De todos os lances que movimentarão a corrida à Prefeitura de São Luís nos próximos dias, a escolha do companheiro de chapa do prefeito Edivaldo Jr (PDT) será, sem dúvida, um dos que mais agitarão os bastidores da locomotiva partidária que dá sustentação à sua candidatura. A rigor, a medição de forças envolve três dos 16 partidos que formarão a coligação situacionista: PT, PSB e, num plano mais remoto, PTB. No páreo estão o advogado Mário Macieira pelo PT, o vereador Roberto Rocha Jr. pelo PSB, e o vereador Pedro Lucas Fernandes pelo PTB. Três nomes com perfis total e radicalmente diferentes e pesos políticos distintos. Todos, porém, com retaguardas poderosas e influentes, cacifados, portanto, para oferecer um bom suporte político ao prefeito Edivaldo Jr., caso ele consiga concretizar o projeto de renovar o mandato numa disputa que promete ser uma das mais renhidas e emocionantes dos últimos tempos pelo comando político e administrativo da Capital do Maranhão. Há quem espere outros pretendentes ao posto, mas esses até agora não se manifestaram, nem individualmente nem pelo caminho partidário.
O PT se reunirá hoje para decidir quem apresentará ao prefeito Edivaldo Jr. como seu representante na chapa. Na verdade, o partido vai confirmar o advogado Mário Macieira, já que até ontem à noite nenhum outro nome havia se apresentado para postular a vaga. Militante político desde o movimento estudantil, do grupo do qual fez parte o hoje governador Flávio Dino (PCdoB), Mário Macieira tem a política presente na trajetória da família, com destaque a Prefeitura de São Luís. Seu avô, o médico Carlos Macieira, e seu pai, o economista Roberto Macieira, foram prefeitos de São Luís, enquanto sua mãe, Simone Macieira, filha da lendária militante comunista Maria Aragão, foi vereadora. No outro viés familiar, é sobrinho de Marly Sarney, esposa do ex- governador e ex-presidente da República José Sarney.
Se confirmar a escolha de Mário Macieira e indicá-lo ao prefeito Edivaldo Jr. – que tem a palavra final sobre quem será seu vice -, o PT jogará sua maior cartada nessa corrida eleitoral. Primeiro porque será um nome de consenso, coisa rara dentro de um partido profundamente dividido. E depois, porque nos bastidores corre que Macieira teria a simpatia do Palácio dos Leões e seria bem visto pelo Palácio de La Ravardière. E, finalmente, se emplacar o vice do prefeito Edivaldo Jr., o PT, que só vem recebendo pancadas nos últimos tempos, voltará ao primeiro plano da política de São Luís.
O segundo nome a ser proposto como candidato a vice-prefeito na chapa de Edivaldo Jr. deve sair dos quadros do PSB e, de acordo com o que corre nos bastidores, deve ser o vereador Roberto Rocha Jr., filho do ex-deputado estadual e ex-deputado federal e hoje senador Roberto Rocha, que lidera o partido em São Luís e foi vice-prefeito no atual mandato, tendo renunciado ao posto para disputar e vencer a corrida ao Senado em 2014. Jovem e vereador de primeiro mandato, Roberto Rocha Jr. é neto do ex-governador Luiz Rocha, um dos mais importantes políticos maranhenses da segunda metade do século passado, que começou sua trajetória nos anos 60, exatamente como vereador de São Luís. Como qualquer líder político, o senador Roberto Rocha quer ampliar o espaço do PSB em São Luís, mas sob seu controle, e não vê caminho mais seguro do que emplacar o vereador Roberto Rocha Jr. como candidato a vice do prefeito Edivaldo Jr..
Outro caminho do PSB seria o deputado estadual Bira do Pindaré, que vem insistindo que o PSB deve lançar candidato próprio a prefeito e tem se colocado como opção. O senador Roberto Rocha rejeita a proposta. Depois de muito tempo em silêncio, Rocha concedeu entrevista a O Estado do Maranhão na qual anunciou apoio à candidatura do prefeito à reeleição, podendo indicar o vice, o que deve ser feito em convenção.
A terceira opção do prefeito Edivaldo Jr. seria o vereador Pedro Lucas Fernandes, representante do PTB. Como os demais, o vereador de primeiro mandato e que tem mostrado bom desempenho parlamentar e político e pode ser um parceiro produtivo. Filho do atuante e respeitado deputado federal Pedro Fernandes – que também foi vereador de São Luís -, Pedro Lucas vem de uma família de forte atuação política em São Luís, com destaque para o tio, Manoel Ribeiro, que foi vereador e presidente da Câmara Municipal e prefeito da Capital por uns dias.
Os três nomes estão credenciados pessoal e politicamente para compor a chapa do prefeito Edivaldo Jr. como candidato vice. O mesmo acontece com o deputado Bira do Pindaré, caso venha a ser o escolhido pelo PSB. Mas essa será uma decisão muito trabalhada politicamente, um jogo de forças de olho em movimentos futuros.
PONTO & CONTRAPONTO
Wellington está convencido de que será prefeito de São Luís
O deputado Wellington do Curso (PP) incorporou definitivamente o papel de candidato a prefeito de São Luís. Mais do que isso: está plenamente convencido de que a partir do dia 1º de janeiro do ano que vem passará a trabalhar no gabinete principal do Palácio de la Ravardière. Na semana passada, ao chegar próximo a uma roda de jornalistas, um deles perguntou-lhe: “O senhor vai mesmo ser candidato a prefeito?” Ele respondeu no ato, sem se dar um segundo para pensar na resposta: “Se eu vou ser candidato?! Eu vou ser é prefeito de São Luís! Pode anotar: eu vou ser prefeito de São Luís!” E completou: “Eu vou concertar o que tem de errado nesta cidade”. Sua empolgação estava sendo alimentada pela pesquisa Escutec que o colocou quase ombro a ombro com a deputada Eliziane Gama (PPS) e o prefeito Edivaldo Jr. (PDT).
Desempenho de Rosângela Curado preocupa cúpula da coligação
Causou preocupação na cúpula do PDT e do PCdoB o desempenho de Rosângela Curado, candidata da aliança à Prefeitura de Imperatriz, na pesquisa Escutec, divulgada na semana passada. A liderança do ex-prefeito Ildon Marques (PSB) e a ameaçadora aproximação do delegado Assis Ramos (PMDB) colocaram a candidata pedetista numa situação claramente desconfortável, causando em muitos observadores a impressão de que ele chegou ao seu teto e agora ameaça perder gás. Aliados seus apostam que Ildon Marques não será candidato e creem que boa parte dos eleitores que votariam nele migrará para a candidatura de Curado, que assim conseguirá eleger-se. Só que o PMDB tem a mesma avaliação, acreditando que o eleitorado de Marques é mais próximo do pemedebista Assis Ramos e de Ribinha Cunha (PSD), o recém lançado candidato apoiado pelo prefeito Sebastião Madeira (PSDB), que conhece como ninguém o eleitorado de Imperatriz. Para esses observadores, o quadro atual da disputa em Imperatriz não será mantido até o fim.
São Luís, 19 de Julho de 2016.