Edivaldo Jr. corre o risco de não contar com o apoio das diferentes correntes do sarneysismo

 

Edivaldo Jr. ainda não juntou aliados para chegar aos Leões

Ao contrário do que muitos imaginavam, o projeto de candidatura do ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr., ao Palácio dos Leões, pelo PSD, presidido no Maranhão pelo deputado federal Edilázio Jr., não atraiu – pelo menos por enquanto – os segmentos remanescentes do que outrora se chamou Grupo Sarney. O MDB, hoje comandado pela ex-governadora Roseana Sarney, o PV, ainda controlado pelo ex-deputado federal Sarney Filho, por meio do deputado estadual Adriano Sarney, e ainda a ponta hoje concentrada no PSC, que tem como chefe estadual o deputado federal Aloísio Mendes, encontram-se, até aqui, fazendo de conta que nada têm a ver com o projeto alinhavado pelo deputado federal Edilázio Jr., passando a impressão de que poderão seguir outros caminhos. Até agora, o MDB, o PV e o PSC ignoraram solenemente a pré-candidatura do ex-prefeito de São Luís que até agora tem sua atividade política restrita ao âmbito do PSD, enquanto os demais pré-candidatos se movimentam em busca de alianças partidárias produtivas.

O MDB até o presente não fez qualquer gesto na direção do PSD na perspectiva de construir uma aliança em torno do ex-prefeito de São Luís. Reunindo o ex-presidente José Sarney, a ex-governadora Roseana Sarney, os ex-senadores João Alberto e Edison Lobão, que lideram ainda forças política e eleitoralmente expressivas, o braço sarneysista concentrado no MDB encontra-se, na verdade, dividido em três tendências.

A mais forte delas ainda alimenta esperança de que Roseana Sarney venha a ser candidata ao Governo, estimulando-a a alimentar essa possibilidade, mesmo já sabendo que essa possibilidade é muito remota, uma vez que seu caminho mais provável será mesmo disputar uma cadeira na Câmara Federal. A segunda tendência, esta liderada por João Alberto e tendo o vice-presidente do partido, deputado estadual Roberto Costa, como principal articulador, visa apoiar o projeto de candidatura do senador Weverton Rocha (PDT). E uma terceira frente se movimenta para apoiar a candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), que há tempos vem conversando com sarneysistas de proa.

Ponta solta do grupo maior do sarneysismo, o PSC comandado no estado pelo deputado federal Aloísio Mendes, dificilmente participará de uma aliança que reúna lideranças que fazem oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Na condição de vice-líder do Governo na Câmara Federal, e devido à proximidade que mantém do Palácio do Planalto, o deputado Aloísio Mendes e o PSC por ele controlado devem seguir orientação de Brasília na sucessão estadual, podendo se incorporar à provável candidatura do senador Roberto Rocha, que ainda não tem partido, e deve se filiar à legenda que vier a abrigar o presidente Jair Bolsonaro para com ele fazer dobradinha no Maranhão. Pelo cenário de agora, é improvável que Aloísio Mendes e o seu partido abracem o projeto de candidatura de Edivaldo Holanda Jr..

É verdade que estão a 11 meses das convenções partidárias, havendo, portanto, tempo suficiente para que o quadro sucessório estadual seja desenhado em definitivo. Há, portanto, tempo suficiente para que o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. desate esses dois nós: levar sua pré-candidatura às mais de duas centenas de municípios onde ainda é desconhecido, e articular uma aliança partidária que lhe dê suporte. E as correntes   remanescentes do Grupo Sarney podem lhe dar essa base partidária e levar sua candidatura a todas as regiões do Maranhão. Sem isso, sua candidatura dificilmente alcançará os mais de 300 mil quilômetros quadrados. Vale lembrar que os pré-candidatos Weverton Rocha, Carlos Brandão, Lahesio Bonfim (PSL) e Josimar de Maranhãozinho (PL) já estão em campo e decididos a ocupar espaço.

O quadro do momento não significa que Edivaldo Holanda Jr. não venha a ter sua candidatura apoiada pelos braços soltos do que já foi o Grupo Sarney. O ex-prefeito e o presidente do PSD sabem que sozinhos não irão a lugar algum, e que, além do mais, já são poucos os parceiros disponíveis, o que coloca em risco o projeto de poder que desenharam.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Politicamente maduro e experiente, Bira do Pindaré vai comandar o PSB

Bira do Pindaré recebeu delegação de Flávio Dino para comandar o PSB no Maranhão 

O governador Flávio Dino acertou em cheio ao entregar ao deputado federal Bira do Pindaré o comando do PSB no Maranhão. O acerto se deu em dois aspectos. Primeiro, não faz sentido o governador presidir uma agremiação política tendo nos ombros a desafiadora tarefa de manter uma aliança reunindo mais de uma dezena de partidos. O outro foi a decisão de entregar o comando do PSB a Bira do Pindaré, atual vice-presidente.

Além das obrigações como gestor, que cumpre com até 15 horas diárias de trabalho, o governador cumpre também uma intensa política, usando todos os espaços que pode entre os compromissos administrativos, que incluem lançamento de obras, visitas a canteiros e inaugurações, além de despachos com secretários e audiências com autoridades dos demais poderes. No campo da política, Flávio Dino conversa com prefeitos, parlamentares e líderes partidários maranhenses, fazendo o mesmo no plano externo, articulando posições com colegas governadores e líderes partidários nacionais. A tarefa de comandar o PSB como gestor não faria sentido.

Ao transferir essas atribuições ao vice Bira do Pindaré, o governador entregou o comando partidários a mão firmes e experientes. O parlamentar exerceu direção quando militava no PT, e presidiu o PSB de São Luís no período em que o partido estava sob o comando do senador Roberto Rocha, com quem se bateu asperamente. Bira do Pindaré é um quadro à altura do desafio de comandar o partido agora liderado pelo governador Flávio Dino.

 

Othelino Neto visita à Assembleia Legislativa de São Paulo

Othelino Neto e Carlão Pignatari na Alesp: troca de experiências e proposta de encontro nacional

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), fez ontem uma visita de cortesia ao seu colega presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Carlão Pignatari (PSDB). Descontraída, a conversa girou em torno das tensões que sacodem o cenário político e institucional do País, e sobre a necessidade de investir no fortalecimento das instituições, a começar pelos três Poderes, que formam a base do estado democrático. Além disso, avaliaram o cenário do Brasil sob a pandemia do novo coronavírus e da retomada do processo econômico diante do avanço a imunização da população, e trocaram informações sobre experiências administrativas.

Othelino Neto e Carlão Pignatari conversaram ainda sobre a possibilidade de realização de um encontro de chefes de poderes legislativos estaduais de todo o País, para uma avaliação do cenário nacional e suas perspectivas.

São Luís, 25 de Agosto de 2021.

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