Arquivos mensais: janeiro 2022

Cidadania confirma aliança com Brandão e deixa Eliziane isolada na base de apoio de Weverton

 

Eliziane Gama isolada após Cidadania declarar apoio à pré-candidatura de Carlos Brandão

Na corrida ao Palácio dos Leões no âmbito da aliança partidária liderada pelo governador Flávio Dino (PSB), há vários casos em que detentor de mandato – parlamentar ou de prefeito – filiado a um partido que tem pré-candidato a governador, resolve apoiar o pré-candidato de outra agremiação. O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), por exemplo, está alinhado ao pré-candidato do PDT, senador Weverton Rocha, quando o PCdoB declarou formalmente o seu alinhamento ao vice-governador Carlos Brandão (PSDB), o mesmo acontecendo com o prefeito de Caxias, Fábio Gentil, que apoia a pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão, enquanto o seu partido, o Republicanos, declarou alinhamento ao projeto de candidatura do pedetista Weverton Rocha. Vários outros exemplos estão acontecendo nessa linha, mas nenhum caso é mais constrangedor do que aquele que envolve a senadora Eliziane Gama, que apoia o pedetista Weverton Rocha, enquanto o seu partido, o Cidadania, contra a vontade dela, está posicionado com o vice-governador Carlos Brandão.

O caso da senadora chama a atenção pelo fato de que nada fundamenta a sua posição. Comandado por seu irmão, Eliel Gama, o braço maranhense do Cidadania, pelo qual ela se elegeu em 2018, contrariou frontalmente a sua orientação e declarou formalmente apoio à pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão. A senadora tentou mudar essa posição, pressionou o comando e as lideranças do partido e chegou mesmo a ameaçar com um pedido de intervenção no diretório estadual, mas o presidente Eliel Gama firmou posição e não se deixou dobrar pela força política da irmã. Intensas rodadas de conversa, diretas e por interlocutores, não foram suficientes para reverter a posição do Cidadania em relação ao vice-governador nem a da senadora em relação a Weverton Rocha.

O golpe fatal no descredenciamento da senadora Eliziane Gama como a voz decisiva do Cidadania no Maranhão foi dado no sábado (15). Naquele dia, ninguém menos que o presidente nacional do Cidadania, o deputado federal Roberto Freire, encontrou-se com Carlos Brandão e declarou, em alto e bom tom, que o partido está alinhado à candidatura dele à sucessão do governador Flávio Dino. A posição anunciada pelo presidente do Cidadania foi um golpe duro no prestígio político e partidário da senadora Eliziane Gama. Ao tentar confrontar o partido, ela expôs sua fragilidade dentro da agremiação, quando do lado de fora todos acreditavam que a senadora tinha a última palavra sobre os passos do partido. Não tinha.

A tomada de posição do presidente nacional do Cidadania em favor da pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão colocou a senadora Eliziane Gama na incômoda e politicamente perigosa situação de isolamento dentro do seu partido. Essa posição lhe deixa numa situação política desconfortável, principalmente no que diz respeito ao governador Flávio Dino, cuja atuação foi decisiva para que ela chegasse ao Senado da República. Qualquer avaliação da disputa senatorial de 2018 dirá que, sem o apoio do governador Flávio Dino, Eliziane Gama enfrentaria muitas dificuldades para se eleger ao Senado. Ao se posicionar agora contra o nome sugerido pelo governador, a senadora contraria a regra básica da lealdade nas relações políticas e partidárias. Além disso, pode estar criando enormes obstáculos ao seu futuro político, já que muito do que for decidido nas urnas nas eleições deste ano estará diretamente relacionado com o pleito de 2026.

Quando se posicionou, num gesto pessoal e não-partidário, pela pré-candidatura do senador Weverton Rocha, a senadora Eliziane Gama certamente o fez movida pela convicção de que o Cidadania a seguiria sem discussão, cometendo o erro político primário da precipitação ao colocar o carro à frente dos bois. Se tivesse conversado primeiro, poderia até ter levado o Cidadania para a base de apoio da candidatura do senador Weverton Rocha. Não se discute que o apoio de Eliziane Gama é valioso para o candidato pedetista, mas seria muito mais produtivo se ela estivesse também representando o Cidadania.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Ana Paula Lobato assume a Prefeitura de Pinheiro

Observada por Othelino Neto, Ana Paula Lobato assina termo de posse como prefeita interina de Pinheiro

Décimo quarto maior e mais importante município do Maranhão, Pinheiro, consagrado como o epicentro econômico, político e cultural da Baixada Ocidental, tem novo prefeito desde ontem à tarde, com a posse da vice-prefeita Ana Paula Lobato (PDT), por causa do afastamento do titular do cargo, Luciano Genésio (PP), acusado de corrupção. A posse foi dada pela Câmara Municipal, cumprindo ordem judicial, em sessão comandada pelo presidente da Casa, Elizeu de Tantan (PP), que passa a ser o substituto eventual. Entre os presentes, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado OIthelino Neto (PCdoB), marido de Ana Paula Lobato, que é enfermeira por formação e política por vocação.

Foi uma solenidade sem pompa, mas com forte simbolismo político. Primeiro, a mudança ocorreu porque o prefeito Luciano Genésio foi afastado sob suspeita de haver comandado uma quadrilha que pode ter desviado nada menos que R$ 36 milhões de recursos da educação e da saúde, podendo, se condenado, passar 34 anos na cadeia. Segundo, com o afastamento, as regras institucionais foram cumpridas com a posse da vice-prefeita pela Câmara Municipal, que a convocou cumprindo mandado judicial. E terceiro, porque Ana Paula Lobato, que é neta do ex-prefeito Pedro Lobato, entra para a História como a primeira mulher a comandar a Princesa da Baixada.

Empossada, a prefeita interina de Pinheiro se disse preparada para encarar os desafios que a aguardam, e deixou claro que para isso conta com o apoio da Câmara Municipal. Ela afirmou que dará continuidade às ações já em curso, e que fará o que puder para dar mais força à administração do município. E fez o apelo político comum a gestor experiente: “Conto com o apoio do nosso parlamento municipal para enfrentar e superar os desafios que virão”.

A resposta veio logo em seguida no discurso do vereador-presidente Elizeu de Tantan, que passa a ser também o “vice-prefeito”: “O Poder Legislativo sempre foi e sempre será aliado do Poder Executivo. Vamos seguir dando as mãos por Pinheiro. Prefeita Ana Paula, pode contar com o apoio dos vereadores no trabalho em prol dos pinheirenses”.

O presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto, quer já tinha um relacionamento estreito com Pinheiro, saudou a posse na esposa e se disse ainda mais comprometido com o município a partir de agora: “Da mesma forma como Pinheiro já contava com minha ajuda, por meio da destinação de emendas, continuarei ajudando, utilizando nosso mandato para trazer mais benefícios ao município”.

Por outro lado, advogados contratados pelo PP tentam reverter a decisão que afastou o prefeito Luciano Genésio, mas conhecedores da situação dizem que ele dificilmente conseguirá voltar ao cargo em pouco tempo.

 

Definidas as forças para a disputa pelo comando da Câmara de São Luís

Paulo Victor tem vantagem sobre Dr. Gutemberg na Câmara

A algumas semanas da eleição, que ocorrerá em Abril, a corrida para o comando da Câmara Municipal de São Luís ganhou intensidade nas últimas hora, tendo como largada propriamente dita a desistência do vereador Raimundo Penha (PDT), quer abriu mão da candidatura em favor da candidatura do vereador Dr. Gutemberg (PSC), apoiado pelo prefeito Eduardo Braide (Podemos). O gesto de Raimundo penha fez com que as forças envolvidas na disputa pelo controle da Câmara de São Luís agissem rapidamente e iniciassem a semana com suas tropas definidas. O vereador Paulo Victor, candidato do PCdoB, anunciou estar sendo apoiado por 17 vereadores, enquanto o vereador Dr. Gutemberg posou ontem ao lado do prefeito Eduardo Braide, patrono da sua candidatura, rodeado por 14 vereadores. Se a eleição fosse ontem, Paulo Victor seria eleito com 17 dos 31 votos. Mas quem conhece a Câmara Municipal de São Luís sabe que o jogo está apenas começando.

São Luís, 18 de Janeiro de 2022.

A duas semanas da decisão sobre candidatura, Dino se diz otimista e lutando pela unidade do grupo

 

Flávio Dino ainda aposta num entendimento de Carlos Brandão e Weverton Rocha sobre sucessão nos Leões

“Continuo otimista quanto à unidade, e lutando por ela”. Foi a resposta direta dada pelo governador Flávio Dino (PSB) ao ser indagado a respeito das articulações para a escolha do candidato da aliança partidária governista à sua sucessão. Com a resposta, o governador disse nas entrelinhas que mantém a agenda de conversas visando a reunião do dia 31, quando, tudo indica, o grupo partidário baterá o martelo a favor do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) – que foi sugerido pelo chefe do Executivo na reunião de 29 de Novembro do ano passado – ou do senador Weverton Rocha (PDT). Nos bastidores, os dois pré-candidatos estão liderando intensas articulações, enquanto seus aliados, principalmente na blogosfera, travam uma “guerra” de informação e contrainformação, que aqui e ali sai dos limites e entra no jogo bruto da pancadaria verbal. Diretamente envolvido na luta contra a Covid-19, especialmente nos preparativos para a vacinação de crianças, depois de ele próprio haver superado a virose, o governador Flávio Dino vai dedicar-se intensamente às articulações políticas na última semana de Janeiro.

O cenário do momento é mais ou menos o mesmo que encerrou o ano na corrida sucessória.

De um lado, pelo seu comportamento correto, discreto e ativo como vice-governador eleito e reeleito, que conhece a fundo o Governo em curso, e por haver se mantido leal ao grupo governista, Carlos Brandão conta hoje com o maior contingente de deputados federais, a maioria dos deputados estaduais e um número já expressivo de prefeitos, dando a impressão de que fortalece sua posição a cada dia.  Faz sua pré-campanha cumprindo uma intensa maratona de reuniões e conversas com parlamentares, prefeitos, líderes comunitários e sindicais, além de empresários e líderes religiosos. Conta com o apoio do PSDB, PSB, PCdoB, Cidadania, PV, PROS, e inclui na sua conta o PT e o MDB, que ainda não se definiram. Já é o segundo nome nas pesquisas.

Do outro lado, Weverton Rocha vem mantendo sua agenda de senador ativo, com uma forte linha de atuação parlamentar, nas atividades legislativas propriamente ditas e na destinação de emendas parlamentares, também liderando a bancada do PDT no Senado e dividindo seu tempo de trabalho em Brasília com atividades de presidente estadual do partido e de pré-candidato a governador. Conta com o apoio pessoal da senadora Eliziane Gama (Cidadania), cinco deputados federais assumidos e um número impreciso de deputados estaduais, além de pelo menos 70 prefeitos, segundo aliados seus. No campo partidário, tem o apoio do PDT, DEM, PSL, PP e Republicanos, esperando contar ainda com PT e MDB, que ainda não se decidiram. Faz sua pré-campanha com grandes eventos em cidades estratégicas, e lidera as pesquisas.

Todas as avaliações isentas, feitas por políticos que conhecem o caminho das pedras eleitorais do Maranhão, indicam que o vice-governador Carlos Brandão está fortalecendo o seu projeto com maior consistência e velocidade, o que pode ser explicado pelo fato de que daqui a dois meses e meio assumirá o comando do Estado e então, como governador, passará a brigar pela reeleição. Isso não significa dizer que o senador Weverton Rocha esteja enfraquecido. Ao contrário, mantém de pé o seu projeto de candidatura, dando todas as indicações que seguirá em frente, ainda que não venha a ser o escolhido, o que significará, na prática, o rompimento do grupo.

Quando afirma estar otimista e lutando pela unidade do grupo que lidera em torno de um candidato – Carlos Brandão ou Weverton Rocha, não existe terceira via -, o governador Flávio Dino sinaliza que a possibilidade de “racha” existe, mas sua aposta maior é na existência de uma margem enorme de espaço para a construção de um acordo entre o vice-governador Carlos Brandão e o senador Weverton Rocha.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Conversa entre Roberto Rocha e Josimar de Maranhãozinho sobre PL não evoluiu

Roberto Rocha e Josimar de Maranhãozinho: sem acordo

Todos os sinais emitidos na seara oposicionista indicam que não estão evoluindo as conversas entre o senador Roberto Rocha (ainda filiado ao PSDB) e o deputado federal Josimar de Maranhãozinho para ingressar ao PL, seguindo a opção partidária do presidente Jair Bolsonaro, de quem é aliado de proa. Não há qualquer dificuldade no relacionamento dos dois, que são amigos e estão abertos ao diálogo. O problema é que o senador Roberto Rocha gostaria de ingressar no PL assumindo o controle de parte da agremiação, como o diretório de São Luís, por exemplo. Com o respaldo do presidente nacional, Valdemar da Costa Neto, que não esconde seu entusiasmo com a condução do braço maranhense do partido, Josimar de Maranhãozinho não aceita fazer qualquer concessão que implique dividir o controle do PL ou abrir mão do seu projeto de candidatura ao Governo do Estado. Não existe crise nem foco de tensão nessa relação, mas sim, o pragmatismo radical de Josimar de Maranhãozinho, que não aceita dividir com ninguém o controle do PL.

É provável que o senador Roberto Rocha esteja trabalhando um plano B.

 

PDT abre mão de brigar pelo comando da Câmara, como fez na disputa para a Prefeitura

Raimundo Penha e Dr. Gutemberg: acordo sem ganho para o PDT

A desistência do vereador Raimundo Penha (PDT) de disputar a presidência da Câmara Municipal de São Luís, declarando apoio à candidatura do vereador Dr. Gutemberg (PSC), chama a atenção para alguns aspectos que tornam intrigante a estratégia do PDT na Capital.

Na eleição para a Prefeitura de São Luís, o PDT abriu mão de brigar para valer pela sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Jr., então filiado ao partido, preferindo lançar um candidato sem chance, Neto Evangelista (DEM), e a se aliar ao candidato Eduardo Braide (Podemos) no segundo turno, contra o candidato Duarte Jr., na época filiado ao Republicanos e apoiado pelo PCdoB e pelo governador Flávio Dino. O resultado foi que o PDT saiu das urnas destroçado: sem o comando da maior, mais importante e mais influente Prefeitura do Maranhão, e com uma bancada encolhida na Câmara Municipal.

A situação de agora na Câmara Municipal parece um desdobramento natural da eleição de prefeito: um dos quadros mais importantes do PDT de São Luís, o vereador Raimundo Penha (6.999 votos) sai da briga pelo comando da Casa, hoje presidida por um vereador do PDT, Osmar Filho, para apoiar a candidatura do vereador do PSC, Dr. Gutemberg (3.480 votos). E como se não bastasse, dando as costas para o candidato do PCdoB, vereador Paulo Victor (6.035 votos).

Como se vê, trata-se de uma estratégia difícil de ser compreendida no jogo político.

São Luís, 17 de Janeiro de 2022.

Pinheiro: prefeito pode ter carreira encerrada e vice tem o desafio de comandar Princesa da Baixada

 

Ana Paula Lobato vai assumir  a Prefeitura de Pinheiro com o afastamento de Luciano Genésio pela Justiça

A partir de Segunda-Feira (17), Pinheiro, um dos maiores e mais importantes municípios maranhenses, com 84.160 habitantes, terá novo prefeito: Ana Paula Lobato (PDT), vice-prefeita que assumirá temporariamente o comando municipal por causa do afastamento judicial do prefeito Luciano Genésio (PP), acusado de corrupção. A vice-prefeita foi convocada e será empossada pela Câmara Municipal por ordem do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, por tempo indeterminado, uma vez que o afastamento do prefeito não tem data para terminar. A queda do prefeito de Pinheiro e a troca de comando no município com a ascensão da vice-prefeita tem forte impacto no cenário político estadual, uma vez que fragiliza a situação do PP, que perde o comando do 13º município maranhense, fortalecendo o PDT, que ganha o controle da Rainha da Baixada, conhecida nacionalmente como cidade-natal do ex-presidente José Sarney.

O prefeito Luciano Genésio corre o risco de não mais retornar ao comando municipal. Isso ocorrerá se a Justiça, com base nas robustas provas coletadas nas investigações feitas pela Polícia Federal na Operação Irmandade, concluir que ele montou mesmo e operou uma organização criminosa que desviou parte de R$ 36 milhões de contratos firmados pela Prefeitura com empresa que seria do próprio gestor pinheirense por meio de fraudes licitatórias. O afastamento dele, portanto, não surpreendeu. A medida judicial foi desdobramento do processo de investigação, que começou há mais de um ano, quando a denúncia de corrupção estourou, apontando-o como chefe da organização criminosa que desviou verbas do Fundo Nacional de Saúde (FNS) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Na operação de Quarta-Feira (12), realizada em São Luís, Pinheiro e Palmeirândia, a Polícia Federal cumpriu 11 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de sequestro de valores. Na residência do prefeito em São Luís apreendeu dinheiro vivo e joias.

Luciano Genésio divulgou nota com o seguinte teor: “Com serenidade e humildade enfrentaremos esse momento apresentando a nossa defesa e estando sempre à disposição das autoridades. Enquanto prefeito eleito majoritariamente pela vontade popular continuarei fiel às minhas obrigações e aos pinheirenses, e espero seguir trabalhando pelo melhor para o município de Pinheiro”.

Enquanto o processo estiver em andamento, Luciano Genésio não poderá entrar no prédio da Prefeitura de Pinheiro, fazer contato com outros acusados nem se ausentar da comarca onde reside. A Polícia Federal fez as contas e acredita que, se for condenado pelos crimes de que é acusado, corre o sério risco de ser condenado a até 34 anos de cadeia. Isso significará fatalmente o fim da sua carreira política.

Luciano Genésio chegou à Prefeitura de Pinheiro em 2016, no vácuo aberto pelo desgaste do prefeito Filuca Mendes (MDB), que controlou o município por vários anos. Filho do ex-prefeito José Genésio, que também enfrentou denúncias de desvio de dinheiro público, o jovem político pinheirense ascendeu como uma promessa de renovação. Membro destacado do PP, fez uma aliança com o PDT, que indicou para vice Ana Paula Lobato, neta do ex-prefeito Pedro Lobato e esposa do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB). E ao assumir o comando municipal nesta Segunda-Feira, Ana Paula Lobato assumirá o desafio ético de afastar a Prefeitura de Pinheiro da chaga da corrupção e colocar o município nos trilhos.

No campo político, o afastamento do prefeito Luciano Genésio – pelo qual ele próprio é o único responsável, vale ressaltar -, e a ascensão da vice-prefeita Ana Paula Lobato podem favorecer a pré-candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) ao Governo do Estado. E como presidente municipal do PDT pinheirense, ela poderá consolidar o trabalho que já vinha fazendo de fortalecer o partido em Pinheiro e na região. Ana Paula Lobato, que tem demonstrado que é politicamente voluntariosa e determinada, tem agora a chance de mostrar que, respeitando o limite ético de gestor temporário,  está pronta para comandar a cidade.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Reviravolta em Pinheiro pode alterar jogo por mandato parlamentar

Thaíza Hortegal, Leonardo Sá e Luciana Genésio na disputa

A mudança no comando de Pinheiro pode ter reflexos fortes na disputa para a Assembleia Legislativa. A deputada estadual Thaíza Hortegal (PP), recém separada do prefeito Luciano Genésio, vinha perdendo terreno com a pré-candidatura da irmã do prefeito, Luciana Genésio, à Assembleia Legislativa, que sofre um duro golpe com a reviravolta. Correndo por fora, o deputado estadual Leonardo Sá (PL) pode também se beneficiar com os desdobramentos políticos da Operação Irmandade. O caldo pode entornar se o ex-prefeito Filuca Mendes (MDB) decidir entrar na briga por uma cadeira na Assembleia Legislativa. Outra possibilidade é o ex-deputado federal Victor Mendes (MDB) decidir se candidatar novamente e abalar a votação do deputado federal André Fufuca (PP).

 

Camarão arquiva projeto leonino e será candidato a deputado federal

Felipe Camarão anuncia que disputará vaga na Câmara Federal

O secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão, arquivou definitivamente seu projeto de candidatura ao Governo do Estado nas eleições deste ano. O fez oficialmente em carta dirigida ao comando do PT, seu partido, a quem comunicou que deixará o cargo em abril para ser candidato a deputado federal. Com a iniciativa, Felipe Camarão deu uma demonstração de que tem faro apurado e jogo de cintura para se movimentar na política. Sua meteórica e ruidosa pré-candidatura do Palácio dos Leões nasceu por um fio e sem futuro algum, mas o tempo que sobreviveu foi suficiente para colocar num patamar de evidência o seu Plano B, que na verdade era o Plano A. Com esses movimentos, ganhou adeptos dentro e fora do PT, deixando no ar a impressão de que seu projeto de trabalhar quatro anos em Brasília tem tudo para dar certo. Mais do que isso: o projeto leonino poderá ser desarquivado em 2026.

São Luís, 15 de Janeiro de 2022.

Com JP presidente e Mical chefe do braço feminino, PTB vira falange bolsonarista no Maranhão

 

Mical Damasceno e Josivaldo JP emolduram Graciela Nienov, presidente do PTB

A distorcida e, na visão de muitos, inaceitável orientação ideológica que vem norteando os passos do PTB, um partido que nasceu na centro-esquerda, o está transformando numa agremiação de extrema-direita, porta-voz do que há de mais radicalmente conservador no contexto partidário-ideológico nacional. O mais nítido exemplo dessa assombrosa guinada, concebida e posta em prática pelo seu presidente, ex-deputado federal Roberto Jefferson, está acontecendo exatamente no Maranhão. A reviravolta começou no ano passado, com a destituição do deputado federal Pedro Lucas Fernandes da presidência regional, que foi entregue à deputada Mical Damasceno, ontem tornada chefe nacional do PTB Mulher, substituída no comando estadual pelo deputado federal Josivaldo JP, que saiu do Podemos. As manobras, comandadas pela presidente nacional temporária Graciela Nienov, uma espécie versão feminina de Roberto Jefferson – que está preso por atos antidemocráticos –, ignoraram ostensivamente o prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, pré-candidato a governador e o mais expressivo nome do partido hoje no Maranhão.

As mudanças, feitas pelo comando nacional petebista com o objetivo de varrer resistências e colocar o partido inteiramente à serviço do bolsonarismo, atiraram o velho e outrora influente PTB no limbo da política estadual. O ponto a assinalar é a inexpressividade política e eleitoral dos atuais dirigentes do partido, o agora presidente deputado federal Josivaldo JP e a deputada estadual Mical Damasceno, que nada sabem sobre o trabalhismo que inspirou surgimento do partiddo.

O comerciante Josivaldo JP se tornou deputado federal com apenas 23.113 votos recebidos em 2018, concorrendo pelo PHS numa aliança que incluiu o PMN liderado por Eduardo Braide, que saiu das urnas com nada menos que 189.843 votos. Com a sua votação, Josivaldo JP jamais teria condições de ascender à Câmara Federal, mas a eleição de Eduardo Braide para a Prefeitura de São Luís lhe abriu a “porta da esperança”. Ficou tão entusiasmado que se filiou ao Podemos seguindo Eduardo Braide. Na Câmara, se alinhou automaticamente a banda bolsonarista, cumprindo sem discutir as orientações do Palácio do Planalto, o que o tornou um defensor de proa do Governo Bolsonaro. Essa posição causou desconforto no Podemos e a sua permanência no partido se tornou impossível depois da escolha do ex-ministro Sérgio Moro como candidato à presidência da República.

O convite para se filiar ao PTB e assumir o comando do partido no Maranhão foi uma espécie de tábua de salvação e, vale anotar, uma saída por cima diante da situação em que se encontrava no Podemos. O comando do PTB avalia que lucrou ganhando um deputado federal e colocando um bolsonarista roxo à frente do PTB maranhense.

A deputada Mical Damasceno foi eleita em 2018 para a Assembleia Legislativa pelo PTB com módicos 30.693 votos, notabilizando-se pelo agressivo discurso que mistura ação parlamentar com práticas evangélicas – ela costuma cantar louvores na tribuna, por exemplo. Nessa linha, revelou-se um quadro da direita radical, que a levou naturalmente para as fileiras do bolsonarismo. Eleita na aliança liderada pelo governador Flávio Dino (PSB), ela se manteve por meses como aliada do Palácio dos Leões, do qual se distanciou aos poucos para assumir a linha bolsonarista radical pregada pelo comando nacional do PTB. E não deu outra: Mical Damasceno foi alçada ao comando do PTB do Maranhão com a destituição do deputado federal Pedro Lucas Fernandes, eleito em 2018 com 111.538 votos, por haver ele se posicionado contra projetos do Governo. O comando do PTB Mulher foi um prêmio de consolação pela destituição da presidência estadual.

É surpreendente ver um partido que já teve nos seus quadros nomes como Epitácio Cafeteira, Cesário Coimbra, Manoel Ribeiro, Pedro Fernandes e Pedro Lucas Fernandes, todos de grande expressão política e denso suporte eleitoral, estar hoje reduzido ao deputado federal Josivaldo JP e à deputada Mical Damasceno, os quais, somados, representam menos de 55 mil votos. E ainda esnobe um prefeito reeleito, e que está entre os quatro pré-candidatos assumidos ao Governo do Estado.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Othelino Neto propõe Passaporte da Vacina no estado

Othelino Neto: Passaporte da Vacina para salvar vidas

Se a Assembleia Legislativa aprovar o Projeto de Lei Nº 001/2022, proposto ontem pelo seu presidente, deputado Othelino Neto (PCdoB), o Maranhão vai dar mais um passo civilizado na luta coletiva contra a Covid-19. O PL institui o Passaporte da Vacina, ou seja, a obrigatoriedade de apresentação do comprovante de imunização para acesso a bares, restaurantes, hotéis, pousadas, academias e eventos coletivos de maneira geral.

O PL institui que o documento físico ou eletrônico comprovando a vacinação deve ser exigido pelos estabelecimentos a todos os cidadãos que, de acordo com a sua idade, já estejam autorizados a tomar o imunizante contra o coronavírus. Aqueles que, por motivos médicos, não podem tomar qualquer tipo de imunizante deverão comprovar essa condição para ter acesso aos estabelecimentos ou eventos. Mais: caberá aos responsáveis pelos estabelecimentos a cobrança do Passaporte da Vacina, que pode ser emitido pela autoridade sanitária de cada município ou pelo Governo Federal por meio da plataforma ConecteSUS, do Ministério da Saúde.

Os argumentos do presidente da Assembleia Legislativa são indiscutíveis: resguardar a saúde dos maranhenses e incentivar a vacinação diante do aumento do número de casos de contaminação pela variante Ômicron do coronavírus.

– A vacinação é que tem contribuído para que não tenhamos casos graves de Covid-19 e mais internações nas unidades de saúde. Por isso, a exigência do Passaporte da Vacina para acesso aos estabelecimentos e eventos que reúnam grande público é fundamental, principalmente para estimular aqueles que ainda não se vacinaram a buscarem a imunização – justificou o deputado Othelino Neto.

O PL deve ser votado no início de Fevereiro.

 

Livre do novo coronavírus, Dino retoma rotina administrativa e articulações políticas

Flávio Dino livre do coronavírus e de volta à rotina

Após vencer o coronavírus, o governador Flávio Dino está de volta à rotina de trabalho administrativo e às tratativas políticas. Administrativamente, deve cumprir por enquanto uma agenda mais leve de audiências e despachos presenciais, não devendo retomar de imediato sua programação de inaugurações nas mais diferentes regiões do estado. Politicamente, vai continuar conversando sobre a sucessão estadual e sua candidatura ao Senado, e no plano nacional, defendendo uma ampla aliança em torno do ex-presidente Lula (PT), ao mesmo tempo em que continuará exercendo sua visão crítica em relação ao Governo Bolsonaro e a atos do próprio presidente da República. No plano estadual, o compromisso mais importante do governador está agendado para o dia 31 de Janeiro, quando reunirá os partidos da aliança que lidera para bater definitivamente o martelo sobre quem será o candidato governista à sua sucessão, o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) ou o senador Weverton Rocha (PDT). Até lá, o chefe do Executivo estadual intensificará as conversas em busca de uma candidatura de consenso.

São Luís, 14 de Janeiro de 2022.

Nova pesquisa sobre corrida presidencial pode influenciar a disputa pelo Governo do Maranhão

 

Lula da Silva, Jair Bolsonaro e Sérgio Moro podem influenciar as candidaturas de Weverton Rocha e Carlos Brandão aos Leões e a posição política de  Eduardo Braide

Saiu ontem a primeira pesquisa do ano sobre a corrida presidencial. Os números do levantamento Genial/Quaest são acachapantes, e se forem mantidos pelo menos de maneira aproximada, terão forte influência no cenário político e eleitoral do Maranhão. O resultado encontrado foi o seguinte: o ex-presidente Lula da Silva (PT) com 45% das intenções de voto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) com 23%, o ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) com 9%, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) com 5%, o governador de São Paulo João Doria (PSDB) com 3%, e a senadora mato-grossense Simone Tebet (MDB) com 1%. A pesquisa também encontrou 52% de indecisos. Os percentuais movimentam diretamente as peças do tabuleiro onde se desenrolam os movimentos dos pré-candidatos ao Palácio dos Leões e no gabinete principal da Prefeitura de São Luís.

A posição consolidada do ex-presidente Lula da Silva o mantém como o presidenciável mais forte e com maior poder de influência na corrida sucessória estadual. O seu apoio está sendo aspirado pelos dois principais candidatos a governador até aqui, o senador Weverton Rocha (PDT) e o vice-governador Carlos Brandão (PSDB, mas com forte tendência para migrar para o PSB). Nessa queda-de-braço pelo apoio do líder petista, Carlos Brandão tem nítida vantagem sobre, principalmente se migrar para o PSB, como está sendo previsto nos bastidores. E a explicação é simples: o grande avalista da pré-candidatura do vice-governador é o governador Flávio Dino (PSB). E a inclinação do PT para apoiar Carlos Brandão foi a declaração do novo presidente do partido, Francimar Melo, avisando que a agremiação petista vai continuar alinhada a Flávio Dino.

Weverton Rocha também está nesse jogo pelo apoio de Lula da Silva. Além do argumento de que, como o PSB, o PDT também é aliado histórico do PT, o líder pedetista dá mais força à sua posição diante do fato de que o presidenciável do seu partido, Ciro Gomes, tende mesmo a ser apenas um figurante nessa disputa. Isso fica claro na pesquisa Genial/Quaest, que o mostra ultrapassado por Sérgio Moro, que alcançou a terceira colocação, com tendência de crescimento, tornando-se uma ameaça real para Jair Bolsonaro. Com a desidratação de Ciro Gomes, o PDT tentará uma aliança nacional com o PT, incluindo no pacote o apoio do partido ao candidato pedetista ao Palácio dos Leões. É cedo para desenhar esse cenário, mas não há dúvida de que ele é factível.

O terceiro ponto de influência do panorama da corrida presidencial mostrado pela pesquisa é a posição alcançada por Sérgio Moro, agora na terceira colocação e ganhando a condição de fantasma do presidente Jair Bolsonaro. O prefeito de São Luís, Eduardo Braide (Podemos) é o maior e mais influente líder do Podemos no Maranhão, e que, por causa das indefinições no quadro de pré-candidato ao Palácio do Planalto, vem se mantendo distante do debate partidário e eleitoral. A pesquisa divulgada ontem mostrou que o ex-ministro da Justiça e ex-chefe da Lava Jato é um pré-candidato com potencial de crescimento, que pode atropelar Jair Bolsonaro e se tornar o adversário de Lula da Silva num eventual 2º turno. Se esse cenário se confirmar, Eduardo Braide terá de sair da sua zona de conforto e partir para a guerra pelo voto em favor do candidato do seu partido.

É claro que, como acontece em relação à corrida ao Palácio dos Leões, ainda é muito cedo para se ter essas posições como definidas e irreversíveis. Mas não há dúvida de que a estabilidade de Lula da Silva na liderança, a permanência de Jair Bolsonaro e a ascensão de Sérgio Moro, deixando Ciro Gomes para trás, pode ser uma tendência que tornará a corrida presidencial muito acirrada, com reflexo na disputa estadual.

Em Tempo: De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a pesquisa Genial/Quaest ouviu 2 mil pessoas presencialmente entre os dias 6 e 9 de janeiro e está registrada na Justiça Eleitoral.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Lahesio agenda renúncia à prefeitura em Fevereiro para brigar pelos Leões

Lahesio Bonfim deve renunciar em fevereiro para se candidatar aos Leões

Prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PTB), caminha para contar as favas no que diz respeito à sua participação na corrida ao Palácio dos Leões. Ele teria confirmado que vai mesmo renunciar ao cargo de prefeito em fevereiro, tendo cumprido apenas 14 dos 48 meses do novo mandato, para disputar o Governo do Estado. Nas suas conversas, Lahesio Bonfim, que tem hoje entre cinco e seis pontos percentuais de intenções de voto, tem dito e repetido que sua candidatura é irreversível. E usa para isso um argumento desconcertante: se não conseguir a eleição, o fato de percorrer o estado e conhecer pessoas por si só já valerá a pena. O prefeito de São Pedro dos Crentes teria recebido da direção nacional do PTB a notícia de que seu projeto entrou na lista das prioridades do partido, o que significa a garantia de que será mesmo o candidato do PTB.

 

Ministério Público vai agir contra prefeitos que teimarem em realizar Carnaval

Eduardo Nicolau

É um absurdo que ainda tenha prefeito querendo realizar Carnaval. A avaliação, feita de forma enfática, é do procurador geral de Justiça, Eduardo Nicolau, para quem o Ministério Público não tem outro caminho senão acionar os dirigentes municipais decididos a instalar o reinado de Momo nos seus municípios, mesmo diante da disparada dos casos de Covid-19 no Maranhão causada pela variante Ômicron. Para o procurador geral, o Ministério Público do Estado (MPE) não pode nem ficará indiferente a situações como essa. Primeiro, agirá no sentido de orientar os prefeitos para que desistam dos festejos carnavalescos, como estão fazendo os grandes municípios, como São Luís, por exemplo. Se a “missão civilizatória” não funcionar, o passo seguinte será levar os recalcitrantes para um acerto de contas com a Justiça. Certo de que está defendo a lei e protegendo a população, o procurad0r geral Eduardo Nicolau deixa claro que o MPE não está nem ficará de braços cruzados se a população estiver sob riscos.

São Luís, 13 de Janeiro de 2022.

Bolsonaro ataca Dino com grosseria; governador reage conclamando o presidente a trabalhar

 

Flávio Dino responde aos constantes ataques de Jair Bolsonaro com dureza e firmeza, mas sem agressão

A pancada: “Bolsonaro ataca (Flávio) Dino e diz que chefes comunistas geralmente são gordos” (UOL Notícias).

A rebordosa: “Piada, além de sem graça, repetida. Compatível com a notória escassez de neurônios do indivíduo. Ao bisonho e fracassado ´piadista`, faço uma conclamação: Vai trabalhar”.

A pancada e a devida rebordosa têm sido as únicas formas de comunicação  presidente Jair Bolsonaro (PL)-governador Flávio Dino (PSB) e são reveladoras da enorme distância que separa os dois chefes de Estado em matéria de educação, cultura, formação política e postura institucional. Uma análise isenta de todos os posts do presidente da República em relação ao governador do Maranhão revelará a intenção clara de ataque agressivo dirigido a um inimigo que não merece respeito. No contraponto, os postes do governador do Maranhão alvejam o presidente da República de maneira dura, implacável, mas quase sempre pelo viés crítico relacionado com gestão, derrapagens administrativas, agressividade política e escorregões éticos.

É óbvio que quando aponta o governador Flávio Dino como um “chefe comunista gordo”, o presidente não está fazendo uma mera analogia física. Radical de direita, tenta, sem sucesso, usar a ironia para desmerecer a esquerda. Suas palavras, porém, só conseguem externar uma agressividade seca, ostensiva, destinada a ofender a pessoa e não o político. E tem sido assim, como ficou cristalizado no espantoso documento de 2019, quando, momentos antes de uma reunião com governadores no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro soprou no ouvido do então ministro da Casa Civil, Onix Lorenzoni, sem se dar conta que o microfone estava aberto: “Esse Flávio Dino é o pior dos governadores de paraíba. Não tem que dar nada para esse cara”.

Os três anos de “convivência” revelaram um quadro que muitos bolsonaristas reconhecem e concordam: o presidente Jair Bolsonaro não é páreo para o governador Flávio Dino num debate aberto, franco e civilizado sobre o Brasil e seus problemas sociais, políticos, econômicos e culturais. Seu nível de informação é primário, que não lhe permite avançar além do óbvio numa conversa que exija conhecimentos. E quando chega ao seu limite, o que acontece rapidamente numa discussão sobre qualquer tema que o presidente da República tem a obrigação de dominar, ele sempre tangencia e parte para a agressão e para o xingamento. O capitão mandato para a reserva por insubordinação conseguiu unir o seu temperamento agressivo e impulsivo com a sua notória ignorância cultural para armar uma estratégia, que aprimorou nas conversas com apoiadores no “Cercadinho” da saída do Palácio da Alvorada, via de regra usando jornalistas como alvos de agressões. Um debate entre os dois o deixaria fora de eixo em muito pouco tempo.

Situado politicamente na oposição, o governador Flávio Dino tem sido um crítico implacável do presidente Jair Bolsonaro e do seu Governo, disparando petardos robustos e ferinos sobre gestos, posturas, medidas e decisões do chefe da Nação que considera equivocados, contrários aos interesses da maioria. O elenco de exemplos é vasto, mas com uma diferença essencial em relação à maneira como o presidente atua: ainda que aqui e ali o adjetive duramente – na rebordosa de ontem o chamou de “bisonho” -, o governador do Maranhão não agride o presidente com termos impróprios ou chulos. Tudo o que escreve e divulga nas suas redes sociais se encaixa no contexto. A rebordosa de ontem do governador à pancada desferida pelo presidente foi uma reação na medida certa a uma agressão gratuita e preconceituosa, absolutamente desnecessária, portanto.

Esse embate vai continuar por, pelo menos, mais um ano, devendo ser intensificado nos próximos meses, quando a campanha eleitoral estimulará confrontos dessa natureza. E a julgar pelo que prenunciam as pesquisas, o bateu-levou será certamente protagonizado por um Jair Bolsonaro muito mais agressivo diante do risco anunciado de ser mandado para casa, e um Flávio Dino candidato a senador apontado como favorito. E depois, cedo ou tarde, a história vai documentar que, inspirado nos ensinamentos do coronel-torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, o presidente Jair Bolsonaro foi agressivo e primário com o governador Flávio Dino, que nas suas reações demonstrou a face dura de um político civilizado, mas “sem jamais perder a ternura”, como ensinou o revolucionário Che Guevara.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Racha no Cidadania sobre corrida sucessória ainda não foi resolvido

Eliel Gama e Eliziane Gama: Cidadania com rumos diferentes na corrida sucessória

Os movimentos da senadora Eliziane Gama para mudar o posicionamento do seu partido, o Cidadania, em relação à corrida sucessória estadual ainda não produziram qualquer resultado. O cenário é o seguinte: tão logo a senadora se posicionou a favor do projeto de candidatura do senador Weverton Rocha (PDT), a Executiva estadual do partido, presidida pelo pastor Eliel Gama, seu irmão, declarou alinhamento à pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB). O racha instalou uma crise no partido, mas revelou que a senadora é minoria no comando partidário, ainda que seja, de longe, a grande estrela da agremiação. O fato é que a reação da senadora, ameaçando inclusive, pedir a intervenção da Executiva nacional na secção maranhense, não foi suficiente para mudar o quadro. Com o cuidado de evitar desgaste com um pedido de intervenção, que exporia a fragilidade da sua liderança, a senadora Eliziane Gama decidiu buscar outros caminhos para reverter a situação. Enquanto isso, ela mantém sua escolha reafirmando apoio ao colega Weverton Rocha, enquanto o presidente Eliel Gama reafirma o apoio do partido a Carlos Brandão. Há quem diga que em breve conseguirão superar a crise com um acordo bem amarrado. Há, porém, quem diga que não.

 

Separação não acaba parceria política do ex-casal Tema

Daniela Tema e Cleomar Tema: parceria mantida

A separação do casal Tema não desmanchará – pelo menos por enquanto – a parceria política da deputada Daniela Tema (DEM) com o ex-prefeito de Tuntum, Cleomar Tema (PSB). Com o cartel de um bom mandato exercido na Assembleia Legislativa, onde debateu temas atuais, principalmente relacionados com saúde e mulher, a deputada Daniela Tema se movimenta em busca de um novo mandato. Conta com o apoio do ex-marido, prefeito de Tuntum por cinco vezes, e líder político influente na região do Médio Sertão, onde a parlamentar tem a sua principal base de atuação. Cleomar Tema é também um dos coordenadores da pré-campanha do vice-governador Carlos Brandão (PSDB). Disputar mandato parlamentar estadual é sempre difícil, mas a informação corrente no meio político é a de que a deputada Daniela Tema tem autoridade para pedir votos para sua reeleição.

São Luís, 12 de Janeiro de 2022.

Sucessão: Edivaldo Jr. tem pré-candidatura firme, mas precisa de ação política mais forte

 

Edivaldo cumprimenta eleitor durante sua incursão pela região do Baixo Parnaíba

“Nós temos condições de chegar ao segundo turno!” A afirmação, enfática, é do deputado estadual César Pires, o principal articulador do projeto de candidatura do ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr., ao Governo do Estado, pelo PSD. Bem colocado nas pesquisas de intenção, tendo aparecido na terceira colocação em cenário sem a ex-governadora Roseana Sarney, o ex-prefeito vem realizando uma pré-campanha sem muito alarde, mas com a perspectiva de ser intensificada ainda neste mês. Mais do que isso, as especulações segundo as quais Edivaldo Holanda Jr. poderia rever seu projeto não prosperaram, e pelo visto não prosperarão. “A candidatura está firme e consolidada, com grande potencial para crescer”, avisa César Pires, para quem o ritmo da pré-campanha será acelerado a partir de Abril, quando o quadro das pré-candidaturas ganhar um desenho definitivo. A mesma avaliação é feita pelo presidente regional do PSD e principal avalista do projeto, deputado federal Edilázio Jr..

Escudado em dois mandatos de vereador de São Luís, meio mandato de deputado federal e dois de prefeito da Capital, Edivaldo Holanda Jr. decidiu disputar o Governo do Estado atendendo, primeiro, ao seu projeto político e, depois, ao projeto maior do PSD, que o escolheu como uma aposta com potencial de viabilidade. A limitação da sua ação política a São Luís está exigindo dele um mergulho na seara política do interior, onde o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), o senador Weverton Rocha (PDT), prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PTB), e o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) transitam com facilidade. As incursões que fez até agora fizeram dele um fato novo na briga pelo poder no Maranhão, mas ainda não produziram o lastro necessário para que sua pré-candidatura deslanche.

No campo político, Edivaldo Holanda Jr. os articuladores têm tentado atrair nomes de peso para o seu campo, como, por exemplo, Josimar de Maranhãozinho, que já teria descartado a possibilidade de uma aliança do PSD com PL no estado. A cúpula da sua candidatura acredita ainda numa eventual aliança com PSD com o MDB, mantendo um canal de diálogo aberto com a ex-governadora Roseana Sarney. Ao mesmo tempo, nos bastidores corre que o pré-candidato do PSD estaria encontrando dificuldades no eleitorado evangélico – que hoje representa cerca de 30% dos votos maranhenses -, o que exigirá dele uma ação mais efetiva e decidida junto a esse importante segmento eleitoral. Outro campo complicado para um acesso produtivo é o terreno dos prefeitos, que já está amplamente minado, com a maioria dos líderes municipais já posicionada. Além disso, precisa agregar valor político e eleitoral à sua pré-candidatura por meio de uma base com deputados estaduais e federal.

Edivaldo Holanda Jr. tem ciência da necessidade dessa engenharia política, principalmente levando em conta o fato de que seus concorrentes já estão jogando pesado em cada uma dessas searas. Político experiente, que já participou de várias cúpulas de campanhas majoritárias no estado, o deputado César Pires avalia que até aqui o ex-prefeito de São Luís fez exatamente o que tinha de ser feito. Mas advoga, porém, que a partir de agora a ação política do pré-candidato do PSD seja bem mais ousada, a começar pelo fato de que os concorrentes – em especial o vice-governador Carlos Brandão e o senador Weverton Rocha – vêm demonstrando forte disposição de jogar mais pesado ainda com o objetivo de avançar mais ainda no campo das intenções de voto.

A situação do pré-candidato do PSD ao Governo do Estado parece muito clara. Ele tem potencial de crescimento, mas precisa superar a timidez e “colocar faca nos dentes e sangue nos olhos”. Afinal, é um ex-prefeito de São Luís bem avaliado, mas que tem como concorrentes um vice-governador que será governador daqui a menos de três meses, e um senador com pleno poder de fogo do mandato.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

PT deve seguir alinhado a Flávio Dino, diz novo presidente

PT pode fazer dobradinha de Lula da Silva com Carlos Brandão e Flávio Dino

Depois de fazer declarações que produziram mais dúvidas do que certezas, o novo presidente do PT no Maranhão, Francimar Melo, se manifestou indicando que o partido deve seguir alinhado ao governador Flávio Dino (PSB). Esse alinhamento pode significar muita coisa, entre elas a possibilidade de o braço petista no estado vir apoiar a pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), numa dobradinha com o ex-presidente Lula da Silva no Maranhão, como quer uma banda do partido liderada pelo ex-presidente e atual vice-presidente Augusto Lobato, como espera Flávio Dino.

Em entrevista à Central de Notícias, o agora dirigente petista no Maranhão foi claro quando se manifestou em relação à corrida sucessória estadual: “Nessa decisão do dia 31 (de Janeiro) em que os partidos estarão se posicionando, possivelmente podemos até sinalizar uma posição, mas uma coisa temos clareza, e isso a direção nacional nos orienta: nossa posição converge para a continuidade do Governo Flávio Dino. Estamos no Governo e marcharemos juntos”.

Francimar Melo avalia que essa tendência pode se consolidar, mas avisa que qualquer posição do partido em relação à corrida sucessória será o resultado do diálogo entre a representação maranhense e a cúpula nacional do PT.

 

Cúpula do União Brasil no Maranhão confirmará apoio a Weverton Rocha

Weverton Rocha terá o apoio de Juscelino Filho e Pedro Lucas pelo União Brasil

O braço maranhense do União Brasil, partido que está nascendo da fusão do DEM com o PSL, e que no Maranhão tem como líderes os deputados federais Juscelino Filho (DEM) e Pedro Lucas Fernandes (PSL), deverá manter seu apoio à pré-candidatura do senador Weverton Rocha (PDT). Uma série de especulações levantaram a possibilidade de um recuo, mas a Coluna ouviu fontes confiáveis que garantiram que os dois deputados que dividirão o comando do União Brasil no Maranhão manterão seu apoio ao senador Weverton Rocha. Juscelino Filho e Pedro Lucas Fernandes  declararam apoio ao senador pedetista quando ele  se lançou pré-candidato, e vêm mantendo suas posições, que deverá ser confirmada na reunião do dia 31.

São Luís, 11 de Janeiro de 2022.

Memória: há 20 anos, José Reinaldo saiu de 3% em abril para se reeleger no 1º turno contra Jackson Lago

 

Pesquisas do momento apontam Weverton Rocha à frente de Carlos Brandão; em 2002, José Reinaldo virou o jogo e tomou a liderança do pedetista Jackson Lago

Sempre que aliados do senador Weverton Rocha (PDT) defendem a escolha dele como candidato do Grupo governista à sucessão estadual alegando sua posição como líder nas pesquisas, partidários do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) rebatem com o argumento segundo o qual, se dez meses antes da eleição, pesquisa fosse critério para avaliar pré-candidatura, em 2002, há 20 anos, portanto, o então governador José Reinaldo Tavares (então no PFL) não teria se reelegido no 1º turno contra Jackson Lago (PDT), na época prestigiado ex-prefeito de São Luís. Naquela eleição, José Reinaldo saiu das urnas com 48% dos votos contra 40% de Jackson Lago e 11% de Ricardo Murad (PSB). Por causa da ilegalidade da candidatura dele – por ser cunhado da então ex-governadora Roseana Sarney (PFL) – Ricardo Murad teve seus votos (11%) anulados. Com isso, o percentual de José Reinaldo Tavares subiu para 51% e o de Jackson Lago para 42%, o que garantiu a reeleição do governador no 1º turno.

Esse desfecho ocorreu após longa sequência de abalos, marchas e contramarchas, que começou a ganhar forma e consistência exatamente no mês de Janeiro de 2002. Naquele momento, iniciando o último ano do seu segundo mandato, a governadora Roseana Sarney (PFL) encontrava-se na plenitude do seu poder político, integrando a lista de pré-candidatos à sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), tendo inclusive aparecido na liderança em pelo menos três pesquisas. Enquanto cuidava do seu projeto nacional, a governadora se dava o luxo de brincar com os aspirantes à sua sucessão, certa de que sem o seu apoio nenhum deles iria a lugar algum. A sua lista incluía o então senador Edison Lobão (PFL), o senador João Alberto (PMDB), o empresário João Abreu, então o influente secretário-chefe da Casa Civil, e o vice-governador José Reinaldo Tavares, que figurava como a última das suas opções, inclusive por causa das pesquisas, que lhe mostravam o panorama estadual e nacional a cada duas semanas.

Em meados de Janeiro, o vice-governador José Reinaldo Tavares, que vivia numa espécie de isolamento na residência oficial no Turu, convidou o colunista, então dirigente de jornal, para uma conversa aberta e sem pauta. Após longo tempo de avaliação, elogios e reclamações, José Reinaldo, visivelmente agastado pela pouca atenção da governadora ao seu projeto de candidatura à sucessão dela, mas exibindo ao mesmo tempo uma determinação de ferro, definiu o futuro dele com uma declaração em tom de sentença: “Em abril ela vai sair e eu vou assumir o Governo. Quero ver quem vai me dizer para eu não ser candidato”. A indefinição sobre as pré-candidaturas continuou, tendo o vice-governador se mantido em silêncio.

O jogo virou radicalmente na tarde de 15 de março, quando, munida de uma ordem emitida pelo então jovem juiz federal José Carlos Madeira, a pedido do Ministério Público Federal, a Polícia Federal invadiu os escritórios da Lunus, empresa de Jorge Murad e Roseana Sarney, em busca de provas de suposta e nunca comprovada corrupção da governadora no âmbito da Sudam. A operação culminou com a divulgação de uma imagem chocante: R$ 1,3 milhão em dinheiro vivo, turbinando um escândalo que destruiu a base do projeto nacional da então governadora do Maranhão, que depois de amargar uma impiedosa e cruel campanha de difamação política e pessoal, decidiu candidatar-se ao Senado. Em meio a esse turbilhão, José Reinaldo Tavares se manteve sereno e solidário, assumiu o Governo em abril, e não precisou fazer qualquer esforço para ser candidato a governador. Naquele momento, ele tinha o poder sob seu controle.

As primeiras pesquisas feitas em abril daquele ano, semanas após sua posse, para medir a corrida ao Palácio dos Leões, pareciam prenunciar uma tragédia eleitoral para o Grupo Sarney, uma vez que, saindo do comando da Prefeitura de São Luís, que passou ao vice Tadeu Palácio (PDT), o respeitado Jackson Lago despontava na liderança com mais da metade das intenções de votos, enquanto o agora governador José Reinaldo amargava humilhantes 3% de preferência. No comando do Estado, José Reinaldo foi buscar apoio dentro e fora do Grupo Sarney, construiu as alianças certas e colocou a máquina em ação. As pesquisas seguintes o colocaram numa curva firme de crescimento, levando-o a ultrapassar Jackson Lago entre Agosto e Setembro. E o resultado das urnas foi acachapante: o governador se reelegeu no 1º turno com quase dez pontos percentuais de vantagem sobre o ex-prefeito de São Luís, tendo ainda a ex-governadora eleita para o Senado com larga maioria de votos.

Ocorridos duas décadas atrás, os fatos que marcaram as eleições de 2002 guardam algumas similaridades com o que está em andamento no que diz respeito a pesquisas. E que, mesmo sendo muito claros os pontos que os diferem, se mantém válida a observação de que pesquisa muito antecipada não decide eleição e, mais do que isso, um vice pré-candidato é uma coisa, enquanto um governador pré-candidato em busca da reeleição é outra, completamente diferente.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Edivaldo Jr. tem candidatura aos Leões firme e consolidada

Entre Edilázio Jr. e César Pires, Edivaldo Jr. mantém firme sua pré-candidatura

Especulações recentes espalharam que o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (PSD) poderia rever sua candidatura ao Governo do Estado. Nada disso. Duas fontes a ele ligadas disseram à Coluna que o projeto de chegar aos Leões está firme e consolidado, não havendo qualquer possibilidade de uma revisão que possa vir a pelo menos alterá-lo. De acordo com essas fontes, Edivaldo Holanda Jr., o presidente estadual do partido e principal avalista da pré-candidatura, deputado federal Edilázio Jr., e o coordenador do projeto, deputado estadual César Pires estariam satisfeitos com os resultados alcançados até aqui, com o ex-prefeito em terceiro lugar nas pesquisas. Esse entusiasmo está no fato de que, na avaliação deles, do grupo governista sairá apenas um candidato, o vice-governador Carlos Brandão ou o senador Weverton Rocha, o que dará a Edivaldo Holanda Jr. o segundo lugar na preferência do eleitorado, tornando-o bem mais competitivo. Edivaldo Holanda Jr. vai intensificar suas incursões no interior nas próximas semanas.

 

Prefeito de Imperatriz bate martelo em apoio a Weverton Rocha

Assis Ramos firme com Weverton Rocha

 

O martelo foi batido em Imperatriz: o prefeito Assis Ramos (DEM) decidiu mesmo apoiar a pré-candidatura do senador Weverton Rocha. Ele já estava alinhado ao pré-candidato pedetista, tendo inclusive participado da edição do “Maranhão mais feliz” na cidade tocantina. Havia, no entanto, alguns pequenos entraves dificultando a confirmação. Assis Ramos driblou os obstáculos e consolidou sua aliança com o senador pedetista, estando, inclusive, disposto a participar ativamente da campanha. Vale anotar que o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB), atual presidente da Gasmar é linha de frente do projeto de candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB).

São Luís, 09 de Janeiro de 2022.

Governo age contra enchentes e Brandão comanda ações em municípios mais afetados

 

No comando das ações do Governo Carlos Brandão e a prefeita Domingas Cabral conhece a destruição em bairro de Mirador e conversa com morador  afetado pela enchente

Os estragos causados pelas chuvas em Mirador, com a cheia do rio Itapecuru; em Colinas, igualmente atingida pelo Itapecuru e também pelo rio Alpercatas; em Grajaú, pela cheia do rio Grajaú, e em Imperatriz, onde o rio Tocantins subiu além do previsto, levaram o governador Flávio Dino (PSB) a mobilizar seu staf, no início da semana, e colocar o Governo em ação para prestar toda a assistência possível aos desabrigados e apoiar as quatro prefeituras no enfrentamento dos problemas surgidos. Em isolamento por causa da Covid-19, o governador acionou o vice-governador Carlos Brandão, que estava fora do estado e retornou na quinta-feira, quando tomou conhecimento de todas as medidas já definidas, fez alguns ajustes na programação e passou o dia numa maratona de visitas Mirador, Colinas e Grajaú. Hoje, ele inspecionará a situação em que se encontram as áreas ribeirinhas de Imperatriz, onde há grande número de desabrigados pelas águas do Tocantins.

Carlos Brandão esteve nas áreas mais afetadas dos três municípios e conversou com desabrigados e distribuiu cestas básicas. Ele se reuniu com a prefeita de Mirador, Domingas Cabral (Republicanos), e de Colinas, Valmira Miranda (Republicanos), com quem acertou uma série de providências além das já em andamento. Em Grajaú, onde se encontrou com o prefeito Mercial Arruda (MDB), cumprindo agenda de assistência aos desabrigados e definindo providências a serem tomadas. O vice-governador foi acompanhado pelos secretários Carlos Lula (Saúde), Clayton Noleto (Infraestrutura) e Diego Galdino (Meio Ambiente). O Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil e a Força Estadual de Saúde foram mobilizados para entrar em ação.

 

Mesmo isolado, o governador Flávio Dino não perdeu tempo diante da situação nos quatro municípios. Já na terça-feira (4), despachou o secretário das Cidades, deputado federal licenciado Márcio Jerry (PCdoB), que coordenou as primeiras ações governamentais na terça-feira (4), em Mirador e Colinas, onde os bombeiros entraram em ação, sob a orientação do coronel-comandante Célio Araújo. Márcio Jerry tomou as medidas iniciais, de modo que, quando chegou ontem a Mirador, o vice-governador Carlos Brandão encontrou o trabalho em andamento, tendo sua presença reforçado a garantia de que o Governo fará tudo o que estiver ao seu alcance para minimizar o que as águas destruíram naquelas cidades.

Os problemas sociais – desabrigo de um grande número de famílias, que precisam de abrigo, assistência de saúde e alimentação – e estruturais – destruição de moradias e problemas graves de saneamento básico, como falta de água potável, por exemplo – levaram algumas lideranças políticas a se manifestar. Isolado por haver testado positivo para Covic-19, o senador Weverton Rocha (PDT), por exemplo, acionou seus aliados para ajudarem na assistência aos desabrigados e aos prefeitos. O ex-prefeito de São Luís, Edvaldo Holanda Jr. (PSD) também pediu uma mobilização pelos municípios atingidos. E como o vice-governador, o senador e o ex-prefeito estão na corrida pelo Governo do Estado, houve quem aproveitasse o momento para politizar a situação causada pelas enchentes.

Aliados do senador Weverton Rocha ensaiaram críticas ao vice-governador Carlos Brandão, tentando acusá-lo de “estar de férias enquanto a população sofre com as enchentes”. Não colou. Primeiro porque, quando o vice se afastou por uns dias, o governador Flávio Dino estava no comando pleno do Estado e não havia a previsão de que a situação chegasse ao ponto em que chegou. Tão logo tomou conhecimento do sufoco em Mirador, Colinas, Grajaú e Imperatriz, se colocou à disposição e foi convocado pelo governador Flávio Dino para assumir o comando da situação, o que aconteceu na quinta-feira, permitindo que ontem ele desembarcasse na região. Os críticos silenciarem. Pelo simples fato de que o vice que sempre agiu em total sintonia com o governador Flávio Dino, sem ultrapassar um centímetro as suas prerrogativas.

Além de Mirador, Colinas, Grajaú e Imperatriz, a equipe coordenada pelo vice-governador Carlos Brandão está monitorando a situação em Trizidela do Vale, Pedreiras, Itapecuru Mirim, Santa Rita, Pirapemas e Cantanhede, Barra do Corda, Jatobá e Paraibano. E com a preocupação de que, segundo a meteorologia, as chuvas continuarão intensa nessas regiões.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Braide fecha a primeira semana de 22 comemorando resultados de 21

Com o astral nas alturas, Eduardo Braide recebeu ontem a terceira do da vacina contra a Covid-19

Normalmente sóbrio, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (Podemos), fechou a primeira semana do novo ano com um sorriso escancarado de ponta a ponta. Motivo: entre os prefeitos de capitais nordestinas, ele foi apontado como o mais eficiente em matéria de cumprimento de promessas de campanha. Levantamento feito pelo portal G1 de notícias encontrou a seguinte informação: o prefeito de São Luís já teria cumprido nada menos que 20,89% dos compromissos assumidos durante a campanha eleitoral. E mais: o levantamento revelou que, incluindo as promessas cuja execução está em andamento, a eficácia da sua gestão alcança vistosos 35%. Esses percentuais confirmam a impressão geral de que não houve hiato entre as duas administrações. E que desde o primeiro dia de gestão o prefeito passou aos ludovicenses a segurança de que a cidade tinha uma nova gestão, caracterizada por pouca conversa e muito trabalho. A gestão da pandemia do novo coronavírus foi reveladora. Pouco afeito a explosões, o prefeito não se conteve e, depois de agradecer a Deus, reagiu assim: “Isso é só o começo, São Luís! ”

 

Não vacinada, Mical Damasceno pode ser barrada na Assembleia Legislativa

 Mical Damasceno não se vacinou

A deputada estadual Mical Damasceno (PTB), encontra-se no que se pode definir como uma “sinuca de bico”, aquele em que o jogador não tem como alcançar a bola da vez. Explica-se: “terrivelmente evangélica”, daquelas que trilham pelo viés negacionista pregado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), a petebista não é vacinada e poderá entrar para a história como a primeira deputada a ser barrada no acesso ao parlamento para o exercício do mandato. O risco de ser barrada está na Resolução Administrativa nº 076/2022 editada quinta-feira (6) pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, sob a presidência do deputado Othelino Neto (PCdoB), que tornou obrigatório o uso de máscara e proibiu o acesso de não vacinados às dependências do Palácio Manoel Beckman. A Mesa Diretora aposta no bom senso da deputada Mical Damasceno, esperando que ela compreenda a situação, saia da bolha negacionista e exerça a cidadania plena recebendo a vacina, pelo seu bem e pelo bem de todos.

São Luís, 08 de Janeiro de 2022.