Movimentos no cenário político fazem Dino admitir a possibilidade de ser vice de Lula

 

Flávio Dino volta a cogitar ser vice na chapa de Lula da Silva

Os sábios da política costumam dizer que nessa seara, quando eleições se aproximam, os fatos, as promessas e até mesmo os compromissos têm vida curta, muitas vezes equivalentes a um piscar de olhos. Na edição de Terça-Feira (24), a Coluna mostrou que, contrariamente ao que andaram dizendo adversários e amigos furta-cores do governador Flávio Dino (PSB), o ex-presidente Lula da Silva (PT) não o descartou como opção para companheiro de chapa na corrida ao Palácio do Planalto e que foi o próprio governante maranhense quem definiu ser candidato ao Senado, o seu caminho natural no contexto da política estadual. Dentro da dinâmica que marca a política, aquele cenário sofreu ontem expressiva alteração: numa entrevista ao portal UOL, provocado pelo experiente jornalista Kennedy Alencar, o governador confirmou que o Senado continua sendo sua prioridade, mas admitiu que poderá, sim, vir a ser candidato a vice-presidente na chapa do líder petista. E foi ainda mais longe ao reavisar que, no caso de uma ruptura institucional, poderá permanecer no Governo até o fim do mandato numa trincheira de resistência a uma guinada autoritária no País.

Todas as avaliações feitas até aqui concluem rapidamente que o Senado é o “caminho natural” do governante maranhense. Tanto que as pesquisas feitas até aqui o apontam com mais de 70% de intenções de voto, sem nenhum concorrente com possibilidade de sequer ameaçá-lo. No caso de Flávio Dino, a senatoria vai muito além da via de um processo que torna todo governador de agora um senador de amanhã. Sua estatura e o seu preparo com certeza farão dele um senador diferenciado, como foi o deputado federal que entre 2007 e 2010 se tornou uma das principais referências da Câmara Federal, período em que aquela Casa foi presidida pelo jurista e político Michel Temer (MDB), tendo sido, por exemplo, relator de vários projetos de lei importantes, entre eles o que viria a se tornar a Lei de Responsabilidade Fiscal. Portanto, não há o que discutir em relação a sua candidatura ao Senado, onde, se eleito, certamente fará a diferença.

A remota, mas possível, candidatura a vice-presidente na chapa do ex-presidente Lula da Silva, se não é um “caminho natural”, é a confirmação de que o governador do Maranhão é hoje um quadro político de abrangência nacional. E se o ex-presidente Lula da Silva o tem na relação de opções para companheiro de chapa, exatamente por saber da viabilidade política e eleitoral de uma composição PT/PSB por eles representada. Lula da Silva não trata Flávio Dino como um simples aliado, mas como uma personalidade política relevante. E se não desfez o cenário desenhado pelo ex-presidente é porque trabalha ainda com a possibilidade de ultrapassar a fronteira da política maranhense, na qual é hoje a principal referência, e com autoridade de timoneiro, para se tornar definitivamente um nome nacional, com chances reais de se tornar o próximo inquilino do Palácio do Jaburu, em Brasília.

A possibilidade, que ninguém vê com clareza, de Flávio Dino permanecer governador até no final do mandato seria um gesto extremo, que só ratificaria a sua decência política. Isso porque, na hipótese que ele próprio aventa, transformar o Governo do Maranhão numa trincheira de resistência a uma eventual aventura golpista. O governador tem chamado a atenção das lideranças políticas de viés democrático para os movimentos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), alertando para o risco de ruptura. É nessa perspectiva que ele trabalha com a hipótese de cumprir o mandato até o final, e não para usar o Governo como instrumento de poder para garantir a eleição do seu sucessor. Que conhece Flávio Dino sabe que ele não usaria o Governo com esse objetivo.

Mesmo com Lula da Silva como favorito na corrida presidencial, o cenário político nacional sugere quer o mandato senatorial é o caminho mais produtivo para o governante maranhense, o que não quer dizer que vir ser vice-presidente da República seja um erro.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Edivaldo Jr. monta agenda para incursões no interior

Edivaldo Jr. vai correr o Maranhão em busca de 

O ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PSD) decidiu agilizar os preparativos para suas incursões no interior em busca de apoio à sua candidatura ao Governo do Estado. Essa agenda é de importância vital para ele, à medida que o seu principal objetivo é ser conhecido nos 217 municípios, e assim se credenciar para entrar firme na disputa pelo Palácio dos Leões. O ex-prefeito de São Luís está nesse páreo porque certamente tem em mãos informações estatísticas que o induzem a avaliar de maneira otimista suas chances numa medição de força com o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) e com o senador Weverton Rocha (PDT), dois quadros poderosos dispostos a tudo para chegar lá. Com a rica experiência de duas eleições de vereador de São Luís, uma de deputado federal e duas de prefeito da Capital, o já definido candidato do PSD ao Governo do Estado precisa urgentemente sair do casulo em que se transformou a Ilha de Upaon Açu, atravessar o Estreito dos Mosquitos e encarar milhares de quilômetros de estradas com a tarefa de se apresentar ao eleitorado.

 

Lahesio não abre mão de se candidatar pelo PSL, mas não tem aval de Pedro Lucas

Lahesio Bonfim e Pedro Lucas 

Não é tranquila a situação dentro do braço maranhense do PSL no que respeita a disputa para o Governo do Estado. Um dos quadros mais ativos do partido no Maranhão, o prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, é candidato assumido a governador, com pré-campanha intensa em todo o Maranhão. Ocorre que o novo presidente estadual do estado, deputado federal Pedro Lucas Fernandes trabalha para posicionar o PSL maranhense ao lado da candidatura do senador Weverton Rocha ao Governo do Estado. Lahesio Bonfim lembra que é quadro consolidado do partido, que defende seus bordões ideológicos à direita e quer disputar a eleição como cabeça de chapa do PSL. Pedro Lucas Fernandes parece disposto a pagar para ver.

São Luís, 27 de Agosto de 2021.

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