Arquivos mensais: agosto 2021

A caminho do TCE, Marcelo Tavares é aprovado em sabatina na AL e enfrenta hoje o crivo do plenário

 

Marcelo Tavares durante a sabatina na Comissão Especial e, após aprovação, ladeado pelos deputados Yglesio Moyses, Ariston Ribeiro, Roberto Costa, Ricardo Rios, Socorro Waquim, Marco Aurélio, Rafael Leitoa e Carlinhos Florêncio

“Tenho currículo, sou um homem honrado, tenho o nome limpo, posso mostrar essa probidade e muita experiência. Se vocês, deputados, aprovarem meu nome, chegarei ao Tribunal de Contas para exercer tão nobre missão da mesma forma como exerci todas as funções que me foram delegadas”. Com esses atributos, que sustentam as credenciais contidas no seu currículo, onde constam quatro mandatos de deputado estadual, um mandato de presidente da Assembleia Legislativa e vários anos como secretário-chefe da Casa Civil do Governo do Estado, o advogado e atual deputado estadual Marcelo Tavares teve seu nome aprovado ontem para cadeira de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, após passar pelo crivo, via sabatina, de Comissão Especial da Assembleia Legislativa.

A decisão será tomada nesta Terça-Feira pelo plenário do parlamento estadual, que deverá confirmar, por maioria de votos, sua indicação para a vaga a ser aberta com a aposentadoria do conselheiro Nonato Lago, após três décadas no cargo.

A etapa de ontem consumou um projeto concebido e acalantado por Marcelo Tavares desde que saiu das urnas de 2018 eleito para o quarto mandato de deputado estadual. Convocado pelo governador Flávio Dino para retornar à Casa Civil, que já comandava e onde realizou um discreto, mas eficiente, trabalho de articulação nos campos político e institucional. Dali também pavimentou, com habilidade e sem pressa, a estrada que o levou ontem ao Palácio Manoel Beckman como deputado e postulante a uma cadeira na Corte de Contas do Maranhão, que institucionalmente é um órgão auxiliar do Poder Legislativo. E fez essa movimentação lastreado em quatro mandatos de deputado estadual, com eleições em 1994, 1998, 2006, 2010 e 2018.

Político forjado em base familiar, seguindo os passos do pai, Denizard Almeida, que foi duas vezes prefeito de Cajapió, e ascendendo durante o Governo de José Reinaldo Tavares, seu tio. Tendo as portas do mundo político abertas por essa relação, Marcelo Tavares construiu trajetória própria, alcançando o reconhecimento como político sério, preparado, atuante e sem qualquer rasura de natureza ética nos seus mandatos e nas funções executivas que exerceu. Advogado com boa formação e com a experiência de comando no epicentro da administração pública como chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares é detentor de sólido lastro técnico para o exercício da função de conselheiro do TCE. E foi com base nesses traços que a Comissão Especial presidida pelo deputado Ricardo Rios (PDT) e composta por Marco Aurélio (PCdoB), Ariston Ribeiro (Republicanos), Rafael Leitoa (PDT) e Socorro Waquim (MDB), lhe deu sinal verde, avalizados pelos deputados Fábio Braga (SDD), Carlinhos Florêncio (PC do B), Roberto Costa (MDB), Yglesio Moyses (PROS) e Antônio Pereira (DEM).

O plenário da Assembleia Legislativa não terá qualquer dificuldade para ratificar a avaliação da Comissão Especial, uma vez que a postulação do deputado Marcelo Tavares está rigorosamente embasada nas regras da escolha, a começar pelo fato de que ele é deputado estadual e a vaga pertence à Assembleia Legislativa. Depois, sua formação profissional se encaixa perfeitamente na exigência primeira da função, que é o conhecimento das leis que regem a administração pública estadual. Ou seja, o deputado Marcelo Tavares parece talhado para a vaga. Além do mais, o seu trabalho de articulação junto aos seus colegas de parlamento lhe rendeu o aval de 1/3 dos atuais integrantes da Casa, como manda a norma.

Aos 49 anos – completará 50 no dia 20 de Setembro -, Marcelo Tavares, se aprovado hoje pelo plenário, chegará ao TCE como um quadro de excelência e, mais do que isso, compromissado com as regras que norteiam a função de conselheiro. Esse compromisso foi assumido quando ele, durante a sabatina disse que, se chegar ao TCE, trabalhará não apenas olhando papel e inclinado a punir, mas que atuará “com o pleno dever de justiça com o olhar voltado para o cidadão”.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Dino pode nomear titulares da Casa Civil e da Articulação Política de acordo com Brandão

Flávio Dino tem secretarias sem titulares e deve nomeá-los de acordo com Carlos Brandão

Duas pastas fundamentais da estrutura do atual Governo do Estado estão sem titular, a Casa Civil e a Secretaria de Articulação Política.

A Casa Civil, considerada a mais importante por ser o elo entre o governador e os mundos políticos e institucional, é a que exige um comandante construtor de pontes, que seja também um interlocutor experiente, afeito ao diálogo em situações delicada, e um diplomata habilidoso, que possa desmanchar obstáculos, e que desfrute de total confiança do governador. Não foi sem razão que o governador Flávio Dino manteve o deputado Marcelo Tavares no cargo por tanto tempo.

Já a Articulação Política exige do titular da pasta o cumprimento de tarefas como desamar crises na base e fora dela, com habilidade para atrair reforços, organizar a força governista e coordenar preparativos para manter o sobre bases sólidas. O cargo exige um articulador, que também mantenha sintonia com o governador, tanto que até agora só três aliados de Flávio Dino ocuparam o cargo: Márcio Jerry, presidente do PCdoB, deputado federal licenciado e atual secretário das Cidades; o deputado federal Rubens Jr. (PCdoB), quadro de proa do círculo de ferro, e o advogado Rodrigo Lago, que fundou a Secretaria de Transparência e atualmente é secretário de Agricultura Familiar.

É provável que o governador Flávio Dino escolha esses os novos secretários de acordo com o vice-governador Carlos Brandão, que deve assumir o Governo em abril, quando o governador de desincompatibilizará para disputar o Senado.

 

Procurador eleitoral denuncia Lahesio, Weverton e Brandão por campanha antecipada

Lahesio Bonfim, Weverton Rocha e Carlos Brandão denunciados pelo procurador Juraci Guimarães

Aconteceu o que alguns observadores já esperavam: o procurador regional eleitoral, Juraci Guimarães, ingressou no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) com ações contra os pré-candidatos a governador Lahesio Bonfim (PSL), Weverton Rocha (PDT) e Carlos Brandão (PSDB), acusando-os de realizar propaganda eleitoral antecipada, portanto, fora da lei.

O prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, foi denunciado por instalar 30 outdoors em diversos municípios com conteúdo de propaganda política explícita. Para o procurador regional eleitoral, trata-se de “atos de promoção pessoal que extrapolam os limites da mera divulgação das realizações de governo, destacando-se a veiculação massiva de promoção pessoal por meio de outdoors, divulgados nas redes sociais Instagram e Facebook, na qual se apresenta explicitamente como candidato ao Governo do Estado”.

O senador Weverton Rocha, por sua vez, vai responder judicialmente pelos atos de “lançamento de pré-candidatura”, como o de Imperatriz, por exemplo, “com ampla participação popular e que contou com a presença de prefeitos, vice-prefeitos, ex-prefeitos, deputados estaduais e federais, senadores e outras lideranças políticas”.

O vice-governador Carlos Brandão é denunciado pela realização de um comício eleitoral com “evidente caráter de propaganda eleitoral antecipada”, com ampla participação popular e de lideranças políticas, com elevado nível de organização e presença de elementos padronizados de propaganda eleitoral, destacando-se a existência de adesivos, telões e aparelhagem de som.

O procurador Juraci Guimarães justifica a decisão de denunciar os pré-candidatos com o seguinte argumento: “É perfeitamente natural, e a legislação autoriza, as articulações políticas que antecedem o período eleitoral, sendo possível a reunião e encontros políticos eleitorais em ambientes fechados, a exposição como pré-candidato em entrevistas e debates. Contudo, a realização de megaeventos de inusitados lançamentos de pré-campanha, uso massivo de outdoors contendo expressões de caráter eleitoral, com considerável custo financeiro e de grande impacto, demonstram nítida propaganda eleitoral antecipada, que é vedada pela legislação, e ofende a igualdade do pleito além de estimular que outros candidatos realizem práticas ilícitas”.

Os pré-candidatos terão de acionar suas assessorias jurídicas para evitar dores de cabeça que venham a dificultar suas corridas às urnas.

São Luís, 31 de Agosto de 2021.

Declarações de Dino e Weverton sacodem o cenário político e põem a corrida aos Leões em foco

 

Flávio Dino admite três caminhos para seu futuro político imediato, enquanto Weverton Rocha, em intensa pré-campanha, torna seu projeto sucessório irreversível

Na semana que passou a corrida ao Palácio dos Leões foi o tema dominante dentro e fora dos bastidores políticos do Maranhão. O tabuleiro em que se movem as peças que compõem esse jogo pelo poder cujo desfecho acontecerá nas urnas em 2022 foi agitado por duas declarações. A primeira foi feita pelo governador Flávio Dino (PSB), que redesenhou os três caminhos possíveis para o seu futuro político imediato: ser candidato a senador, ser candidato a vice-presidente da República na chapa do ex-presidente Lula da Silva (PT), e permanecer no comando do Governo até o fim do mandato. A outra partiu do senador Weverton Rocha (PDT) afirmando, em diferentes momentos e em tom de sentença, que seu projeto de candidatura ao Governo do Estado “não tem volta”. Essas manifestações impactaram fortemente o cenário político maranhense, por indicarem que, ao contrário do que vêm pregando algumas vozes apressadas, que insistem em atropelar um processo político saudável, o que se tem até aqui é um quadro de total indefinição sobre como o governador Flávio Dino e a base governista caminharão para as urnas.

Muitos estranharam a resposta do governador Flávio Dino ao UOL admitindo três vias para ele seguir. Para começar, não foi declaração, anúncio; foi resposta a uma provocação insistente do entrevistador, tanto que foi dada sorrindo, meio sob pressão. Diante da afirmação de que ele é parte de uma lista de nomes para vice de Lula da Silva, o governador admitiu quer, se for efetivamente convidado dentro de um grande acordo entre o PT e o PSB, ele topa o desafio. Ou seja, não é um projeto seu, que tem como prioridade disputar a cadeira de senador, que pela lógica da política é o seu caminho natural. E nesse contexto, Flávio Dino incluiu outra possibilidade, já aventada em outros momentos: permanecer no Governo até o final do mandato.

Diferentemente de outras lideranças regionais, que baixam a cabeça para o Palácio do Planalto, o governador Flávio Dino é um político que projeta o Brasil na sua ação política, reagindo com coerência a cada investida do presidente Jair Bolsonaro contra as instituições republicanas e o estado democrático de direito. Natural, portanto, que possa ser engajado num projeto político e eleitoral de primeira linha, como a provável candidatura do ex-presidente Lula da Silva. A candidatura ao Senado é o primeiro objetivo, mas do alto da sua estatura, o governador não a coloca como uma questão de vida ou morte, assim como a remota possibilidade de permanecer no Governo até o fim. Em resumo, ao contrário de projetos políticos e eleitorais definidos na base do “vai ou racha”, Flávio Dino mostra que nesse ambiente de competição desenfreada há lugar para grandeza política.

Ao afirmar, com toda ênfase possível, que seu projeto de candidatura é irreversível, o senador Weverton Rocha manda um recado claro ao governador Flávio Dino e ao vice-governador Carlos Brandão (PSDB), seu principal concorrente, avisando que não se submeterá ao processo de escolha coordenado pelo chefe do Executivo se não for ele o escolhido. E como não há como interpretar sua declaração por outro viés, a conclusão possível é a de que, se for o escolhido, tudo bem, comandará a chapa da aliança. Se não for o escolhido, partirá para o confronto. E como não houve ponderação por parte de aliados, é lógico e lícito concluir que o senador está respaldado por seus aliados, a começar pela senadora Eliziane gama (Cidadania). Se não for esse o ânimo que o move, é urgente uma retificação na sentença, porque é essa a interpretação dominante das suas palavras dentro e fora do ambiente político estadual. Inteligente e arrojado, Weverton Rocha vai assim ocupando o espaço e tornando, de fato, irreversível o seu projeto de candidatura.

Esses movimentos animam o tabuleiro da disputa, indicam caminhos que começam a se definir, mas com o alerta de que em política os projetos são associados ao tempo, que é imprevisível, podendo virar a qualquer momento.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Eventual saída do governador da corrida ao Senado assanha aspirantes à vaga

Othelino Neto: pronto para disputar o Senado caso Flávio Dino abra mão

A possibilidade de o governador Flávio Dino vir a ser candidato a vice-presidente da República na chapa encabeçada pelo ex-presidente Lula da Silva repercutiu fortemente no patamar dos políticos que, confirmada essa hipótese, podem entrar na disputa para a cobiçada cadeira de senador.

No campo governista, o projeto mais adubado para essa corrida é o capitaneado pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB). Ele ganhou estatura como presidente do Poder Legislativo, tendo hoje o apoio da grande maioria dos deputados, mergulhou nos municípios durante a campanha para as eleições municipais, marcando posição nos mais diferentes municípios, é linha de frente no projeto de candidatura do senador Weverton Rocha, mas se mantém como aliado de primeira hora do governador Flávio Dino nas questões legislativas. Além do mais, se diz disposto a encarar o desafio.

Nesse cenário, há quem diga que, pelo menos até aqui sem pouco fôlego para tentar o Governo do Estado, o senador Roberto Rocha (sem partido) estaria disposto a brigar pela a reeleição, o que é improvável, mas não impossível. Em meio a essas possibilidades, o prefeito de Igarapé Grande e atual presidente da Famem, Erlânio Xavier (PDT), corre por fora se colocando como “representante do municipalismo”.

A eventual, mas muito remota, saída de Flávio Dino da corrida ao Senado movimenta também o grupo que se forma em torno do candidato do PSD ao Governo, Edivaldo Holanda Jr., que descartou lançar candidato ao Senado para disputar com o governador, mas sem ele no páreo vai apresentar nome para a disputa. O mais cotado é o da ex-governadora Roseana Sarney (MDB), seguido do empresário Lobão Filho (MDB), ambos pré-candidatos a deputado federal.

Nessa hipótese, o candidato da aliança governista será lançado com o aval do governador Flávio Dino.

 

Dino diz que só trata de eleição no ano que vem

No sábado, em visita de trabalho a Matões, onde comandou inaugurações ao lado do prefeito Ferdinando Coutinho (DEM) e da deputada Cleide Coutinho (PDT), o governador Flávio Dino sofreu um bombardeio de indagações de jornalistas sobre quem vai indicar para disputar sua sucessão pela aliança governista. O governador respondeu sem hesitar: só vai tratar de sucessão estadual no ano que vem. Sem precisar um marco temporal, Flávio Dino deixou no ar a impressão de que sua agenda eleitoral deve começarem Janeiro. Ou seja, a peleja entre o senador Weverton Rocha e o vice-governador Carlos Brandão deve ser resolvida entre o Natal e o Ano Novo, de modo que a escolha e seus desdobramentos sejam administrados nas primeiras semanas de 2022.

São Luís, 29 de Agosto de 2021.

Movimentos no cenário político fazem Dino admitir a possibilidade de ser vice de Lula

 

Flávio Dino volta a cogitar ser vice na chapa de Lula da Silva

Os sábios da política costumam dizer que nessa seara, quando eleições se aproximam, os fatos, as promessas e até mesmo os compromissos têm vida curta, muitas vezes equivalentes a um piscar de olhos. Na edição de Terça-Feira (24), a Coluna mostrou que, contrariamente ao que andaram dizendo adversários e amigos furta-cores do governador Flávio Dino (PSB), o ex-presidente Lula da Silva (PT) não o descartou como opção para companheiro de chapa na corrida ao Palácio do Planalto e que foi o próprio governante maranhense quem definiu ser candidato ao Senado, o seu caminho natural no contexto da política estadual. Dentro da dinâmica que marca a política, aquele cenário sofreu ontem expressiva alteração: numa entrevista ao portal UOL, provocado pelo experiente jornalista Kennedy Alencar, o governador confirmou que o Senado continua sendo sua prioridade, mas admitiu que poderá, sim, vir a ser candidato a vice-presidente na chapa do líder petista. E foi ainda mais longe ao reavisar que, no caso de uma ruptura institucional, poderá permanecer no Governo até o fim do mandato numa trincheira de resistência a uma guinada autoritária no País.

Todas as avaliações feitas até aqui concluem rapidamente que o Senado é o “caminho natural” do governante maranhense. Tanto que as pesquisas feitas até aqui o apontam com mais de 70% de intenções de voto, sem nenhum concorrente com possibilidade de sequer ameaçá-lo. No caso de Flávio Dino, a senatoria vai muito além da via de um processo que torna todo governador de agora um senador de amanhã. Sua estatura e o seu preparo com certeza farão dele um senador diferenciado, como foi o deputado federal que entre 2007 e 2010 se tornou uma das principais referências da Câmara Federal, período em que aquela Casa foi presidida pelo jurista e político Michel Temer (MDB), tendo sido, por exemplo, relator de vários projetos de lei importantes, entre eles o que viria a se tornar a Lei de Responsabilidade Fiscal. Portanto, não há o que discutir em relação a sua candidatura ao Senado, onde, se eleito, certamente fará a diferença.

A remota, mas possível, candidatura a vice-presidente na chapa do ex-presidente Lula da Silva, se não é um “caminho natural”, é a confirmação de que o governador do Maranhão é hoje um quadro político de abrangência nacional. E se o ex-presidente Lula da Silva o tem na relação de opções para companheiro de chapa, exatamente por saber da viabilidade política e eleitoral de uma composição PT/PSB por eles representada. Lula da Silva não trata Flávio Dino como um simples aliado, mas como uma personalidade política relevante. E se não desfez o cenário desenhado pelo ex-presidente é porque trabalha ainda com a possibilidade de ultrapassar a fronteira da política maranhense, na qual é hoje a principal referência, e com autoridade de timoneiro, para se tornar definitivamente um nome nacional, com chances reais de se tornar o próximo inquilino do Palácio do Jaburu, em Brasília.

A possibilidade, que ninguém vê com clareza, de Flávio Dino permanecer governador até no final do mandato seria um gesto extremo, que só ratificaria a sua decência política. Isso porque, na hipótese que ele próprio aventa, transformar o Governo do Maranhão numa trincheira de resistência a uma eventual aventura golpista. O governador tem chamado a atenção das lideranças políticas de viés democrático para os movimentos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), alertando para o risco de ruptura. É nessa perspectiva que ele trabalha com a hipótese de cumprir o mandato até o final, e não para usar o Governo como instrumento de poder para garantir a eleição do seu sucessor. Que conhece Flávio Dino sabe que ele não usaria o Governo com esse objetivo.

Mesmo com Lula da Silva como favorito na corrida presidencial, o cenário político nacional sugere quer o mandato senatorial é o caminho mais produtivo para o governante maranhense, o que não quer dizer que vir ser vice-presidente da República seja um erro.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Edivaldo Jr. monta agenda para incursões no interior

Edivaldo Jr. vai correr o Maranhão em busca de 

O ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PSD) decidiu agilizar os preparativos para suas incursões no interior em busca de apoio à sua candidatura ao Governo do Estado. Essa agenda é de importância vital para ele, à medida que o seu principal objetivo é ser conhecido nos 217 municípios, e assim se credenciar para entrar firme na disputa pelo Palácio dos Leões. O ex-prefeito de São Luís está nesse páreo porque certamente tem em mãos informações estatísticas que o induzem a avaliar de maneira otimista suas chances numa medição de força com o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) e com o senador Weverton Rocha (PDT), dois quadros poderosos dispostos a tudo para chegar lá. Com a rica experiência de duas eleições de vereador de São Luís, uma de deputado federal e duas de prefeito da Capital, o já definido candidato do PSD ao Governo do Estado precisa urgentemente sair do casulo em que se transformou a Ilha de Upaon Açu, atravessar o Estreito dos Mosquitos e encarar milhares de quilômetros de estradas com a tarefa de se apresentar ao eleitorado.

 

Lahesio não abre mão de se candidatar pelo PSL, mas não tem aval de Pedro Lucas

Lahesio Bonfim e Pedro Lucas 

Não é tranquila a situação dentro do braço maranhense do PSL no que respeita a disputa para o Governo do Estado. Um dos quadros mais ativos do partido no Maranhão, o prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, é candidato assumido a governador, com pré-campanha intensa em todo o Maranhão. Ocorre que o novo presidente estadual do estado, deputado federal Pedro Lucas Fernandes trabalha para posicionar o PSL maranhense ao lado da candidatura do senador Weverton Rocha ao Governo do Estado. Lahesio Bonfim lembra que é quadro consolidado do partido, que defende seus bordões ideológicos à direita e quer disputar a eleição como cabeça de chapa do PSL. Pedro Lucas Fernandes parece disposto a pagar para ver.

São Luís, 27 de Agosto de 2021.

Com 892 mil eleitores, municípios da Ilha serão palco de forte disputa para o Palácio dos Leões

 

Eduardo Braide, Júlio Matos, Paula Azevedo e Eudes Barros: campos políticos e eleitorais diferentes

Nenhum dos pré-candidatos a governador tem situação confortável na Ilha de Upaon Açu. As eleições municipais quebraram o arremedo de unidade política e partidária que vinha sendo mantido na região metropolitana já com certa dificuldade. São Luís (699 mil), São José de Ribamar (105 mil), Paço do Lumiar (68 mil) e Raposa (19 mil) abrigam hoje 892 mil eleitores, devendo chegar perto de 1 milhão de votos a serem buscados pelos aspirantes ao Palácio dos Leões em 2022. Não será uma “caçada” fácil, a começar pelo fato de que a Capital, com a eleição de Eduardo Braide (Podemos), São José de Ribamar, com a volta de Júlio Matos (PL), e Raposa, que elegeu Eudes Barros (PL) mudaram radicalmente seus políticos, permanecendo apenas Paço do Lumiar sob a mesma orientação política com a reeleição da prefeita Paula Azevedo (PCdoB). A conclusão de qualquer avaliação é que esse novo cenário poderá produzir resultados imprevistos e até mesmo surpreendentes, que poderão se refletir no quadro geral da eleição do futuro governador.

O caso de São Luís é o mais importante. Depois de duas décadas sob o controle político e administrativo do PDT – período só interrompido pelo mandato-surpresa de João Castelo (PSDB), de 2009 a 2012, a Prefeitura da Capital, a mais forte e mais importante do Maranhão, caiu nas mãos da Oposição, liderada pelo agora prefeito Eduardo Braide, de um partido de centro-direita, dono de voo próprio e disposto a emplacar um projeto de poder amplo e audacioso, e que por isso dificilmente “entregará o ouro” a adversários, o que o faz cauteloso por enquanto. Mas ninguém duvida que a São Luís será palco de uma disputa renhida entre o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PSD) e o senador Weverton Rocha, que conta com a ainda influente militância do PDT, ou com o vice-governador Carlos Brandão, ou mesmo entre os três. O senador Weverton Rocha, que o apoiou no 2º turno, espera uma contrapartida, de olho nos movimentos do ex-governador José Reinaldo Tavares, de cujo governo Eduardo Braide participou como presidente da Caema e de quem recebeu apoio nos dois turnos, o que pode beneficiar a Carlos Brandão, cabendo lembrar que ele será governador e brigará pela reeleição. Edivaldo Holanda Jr. entra com o cacife de ex-prefeito que realizou um bom trabalho na Capital.

O caso de São José de Ribamar, que abriga 105 mil eleitores, chama a atenção para o fato de o prefeito Júlio Matos ser política e partidariamente ligado ao deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) e pré-candidato a governador. Mesmo tendo vencido a eleição com boa vantagem, o prefeito Júlio Matos parece não ter o controle da maioria, travando ali uma dura disputa com as forças comandadas pelo ex-prefeito Luís Fernando Silva (PSDB), líder de uma grande fatia do eleitorado ribamarense e hoje visto como um dos principais coordenadores da pré-campanha de Carlos Brandão. Por conta de todas essas circunstâncias, e mais ainda a força política da família Cutrim, representada pelo deputado federal Gil Cutrim (Republicanos) e que já foi prefeito dali, e seu irmão, deputado estadual Glaubert Cutrim, que apoiam o pedetista Weverton Rocha, é difícil prevê para onde irá a maioria de votos de São José de Ribamar em 2022.

Josimar de Maranhãozinho também tem forte influência na movimentação política de Raposa, onde se encontram 19 mil eleitores, aliado que é do prefeito Eudes Barros, membro do seu partido e a quem ajudou decisivamente durante a campanha. Mesmo assim, é provável que a maioria do eleitorado raposense venha a apoiar o candidato governista.

Não há dúvida de que a prefeita de Paço do Lumiar, Paula Azevedo, fechará com o candidato apoiado pelo Palácio dos Leões, seguindo a orientação do PCdoB e do governador Flávio Dino. Paula Azevedo, que se reelegeu com o apoio decidido das forças governistas, tem dado seguidas demonstrações de alinhamento ao PCdoB e ao governador Flávio Dino, estando inclinada para apoiar a candidatura do vice-governador Carlos Brandão, que será governador a partir de abril. Ali também o ex-prefeito Domingos Dutra, que deixou o PCdoB para voltar ao PT, trabalhará pelo vice-governador Carlos Brandão, a quem declarou apoio há duas semanas.

Tal cenário indica que, por causa dos resultados das eleições municipais, a Ilha de Upaon Açu será palco de uma intensa disputa na eleição do ano que vem para o Palácio dos Leões.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Governadores do Nordeste divulgam Carta em defesa da normalidade democrática

Flávio Dino: nova carta 

O governador Flavio Dino (PSB) participou ontem de mais uma iniciativa de governadores do Nordeste no sentido de firmar posição contra as tentativas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus aliados e seguidores investirem em ações destinadas a fragilizar os Poderes da República com o objetivo de criar as condições para um golpe de Estado e a implantação de um regime de exceção. Divulgada ontem, em Natal (RN), com a assinatura do governante maranhense e dos seus colegas Wellington Dias (PI)), Renan Filho (AL), Rui Costa (BA), Camilo Santana (CE), João Azevedo (PB), Fátima Bezerra (RN) e a vice-governadora Luciana Santos (PE), a Carta tem o seguinte teor:

Os governadores do Nordeste, reunidos em Natal (RN) nesta data, conclamam a sociedade e as instituições a uma atitude firme em defesa da legalidade e da paz. Somente assim o Brasil terá condições de combater a inflação, o desemprego e a pobreza, que crescem nos lares das famílias da nossa Nação.

Reafirmamos que as instituições estaduais cumprirão a missão de proteger a ordem pública e, por isso mesmo, não participarão de qualquer ação que esteja fora da Constituição.

Não permitiremos que atos irresponsáveis tumultuem o Brasil.

 

Assembleia Legislativa vai definir política estadual de resíduos sólidos para acabar lixões

Rafael Leitoa

Por meio da Comissão de Meio Ambiente (CMA), a Assembleia Legislativa iniciou a elaboração de um calendário de audiências públicas regionais para debater as bases de uma política estadual de resíduos sólidos, previstas no Projeto de Lei Ordinária (PLO) 233/2015, de autoria do deputado estadual Rafael Leitoa (PDT), o qual define a política de resíduos sólidos para o Maranhão. As audiências têm como meta inicial a criação de mecanismos legais e técnicos que levem ao fim dos lixões, que hoje são o principal fator de risco à saúde pública na quase totalidade dos municípios.

O primeiro passo foi dado ontem em reunião da CMA, comandada pelo deputado Rafael Leitoa (PDT), que é engenheiro civil e tem noção precisa do tamanho do problema no Maranhão. O dado mais preocupante é que a quase totalidade dos municípios maranhenses não têm política adequada de armazenamento e tratamento de resíduos sólidos. Cerca de 200 dos 217 municípios maranhenses se valem dos lixões a céu aberto, nas imediações das áreas urbanas, sem qualquer estrutura técnica de armazenamento e tratamento do lixo que é produzido diariamente pelas populações municipais. À exceção de São Luís, que hoje tem uma política adequada de coleta, tratamento, armazenamento de resíduos sólidos em aterro sanitário, realizando também uma política de reciclagem.

Balsas e Pinheiro serão as primeiras cidades a sediar encontros regionais com essa finalidade.

São Luís, 26 de Agosto de 2021.

Edivaldo Jr. corre o risco de não contar com o apoio das diferentes correntes do sarneysismo

 

Edivaldo Jr. ainda não juntou aliados para chegar aos Leões

Ao contrário do que muitos imaginavam, o projeto de candidatura do ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr., ao Palácio dos Leões, pelo PSD, presidido no Maranhão pelo deputado federal Edilázio Jr., não atraiu – pelo menos por enquanto – os segmentos remanescentes do que outrora se chamou Grupo Sarney. O MDB, hoje comandado pela ex-governadora Roseana Sarney, o PV, ainda controlado pelo ex-deputado federal Sarney Filho, por meio do deputado estadual Adriano Sarney, e ainda a ponta hoje concentrada no PSC, que tem como chefe estadual o deputado federal Aloísio Mendes, encontram-se, até aqui, fazendo de conta que nada têm a ver com o projeto alinhavado pelo deputado federal Edilázio Jr., passando a impressão de que poderão seguir outros caminhos. Até agora, o MDB, o PV e o PSC ignoraram solenemente a pré-candidatura do ex-prefeito de São Luís que até agora tem sua atividade política restrita ao âmbito do PSD, enquanto os demais pré-candidatos se movimentam em busca de alianças partidárias produtivas.

O MDB até o presente não fez qualquer gesto na direção do PSD na perspectiva de construir uma aliança em torno do ex-prefeito de São Luís. Reunindo o ex-presidente José Sarney, a ex-governadora Roseana Sarney, os ex-senadores João Alberto e Edison Lobão, que lideram ainda forças política e eleitoralmente expressivas, o braço sarneysista concentrado no MDB encontra-se, na verdade, dividido em três tendências.

A mais forte delas ainda alimenta esperança de que Roseana Sarney venha a ser candidata ao Governo, estimulando-a a alimentar essa possibilidade, mesmo já sabendo que essa possibilidade é muito remota, uma vez que seu caminho mais provável será mesmo disputar uma cadeira na Câmara Federal. A segunda tendência, esta liderada por João Alberto e tendo o vice-presidente do partido, deputado estadual Roberto Costa, como principal articulador, visa apoiar o projeto de candidatura do senador Weverton Rocha (PDT). E uma terceira frente se movimenta para apoiar a candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), que há tempos vem conversando com sarneysistas de proa.

Ponta solta do grupo maior do sarneysismo, o PSC comandado no estado pelo deputado federal Aloísio Mendes, dificilmente participará de uma aliança que reúna lideranças que fazem oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Na condição de vice-líder do Governo na Câmara Federal, e devido à proximidade que mantém do Palácio do Planalto, o deputado Aloísio Mendes e o PSC por ele controlado devem seguir orientação de Brasília na sucessão estadual, podendo se incorporar à provável candidatura do senador Roberto Rocha, que ainda não tem partido, e deve se filiar à legenda que vier a abrigar o presidente Jair Bolsonaro para com ele fazer dobradinha no Maranhão. Pelo cenário de agora, é improvável que Aloísio Mendes e o seu partido abracem o projeto de candidatura de Edivaldo Holanda Jr..

É verdade que estão a 11 meses das convenções partidárias, havendo, portanto, tempo suficiente para que o quadro sucessório estadual seja desenhado em definitivo. Há, portanto, tempo suficiente para que o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. desate esses dois nós: levar sua pré-candidatura às mais de duas centenas de municípios onde ainda é desconhecido, e articular uma aliança partidária que lhe dê suporte. E as correntes   remanescentes do Grupo Sarney podem lhe dar essa base partidária e levar sua candidatura a todas as regiões do Maranhão. Sem isso, sua candidatura dificilmente alcançará os mais de 300 mil quilômetros quadrados. Vale lembrar que os pré-candidatos Weverton Rocha, Carlos Brandão, Lahesio Bonfim (PSL) e Josimar de Maranhãozinho (PL) já estão em campo e decididos a ocupar espaço.

O quadro do momento não significa que Edivaldo Holanda Jr. não venha a ter sua candidatura apoiada pelos braços soltos do que já foi o Grupo Sarney. O ex-prefeito e o presidente do PSD sabem que sozinhos não irão a lugar algum, e que, além do mais, já são poucos os parceiros disponíveis, o que coloca em risco o projeto de poder que desenharam.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Politicamente maduro e experiente, Bira do Pindaré vai comandar o PSB

Bira do Pindaré recebeu delegação de Flávio Dino para comandar o PSB no Maranhão 

O governador Flávio Dino acertou em cheio ao entregar ao deputado federal Bira do Pindaré o comando do PSB no Maranhão. O acerto se deu em dois aspectos. Primeiro, não faz sentido o governador presidir uma agremiação política tendo nos ombros a desafiadora tarefa de manter uma aliança reunindo mais de uma dezena de partidos. O outro foi a decisão de entregar o comando do PSB a Bira do Pindaré, atual vice-presidente.

Além das obrigações como gestor, que cumpre com até 15 horas diárias de trabalho, o governador cumpre também uma intensa política, usando todos os espaços que pode entre os compromissos administrativos, que incluem lançamento de obras, visitas a canteiros e inaugurações, além de despachos com secretários e audiências com autoridades dos demais poderes. No campo da política, Flávio Dino conversa com prefeitos, parlamentares e líderes partidários maranhenses, fazendo o mesmo no plano externo, articulando posições com colegas governadores e líderes partidários nacionais. A tarefa de comandar o PSB como gestor não faria sentido.

Ao transferir essas atribuições ao vice Bira do Pindaré, o governador entregou o comando partidários a mão firmes e experientes. O parlamentar exerceu direção quando militava no PT, e presidiu o PSB de São Luís no período em que o partido estava sob o comando do senador Roberto Rocha, com quem se bateu asperamente. Bira do Pindaré é um quadro à altura do desafio de comandar o partido agora liderado pelo governador Flávio Dino.

 

Othelino Neto visita à Assembleia Legislativa de São Paulo

Othelino Neto e Carlão Pignatari na Alesp: troca de experiências e proposta de encontro nacional

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), fez ontem uma visita de cortesia ao seu colega presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Carlão Pignatari (PSDB). Descontraída, a conversa girou em torno das tensões que sacodem o cenário político e institucional do País, e sobre a necessidade de investir no fortalecimento das instituições, a começar pelos três Poderes, que formam a base do estado democrático. Além disso, avaliaram o cenário do Brasil sob a pandemia do novo coronavírus e da retomada do processo econômico diante do avanço a imunização da população, e trocaram informações sobre experiências administrativas.

Othelino Neto e Carlão Pignatari conversaram ainda sobre a possibilidade de realização de um encontro de chefes de poderes legislativos estaduais de todo o País, para uma avaliação do cenário nacional e suas perspectivas.

São Luís, 25 de Agosto de 2021.

Foi Dino quem decidiu ser candidato a senador e não Lula quem “descartou” sua candidatura a vice

 

 

Flávio Dino descartou ser vice de Lula da Silva para disputar cadeira no Senado

Alguns observadores da crena política maranhense registraram, equivocadamente que, na sua recente e movimentada visita de pré-campanha ao Maranhão, o ex-presidente Lula da Silva (PT) teria “descartado” a candidatura do governador Flávio Dino (PSB) como candidato a vice-presidente na chapa do PT. Em nenhum momento o ex-presidente falou no assunto nem soltou qualquer pista que indicasse essa posição. Lula da Silva não escondeu que está caminhando em direção ao Palácio do Planalto, mas nas poucas vezes em que se manifestou sobre o assunto, o fez rodeando, causando em todos a impressão de que sua candidatura em 2022 ainda não é uma decisão de martelo. Por sua vez, o governador Flávio Dino soltou todas as pistas com objetivo de que ele, e não Lula da Silva, já descartou a hipóteses de vir a ser candidato a vice-presidente numa provável chapa do líder petista, sinalizando, com muita clareza, que o seu projeto para 2022 é disputar a vaga de senador, que será aberta, correspondendo à expectativa de quase 80% dos maranhenses, segundo as pesquisas mais recentes.

O governador Flávio Dino se colocou à disposição do seu partido e dos partidos de centro-esquerda e de esquerda para disputar a eleição presidencial, liderando uma grande aliança que poderia abrigar partidos de centro, e até mesmo da direita democrática, esclarecida. O fez mais como um incentivo ao debate sucessório, provocando as forças progressistas no sentido da mobilização, do que concebendo um projeto de poder quer incluísse, de fato, sua candidatura a presidente da República. Nesse sentido, ocupou muitos espaços importantes de mídia em todo o País, tentando discutir o Brasil em todos os sentidos, a começar pelo reforço das instituições republicanas que garantem a existência do estado democrático de direito. Se não lhe garantiram lastro para levar à frente a ideia da candidatura, o tornaram uma voz conhecida e respeitada no cenário político nacional, principalmente como oposição aos impulsos autoritários e ao golpismo quase explícito no discurso e na postura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Recentemente, diante da movimentação do ex-presidente Lula da Silva e do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), ambos como nomes de peso na corrida presidencial, o governador Flávio Dino definiu seu futuro político como pré-candidato do Senado. E com numa situação excepcional, que pode ser mostrada com o fato de praticamente não haver adversários com lastro para enfrentá-lo de igual para igual, e de haver candidato a governador de outro campo decidido a não lançar candidato a senador na sua chapa para não dificultar a caminhada do atual governador ao Senado – caso do candidato do PSD ao Palácio dos Leões, Edivaldo Holanda Jr., ex-prefeito de São Luís.

A definição de Flávio Dino pela candidatura ao Senado não mudou, porém, o seu discurso de viés fortemente oposicionista nem minimizou sua proposta de que o projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Para o governador, o presidente deve ser combatido por uma ampla frente partidária, como a que ele próprio construiu no Maranhão e a que o próprio Lula da Silva montou para dar sustentação aos seus oito anos de Governo, incluindo o Centrão. Flávio Dino tem alertado que, mesmo com popularidade em queda e com os destrambelhos do seu governo, Jair Bolsonaro dispõe de instrumentos para se manter como candidato forte à reeleição. Isso mesmo levando em conta o largo favoritismo do ex-presidente Lula da Silva apontado pelas pesquisas mais recentes.

A ideia de que Lula da Silva “descartou” ter Flávio Dino como companheiro de chapa foi produto de equívoco na leitura do que aconteceu durante a visita do ex-presidente. Isso porque no Senado, para onde certamente será mandado pelo eleitorado maranhense se confirmar a candidatura, como vem sinalizando, o governador reúne as condições para ser um senador diferenciado, como o foi como deputado federal. E dependendo do desenrolar dos fatos, poderá reunir as condições para participar de um projeto presidencial consistente para 2026, como vice ou como cabeça de chapa.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Petistas de São Luís assumem a Weverton até que partido decida a quem apoiará

Honorato Fernandes foi sábado a São Bernardo confirmar apoio a Weverton Rocha

A banda petista de São Luís parece ter assumido de vez a pré-candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) Palácio dos Leões. Liderada pelo ex-vereador Honorato Fernandes, a ala representa uma fatia importante do partido, com tradição militância ativa. O grupo se posicionou por Weverton Rocha depois que o comando estadual do partido, que tem à frente o presidente Augusto Lobato, se posicionou a favor da pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), evidenciando um racha que nem o ex-presidente Lula da Silva desmanchou na sua visita de pré-candidato a São Luís.

Nos bastidores há quem diga que o PT está jogando e que o racha não existe, mesmo levando em conta o fato de que são “históricas” as diferenças que separam o PT de São Luís do PT estadual. Nesse sentido, o partido estaria decidido a levar a estratégia em frente, de modo a se posicionar de vez quando o cenário da corrida aos Leões estiver melhor definido. Isso acontecerá provavelmente em Março, como previu o próprio ex-presidente Lula da Silva, na sua visita de pré-candidato a São Luís.

Vale anotar que o líder petista não abraçou nenhuma pré-candidatura, deixando as duas alas do PT à vontade para se movimentar até que a direção nacional feche questão e bata o martelo por Weverton Rocha ou por Carlos Brandão.

 

Sarney tem cacife para sondar militares sobre ameaça golpista de Bolsonaro

José Sarney sempre teve bom trânsito com militares

Os ex-presidentes José Sarney (MDB), Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Lula da Silva (PT) sondaram os quartéis para saber que é o estado de ânimo real nas fileiras do Exército, da Marinha e da Aeronáutica em relação aos impulsos golpistas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Tudo indica que a iniciativa foi do ex-presidente José Sarney, que sempre manteve relacionamento estreito a caserna, construindo relações sólidas com o oficialato das três Forças.

Quando governador, José Sarney alinhavou canais de comunicação com comandantes militares, mesmo sendo olhado de maneira enviesada pela turma da chamada linha dura. E manteve suas ligações durante os 20 anos da ditadura, com o diferencial de que, com exceção da eleição de vice-presidente na chapa de Tancredo Neves, que se deu pelo Congresso Nacional. Quando presidente, ampliou essas ligações, montando a base que precisava para conduzir o processo de transição da ditadura para a Democracia sem traumas, apoiado, de um lado pelas forças civis, e de outro por generais comprometidos com a mudança. Como senador e presidente do Congresso por duas vezes, cultivou essas relações com a mesma intensidade.

Não será surpresa se dos três ex-presidentes que fizeram a sondagem nas três Forças ele tiver obtido informações mais consistentes.

São Luís, 24 de Agosto de 2021.

Após a visita de Lula, corrida aos Leões ganha intensidade e candidato governista será escolhido por Dino

 

Carlos Brandão e Weverton Rocha estão na corrida em que Felipe Camarão poderá vir a ser a “terceira via”

A visita do ex-presidente Lula da Silva (PT) por São Luís, que durou dois dias da semana que passou, sacudiu intensamente os bastidores da corrida ao Palácio dos Leões, diante da possibilidade de o líder petista manifestar simpatia pelo vice-governador Carlos Brandão (PSDB) ou pelo senador Weverton Rocha (PDT), mas ele foi embora deixando o cenário como encontrou: com os dois aspirantes se movimentando pela preferência do governador Flávio Dino (PSB). Agora com o tabuleiro sucessório ganhando mais movimento com a presença do secretário de Educação, Felipe Camarão, a mais nova estrela do PT no Maranhão, pré-candidato assumido à Câmara Federal, mas por muitos apontado como uma espécie de “plano c” do governador Flávio Dino na hipótese, muito improvável, de uma crise que venha a inviabilizar as duas candidaturas já postas na aliança governista. De volta à “normalidade” após a passagem de Lula da Silva, Carlos Brandão e Weverton Rocha retomaram suas agendas de pré-campanha, para chegaram em Dezembro devidamente cacifados para encarar a batida de martelo sobre quem vai liderar a chapa que terá Flávio Dino como candidato a senador.

O vice-governador Carlos Brandão, que se manteve discreto durante a visita de Lula da Silva, continua apostando no apoio do PT, principalmente a corrente comandada pela cúpula do partido no Maranhão, representada até aqui pelo presidente Augusto Lobato e que inclui o deputado federal Zé Carlos Araújo, entre outros líderes, como o ex-prefeito Domingos Dutra. As contas de Carlos Brandão incluem o PSB e o PCdoB, ambos com algumas defecções, mas que não altera o eixo central das suas estruturas. Fora do “círculo de ferro” partidário que cerca o governador Flávio Dino, o vice-governador trabalha com vários partidos, esperando agregar a maioria das legendas que integram a aliança liderada pelo governador Flávio Dino. É certo também que ele já conta com gordas fatias do DEM, a exemplo dos deputados Daniella Tema e Paulo, e do MDB, como a deputada Socorro Waquim. Sua agenda de conversas com prefeitos é lotada, só abrindo espaço para os compromissos nos quais ele representa o governador, como inaugurações e lançamento de obras. Carlos Brandão e seus partidários se mostram otimistas.

O senador Weverton Rocha participou intensamente da visita do ex-presidente a São Luís já conta com o apoio declarado do PT de São Luís, comandado pelo ex-vereador Honorato Fernandes, além de vozes de outras correntes que não seguem rigorosamente a liderança de Lula da Silva. Tem o apoio fechado do comando do DEM, do PP e parte do Republicanos, com defecções, e de uma corrente do PSB, representada pelo ex-prefeito de Timon, Luciano Leitoa. Ao mesmo tempo, amarga resistência à sua candidatura dentro do próprio PDT, como a do ex-deputado federal e fundador do partido Julião Amin, que há cerca de duas semanas declarou apoio a Carlos Brandão. O pré-candidato pedetista vem exibindo confiança e mostrando desenvoltura na corrida aos Leões. Cumpre no momento uma programação intensa de campanha, iniciada há duas semanas em Imperatriz, onde reuniu lideranças e simpatizantes num grande ato político. Uma das referências do seu projeto de poder é sua aliança com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), um político em franca ascensão, que tem reforçado o lastro da pré-candidatura do senador pedetista. Partidários e apoiadores acham que Weverton Rocha vai chegar lá.

No contexto da disputa, a movimentação do neopetista Felipe Camarão funciona um recado de que o Palácio dos Leões tem uma reserva de poder que, bem trabalhada, pode resultar numa mudança drástica de cenário. Jovem, boa aparência, bem articulado dentro e fora do Governo e com desempenho elogiado como gestor público, com ativos como o inovador programa Escola Digna. Suas chances de entrar na disputa são remotas, mas em política, alguns meses é tempo suficiente para mudanças radicais.

As engrenagens da política não param. E as que movem a corrida do Palácio dos Leões, já ativadas há tempos, entram agora numa nova escala, que deve levar a uma decisão, que pode ser a escolha de um dos nomes, a manutenção das duas candidaturas, ou a um movimento das forças governistas em torno de uma terceira via.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Lupi diz que Ciro tem palanque confirmado no Maranhão e coloca Weverton em desconforto

Carlos Lupi diz que palanque de Ciro Gomes está definido no Maranhão com Weverton Rocha

Uma situação complicada começa a ser desenhada para o senador Weverton Rocha, que se encontra em plena pré-campanha. Em plena repercussão da visita do ex-presidente Lula ao Maranhão, durante a qual o senador fez questão de se mostrar partidário da candidatura dele a presidente da República, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, jogou um balde de água gelada no esforço que o pré-candidato pedetista vem fazendo para atrair o apoio do PT no estado. Numa entrevista sobre os preparativos do partido para a campanha do candidato presidencial do partido, Ciro Gomes, Lupi declarou simplesmente que o Maranhão é um dos estados onde o palanque para o candidato pedetista a presidente está definido. Ou seja, o palanque para Ciro Gomes n o Maranhão tem de ser necessariamente comandado por Weverton Rocha. Tal situação leva à seguinte indagação: como fica a relação com o PT? Será seus aliados petistas vão engolir o candidato pedetista pedir votos para o candidato do seu partido? Ao fazer tal revelação, Carlos Lupi certamente não lembrou que no Maranhão, mais do que a campanha presidencial, a prioridade é candidatura de Weverton Rocha ao Governo do Estado. Trata-se, portanto, de um abacaxi que deverá ser descascado a portas fechadas no comando nacional do PDT.

 

Senadores maranhenses não veem futuro no pedido de impeachment de ministro

Eliziane Gama e Weverton Rocha declararam voto contra a impeachment; Roberto Rocha também não aprova, mas não vai declarar por ser aliado de Jair Boplsonaro

Se depender dos três senadores maranhenses, o pedido de impeachment do ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal, protocolado no Senado pelo presidente Jair Bolsonaro terá como destino o arquivo morto da Câmara Alta. Primeira a se manifestar sobre o assunto, a senadora Eliziane Gama (Cidadania), uma das vozes oposicionistas mais firmes na Casa, fulminou a iniciativa presidencial: “O pedido de impeachment de Alexandre de Moraes tem pouquíssima chance de ser aprovado. Os ataques ao ministro devem-se a sua atuação rigorosa no combate às fake news, que tanto afetam a democracia. O presidente tensiona ainda mais as relações e caminha a passos largos para a ingovernabilidade”. Por sua vez, o senador Weverton Rocha (PDT) também criticou o pedido de impeachment e sugeriu que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que se declarou contrário, recuse gesto do presidente da república, o indefira e mande o pacote para o arquivo. A Coluna não ouviu o senador Roberto Rocha (sem partido), mas uma fonte próxima dele disse que ele não vê futuro na iniciativa, mas não vai criticar o presidente, de quem é aliado.

São Luís, 22 de Agosto de 2021.

Lula reforça laços com Dino, afaga pré-candidatos a governador, mas prefere não interferir na escolha

 

Em cima: Lula e Flávio Dino no centro, tendo ao lado Weverton Rocha e Carlos Brandão no canteiro de obras do Hospital da Ilha. Embaixo: Lula e Flávio Dino posam com Weverton Rocha e Carlos Brandão no Palácio dos Leões

A visita política do ex-presidente Lula da Silva (PT) ao Maranhão, iniciada na tarde de Quarta-Feira e que se encerra hoje, serviu para extirpar uma série de dúvidas e pulverizar algumas especulações sobre a relação do líder petista e do próprio PT com o governador Flávio Dino (PSB) e a aliança que ele construiu e conduz no Maranhão. O líder maior do PT deixou claros o seu respeito e a sua admiração pelo governador e pelo político Flávio Dino, deu atenção equilibrada aos três pré-candidatos do seu campo político ao Palácio dos Leões – o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), o senador Weverton Rocha (PDT) e o suplente de deputado federal Simplício Araújo (SD) –, e não deu muita bola para o fato de parte do PT estar alinhada a Carlos Brandão e uma banda menor querendo marchar com Weverton Rocha. A verdade nua e crua é que o ex-presidente e favorito na corrida ao Palácio do Planalto veio ao Maranhão fincar a estaca da sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto, tendo como aliados preferenciais o governador Flávio Dino e seu grupo, esperando contar também com o apoio do MDB, comandado pela ex-governadora Roseana Sarney, e com o aval do ex-presidente José Sarney.

Os gestos e as palavras do ex-presidente mostraram, agora com mais clareza, o tamanho do governador Flávio Dino no seu conceito. Além de lhe atribuir conceito elevado, destacando o diferencial que o Governo do Maranhão no cenário nacional, Lula destacou o governador como um líder político de grande envergadura, além de reconhecê-lo como uma personalidade com sólidos padrões morais e éticos. Ao visitar ontem as obras do Hospital da Ilha, o ex-presidente expressou esse conjunto de valores: “ Flávio Dino, meus parabéns. Você não é apenas tido como o melhor governador do país, você é o melhor caráter desse país”. A manifestação do líder petista decorre do fato de que Flávio Dino joga aberto e não falseia a realidade administrativa nem faz jogo de manipulação política. Seu apoio ao ex-presidente é líquido e certo, assim como é firme a sua proposta de construção de uma grande frente partidária para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

No campo político Flávio Dino fez questão de reunir em todos os eventos, a começar pelo jantar de Quarta-Feira, os três pré-candidatos a governador. Carlos Brandão, que conta com o apoio da cúpula estadual do PT, comandada pelo presidente Augusto Lobato, manteve a postura de vice-governador, sem rompantes e sem avançar o sinal para se mostrar próximo do ex-presidente. Weverton Rocha usou uma estratégia mais ousada, esforçando-se, sem exagero, para mostrar que cultiva uma relação mais intensa com o ex-presidente, de quem vem tentando obter gestos que levem o PT maranhense a se posicionar por seu projeto de poder. E Simplício Araújo, que não foi muito além e recebeu tratamento cordial do ex-presidente quando apresentado com o pré-candidato. Lula fez questão de posar com cada um deles, levantando o polegar com o sinal de positivo, e tendo o governador Flávio Dino como avalista de cada registro fotográfico.

Raposa felpuda e tarimbada como poucas, o ex-presidente Lula da Silva distribuiu gestos de simpatia, mas não bateu martelo declarando apoio a nenhum dos pré-candidatos, mas deixou no ar a possibilidade de vir a fazê-lo no momento adequado. Em relação a pré-candidatura, o ex-presidente e pré-candidato a presidente só fechou questão em relação à de Flávio Dino ao Senado. E mesmo ouvindo do governador que já está consolidando seu projeto senatorial, Lula da Silva deixou embutida nas suas falas a ideia de que o governador do Maranhão continua sendo um nome a ser levado em conta numa composição para a corrida presidencial. O governador pareceu não levar isso em conta.

Não restam dúvidas de que a incursão de Lula da Silva no maranhão nesta semana foi um evento para entrar para a crônica política do estado. Os apoiadores de Carlos Brandão dirão que o ex-presidente vai apoiá-lo, o mesmo devendo acontecer com os partidários de Weverton Rocha, que viram na cordialidade política uma declaração de apoio. Até Simplício Araújo poderá dizer que percebeu traços de simpatia do ex-presidente por sua candidatura. Mas o grande foco das atenções do ex-presidente foi o governador Flávio Dino e seu poder de fogo no Maranhão e fora dele.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Partidários de Weverton e de Brandão tentam minar o prestígio de um e de outro

A passagem dos ex-presidente Lula da Silva foi marcada por uma disputa, ora discreta, ora ostensiva, entre partidários do vice-governador Carlos Brandão e apoiadores do senador Weverton Rocha.

Honorato Fernandes declara o apoio do PT de São Luís à pré-candidatura do senador Weverton Rocha

Com o objetivo de minar o poder de fogo de Carlos Brandão, partidários de Weverton Rocha lembraram, em tom ácido, que o vice-governador estava “sem graça” ao lado do ex-presidente, afirmando que o suposto “constrangimento” seria devido ao fato de que em 2010 o então deputado federal Carlos Brandão (PSDB) acusou Lula de praticar “estelionato eleitoral” com o projeto da refinaria, que rendeu frutos eleitorais, mas não saiu do papel. Além disso, bateram na tecla de que Brandão estaria numa “saia justa” por conda da pré-candidatura do governador de São Paulo, João Doria, a presidente da República. E para completar, divulgaram na blogosfera a imagem do braço do PT de São Luís, liderado pelo ex-vereador Honorato Fernandes, declarando apoio a Weverton Rocha.

Líderes do PT com Lula, Flávio Dino e Carlos Brandão na recepção ao líder petista no aeroporto

Partidários de Carlos Brandão não deixaram por menos e acusaram Weverton Rocha de tentar fazer jogo duplo com o ex-presidente, prometendo apoiar sua candidatura, quando o partido dele, o PDT, tem um pré-candidato, Ciro Gomes, quer dispara petardos perversos contra o líder petista quase quer diariamente. Argumentam que, se Weverton Rocha está declarando apoio a Lula, está no mínimo cometendo um escorregão ético em relação ao pré-candidato do seu partido. E também em tom de “bateu, levou”, exibiram onde foi possível a imagem da cúpula do PT estadual, liderada pelo presidente Augusto Lobato, recepcionando Lula da Silva tendo ao lado ninguém menos que o vice-governador Carlos Brandão.

Como parece óbvio, aliados dos dois pré-candidatos jogaram duro para desacreditar o adversário. Mass parece que deu empate na peleja.

 

MDB sai do isolamento e vai a jantar oferecido por Dino a Lula

Socorro Waquim, Lula, Roberto Costa e Flávio Dino no Palácio dos Leões: MDB saindo do isolamento

O jantar oferecido pelo governador Flávio Dino ao ex-presidente Lula da Silva reuniu representantes da base partidária governista de centro e à esquerda, já que líderes do centro-direita e da direita não compareceram, como, aliás, já era esperado. Nesse emaranhado de tendências que se juntou no Palácio dos Leões na noite de Quarta-Feira, um grupo fora da esquerda se destacou. Eram deputados do MDB, liderados no evento pelo deputado Roberto Costa, vice-presidente estadual do partido. Junto com ele, os deputados Socorro Waquim, Arnaldo Melo, que renderam homenagem ao ex-presidente, de quem foram aliados por mais de uma década. A presença da bancada estadual do MDB no Palácio dos Leões pode ser vista como o ápice de uma bem-sucedida estratégia política concebida e levada a cabo pelo deputado Roberto Costa, e que consiste em tirar do MDB a pesada carga de partido isolado, para torná-lo uma agremiação atuante e aberta ao entendimento com potenciais aliados. Foi nessa linha de ação que o deputado Roberto Costa colocou a Juventude do MDB na vanguarda das ações do partido, fazendo com que as forças mais conservadoras, lideradas pela ex-governadora Roseana Sarney, se voltassem para as atividades partidárias. O trabalho de Roberto Costa de aproximar o MDB do Governo Flávio Dino foi lento e cuidadoso. Hoje, por seu intermédio, o MDB já conversa com o Governo, já apoia projetos governistas na Assembleia Legislativa e, aqui e ali, se posiciona politicamente alinhado ao grupo governista. Tanto que o partido se prepara para apoiar a candidatura do governador ao Senado. Assim, por mais que tenha chamado a atenção dos presentes, a presença da bancada do MDB na recepção ao ex-presidente Lula não foi uma surpresa, mas sim o resultado de um trabalho político feito com habilidade pelo vice-presidente do partido, e na qual embarcou também a ex-governadora Roseana Sarney, que saiu do isolamento reservado aos aposentados políticos.

São Luís, 20 de Agosto de 2021.