Arquivos mensais: janeiro 2022

Bancada federal está dividida no apoio a pré-candidatos a governador

 

Carlos Brandão conta com Bira do Pindaré, Marcio Jerry, Rubens Jr., Zé Carlos e deve contar com João Marcelo e Hildo Rocha; Weverton Rocha tem o apoio de Cleber Verde, Juscelino Filho, Pedro Lucas, Gil Cutrim e André Fufuca; Josimar de Maranhãozinho lidera Júnior Lourenço, Marreca Filho e Pastor Gildenemir ; Edivaldo Jr. conta com Edilázio Jr.; e Aluízio Mendes e Josivaldo JP ainda não se posicionaram sobre a corrida sucessória

Eles não são tão próximos do eleitorado como os deputados estaduais e os vereadores, mas por conta da sua capacidade de canalizar recursos para municípios na forma de emendas parlamentares e pelo poder de se posicionar na votação de medidas cruciais para o País, os deputados federais podem alimentar bom trânsito com prefeitos, o que lhes dá um considerável grau de influência nas decisões eleitorais, em especial na disputa pelo Governo do Estado. Na corrida sucessória em curso no Maranhão, a bancada federal, composta de 18 deputados, está fortemente fracionada. Em princípio, seis estão alinhados ao vice-governador Carlos Brandão (PSDB), cinco apoiam o senador Weverton Rocha, três seguem a orientação do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) – formando com ele um grupo de quatro -, um representa a base do ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PSD) e dois ainda não se posicionaram em relação à corrida sucessória estadual.

Dos seis alinhados ao projeto de candidatura de Carlos Brandão, quatro já declararam apoio publicamente e adotaram o discurso da pré-campanha, enquanto dois já tomaram a decisão de apoiá-lo, estando aguardando o momento adequado para declarar formalmente sua posição. Os alinhados são: Bira do Pindaré, que preside o PSB e declarou apoio ao vice-governador desde a primeira hora, trabalhando agora com a possibilidade de tê-lo no partido; Márcio Jerry, que comanda o PCdoB no Maranhão, é também apoiador de Carlos Brandão desde o primeiro momento da pré-campanha, já tendo inclusive mobilizado o partido para se posicionar, o que aconteceu e, Novembro do ano passado;  Rubens Jr. (PCdoB) seguiu a orientação do partido; e Zé Carlos Araújo (PT) se declarou apoiador da pré-candidatura do vice-governador, estando inclusive  entre os cotados para ser o seu vice. Os que caminham na sua direção são João Marcelo e Hildo Rocha, ambos do MDB.

Os cinco que apoiam o senador Weverton Rocha são os seguintes: Cléber Verde, que preside o Republicanos no Maranhão e foi um dos primeiros a aliar-se ao pedetista; Gil Cutrim (Republicanos), que segue Weverton Rocha desde quando pertencia ao PDT, de onde saiu por não se ajustar à linha do partido;  Juscelino Filho (DEM) e Pedro Lucas Fernandes (PSL), que formarão abancada maranhense do União Brasil, estão alinhados ao senador desde o primeiro momento; e André Fufuca, atual presidente nacional do Progressistas, que declarou apoio ao pré-candidato do PDT com a ressalva de que poderia rever sua posição ao longo da caminhada para as convenções.

O grupo liderado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que preside o PL maranhense, é formado pelos deputados Júnior Lourenço (PL) e Marreca Filho, que preside o Patriotas no Maranhão, que tem o controle efetivo do chefe do PL; e pelo Pastor Gildenemir, que é do PL, segue o comando de Josimar de Maranhãozinho, mas cumpre mesmo são as orientações Palácio do Planalto. Em princípio, esse grupo está alinhado ao projeto de candidatura de Josimar de Maranhãozinho ao Palácio dos Leões. Mas não está descartada a possibilidade de eles virem a apoiar outro candidato, caso o chefe mude seus planos e resolva continuar na corrida proporcional.

Presidente do PSD no Maranhão, o deputado federal Edilázio Jr. é o grande responsável pelo ingresso do ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. no partido e, mais do que isso, é o grande avalista da sua candidatura ao Governo do Estado. Por seu turno, o deputado Aluísio Mendes (PSC) não está, em princípio, atrelado a nenhum pré-candidato a governador e não emitiu até aqui nenhum sinal sugerindo uma tendência. O mesmo acontece com o deputado federal Josivaldo JP (Podemos), que ainda não manifestou preferência por nenhum dos pré-candidatos assumidos.

É esse, sem tirar nem pôr, o cenário do momento. Mas nos bastidores, e até mesmo fora deles, oito entre dez políticos dizem que esse desenho pode sofrer fortes alterações.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Othelino Neto endurece medidas contra Covid-19 e Influenza no acesso à Assembleia

Othelino Neto, tendo ao lado aberto Costa (MDB), endureceu as medidas contra Covid-19 e Influenza para acesso à Assembleia Legislativa

O aumento do número de casos de Covid-19 no Maranhão, seguindo uma tendência mundial, causada pela variante Ômicron, e também o alastramento do vírus da gripe influenza levou a Assembleia Legislativa a endurecer as medidas de prevenção à doença nas dependências do Palácio Manoel Beckman. O uso de máscara e a apresentação do comprovante de vacinação, com o ciclo das duas doses concluídos, serão obrigatórios para se ter acesso às instalações do parlamento. O endurecimento está disciplinado na Resolução Administrativa nº 076/2022.

De acordo com o blog do jornalista John Cutrim, que divulgou a resolução em primeira mão, o presidente Othelino Neto justificou a medida: “Alguns servidores estão com Influenza e Covid. E como estamos no período de recesso, eu suspendi o expediente normal e fiz um escalonamento para que a gente possa se planejar melhor para a volta. Vamos fazer umas testagens de funcionários nesta sexta-feira e quando voltar as atividades nossa ideia é liberar o acesso das pessoas à Assembleia, mas vamos exigir a apresentação do comprovante oficial da vacinação seja do ConecteSUS ou da carteirinha impressa”.

O teor da Resolução Administrativa nº 076/2022 é o que se segue:

A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, no uso das atribuições legais que lhe são conferidas pelo Regimento Interno, e; Considerando, a disseminação de uma nova variante do Coronavírus causador da Covid-19 e uma nova cepa de Influenza (H3N2) bem como outras síndromes gripais no estado do Maranhão; Considerando, o estado de calamidade estabelecido pelo Poder Executivo através do Decreto nº 37.360 de 3 de janeiro de 2022; e Considerando, que a Mesa Diretora é o órgão de direção dos trabalhos legislativos e dos serviços administrativos da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão consoante os arts. 11 e 12 do Regimento Interno.

Resolve:
Art. 1º. Esta Resolução Administrativa tem como objetivo estabelecer as normas administrativas e sanitárias para prevenção e combate à Covid-19 e as síndromes gripais no âmbito do Poder Legislativo.

Art. 2º. Durante o período de 10 a 31 de janeiro do corrente ano os serviços e atividades presenciais na Assembleia Legislativa serão realizados na forma de revezamento de servidores conforme a necessidade de cada setor, obedecendo as normas estabelecidas nesta Resolução Administrativa. §1º – É atribuição dos chefes imediatos dos setores preparar a tabela de revezamentos dos seus servidores, semanalmente, e enviá-la ao Recursos Humanos e ao Gabinete Militar. § 2º Conforme a tabela de revezamento, os trabalhos, exercerão suas atividades regulares na forma de home-office; § 3º Os servidores em atividade não presencial, na modalidade home office, deverão permanecer acessíveis, produtivos e à disposição para eventual convocação, dentro do horário normal de expediente, sob pena de responderem a processo administrativo disciplinar.

Art. 3º O acesso às dependências da ALEMA fica restrito aos deputados, servidores, estagiários e terceirizados. §1º. O acesso ao prédio será restrito àqueles servidores escalados no respectivo dia de trabalho. § 2º. Fica vedada a circulação de visitantes, colaboradores não autorizados e familiares dos servidores.

Art. 4º. O uso das máscaras faciais de proteção, sejam descartáveis, caseiras ou reutilizáveis, é obrigatório para todas as pessoas dentro das instalações da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, bem como o protocolo de etiqueta respiratória, e deverá ser disponibilizado álcool gel 70% nos corredores ou outros locais de grande circulação de pessoas para higienização das mãos.

Art. 5º. É obrigatória a apresentação do comprovante de vacinação, com o ciclo das duas doses concluídos, para ingresso as instalações da Assembleia Legislativa.

Art.6º. Os servidores, colaboradores e prestadores de serviço (sintomáticos ou assintomáticos) que estiverem com suspeita ou que forem diagnosticados com infecção por Covid-19 ou outras síndromes gripais, deverão comunicar, obrigatoriamente ao seu chefe imediato. Parágrafo Único – O chefe imediato que receber comunicação de servidor com sintomas ou comprovação de Covid-19 ou outras síndromes gripais deverá informar o fato a Diretoria de Saúde e Medicina Ocupacional para as providências cabíveis.

Art. 7º. A Diretoria de Saúde e Medicina Ocupacional (DSMO) permanecerá provisoriamente com seu atendimento habitual suspenso, atuando de forma restrita, limitando-se ao monitoramento e as ações necessárias para prevenção de contágio pelo Coronavírus – Covid-19 e síndromes gripais, e prestando serviços apenas em situações emergenciais e requisições das Diretorias, dentro do limite de sua capacidade operacional correspondente as escalas de serviço diárias.
Parágrafo Único – A Diretoria de Saúde e Medicina Ocupacional disponibilizará um canal para atendimento remoto para o servidor com suspeita ou diagnosticado com Covid-19 ou outras síndromes gripais.

Art. 8º A Diretoria Geral poderá expedir normas complementares a esta Resolução quanto ao acesso às instalações da Assembleia Legislativa, quanto a segurança e controle sanitário, bem como nos casos omissos.

Art. 9º Revogam-se as disposições em contrário.

Art. 10 Esta Resolução Administrativa entra em vigor na data da sua publicação.

Plenário Nagib Haickel, São Luís, 07 de Janeiro de 2022.

Othelino Neto (Presidente), Andreia Rezende (1ª Secretária) e Cleide Coutinho (2ª Segunda Secretária)

São Luís, 07 de Janeiro de 2022.

Nomes para vice ganham espaço nos bastidores da aliança governista

 

Othelino Neto, Felipe Camarão e Zé Carlos Araújo são cotados para companheiro de chapa de Carlos Brandão

Uma situação tem chamado a atenção na seara onde vai se desenrolando a corrida ao Palácio dos Leões: a profusão de nomes sugeridos para a vaga de candidato a vice na chapa a ser encabeçada pelo vice-governador Carlos Brandão (PSDB), enquanto não há sequer especulações sobre os possíveis companheiros de chapa dos demais pré-candidatos, incluindo o senador Weverton Rocha (PDT), que lidera as pesquisas de intenção de voto no entre os pré-candidatos governistas. Para vice de Carlos Brandão já foram apontados o deputado Othelino Neto (PCdoB), presidente da Assembleia Legislativa e aliado linha de frente do pré-candidato do PDT; o secretário Felipe Camarão (PT), pré-candidato à Câmara Federal; e o deputado federal Zé Carlos Araújo (PT). Na aliança governista esse tema só entrará em pauta a partir do dia 31 de Janeiro, quando a candidatura ou as candidaturas do grupo ganharão força.

Enquanto não há definição, os nomes sugeridos para vice do pré-candidato Carlos Brandão vão ganhando espaço nos bastidores da corrida sucessória e fora deles. Isso porque, como já foi registrado inúmeras vezes, mas é sempre válido repetir, o companheiro de chapa do virtual candidato do PSDB terá uma condição diferenciada da dos demais. Explicação: Carlos Brandão disputará o Governo na condição de governador e candidato à reeleição. Isso quer dizer que, se ele for eleito, é quase certo que seu vice se tornará governador efetivo em abril de 2026, podendo, se quiser, ser candidato a governador em busca da reeleição. Vale lembrar ainda que, se reeleito, Carlos Brandão dificilmente permanecerá Governo até o fim, devendo renunciar em abril de 2026 para disputar vaga no Senado ou na Câmara Federal, a começar pelo fato de que não existe mais aposentadoria para ex-governador.

Os demais pré-candidatos visam eleger-se com direito a concorrer à reeleição em 2026, com perspectiva, portanto, de permanecer no comando do Estado até 2030.

Nesse contexto, na hipótese de um acordo em torno do atual vice-governador, que se tornará titular no dia 31 de Março, data em que o governador Flávio Dino renunciará para se tornar candidato ao Senado, o nome mais forte é mesmo o do deputado Othelino Neto. Ele pode ser candidato pelo PCdoB ou migrar para o PDT, para se tornar indicação desse partido para ser o companheiro de chapa de Carlos Brandão. Na hipótese de um acordo em favor do senador Weverton Rocha, Othelino Neto poderá ser indicado para a vaga de vice pelo PCdoB. O fato é que, pela estatura política que construiu com habilidade, o presidente da Assembleia Legislativa, que já foi sugerido pelo presidente do PCdoB, Márcio Jerry, tendo recusado sem dizer um “não” enfático, está no topo da lista para a vaga de vice de Carlos Brandão ou de Weverton Rocha.

O secretário Felipe Camarão figura em todas as listas de candidatáveis a vice-governador. Nome lembrado para entrar na briga por mandato eletivo desde que começou a ganhar prestígio como gestor responsável por uma guinada radical e bem-sucedida no sistema educacional do Maranhão, ocupou espaço importante no cenário da corrida sucessório. Primeiro se filiou ao PT aspirando vaga na Câmara Federal, deu uma guinada arrojada lançando-se pré-candidato a governador – tendo o aval de uma corrente mais independente do PT -, reavaliou suas chances e retornou à condição inicial de aspirante a deputado federal. Sua intensa movimentação acabou por credenciá-lo para a vaga de vice.

O deputado federal Zé Carlos Araújo vinha sendo lembrado muito discretamente, mas seu nome ganhou força nas últimas semanas do ano passado como uma opção do PT numa eventual aliança em torno de Carlos Brandão. Parlamentar sério, reconhecido pelas posições firmes e eficiência no exercício do mandato, o petista já sinalizou que está à disposição do partido.

É claro que outros nomes estão articulando e deverão emergir em pouco tempo no tabuleiro da corrida aos Leões. Terão de considerar o peso dos três já considerados.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Com Covid-19, Weverton Rocha está isolado, mas trabalhando remotamente

Weverton Rocha: isolado 

Assim como acontece com o governador Flávio Dino, que administra sintomas leves causados pela Covid-19, permanecendo em atividade durante a quarentena, o senador Weverton Rocha também permanecerá ativo, trabalhando remotamente. Vacinado com duas doses, o senador vinha mantendo uma rotina de se submeter a teste a cada período de dez dias, e foi num desses exames de rotina que identificou a infecção. A condição de infectado obrigou Weverton Rocha a suspender sua intensa agenda de compromissos, que nesta semana estava voltada para o auxílio às vítimas das enchentes, principalmente as famílias desabrigadas. No campo político, o pré-candidato pedetista vai intensificar seus contatos e articulações também remotamente, já que a corrida sucessória na aliança governista caminha para uma definição, que deve ocorrer em 31 de Janeiro, daqui a três semanas, portanto.

 

Roberto Rocha prepara anúncio sobre partido e projeto eleitoral

Roberto Rocha: anúncio

Não é oficial: o senador Roberto Rocha estaria preparando o anúncio de sua migração partidária para até o final do mês. De acordo com a fonte da Coluna, o senador deve mesmo assinar ficha de filiação no PL, seguindo o presidente Jair Bolsonaro. O senador deve assumir o controle do partido em São Luís, sem interferir âmbito estadual, onde é controlado com mão de ferro pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho. A mesma fonte disse acreditar que, juntamente com o anúncio de sua nova condição partidária, o senador Roberto Rocha poderá anunciar também o seu projeto eleitoral, podendo se candidatar ao Governo do Estado ou à reeleição. Roberto Rocha teria descartado irreversivelmente uma eventual candidatura à Câmara Federal, para onde projeta a ida do filho, o engenheiro civil e ex-vereador de São Luís Roberto Rocha Jr.. Em Tempo: a fonte preferiu não se identificar.

São Luís, 06 de Janeiro de 2022.

Dino manda recado defendendo aliança partidária e diálogo com “concessões recíprocas” sobre sucessão

 

Flávio Dino acredita num entendimento entre Carlos Brandão e Weverton Rocha sobre a sucessão estadual

“A História ensina: quando partidos progressistas se unem, o Brasil avança e a vida do povo melhora. Por isso, defendo que o nosso PSB caminhe junto com o PT, PCdoB e outros partidos aliados, o que depende de perseverança, diálogo e concessões recíprocas”. Elaborado como uma reflexão política, o recado foi mandado ontem pelo governador Flávio Dino (PSB) às lideranças do seu grupo partidários, aí incluídos os pré-candidatos ao Palácio dos Leões, o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), o senador Weverton Rocha (PDT), e o secretário Simplício Araújo (SD). Com o lembrete, o governador deu uma mostra solar de que mantém de pé o propósito de manter a aliança partidária governista unida em torno de um candidato à sua sucessão. E no momento em que o vice-governador e o senador intensificam suas ações no sentido de consolidar os seus projetos de candidatura visando a decisão do final do mês.

Com seu recado, disparado via twitter no bojo de mensagens sobre como está enfrentando a Covid-19, o governador disparou contra dois alvos. O primeiro são os riscos de fragilização da aliança partidária governista por causa tensões causadas pelo embate entre os dois pré-candidatos. O outro é o risco de que esse embate produza o rompimento de relações partidárias hoje bem costuradas no campo progressista – daí seu apelo no sentido de que, independentemente de qualquer situação, PSB, PT e PCdoB e outros partidos desse campo se mantenham alinhados para vencer as eleições e assegurar a continuidade de políticas com foco social.

Em relação à corrida sucessória no seu campo político, o governador sinaliza mais uma vez que sua é esgotar todas as possibilidades de diálogo, “com concessões recíprocas”. Isso quer dizer que ele torce pela abertura de um canal de comunicação direta entre Weverton Rocha e Carlos Brandão. Ele os conhece muito bem e sabe que as diferentes visões e interesses políticos que os separam não são obstáculos suficientes para impedir um diálogo que, pela via das “concessões recíprocas”. O desarme sugerido pelo governador se explica pelo fato de que os dois pré-candidatos estão em condições de sustentar seus projetos e alimentar uma guerra dentro do grupo.

O vice-governador Carlos Brandão mantém sua pré-candidatura baseado no argumento segundo o qual é vice há sete anos, conhece a máquina e todas as ações do atual Governo, sabe o que fazer e será o governador com chance de ser reeleito para um só mandato, abrindo a estrada sucessória a quem interessar possa em 2026, contando para isso com o aval do governador Flávio Dino. Já conta com PSB, PCdoB, PSDB, Cidadania e PROS, sete deputados federais e 23 deputados estaduais e um número indefinido de prefeitos. O senador Weverton Rocha, por seu turno, está em campanha iniciando o quarto ano de um mandato senatorial de oito anos, fundamenta sua pré-candidatura com o argumento de que está preparado para um governo que vá além de onde chegou o atual, e estando também melhor situado nas pesquisas feitas até aqui. Para isso, conta com um senador, cinco deputados federais, cerca de 15 deputados estaduais e um contingente de pelo menos 60 prefeitos.

No seu recado de ontem, o governador Flávio Dino – mesmo tendo manifestado sua preferência pelo projeto do vice-governador Carlos Brandão, mas sem colocar em dúvida as qualidades do senador Weverton Rocha – produziu mais uma evidência de que, em que pesem as diferenças, acredita haver espaço e motivo de sobra para uma ampla negociação política madura e desarmada entre os dois pré-candidatos. E que resulte num grande acordo que mantenha sem ranhuras a aliança partidária que construiu em 2014 e manteve até agora.

De fato, até o final de Janeiro haverá espaço e tempo necessários para um entendimento ou para o racha que levará os dois a se enfrentar nas urnas.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Roseana e José Sarney mantêm silêncio sobre pré-candidatura de Simone Tebet ao Planalto

José Sarney e Roseana Sarney:  silêncio sobre Simone Tebet

Continua repercutindo nos bastidores da corrida ao Palácio do Planalto a distância e o silêncio que o ex-presidente José Sarney e a ex-governadora Roseana Sarney mantêm em relação à pré-candidatura da senadora mato-grossense Simone Tebet à presidência da República pelo MDB. Simone Tebet foi lançada oficialmente pré-candidata no início de dezembro, tendo o ato obtido expressiva repercussão no cenário político, inclusive por causa da ausência de vários caciques do MDB, como o senador alagoano Renan Calheiros e os Sarney, todos integrantes da Executiva nacional, sendo que José Sarney é o presidente de honra do partido.

Correm diferentes versões para o fato do ex-presidente e da ex-governadora adotarem a ostensiva atitude de ignorar a pré-candidatura de Simone Tebet, sendo a mais plausível a relação que ambos mantêm ainda com o presidente Lula da Silva, apesar de terem rompido com a presidente Dilma Rousseff (PT) e se engajado no movimento a favor do seu impeachment. Por iniciativa de Lula da Silva, os dois ex-presidentes e a ex-governadora se reaproximaram no ano passado, sem que a ferida do impeachment tenha sido fechada em alguns segmentos do PT.

O reatamento garantiu que Roseana Sarney e José Sarney apoiarão a candidatura do ex-presidente ao Planalto. E com um dado especial no Maranhão: o MDB pode pender para onde o ex-presidente Lula da Silva se inclinar na corrida ao Palácio dos Leões.

Vale aguardar.

 

Dino destaca Márcio Jerry para coordenar ações contra enchentes

Márcio Jerry na coordenação das ações dos bombeiros

O secretário de Cidades e Desenvolvimento Urbano, Márcio Jerry, coordenou ontem uma grande operação do Corpo de Bombeiros de auxílio a famílias atingidas por enchentes causadas pelas fortes chuvas que caíram em diferentes regiões do Maranhão. As equipes orientadas pelo comandante da guarnição, coronel/PM Célio Roberto de Araújo, atuaram na retirada de pessoas de pares de risco, distribuíram medicamentos e alimentos e monitoraram o nível dos principais rios do estado. Um dos centros da operação foi Mirador, onde a cheia do rio Itapecuru causou alagamento em vários pontos da cidade.

Márcio Jerry assumiu a coordenação a operação atendendo a uma determinação do governador Flávio Dino, que mesmo enfrentando Covid-19, acompanhou as medidas tomadas, tendo sido informado de cada ação.

Além de Mirador, os bombeiros atuaram em Imperatriz, onde o nível do rio Tocantins subiu nove metros, desabrigando mais de 100 famílias, que receberam assistência e alimentos. O Sistema Integrado de Informações sobre Desastres monitora a situação em Barra do Corda, Jatobá e Grajaú, que declararam situação de emergência, e em Itapecuru-Mirim, Coroatá, Pirapemas, Cantanhede, Santa Rita e Rosário, que se encontram sob estado de alertas por causa do rio Itapecuru. Os municípios de Trizidela do Vale e Pedreiras também se encontram no campo de observação dos bombeiros por ponta da elevação do nível do rio Mearim.

São Luís, 05 de Janeiro de 2022.

PT: novo presidente assume pregando unidade para um partido radicalmente dividido

 

Francimar Melo assume com o desafio de unificar o PT

Em meio à agitação que já toma conta do meio político por causa das eleições gerais de Outubro, o braço maranhense do PT está desde ontem sob nova direção. No seu discurso de posse, o novo presidente, Francimar Melo, pregou a unidade do partido, apostando que essa agregação poderá ocorrer em torno de um projeto, que ele não definiu. O mote da fala do novo chefe do PT no Maranhão visou, em primeiro lugar, desfazer o mal-estar que vem há semanas dominando o partido. Motivo: por força de um acordo firmado há dois anos, quando da eleição do comando estadual do PT, o candidato mais votado, Augusto Lobato, que vinha dirigindo a legenda, foi obrigado a interromper seu mandato e passar o bastão presidencial para Francimar Melo, o terceiro colocado naquela disputa e que se tornara seu vice por força do tal acerto. Augusto Lobato protestou afirmando que pelo acordo permaneceria na presidência até Março, mas a Executiva nacional bateu martelo e determinou que Francimar Melo seria empossado no início de Janeiro. A ordem da Executiva nacional foi cumprida ontem, num ato sem a presença de boa parte das lideranças destacadas do partido, e no qual o presidente virou vice e o vice virou presidente.

O novo comando assume no momento em que o PT tem decisões fundamentais a serem tomadas visando sua participação nas eleições. Em relação à eleição presidencial, o PT maranhense está desafiado a criar as condições para a consolidação da candidatura do ex-presidente Lula da Silva no estado. No âmbito estadual, o partido tem de buscar um caminho com as seguintes opções: lançar candidato a governador e a senador ou participar de uma aliança com o PDT em torno do projeto de candidatura do senador Weverton Rocha, indicando o vice, ou com o PSDB – podendo vir a ser também o PSB – em torno da candidatura do vice-governador Carlos Brandão, também indicando o vice, e apoiar a candidatura do governador Flávio Dino ao Senado, independentemente do candidato a governador que vier a apoiar. E o desafio maior: evitar problemas que dificultem o envolvimento do ex-presidente Lula da Silva nessa equação.

O problema é que o PT do Maranhão é um partido dividido em três correntes que alimentam enormes dificuldades para conviver. Uma liderada por Augusto Lobato, que reúne setores mais pragmáticos do petismo, como o deputado federal Zé Carlos Araújo, mais identificada com Lula da Silva e que está apoiando a pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão; outra, representada por Francimar Melo, o novo presidente, fortemente ligada ao ex-vereador de São Luís Honorato Fernandes, que já declarou apoio à pré-candidatura do senador Weverton Rocha; e a terceira, também formada por petistas de raiz, como o professor Francisco Gonçalves e Márcio Jardim, que apoiaram o lançamento da pré-candidatura do secretário Felipe Camarão, que não vingou.

Mesmo dividido, às vezes com inclinações autofágicas, o PT maranhense, como em todo o País, tem dois trunfos para essas eleições. O primeiro é a candidatura do ex-presidente Lula da Silva, que tem força para mobilizar o partido e atrair o apoio de aliados à esquerda e ao centro. E o segundo é o tempo de TV e de rádio que dispõe para turbinar a campanha de qualquer aliança. Os dois fatores tornam o PT o aliado dos sonhos de todos os partidos.

No caso maranhense, porém, a divisão interna é tão forte que pode resultar em prejuízo para o próprio partido, ainda que Lula da Silva vença no estado com vantagem larga. A ausência de várias personalidades do PT no ato de posse sinalizou com clareza que a unidade pregada pelo novo presidente é um objetivo difícil de ser alcançado no Maranhão. Resta saber se o presidente Francimar Melo  autoridade e liderança suficientes para que seu apelo por unidade tenha resposta efetiva do partido.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Coronavírus alcança Dino, mas o encontra devidamente imunizado

Flávio Dino alcançado pelo coronavírus, mas  imunizado

O governador Flávio Dino (PSB) testou positivo para Covid-19, conforme ele próprio anunciou ontem em suas redes sociais. Tranquilizou o Governo, os aliados e a população maranhense afirmando que está bem, praticamente assintomático. Mas, como manda o bom senso e a responsabilidade de chefe de Estado, comunicou que cumprirá quarentena em casa, de onde trabalhará de modo remoto. O governador está devidamente vacinado, e ter sido contagiado pelo coronavírus é fato que deve ser levado em conta por todos os maranhenses, notadamente os que teimam em esnobar a pandemia e praticar o negacionismo.

O governador enfrenta o novo coronavírus na condição de um dos chefes de Estado que mais se empenharam na luta contra a Covid-19. Logo nos primeiros momentos da pandemia, em fevereiro de 2020, sua atuação intensa e bem articulada, com decisões acertadas e arrojadas – como a histórica compra de respiradores na China e trazidos para o Brasil numa operação cinematográfica – foi decisiva para que o Maranhão chagasse aqui como estado que proporcionalmente perdeu menos vidas para o novo coronavírus.

Felizmente o novo coronavírus o alcançou já imunizado, o que garante que, caso se manifestem, os sintomas serão leves, de modo que logo, logo, o governador esteja liberado para retomar a maratona de despachos, audiências, viagens ao interior, inaugurações, e às intensas articulações políticas.

 

Braide acompanha com atenção os movimentos de Moro

Eduardo Braide acompanha movimentos de Sérgio Moro

A resposta do ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) a informação publicada no UOL e segundo a qual forças que o apoiam estariam pressionando-o para obter um mandato, “seja ele qual for”, para garantir foro privilegiado na hipótese de constatação de conflito de interesse no seu contrato com a consultoria norte-americana Alvarez  & Marsal venha a prosperar, deixou seus apoiadores em estado de alerta. Sérgio Moro descartou uma eventual candidatura ao Senado e reafirmou sua pré-candidatura a presidente da República.

A resposta de Sérgio Moro deve ter ecoado no Palácio de la Ravardière, onde o prefeito Eduardo Braide, que comanda o Podemos no Maranhão, acompanha atentamente os movimentos do ex-ministro da Justiça. Dali, o prefeito de São Luís analisa o cenário da corrida ao Palácio do Planalto, aguardando o momento de firmar e anunciar sua posição anunciar como, não sendo candidato, atuará na campanha eleitoral.

Até agora, Eduardo Braide manteve silêncio coerente e cuidadoso a respeito de quem apoiará na guerra pelo voto para governador e para presidente. Como é quase certo de que seu partido não terá candidato ao Palácio dos Leões, a expectativa é a de que ele se posicione pela candidatura do senador Weverton Rocha (PDT), que o apoiou contra o deputado Duarte Jr. no segundo turno da disputa em São Luís. No caso da corrida presidencial, Eduardo Braide apoiará naturalmente Sérgio Moro, caso ele se consolide como candidato do Podemos, o que para muitos parece ser favas contadas.

Eduardo Braide, porém, é um político pragmático, que dificilmente dá um passo antes da hora. E no caso do projeto presidencial do seu partido, ele se encontra em conferência permanente com o comando do Podemos, para se posicionar publicamente no momento adequado. E quem o conhece não duvida: se Sérgio Moro for candidato a presidente para valer, o prefeito de São Luís será linha de frente na sua campanha no Maranhão.

São Luís, 04 de Janeiro de 2022.

O ano eleitoral começa com Lula dominando totalmente a corrida presidencial no Maranhão

 

Lula da Silva lidera corrida no Maranhão com vantagem larga sobre Jair Bolsonaro, Ciro Gomes, Sérgio Moro, João Doria e Alessandro Vieira

A dez meses das eleições gerais, o que equivale a 270 dias, está praticamente desenhado o cenário para a disputa presidencial no Maranhão. Como em 2002 e 2006, ex-presidente Lula Silva (PT) lidera as intenções de voto com vantagem avassaladora, dobrando com larga sobra sua vantagem sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL), deixando para trás, com vantagem desconcertantes, o ex-governador Ciro Gomes (PDT), o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro (Podemos) e o governador de São Paulo João Doria (PSDB). Pelo trilhar da locomotiva petista até aqui, é difícil projetar um cenário diferente em Outubro, ainda que o presidente estoure os já combalidos cofres públicos auxílios financeiros aos milhões de desvalidos com situação piorada pela pandemia. Nesse ambiente de claro domínio do petista, os demais candidatos presidenciais poderão reduzir suas desvantagens se líderes apoiadores arregaçarem as mangas e saírem a campo na guerra pelo voto.

O presidente Jair Bolsonaro vive uma situação complicada no Maranhão, apesar do seu partido contar com 40 prefeitos. Tem seu próprio cacife garantido pela direita mais conservadora, mas carente de líderes que turbinem sua candidatura à reeleição. O nome mais destacado é o senador Roberto Rocha, que entra no ano eleitoral sem partido e sem revelar a que será candidato. Bolsonaro conta também com o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, seu colega de PL, e que no momento anda mais preocupado com os fortes beliscões da Polícia Federal nos seus calcanhares. E com o prefeito Lahesio Bonfim (PTB), pré-candidato a governador sem muita margem para avançar. Os demais integrantes desse time estarão mais interessados em garantir sua sobrevivência do que no futuro do presidente. Além da fragilidade da sua base de apoio, Jair Bolsonaro já enfrenta no Maranhão uma oposição dura, liderada pelo governador Flávio Dino.

Ciro Gomes vive no Maranhão a curiosa e incômoda situação em que o seu partido, o PDT, que tem 42 prefeitos e o senador Weverton Rocha como forte pré-candidato a governador, mas que não embala esse projeto presidencial e vem trabalhando duro para atrair o apoio do ex-presidente Lula da Silva, exatamente um dos alvos da metralhadora giratória verbal ex-governador do Ceará. Em meio a essa estranha equação política, Ciro Gomes permanece estacionado, aparentemente sem condições de sair da inércia, em parte pelo fato de não ter vozes que propagem seu projeto.

Cristão novo na seara política, Sérgio Moro só tem uma escada para desembarcar no Maranhão: o prestígio do prefeito Eduardo Braide, o único do Podemos no estado e tendo como o segundo nome mais destacado do partido o deputado federal tocantino Josivaldo JP, que além de estar inteiramente dedicado ao seu projeto de reeleição, tem dado mostras de que é bolsonarista roxo e que dificilmente embarcará na canoa do Sérgio Moro. Mergulhado no enfrentamento dos desafios que São Luís lhe impõe a cada dia, o prefeito até agora não sinalizou com clareza sobre como pretende atuar nessa seara. Não é possível ainda medir o peso do prefeito sobre o eleitorado da Capital

Se o tucano João Doria estiver mesmo disposto a encarar o desafio de disputar a presidência e não a reeleição para o Governo der São Paulo, vai encontrar enormes dificuldades no Maranhão. Se não houver uma reviravolta no campo partidário, o vice-governador Carlos Brandão, que busca o apoio do ex-presidente Lula da Silva, terá de mudar seus planos e encontrar uma maneira de conviver com a candidatura do governador de São Paulo. Tudo isso pode mudar radicalmente se Carlos Brandão migrar do PSDB para o PSB, como está previsto, o que lhe dará cacife para brigar pelo apoio de Lula sem problemas.

Outros pré-candidatos dificilmente ocuparão espaço. Se vier a ser lançado pelo PSD, o senador Rodrigo Pacheco poderá contar com o apoio do pré-candidato do PSD ao Governo estadual, Edivaldo Holanda Jr., podendo resultar numa dupla afinada. O senador Alessandro Vieira, que se lançou pelo Cidadania, poderá contar com o apoio da sua colega de partido, senadora Eliziane Gama, que tem no seu histórico apoio ao presidente Lula da Silva.

Esses são cenários possíveis, que poderão ganhar consistência ou ser mudados radicalmente até às vésperas das convenções partidárias, quando o quadro de candidatos será formal e oficialmente definido.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

PT começa o ano com mudança de comando, mal-estar interno e incógnita na sucessão

Francimar Melo assume hoje 

O braço maranhense do PT inicia o ano eleitoral com o que o partido não está precisando neste momento: um forte mal-estar interno por conta do cumprimento forçado de um acordo pelo qual o presidente do partido, Augusto Lobato – o mais votado na eleição realizada há dois anos – terá de abrir mão de metade do seu mandato em favor do Francimar Melo – o terceiro colocado naquele pleito. Uma situação no mínimo esdrúxula, mas possível dentro de um partido tão plural como o PT. O novo presidente assume hoje à tarde.

De cara, está escrito nas estrelas que o novo presidente vai  tentar reverter a posição do seu antecessor de levar a agremiação para a base da candidatura do vice-governador Carlos Brandão (por enquanto no PSDB), já tendo sinalizado que seu propósito é colocar o PT no grupo partidário que dá sustentação à candidatura do senador Weverton Rocha (PDT).

É verdade que os petistas estão divididos, mas é verdade também que, numa avaliação isenta, até aqui o vice-governador leva a melhor entre os líderes do partido. É verdade que eles não  festejam sua condição de tucano, mas também não esquecem que em 2016 Carlos Brandão se manteve firme ao lado do governador Flávio Dino (PSB) dando apoio político à presidente Dilma Rousseff (PT) durante a longa e conturbada crise do impeachment, postura que se repetiu com igual ênfase contra a condenação em prisão do ex-presidente Lula da Silva.

Augusto Lobato e grande parte dos líderes do PT têm essa compreensão, enquanto parte do grupo representado por Francimar Melo não enxerga a coisa por essa ótica, o que levará naturalmente o partido a mais uma daquelas duras medições de forças internas.

Ao final de Janeiro o mundo saberá como o PT se posicionará na sucessão.

 

Transporte: bomba-relógio que preocupa Braide tenciona o País

Transporte coletivo: bomba-relógio na mesa do prefeito Eduardo Braide

O prefeito Eduardo Braide encontra-se na condição de quem tem uma bomba-relógio sobre sua mesa de trabalho: a situação financeira do sistema municipal de transporte coletivo de São Luís.

Reportagem consistente publicada na edição de ontem do jornal Folha de São Paulo mostra que essa crise está pressionando prefeitos de municípios com população acima de 200 mil habitantes, grande parte dos quais precisa dos transportes de massa para se deslocar diariamente. De acordo com o jornal paulistano, juntas, as empresas detentoras de concessão – incluídas as de São Luís – amargam hoje um rombo de R$ 21 bilhões, causado pelas consequências da pandemia, que lhe impôs uma drástica e demorada redução de faturamento, problema que se soma à defasagem no preço das tarifas.

A bomba ludovicense ameaçou estourar em Outubro, quando rodoviários, claramente alinhados aos empresários, cruzaram os braços pedindo aumento de salário, enquanto as empresas cobraram reajuste de tarifa, formando a equação perfeita para a crise. O prefeito Eduardo Braide tomou a arrojada decisão de não autorizar aumento. Mas logo percebeu que São Luís mergulharia no caos, risco que afastou com uma solução provisória: um aumento salarial menor do que o reivindicado pelos rodoviários, nenhum centavo de aumento de tarifa, o que foi garantido por um subsídio que será bancado até fevereiro, com o compromisso de reativar a mesa de negociações em Março.

A reportagem da Folha informa que os prefeitos – incluído o mandatário de São Luís – estão pressionando o Governo Federal para liberar uma ajuda de R$ 5 bilhões para o setor, o que não é suficiente para resolver o monumental abacaxi, mas se for liberado, contribuirá fortemente para bombas-relógios como a que está ativada no gabinete principal do Palácio de la Ravardière seja desativada por um bom tempo.

São Luís, 03 de Janeiro de 2022.