luís fora da corrida ao Palácio dos Leões.

No mais, a fala do deputado Antônio Pereira foi também interpretada como um recado segundo o qual o governador Carlos Brandão atua no sentido de permanecer no cargo, abrindo mão do Senado e apostando todas as suas fichas na eventual candidatura de Orleans Brandão ao Palácio dos Leões. De preferência num cenário sem o prefeito de São Luís como candidato.

PONTO & CONTRAPONTO

Felipe Camarão intensifica discurso reafirmando pré-candidatura

Felipe Camarão: pré-candidatura mantida

O vice-governador Felipe Camarão (PT) tem dito aos mais diferentes interlocutores, incluindo aliados, que é pré-candidato ao Palácio dos Leões e que manterá esse projeto em qualquer circunstância, seja num ambiente de recomposição da aliança governista, assumindo o Governo e encabeçando chapa com o governador Carlos Brandão (PSB) como candidato ao Senado, seja num projeto em que construa uma aliança paralela.

Felipe Camarão já vinha sustentando essa posição, só que de maneira mais discreta. Mas agora, embalado pelas manifestações de apoio na cúpula nacional do PT, que está se refletindo positivamente dentro do braço maranhense do partido, o vice-governador está dando ao seu discurso o tom mais forte da irreversibilidade.

Em conversas mais fechadas, Felipe Camarão avalia os mais diversos cenários, incluindo a chapa com o governador disputando a senatoria. Mas o principal é o que terá o secretário de Assuntos Municipalistas como candidato ao Governo, apoiado pelo governador no cargo, e com o prefeito de São Luís, Eduardo Braide entre os candidatos.

O vice-governador se movimenta para contar também com o suporte do PT maranhense, que deverá entrar em campo tão logo conclua a escolha dos seus dirigentes, o que deve ocorrer ainda neste mês.

Antes opositor agressivo, Paulo Victor adota agora discurso ameno em relação a Eduardo Braide

Paulo Victor: mudado

O presidente da Câmara Municipal de São Luís, Paulo Victor (PSB), mudou radicalmente a sua postura em relação ao prefeito Eduardo Braide. Em entrevista à TV Mirante, ele defendeu a relação de auxílio mútuo entre o parlamento municipal e o Executivo municipal, muito conciliador para quem já apontou o Governo municipal como abrigo de “uma quadrilha”.  

Na legislatura passada, na qual presidiu o legislativo ludovicense por quatro anos, Paulo Victor, eleito presidente para o primeiro semestre do novo mandato, reviu amplamente o seu discurso. O antes adversário ferrenho do prefeito Eduardo Braide agora se mostra um chefe de Poder não exatamente conciliador, mas muito diferente do opositor agressivo que foi, principalmente no último ano da legislatura passada, quando assumiu a condição de líder de um movimento destinado a minar o poder de fogo do prefeito de São Luís, então candidato à reeleição.

O desfecho do pleito, com a reeleição de Eduardo Braide em turno único e com mais de 70% dos votos, parece ter feito o presidente da Câmara Municipal compreender que a agressividade política na relação institucional raramente leva a bom termo, principalmente se o alvo das agressões, no caso o prefeito Eduardo Braide, que, escudado numa gestão boa e limpa, levou a melhor, sem muito esforço.

Resta saber se o presidente da Câmara Municipal de São Luís, que agora se apresenta como candidato a deputado estadual, vai repetir o agressivo oponente de 2024 ou manterá o discurso ameno e “quase” conciliador de agora.  

São Luís, 10 de Julho de 2025.

PT deve eleger novo comando alinhado ao projeto de candidatura de Camarão ao Governo

Francimar Melo deve ser eleito, está alinhado com Lula da Silva e
Edinho Silva em apoio a Felipe Camarão na corrida ao Palácio dos Leões

Todos os sinais estão indicando fortemente que o atual presidente do PT no Maranhão, Francimar Melo, deve ser reeleito, e que a chapa que ele representa, a Articulação Petista, alinhada a nova direção nacional do partido, presidida por Edinho Silva, candidato do presidente Lula da Silva, vai dar as cartas no braço maranhense da legenda, tendo como ponto principal o projeto de candidatura do vice-governador Felipe Camarão (PT), se possível numa aliança com o governador Carlos Brandão (PSB). Os indicativos estão nos resultados da apuração do Processo de Eleição Direta (PED), por meio do qual o PT elege seus dirigentes municipais, estaduais e nacionais, que pode levar a disputa para um segundo turno no Maranhão. Até ontem, Francimar Melo liderava com larga maioria, seguido de Raimundo Monteiro, Genilson Alves, Professor Rogério do PT e Eri Castro. A se confirmar esse resultado, o novo comando do partido deve declarar apoio ao projeto de candidatura do vice-governador Felipe Camarão ao Governo do Estado, reafirmando, ao mesmo tempo, a aliança com o governador Carlos Brandão.

O braço maranhense do PT deve sair da eleição interna unido em torno do projeto de candidatura do vice-governador Felipe Camarão, seguindo a posição já definida pelo novo presidente nacional do partido, Edinho Silva, que segue integralmente a linha de ação do presidente Lula da Silva. De acordo com um dos líderes do PT maranhense, pelo menos 90% dos dirigentes e da militância do partido estão alinhados ao projeto sucessório do vice-governador Felipe Camarão. E deverá iniciar em pouco tempo uma ampla negociação com o governador Carlos Brandão com o objetivo de recompor integralmente a aliança que leve Carlos Brandão à renúncia em abril do ano que vem, abrindo caminho para Felipe Camarão assumir o Governo e disputar a reeleição como governador.

Nos bastidores, porém, os chefes petistas discutem esse projeto de maneira mais realista, muitos admitindo que, a julgar pelo racha na base governista, com a dissidência do grupo dinista, a recomposição da aliança com a chapa encabeçada por Felipe Camarão, com Carlos Brandão para o Senado, é uma equação cada vez mais difícil de ser viabilizada. Alguns deles chegam a defender a dobradinha Camarão/Brandão com o argumento de que o PT não está metido no racha que agora separa dinistas de brandonistas. E vão além, reforçando o argumento, lembrando que o PT mantém o seu alinhamento com o governador Carlos Brandão até aqui sem qualquer incidente, e fazendo a parte que lhe cabe como membro do Governo.

O presidente virtualmente reeleito Francimar Melo é parte dessa ampla maioria, a começar pelo fato de integrar a corrente, amplamente majoritária no partido, que tem o presidente Lula da Silva como a principal referência. Nos últimos três anos, o chefe petista se movimentou com discrição e eficiência para manter o alinhamento do partido com o PSB, enxergando o governador Carlos Brandão como parceiro e não como potencial adversário. Tanto que nomes destacados do partido, como o suplente de deputado estadual Zé Inácio, por exemplo, chegaram a criticar a postura oposicionista do deputado estadual Othelino Neto (Solidariedade). Não foram muito além, mas tomaram posição deixando claro que não interessa ao PT confrontar com o Palácio dos Leões.

Na avaliação de petistas maranhenses bem posicionados, o cenário confuso de agora será melhor definido com os movimentos do novo comando nacional, que deverá entrar no circuito político estadual para fortalecer a aliança com o governador Carlos Brandão e tratar da corrida ao Palácio dos Leões. Felipe Camarão, por sua vez, tem se mantido distante de focos de tensão, fazendo a parte dele como vice-governador, a exemplo das duas interinidades que cumpriu recentemente, com desempenho e postura elogiados até por adversários.

Resta saber se o PT terá força para atuar como conciliador.

PONTO & CONTRAPONTO

Confronto entre dinistas e brandonistas mostra que o Maranhão evoluiu muito em hemodiálise

Carlos Lula mostrou números do Governo Flávio
Dino e Florêncio Neto contra-atacou com
números do Governo Carlos Brandão

O embate entre dinistas e brandonistas na Assembleia Legislativa evoluiu para o “bateu, levou”. Na sessão de ontem, um centro de hemodiálise, que está pronto para ser inaugurado, foi o pomo da discórdia das duas bancadas. E produziu uma saudável conclusão.

Os dinistas Othelino Neto (Solidariedade), Carlos Lula (PSB) e Rodrigo Lago (PCdoB) criticaram duramente a situação do centro, acusando o governador Carlos Brandão (PSB) de adiar o funcionamento da casa de saúde para inaugurá-lo com festa. Foram discursos duros, ataques fortes ao governador do Estado.

A rebordosa veio em seguida, com sete deputados governistas – Davi Brandão (PSB), Neto Evangelista (União), Ricardo Arruda (MDB), Daniella (PSB), Helena Duailibe (PP), Florêncio Neto (PSB) e Adelmo Soares (PSB). Todos discursaram na mesma linha: fazendo a defesa do Governo e do governador e acusando os oposicionistas de tentar desmerecer os investimentos do Governo, principalmente no que respeita à expansão da rede de hemodiálise.

Ao longo do bate-rebate, os deputados mostraram que o Maranhão deu um salto qualitativo na oferta de hemodiálise, reduzindo fortemente o sofrimento de milhares de pessoas que se deslocavam a longas distâncias em busca das poucas cadeiras de hemodiálise, em muitos casos viajando 500 quilômetros três vezes por semana para filtrar o sangue.  

Os dinistas, principalmente Carlos Lula, que foi secretário de Saúde, exibiram a informação de que o Governo Flávio Dino encontrou apenas 25 cadeiras de hemodiálise e deixou mais de 300 em pleno funcionamento nas diversas regiões do estado.

Os brandonistas não deixaram por menos, mostrando que o atual Governo também fez fortes investimentos na área, aumentando o número de cadeiras para mais de 500, estando ainda programadas pelo menos 150 até meados do ano que vem, devendo encerrar o mandato quebrando recorde.

Excluídas as farpas de lado a lado, algumas agressivas, na linha “bateu, levou”, o embate de ontem foi produtivo no sentido de que ficou demonstrado que o Maranhão tem investido forte nesse importante serviço de saúde.

Eliziane emite sinais fortes ao assumir vice-presidência nacional do PSD

Eliziane Gama e Gilberto Kassab:
afinação total sobre 2026

Ao assumir uma das vice-presidências nacionais do PSD, a senadora Eliane Gama fez duas sinalizações importantes para o contexto em que avança a corrida prévia às duas cadeiras a serem preenchidas pelo Maranhão no Senado da República nas eleições do ano que vem.

Primeiro ela deu a entender que arquivou definitivamente a possibilidade de mudar de partido, alimentando a possibilidade de concorrer à reeleição como integrante da aliança comandada no Maranhão pelo governador Carlos Brandão, apoiando o projeto de candidatura do vice-governador Felipe Camarão (PT) ou o de Orleans Brandão (MDB).

E segundo, a senadora reforçou a guinada que está dando no sentido de concorrer à reeleição numa chapa encabeçada pelo prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), que lidera, com larga margem, a preferência do eleitorado segundo todas as pesquisas feitas até aqui.

E o que chama mais a atenção: a senadora parece estar em estado de graça com a situação política que está construindo.

São Luís, 09 de Julho de 2025.  

Movimentos do Republicanos e do Solidariedade ampliam base governista e encolhem a oposição

Carlos Brandão e Iracema Vale mais fortes e Othelino
Neto com menos força no jogo político e partidário

Dois fatos, que aparentemente não guardam qualquer relação entre si, fortaleceram, no final da semana que passou, a avaliação de que o governador Carlos Brandão (PSB) caminha, rápida e efetivamente, para ter o pleno domínio das forças que atualmente dão as cartas no cenário político do Maranhão. O primeiro, no campo político-partidário, foi o embarque do Republicanos na locomotiva governista, e o segundo foi o cavalo de pau do Solidariedade no caso das mudanças de regras da Assembleia Legislativa para escolher conselheiro do Tribunal de Contas, que permanecia emperrado no Supremo Tribunal Federal sob a relatoria do ministro Flávio Dino. Os dois eventos mandaram para o espaço o que havia de dúvida em relação ao poder de fogo político do governador Carlos Brandão e seu grupo, ao mesmo tempo que fragilizaram ainda mais a oposição dinista, turbinando a impressão de que o chefe do Executivo estadual poderá mesmo permanecer no cargo até o final do seu mandato e lançar um candidato seu à sua sucessão.

O primeiro evento, que envolveu 24 prefeitos e um deputado estadual, passa, à primeira vista, a impressão de que se trata de um caso comum na vida partidária. Poderia ser visto assim, mas ganhou uma dimensão bem maior, quando o projeto do Republicanos na aliança governista é apoiar a provável candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão, que é filiado ao MDB, ao Governo do Estado, consolidando declaração do seu presidente, deputado federal Aluísio Mendes, nesse sentido há algumas semanas, em urbanos Santos. O outro aspecto que dá importância ao movimento do Republicanos é o aumento do peso político da presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), que foi peça decisiva na adesão do Republicanos à base governista.

O outro episódio, cujos desdobramentos ainda estão em curso, e que trouxe para o tabuleiro político tropeço gigantesco do comando do Solidariedade no Maranhão, foi desautorizado pelo comando nacional do partido no controvertido caso das regras para escolha de membros do TCE. Principal voz da oposição ao Governo e ao governador Carlos Brandão, o deputado Othelino Neto foi apanhado num contrapé inesperado, que lhe tirou não apenas um foco de pressão sobre a seara governista, impedindo a nomeação de dois novos conselheiros do TCE, mas também a carta branca para falar em nome do partido no Maranhão. O gesto espantoso do Solidariedade de reconhecer a improcedência da ação alimentada em seu nome contra a Assembleia Legislativa erodiu a autoridade que o deputado Othelino Neto e desmontou o principal foco de oposição na Assembleia Legislativa. E como o primeiro evento, fortaleceu, em larga escala, o poder de fogo da presidente Iracema Vale.

Os dois eventos, como vários outros ocorridos recentemente no tabuleiro da política maranhense, fortalecem, sem dúvida, a cada vez mais poderosa banda governista, turbinando fortemente o projeto de candidatura do secretário Orleans Brandão, que já não esconde os seus movimentos de pré-candidato em ritmo de pré-campanha, agora embalado por pesquisas municipais que já o apontam como um aspirante movimentando-se em curva ascendente. E reforçando o seu cacife com a intensa articulação da deputada-presidente Iracema Vale, que vem demonstrando uma eficiência fora do comum, principalmente na seara parlamentar.

Eventos como esses estão naturalmente relacionados à corrida sucessória, que está deflagrada de maneira irreversível, com os seus participantes, em especial o vice-governador Felipe Camarão (PT) – vê reduzida a cada dia a possibilidade de assumir o Governo e concorrer à reeleição como governador – já se movimentando em ritmo de caça ao voto. Ao mesmo tempo, os eventos, em especial o “anarriê” do Solidariedade, consolidam o poder de fogo da base governista e encolhe a oposição na Assembleia Legislativa.

O mundo político aguarda a manifestação do deputado Othelino Neto em relação ao movimento de natureza autofágica do seu partido.

PONTO & CONTRAPONTO

Maranhãozinho e colegas caminham sob risco de condenação por venda de emendas

Josimar de
Maranhãozinho

Por mais que exiba força política e partidária, mantendo até agora intacto o seu cacife de chefe supremo de uma bancada de quatro deputados federais, uma representação de seis deputados estaduais, mais de 40 prefeitos e uma volumosa penca de vereadores, com todos lhe garantindo fidelidade, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) começa a perceber o tamanho da confusão em que está metido por conta da acusação, feita pela Polícia Federal, de ser “comerciante” de emendas parlamentares. Ele está a caminho de uma possível condenação na Suprema Corte em processo relatado pelo ministro Flávio Dino.

O caso já é muito conhecido: ele e os deputados Pastor Gil (PL) e Bosco Costa (PL-SE) foram denunciados pelo então prefeito de São José de Ribamar, José Eudes (PTB), de quem “cobraram” 25% de um pacote de emendas no valor de R$ 6 milhões que destinou ao município. Indignado com a cobrança criminosa, o prefeito não apenas se negou a fazer o tal pagamento, como também denunciou o caso à Polícia Federal, que fez a investigação e afirma, no seu relatório ao Ministério Público Federal que seria tudo verdade.

Josimar de Maranhãozinho, que foi minuciosamente investigado e acusado de ser um dos operadores de um milionário “negócio” envolvendo emendas parlamentares, nega as acusações. Ele garantiu que durante o processo demonstraria ser inocente, mas o que foi mostrado foram evidências mais fortes de que a acusação está muito bem fundamentada. E isso significa que o chefe maior do PL no Maranhão encontra-se na iminência de ser condenado, perder o mandato e ser banido da vida política.

A situação do parlamentar e seus colegas entrou numa espécie de contagem regressiva.

Pré-campanha: Camarão quer ser apenas “Felipe” e Brandão somente “Orleans

Felipe Camarão avisa que quer ser apenas “Felipe” e
Orleans Brandão quer ser chamado de “Orleans”

O vice-governador Felipe Camarão (PT) e o secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB) encontram-se tão envolvidos no clima de pré-campanha ao Palácio dos Leões que já cuidam de detalhes relacionados com as suas imagens de pré-candidatos a caminho da candidatura. E dois desses detalhes são a condição de representantes e os nomes que usarão na corrida ao voto.

O vice-governador foi escalado pelo Palácio do Planalto para representar o presidente Lula da Silva (PT) em eventos nos quais o Governo Federal seja a parte principal. Um exemplo aconteceu na última sexta-feira (04), em Nina Rodrigues, onde fez uma visita de trabalho para representar o presidente da República na assinatura de contratos para beneficiar 40 famílias com o programa Minha Casa, Minha Vida. O vice-governador vestia uma camiseta com o nome “Felipe” estampado no peito, numa indicação clara de que será esse o nome que adotará na campanha.

Na mesma sexta-feira, o secretário Orleans Brandão foi escalado pelo Palácio dos Leões para representar o governador Carlos Brandão na inauguração da reforma e ampliação do Centro de Ensino Dr. Geraldo Melo, na Cohab, em São Luís. Ali, em meio a cumprimentos e conversa com estudantes, o representante do governador Carlos Brandão foi chamado apenas de “Orleans”, como vem acontecendo nas suas incursões pelos municípios.

Em resumo: Felipe não quer ser chamado de Camarão e Orleans que afastar por alguns meses a condição de “Brandão”.

São Luís, 08 de Julho de 2025.

Reunião com deputados deflagrou a corrida aos Leões e confirmou a pré-candidatura de Orleans Brandão

Iracema Vale apresenta Orleans aos deputados;
Orleans Brandão fala do seu projeto
e consegue no apoio do grupo governista

Mesmo considerando os nove meses que faltam para o prazo fatal das desincompatibilizações, e que nesse período muita água ainda vai rolar e muitas cobras ainda fumarão, começam a surgir sinais consistentes de que o governador Carlos Brandão (PSB) poderá mesmo permanecer no cargo até o final do mandato e tentar fazer o seu sucessor com a candidatura, que ganha forma a cada movimento, do seu sobrinho e principal auxiliar, o secretário de Assuntos Municipalista Orleans Brandão (MDB). A reunião de quarta-feira, num restaurante de São Luís, de 26 deputados da base governista, mobilizados pela presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), para declarar apoio à pré-candidatura do auxiliar do chefe do Executivo ao Palácio dos Leões foi, de longe, a mais forte manifestação confirmadora desse projeto.

“Orleans representa a continuidade de um projeto que vem dando certo. Tem preparo técnico, sensibilidade política, humildade e conhece o Maranhão de perto”, declarou, em tom afirmativo, a presidente Iracema Vale, ao defender o projeto de candidatura do secretário, obtendo, como resposta, manifestações entusiasmadas dos seus colegas base governista na Assembleia Legislativa.

A reunião de quarta-feira foi reveladora de vários aspectos que envolvem o tenso e movimentado momento político do Maranhão. Primeiro: a reunião pode ter selado de vez o rompimento do governador Carlos Brandão o com o ministro Flávio Dino (STF), eliminando a possibilidade de união em torno do vice-governador Felipe Camarão (PT). O segundo é que o projeto de candidatura de Orleans Brandão ganha a definição de fato consumado. O terceiro: o principal desdobramento desse movimento é a agora provável decisão do governador Carlos Brandão de abrir mão de ser senador para permanecer no Governo até o final do mandato. E o quarto é que o Palácio dos Leões recompôs quase que integralmente a sua base na Assembleia Legislativa, que foi fortemente abalada na eleição da presidência do Poder Legislativo, em novembro de 2024.

Nesse contexto, outro ponto importante é que a reunião praticamente mandou para o espaço a decisão tomada no Palácio dos Leões de que o governador, seus auxiliares e seus aliados só deveriam falar de política e eleições no ano que vem. E o atropelamento dessa posição cai na conta da deputada Iracema Vale, que se consolidou de vez como a como a grande operadora desse arrojado projeto político. Têm sido dela as principais iniciativas para promover o secretário de Assuntos Municipalista à condição de candidato a governador. Há cerca de um mês, ele reuniu sua base em Urbano Santos e declarou-lhe. Depois, emplacou o secretário de Assuntos Municipalista como representante do governador num congresso de legisladoras maranhenses. E o resultado é que há muito não se via no tabuleiro político maranhense uma ação política catalizadora tão forte e decisiva. O secretário Orleans Brandão, por sua vez, vai aos poucos abandonando o discurso cauteloso de não se apresentar ainda como candidato a governador, até porque não há como invocar prudência diante de 26 deputados estaduais declarando apoio ao seu projeto de candidatura.

No que respeita à reunião de quarta-feira em si, vale registrar o fato de que entre os 26 deputados participantes representam o mosaico partidário da Assembleia Legislativa, que vai do PSB do governador Carlos Brandão até o PL do deputado federal Josimar de Maranhãozinho, passando pelo PDT do senador Werverton Rocha, pelo PP do ministro André Fufuca e do MDB do próprio Orleans Brandão, que deve receber em breve a declaração de apoio da deputada federal Roseana Sarney, já que o hoje mais destacado líder e emedebista, o prefeito de Bacabal e presidente da Famem Roberto Costa tem sido linha de frente na construção desse projeto.

O grande e incontestável fato é que a reunião de quarta-feira deflagrou de vez a corrida sucessória, não havendo mais argumento – pelo menos na base governista – para manter o adiamento do processo político-eleitoral para 2026.

PONTO & CONTRAPONTO

Ação política visando sucessão acontece em meio a embates entre dinistas e brandonistas na Alema

Carlos Lula tem sido duro nos ataques ao
Governo e ao governador, enquanto Florêncio
Neto faz a defesa do Governo e do
governador sem atacar Flávio Dino

O movimento da base parlamentar do Governo em torno da pré-candidatura do secretário Orleans Brandão (MDB) à sucessão do governador Carlos Brandão (PSB) acirrou os ânimos no plenário da Assembleia Legislativa. Nesta semana, deputados dinistas, a começar por Carlos Lula (PSB), atacaram duramente o governador Carlos Brandão, afirmando que ele está agindo para abafar o legado do Governo Flávio Dino. Deputados brandonistas rebateram a acusação dizendo que o governador está realizando a sua gestão e preservando o que Flávio Dino fez de bom.

O que deveria ser um debate sobre a qualidade dos dois governos vem se transformando num embate duro, com acusações graves. Carlos Lula vem usando adjetivos fortes contra o Governo e o governador, a quem já chamou diversas vezes de “mentiroso”, afirmando também que o Governo falseia a realidade por meio da propaganda. Nessa linha têm atuado os deputados Rodrigo Lago (PCdoB), dinistas de proa, e Fernando Braide (PSD), que expressa a posição do prefeito Eduardo Braide (PSD) em relação ao Governo e ao governador.

Esses ataques oposicionistas têm sido rebatidos com eficiência pela bancada governista, liderado pelo deputado Neto Evangelista (União), que tem rebatido com equilíbrio as investidas da oposição. A ele têm se juntado os deputados Florêncio Neto (PSB), Davi Brandão (PSB), Adelmo Soares (PSB), e mais recentemente Catulé Júnior (PP), que de uma posição de independência passou a integrar a base governista assumindo a defesa do Governo, o mesmo acontecendo com a deputada Helena Duailibe (PP). O que chama a atenção no discurso dos deputados governistas é que eles defendem o governador e o Governo, mas não atacam o antecessor Flávio Dino.

Na quarta-feira, por exemplo, após o deputado Rodrigo Lago fazer um duro ataque ao governador e ao Governo, o deputado Adelmo Soares sugeriu que o PCdoB entregue os cargos que tem na máquina governista, como a Secretaria de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano, por exemplo.

AL pede ao STF que destrave ação sobre TCE-MA; ato depende de Dino, que refuta apelido de “ministro travão”

Flávio Dino pode mostrar que não é “ministro travão”

Deve sair a qualquer momento a decisão do ministro-relator Flávio Dino, da Suprema Corte, a respeito da ação do deputado Othelino Neto, por meio do Solidariedade pediu e obteve a suspensão da escolha, pela Assembleia Legislativa, de dois conselheiros do Tribunal de Contas do Estado.

Na ação, o Solidariedade alegou que várias regras para a escolha de conselheiros do TCE-MA seriam inconstitucionais, sugerindo que a Justiça determinasse mudanças nesse conjunto de normas. Para surpresa de muitos, o relator, ministro Flávio Dino, suspendeu o processo de escolha e determinou que o Poder Legislativo providenciasse as mudanças, o que foi feito.

Mesmo tendo a Assembleia Legislativa atendido a todas as exigências atualizando o Regimento Interno nesse item, de acordo com as orientações judiciais, o processo permaneceu emperrado. Recentemente, após várias tentativas de obter da Corte o reconhecimento de que as providências foram tomadas, a Assembleia Legislativa foi surpreendida pelo Solidariedade, que foi ao Supremo para reconhecer que o problema está resolvido e que a sua própria ação perdeu sentido.

Com base nesse fato, e sustentada no argumento de que até a Advocacia Geral da União já reconheceu a atualização das regras, a Assembleia Legislativa acionou a Suprema Corte solicitando ao relator, ministro Flávio Dino, o destravamento do processo, devolvendo normalidade ao funcionamento do Poder Legislativo do Maranhão, que está impedido de escolher dois conselheiros, acarretando sobrecarga e atrasos no TCE-MA.

Nesse caso, a um fato curioso: a petição da Assembleia pedindo que o ministro-relator Flávio Dino destrave o andamento da ação acontece no exato momento em que o ministro se declara incomodado como a fama de “ministro travão”, o que no caso da Alema faz todo sentido.

São Luís, 04 de Julho de 2025.

Braide, Camarão e Brandão intensificam seus projetos de candidatura evitando confrontos

Eduardo Braide, Felipe Camarão, Orleans
Brandão e Lahesio Brandão falam muito,
mas não se atacam

Não há mais uma réstia de dúvida de que a corrida ao Palácio dos Leões está deflagrada e com o quadro de pré-candidatos praticamente definido. Nele estão o prefeito de São Luís Eduardo Braide (PSD), o vice-governador Felipe Camarão (PT), o secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB) e o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (Novo) – o ex-senador Roberto Rocha (sem partido), se lançou há cerca deum ano, mas não dá sinais de que continua na disputa. O aspecto que mais chama a atenção no ambiente em que se dá a disputa pela cadeira hoje ocupada pelo governador Carlos Brandão (PSB) é que, enquanto Eduardo Braide mantém em silêncio sepulcral sobre os demais aspirantes, Felipe Camarão e Orleans Brandão, que até aqui disputam a vaga de candidato da aliança governista, fazem o possível para evitar o perigoso viés do confronto.

O problema é que, enquanto os candidatos a candidatos seguem operando para viabilizar os seus projetos eleitorais, lideranças intermediárias dos os apoiam estão em clima de confronto. Esse aspecto do cenário sucessório está ganhando forma explosiva no plenário da Assembleia Legislativa, onde dinistas, partidários de Felipe Camarão, e brandonistas, que apoiam o projeto de candidatura do secretário Orleans Brandão, vêm travando confrontos verbais cada vez mais ásperos. A bancada dinista, que é reforçada pelo deputado Fernando Braide (PSD), irmão do prefeito Eduardo Braide, assumiu a condição de oposição ao governador Carlos Brandão e tem seus ataques rebatidos pelos aliados do Palácio dos Leões.

Ontem, por exemplo, o clima azedou no plenário da Alema, onde dinistas criticaram duramente o aumento de salário (20%) concedido à PM, disparando petardos agressivos contra o governador Carlos Brandão. O bloco governista reagiu, não só criticando os ataques ao chefe do Poder Executivo, mas também acusando opositores de baixarem o nível do debate parlamentar, que há tempos tem forte viés político, sendo, claro, a corrida sucessória como pano de fundo. O clima permanece tenso, em que pesem os esforços da presidente Iracema Vale (PSB) para que dinistas e brandonistas mantenham a linha.

Enquanto isso, Felipe Camarão e Orleans Brandão cumprem suas animadas agendas com discursos vibrantes, mas, curiosamente, evitando o confronto entre si, fazendo de conta que um não tem conhecimento da existência do outro. Não há registro de que o vice-governador tenha feito qualquer ataque ao secretário de Assuntos Municipalista, assim como não se tem informação de que o secretário tenha feito qualquer referência crítica ao vice-governador nas suas falas. Nas raríssimas vezes em que um se referiu ao outro, o fez de maneira indireta, cautelosa, sem citar nome. Esse cuidado foi mantido até ontem, quando os dois, por coincidências, deram declarações sobre os seus projetos de poder.

A explicação para isso é simples. Tanto Felipe Camarão quanto Orleans Brandão apostam que ainda pode haver uma recomposição do grupo, embora essa possibilidade esteja cada vez mais distante. Se partirem agora para o confronto, todas as possibilidades de uma nova aliança entre dinistas e brandonistas iriam para o espaço, o que teria como consequência um a guerra política fratricida. O próprio governador Carlos Brandão, mesmo atacado, tem sido cuidadoso nas raras vezes em que fala sobre a corrida sucessória.

Fiel à sua estratégia de não provocar embates, preferindo tocar o seu projeto de candidatura longe de focos de agressividade, ainda que seja reconhecido por sua eficiência retórica, o prefeito Eduardo Braide não disse ainda se será candidato – embora seja candidatíssimo – nem fez qualquer referência a nenhum concorrente, e parece determinado a seguir nessa linha até não ser mais possível. E não será surpresa se, mesmo no calor da campanha ele vier a se manter longe dos confrontos.

No geral, a tendência é a de que os embates no parlamento se tornem mais intensos e mais agressivos.

PONTO & CONTRAPONTO

Felipe Camarão reafirma pré-candidatura e diz que faz o mesmo que Brandão fez quando era vice

Felipe Camarão: faz papel do vice

Felipe Camarão reafirma pré-candidatura e diz que faz o mesmo que Brandão fez quando era vice

O vice-governador Felipe Camarão (PT) r

O vice-governador Felipe Camarão (PT) reafirmou ontem que é pré-candidato ao Governo do Estado, deixando claro que cumpre uma agenda definida pela cúpula nacional do seu partido e pelo presidente Lula da Silva (PT). E foi categórico ao afirmar que não mistura a sua ação política com as suas obrigações institucionais, principalmente quando assume o Governo na ausência do governador Carlos Brandão (PSD). Nas suas contas, desde que assumiu como vice, já foi governador em exercício durante 67 dias, em diferentes momentos, tendo assinado quase 190 atos, incluindo decretos e projetos de lei, cumprindo rigorosamente as suas obrigações institucionais, “sem intercorrências”.

Com relação à sua movimentação política, principalmente relacionada com seu projeto de chegar ao Palácio dos Leões nas eleições de 2026, ele foi explicativo:  

“Veja, nessa mesma época, do então vice-governador Carlos Brandão, ele procurava fazer o mesmo papel. O governador (Flávio Dino) não se metia, o então vice-governador não se metia na administração, não se metia na relação com a Assembleia Legislativa e procurava fazer o caminho dele como pré-candidato ao Governo. Em julho de 2021, o Brandão já tinha feito reuniões em São Mateus, em Presidente Dutra, estava rodando, representando o governador, fazendo inaugurações. É isso que eu procuro fazer também”.

E avisou que vai seguir em frente.

Orleans mantém seu projeto político, diz que nada tem contra Camarão e que ainda pode haver diálogo

Orleans Brandão: sem ódio e aberto a conversa

O secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), deu uma demonstração clara de que tem consciência de que a política tem seus caprichos. Em visita a Lago da Pedra, onde inaugurou obras com a prefeita Maura Jorge (PSDB), ele sinalizou com clareza que está trabalhando para consolidar o seu projeto de candidatura ao Governo. Ao mesmo tempo, dando uma demonstração de que pode montar, mas também pode desmontar projetos de poder.

Em conversa a imprensa, provocado sobre sua medição de força com o vice-governador Felipe Camarão (PT), Orleans Brandão respondeu com equilíbrio, sem citar nome:

“Eu não tenho inimizade por ninguém nessa vida, e sempre me dei bem com o vice-governador, a gente sempre conversou, a gente teve diálogo. O que está acontecendo hoje é que nós estamos caminhando por caminhos opostos até o momento, mas é claro, a política se conversa”.

Em resumo: o secretário de Assuntos Municipalistas tem os pés no chão ao não descartar a possibilidade de recomposição.

São Luís, 02 de Julho de 2025.