A ex-governadora Roseana Sarney vai disputar o Governo do Estado liderando uma coligação formada por seis partidos (MDB, PV, PSD, PRP, PSC e PMB), tendo como vice o empresário tocantino Ribinha Cunha (PSC), e como candidatos às vagas no Senado o senador Edison Lobão (MDB) e o deputado federal Sarney Filho (PV). A chapa majoritária foi formalizada ontem em clima de festa partidária no Espaço Renascença, onde os seis agremiações realizaram suas convenções, reunindo representantes de todas as regiões do Maranhão. Embalada pelo slogan de sentido dúbio “Que bom ter você de volta” e por um jingle em que exaltada como “guerreira”, apresentado pela cantora Alcione Nazareth, Roseana Sarney comandou o ponto alto da reunião partidário dando a palavra ao pai, o ex-presidente José Sarney, que fez um discurso exaltando a candidata.
A convenção que oficializou a candidatura da ex-governadora foi animada, mas em volume e peso político foi bem mais modesta do que a mega reunião comandada sábado pelo governador Flávio Dino (PCdoB), e nem de longe lembrou os eventos partidários espetaculares realizados pelo Grupo Sarney em outros tempos. A coligação poderia ser maior, mas o deputado federal Aluízio Mendes rompeu com o Grupo e levou o Podemos, seu partido, e o PHS, sob sua influência, para aliarem-se ao senador Roberto Rocha, pré-candidato tucano ao Governo do Estado, que também ganhou o apoio do deputado estadual Eduardo Braide (PMN). Além disso, os seis partidos formaram uma única coligação para disputar as 18 cadeiras da Câmara Federal e as 42 da Assembleia Legislativa.
No seu discurso, Roseana Sarney se disse preparada para enfrentar o governador Flávio Dino durante a campanha, afirmando que grande parte das obras do atual Governo foi planejada na sua última gestão. Prometeu retomar programas como Luz Para Todos e Primeiro Emprego, mas não foi muito além dessas considerações, resumindo sua fala com algumas críticas ao governador Flávio Dino outros. A ex-governadora também defendeu a candidatura de Lula da Silva (PT) presidente, considerando sua prisão uma injustiça. Em seguida, Roseana passou o microfone ao ex-presidente José Sarney – que só foi ao Espaço Renascença atendendo a um insistente pedido da filha. Embalado pela palavra de ordem “Sarney, guerreiro do povo brasileiro”, o ex-presidente se animou destacou obras que Roseana realizou nos seus mais de 12 anos de Governo. Tomado pela empolgação em meio a uma crítica ao governador Flávio Dino, o ex-presidente estimou que “um mandato é suficiente para se fazer uma revolução”, lembrando, claro, do seu próprio Governo (1966-1970): “Em apenas quatro anos eu fiz o Porto do Itaqui, a Barragem do Bacanga, a Ponte do Caratatiua, a estrada São Luís-Teresina (BR-135), a estrada Santa Luzia-Açailândia, a usina de Boa Esperança e ainda deixei pronto o projeto da Ponte Bandeira Tribuzi”, listou. Mas o fez provavelmente esquecido de que, mesmo realizando boas gestões, Roseana Sarney não fez a tal revolução em três mandatos.
Curiosamente, nem Roseana Sarney nem José Sarney situaram a candidatura da ex-governadora no cenário nacional, não fazendo referência direta ao Governo do presidente Michel Temer (MDB), nem ao candidato dele e do MDB a presidente, o ex-banqueiro e ex-ministro da Fazenda Henrique Meireles. Ambo preferiram limitar a disputa às fronteiras do Maranhão.
Em seus pronunciamentos, o vice Ribinha Cunha, o senador Edison Lobão e deputado Sarney Filho prometeram se empenhar ao máximo para dar suporte á candidatura da ex-governadora, mote que foi adotado por candidatos a deputados federal do chapão: João Marcelo (MDB), Hildo Rocha (MDB), Edilázio Jr. (PSD), Ricardo Murad (PRP), e a deputado estadual: Roberto Costa (MDB), Adriano Sarney (PV), Andrea Murad, entre outros. Em busca de um mandato federal, o ex-deputado Ricardo Murad (PRP) bateu forte contra o Governo Flávio Dino, mas avaliou que o governador é favorito na corrida ao Palácio dos Leões, mas que essa situação será mudada por Roseana Sarney durante a campanha.
PONTO & CONTRAPONTO
Edison Lobão e Sarney Filho formalizam candidaturas ao Senado e escolhem suplentes
A convenção que firmou a coligação liderada por Roseana Sarney também definiu as vagas de suplente de senador. O senador Edison Lobão terá como primeiro suplente o empresário Lobão Filho (MDB), que já ocupa a vaga e vai para a reeleição, e como segundo suplente Francisco Soares, o Franciscano, pecuarista conhecido de São Francisco do Brejão, antigo militante do MDB. Já o deputado federal Sarney Filho terá como primeiro suplente o ex-deputado federal Clóvis Fecury (MDB), que já ocupa a vaga no mandato do senador João Alberto (MDB), e como segundo suplente o professor e pastor evangélico João Manoel de Souza (MDB), filho do presidente regional do MDB.
Arnaldo Melo confirmou sua candidatura à Assembleia Legislativa
Além do residente Othelino Neto (PCdoB), a disputa por cadeiras na Assembleia Legislativa atraiu nomes de peso da política estadual. Um deles é o ex-deputado Arnaldo Melo, que presidiu o parlamento estadual por dois mandatos consecutivo e assumiu o Governo do Estado por duas semanas, fechando o mandato de Roseana Sarney em 2014. Naquele ano, Arnaldo Melo transferiu suas bases eleitorais para a médica Nina Melo (MDB), sua filha. Nos últimos três anos, Arnaldo Melo, que é médico por formação, morou em Brasília, onde ocupou uma das diretorias da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), mas decidiu voltar à militância partidária disputando uma cadeira no parlamento maranhense no lugar da filha, que desistiu de buscar a reeleição para ceder-lhe a vaga.
São Luís, 30 de Agosto de 2018.