A movimentação em andamento vai aos poucos confirmando previsão feita meses atrás e segundo a qual a disputa para o Senado em 2026 será uma das mais renhidas dos últimos tempos. E a intensidade da guerra pelo voto para a Câmara Alta será maior ou menor se o governador Carlos Brandão (PSB) decidir renunciar em abril do ano que vem e pleitear uma cadeira numa chapa com o vice-governador Felipe Camarão (PT), ou permanecer no cargo e comandar o processo sucessório apoiando um candidato a governador e dois candidatos ao Senado. Se optar pela renúncia, Carlos Brandão entrará na corrida ao Senado como franco favorito para uma cadeira, ficando os senadores Eliziane Gama (PSD) e Weverton Rocha (PDT), candidatos à reeleição, e os demais aspirantes, entre eles o ministro do Esporte, André Fufuca (PP), brigando pela segunda cadeira, com desfecho imprevisível. Mas se a opção for pela permanência no cargo até a final do mandato, a guerra pelas duas cadeiras será mais aberta e menos tensa.
Não há dúvida de que no momento, e a julgar pelo cenário político visível, o governador Carlos Brandão é, de longe, o nome mais forte da corrida ao Senado desenhada até aqui. Além de comandar um Governo bem avaliado e de vir cumprindo os seus compromissos de campanha, o mandatário cultiva uma relação politicamente produtiva com lideranças municipais, a começar por prefeitos, o que lhe dá um cacife que nenhum outro aspirante ao Senado detém. Isso significa que com a sua participação, dificilmente um dos candidatos fará a opção de tê-lo como concorrente direto. Ao contrário, todos os movimentos feitos até agora são no sentido de formar dobradinha com o chefe do Executivo na corrida às urnas. Isso porque até agora Carlos Brandão não disse se será ou não candidato ao Senado.
Político experiente, tarimbado no jogo das montagens eleitorais, o governador Carlos Brandão sabe que em matéria eleitoral a indefinição tem um timing. Isso significa que ele ainda tem tempo para decidir sobre candidatar-se ou não, mas também que definições sobre pressão do tempo são mais difíceis e guardam riscos. Ou seja, se fechar o ano com essa decisão tomada e anunciada, sua caminhada para Brasília será bem mais segura. A conversa de ontem com a senadora Eliziane Gama, em Brasília, foi um sinal forte de que, embora não admita ainda, Carlos Brandão tende a entrar na disputa por uma vaga de senador.
Os movimentos do governador são atentamente acompanhados por Weverton Rocha, Eliziane Gama e André Fufuca, bem como pelo ex-prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (Mobiliza) e, segundo o que foi divulgado recentemente pelo bem informado blog Marrapá, Warllyson Fiúza (PL), nome baseado na Região Tocantina. Todos sabem que o governador Carlos Brandão é fator decisivo. Isso porque a equação política é simples: se ele for candidato a senador, além de entrar com o favorito para uma vaga, ele naturalmente escolherá um dos outros candidatos para formar dobradinha, o que certamente facilitará a vida do escolhido. Se permanecer no cargo até o final do mandato, colocará o seu poder de fogo a serviço de dois candidatos da sua preferência.
Na bolsa das apostas informais o governador vem crescendo rapidamente como pré-candidato a senador, com muitos observadores apostando que ele confirmará sua candidatura até outubro, um ano antes da eleição. Isso porque, dizem, ele precisa bater martelo em relação à sua própria sucessão, que vem sendo dominada pela indefinição, por conta das rusgas entre o seu grupo e aliados ligados ao ministro Flávio Dino (SFT). Nos bastidores, há quem diga que conversas estão em andamento e com perspectiva de recomposição, ao mesmo tempo em que há vozes ainda dominadas pelo pessimismo.
Independentemente de qualquer situação que venha a se estabelecer, o fato é que o governador Carlos Brandão reúne as condições necessárias para, se quiser, entrar na corrida senatorial como favorito. Ao mesmo tempo em que, se não entrar, terá poder de fogo para nortear a disputa.
PONTO & CONTRAPONTO
Base começa a ter atuação mais intensa em defesa do Governo na Assembleia Legislativa
A base do Governo na Assembleia Legislativa vem mudando progressivamente sua postura, assumindo o apoio e a defesa do governador Carlos Brandão (PSB), quebrando um pouco a onda oposicionista formada principalmente por deputados do chamado grupo dinista.
Nas sessões mais recentes, vários deputados foram à tribuna para elogiar o Carnaval em São Luís, destacando os investimentos feitos e o retorno social e econômico da folia momesca. Os deputados Florêncio Neto (PSB), Cláudio Cunha (PL), Catulé Jr. (PP), David Brandão (PSB) e Yglésio Moises (PRTB), entre outros ocuparam a tribuna para destacar os resultados do reinado de Momo, não apenas no aspecto festivo, mas sobretudo no enfoque turístico e econômico.
Deputados governistas também abordaram as ações na infraestrutura rodoviária do estado, recuperação de rodovias e ações de manutenção em pontes. Na linha de abordagens, membros da bancada governista destacaram a decisão do governador Carlos Brandão de reduzir a zero o ICMS sobre produtos da cesta básica num alinhamento com o presidente Lula da Silva (PT).
Ao mesmo tempo, a bancada governista tem votado em bloco de acordo com as lideranças credenciadas pelo Palácio dos Leões, a começar pelo líder do Governo, deputado Neto Evangelista (União). Isso pode indicar que a articulação feita pelo Palácio dos Leões está mudando para melhor no que respeita ao relacionamento do Governo com o parlamento estadual.
A atuação mais forte da bancada governista chega na hora em que a oposição entra numa linha mais moderada.
Depois de longos períodos de turbulências, Paço do Lumiar volta aos trilhos
Depois de um longo período de turbulência, que resultou na cassação da então prefeita Paula da Pindoba (PCdoB), Paço do Lumiar, o quinto maior município do Maranhão e que é parte essencial da região metropolitana de São Luís, voltou aos trilhos da normalidade sob o prefeito Fred Campos (PSB) e com o funcionamento da nova Câmara Municipal.
Município marcado pela ação de grupos políticos mais parecidos com quadrilhas, que durante anos a fio saquearam seus recursos e manipularam criminosamente a sua população, mas hoje parece viver uma realidade muito diferente, com a ironia de que o seu prefeito, eleito com uma das maiores votações do estado, fez sua campanha usando tornozeleira eletrônica, acusado de corrupção no escandaloso Caso da Operação 18 Minutos.
Todas as informações saídas de Paço do Lumiar dão conta de que o município vive numa nova realidade, com uma gestão que nos primeiros meses se mostra dinâmica, fazendo a coisa certa em matéria de gestão pública. O prefeito Fred Campos sabe que, por causa do seu envolvimento no caso de corrupção que abalou o Tribunal de Justiça, comanda uma das administrações mais “vigiadas” no Maranhão, o que significa dizer que ele não pode tropeçar. E pelo que vem mostrando, não vai tropeçar.
É quase unânime a torcida para que prossiga nessa linha.
São Luís, 14 de Março de 2025.