Weverton se movimenta para chegar ao final de janeiro com pré-candidatura turbinada

 

Weverton Rocha falando em uma das várias edições do projeto “Maranhão mais feliz”, base da sua pré-campanha, que pretende reforçar até o final de janeiro

Os intensos movimentos feitos recentemente para fortalecer o projeto de candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) tiveram impacto forte no tabuleiro onde se movem as pedras para a sucessão do governador Flávio Dino (PSB), mas não causaram estrago maior na base do projeto de candidatura do senador Weverton Rocha (PDT). Em meio à repercussão da iniciativa do presidente do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, de sugerir o nome do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto, que é do seu partido, para companheiro de chapa do vice-governador, o senador pedetista reafirmou seu projeto e avaliou que o grupo básico de apoio à sua pré-candidatura permanece unido. Sem se manifestar explicitamente sobre movimentos de Carlos Brandão, Weverton Rocha deixou claro, em momentos diversos, que sua pré-candidatura está de pé, com o mesmo apoio, e se tornou irreversível.

– Sou muito orgulhoso de contar com o apoio de uma senadora (Eliziane Gama [Cidadania]), presidentes de partidos (deputados federais Cléber Verde [Republicanos], Juscelino Filho [DEM] e André Fufuca [Progressista]) deputados federais, deputados estaduais e do presidente da Assembleia. E o mais importante, esse projeto tem a preferência do povo do Maranhão, que é quem decidirá o futuro do nosso estado – declarou o pré-candidato pedetista, num aviso claro de que está firme no jogo sucessório.

Além da base política e partidária, que avalia como densa e sólida, Weverton Rocha sustenta o argumento de que está no páreo motivado pelos números das pesquisas sobre a corrida sucessória divulgadas até aqui, nas quais ele só perde em intenções de voto para a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), e nos cenários em que ela não é incluída, o senador assume a liderança, com diferenças fora da margem de erro sobre os demais concorrentes: Carlos Brandão, Edivaldo Holanda Jr. (PSD), Roberto Rocha (a caminho do PL), Lahesio Bonfim (PTB), Josimar de Maranhãozinho (PL), Felipe Camarão (PT) e Simplício Araújo (SD). Na média das pesquisas, o senador Weverton Rocha aparece com percentuais de intenção de voto superiores a 20%, ficando os três primeiros da relação disputando a segunda colocação. Vale lembrar os elevados percentuais “nenhum”, “não sabe” e “não respondeu”, o que indica que a disputa está em aberto.

Weverton Rocha aposta alto nas articulações e movimentos que fará nas próximas semanas, projetando chegar turbinado ao final de janeiro, quando os líderes do grupo governista sentarão para decidir sobre a amarração final da candidatura que os representará na corrida às urnas. Nesse sentido, ela trava uma guerra dura, difícil, de desfecho imprevisível, mas, reconheça-se, politicamente civilizada, sem ataques pessoais nem pugilato verbal com o vice Carlos Brandão, que também mantém a postura correta. O senador e seus aliados estão confiantes de que chegarão à hora da decisão com sua pré-candidatura consolidada, pronta para receber o apoio da maioria do grupo partidário. Não há, porém, dentro do grupo que o apoia, a convicção de que ele consiga reverter a tendência criada com o apoio declarado do governador Flávio Dino ao vice-governador, o que leva muitos deles a admitir o líder pedetista está se preparando para o embate direto com Carlos Brandão.

Parte do trabalho de fortalecimento do projeto eleitoral de Weverton Rocha está desafio de estancar focos de crise na sua base partidária, como, por exemplo, a tensão que vem dominando o Cidadania, cuja executiva estadual decidiu não seguir a senadora Eliziane Gama, que o apoio, para aliar-se a Carlos Brandão. Forjado no jogo pesado do movimento estudantil e nas duras batalhas da Juventude do PDT com o MDB Jovem nas ruas de São Luís, o senador sabe que tem um grande desafio pela frente, e tem mostrado que está disposto a encará-lo, confiante de que pode vencê-lo, mas ciente de que corre o risco de sofrer um duro golpe na sua bem-sucedida carreira política.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Vice: Othelino Neto usa habilidade para recusar sugestão de Márcio Jerry

Ao lado do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e do procurador gera de Justiça, Eduardo Nicolau, Carlos Brandão e Othelino Neto participaram ontem, em clima descontraído, da abertura do 11º Congresso do Ministério Público cujo tema é adequado à realidade do Brasil: “O Ministério Público na Promoção das Liberdades Democráticas”

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto, usou toda a sua polidez política para recusar a sugestão feita pelo presidente do seu partido, o PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, para que ele seja companheiro de chapa do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) na corrida ao Governo do Estado. Sem se referir ao fato em si, o parlamentar usou suas redes sociais para reafirmar seu ao projeto de candidatura do senador Weverton Rocha (PDT).

Político já tarimbado, que começa a viver a maturidade nesse campo minado de sutilezas que podem alavancar e enterrar projetos de poder, Othelino Neto respondeu a Márcio Jerry sem fechar todas as portas. Ele sabe, com clareza solar, que o fato de pertencer aos quadros do PCdoB é um dado limitador dos seus movimentos. Mas sabe também que, tome a posição que tomar, não será hostilizado dentro da agremiação comunista. Mas também não parece interessado em alimentar a condição de peça destoante num partido cujas decisões são sempre unânimes. Daí a possibilidade de ele migrar para o PDT.

Os políticos de raiz costumam dizer que em política não é surpresa boi voar. Conhecedor profundo do assunto, o advogado Sálvio Dino, pai do governador Flávio Dino, costumava acrescentar que na política do Maranhão boi voa de asa quebrada. De agora até as convenções partidárias de julho, tendo como escala a abertura da janela partidária em março muita água no leito da corrida sucessória.

 

Sarney renova carteira da OAB e diz que sua maior causa foi redemocratizar o Brasil

José Sarney presta juramento como advogado ao receber carteira renovada da OAB

“Eu tive um cliente [a população brasileira] que me deu uma causa, que foi redemocratizar o Brasil”, declarou ontem o ex-presidente José Sarney (MDB) no ato de renovação da sua carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na sede da instituição. A carteira, de nº 279, a segunda mais antiga do Maranhão, lhe foi entregue pelo atual presidente da OAB/MA, Thiago Diaz, na presença de conselheiros e advogados, entre eles o decano da advocacia maranhense, Valeriano Américo de Oliveira.

Não foi uma frase ilustrativa do momento, mas uma declaração com força histórica, exatamente por traduzir fielmente o papel de liderança que ele exerceu no processo de redemocratização. Quando assumiu no lugar do presidente eleito Tancredo Neves (PMDB), de quem era vice, Sarney encontrou o país mergulhado na mais absoluta incerteza quanto ao futuro. A democracia estava de volta, um governo civil, eleito indiretamente, mas dentro das regras vigentes, havia sido instalado; ao mesmo tempo, forças reacionárias, que queriam a manutenção da ditadura, se movimentavam tentando inflamar os quartéis, onde muitos não se conformavam com a perda do poder.

Político de centro-direita convicto, de formação liberal, José Sarney usou toda sua habilidade, paciência e tolerância na administração da crise que se desenhava, e aos poucos foi acalmando o ambiente e consolidando a transição, que consumou com a eliminação dos mecanismos de exceção, restaurando as liberdades civis, como a partidária, e a convocando a Assembleia Nacional Constituinte, tirando, por exemplo, o PCdoB da clandestinidade. Foi graças à sua visão política e ao seu traquejo que a Nova República foi consolidada com a promulgação da nova Constituição, devolvendo aos brasileiros o estado democrático de direito e iniciando um novo e decisivo momento na sua História, infelizmente hoje ameaçado por adoradores da ditadura hoje instalado no poder.

Em Tempo: Não é só a carteira da OAB atualizada que orgulha o ex-presidente José Sarney. Ele também faz questão de renovar periodicamente a sua carteira de Jornalista, que atualiza a cada biênio, ora por meio do Sindicato dos Jornalistas do Maranhão, ora por na Federação Nacional dos Jornalistas, em Brasília.

São Luís, 10 de Dezembro de 2021.

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