Não é possível ainda apontar com boa margem de segurança o posicionamento dos partidos em relação aos projetos de candidatura ao Governo do Maranhão. Mas, a julgar pelos fatos mais recentes, esse cenário já pode ser rascunhado, principalmente se a disputa se der entre o senador Weverton Rocha (PDT), o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), o senador Roberto Rocha (sem partido) e o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL). Dos 21 partidos que hoje atuam formalmente no tabuleiro da política estadual, os 16 que integram a aliança liderada pelo governador Flávio Dino (PCdoB) vão aos poucos se distribuindo entre Weverton Rocha e Carlos Brandão, numa proporção quase de meio a meio. Os demais aguardam definições das suas cúpulas, sendo que algumas siglas se alinharão com o posicionamento dos seus comandos locais e outras se posicionarão ao sabor das decisões das suas cúpulas nacionais.
Grosso modo, a base partidária do governador Flávio Dino está posicionada em relação às duas pré-candidaturas. Pelo que é observável no cenário prévio da corrida, PDT, DEM, Republicanos, PSB, Cidadania e PSL caminham informalmente para se alinhar ao projeto de candidatura do senador Weverton Rocha, que fora da aliança deve receber o apoio do Podemos. Na contrapartida, PSDB, PCdoB, PT, PROS, PTB, Solidariedade, PP e PTC tendem a formar o suporte partidário do projeto de candidatura do vice-governador Carlos Brandão.
Na lista pró-Weverton Rocha, são dúvidas o PSL, que poderá sofrer uma reviravolta se o presidente Jair Bolsonaro resolver retornar ao partido, e o Podemos, que vai depender do posicionamento do prefeito Eduardo Braide, que deverá seguir orientação da cúpula nacional. Numa situação mais delicada, o PSB lhe dará apoio pela via da família Leitoa, mas com a provável dissidência do deputado federal Bira do Pindaré, que deu uma prova maiúscula de lealdade ao governador Flávio Dino em 2020, em São Luís. Já em relação a lista inclinada para Carlos Brandão, a incerteza se dá em relação ao PP, que depende ainda de uma definição clara do deputado federal André Fufuca, seu presidente regional, e do quase inexistente PTC, controlado pelo deputado estadual Edivaldo Holanda, que poderá também apoiar Weverton Rocha.
Nesse contexto, três agremiações seguem, cega e ordenadamente, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho: o PL, ao qual é filiado e preside no estado, o Patriotas, que tem o controle de fachada do deputado federal Marreca Filho, e o Avante, que está entre seus amigos. Fora dessa seara estão o MDB, que seguirá fielmente a orientação da sua cúpula no estado, podendo lançar a candidatura da ex-governadora Roseana Sarney ou apoiar Weverton Rocha ou Carlos Brandão, dependendo da capacidade de articulação dos candidatos – a informação mais convincente é a de que a ex-governadora poderá ser candidata a deputada federal.
No terceiro bloco, PL, Patriotas e Avante se posicionarão aonde Josimar de Maranhãozinho determinar, uma vez que ele tem os três partidos sob controle absoluto. Se o parlamentar resolver ser candidato a governador, como reafirmou recentemente, confirmando o que vem sendo disseminado por ele próprio, os três partidos o seguirão fiel e alinhadamente. Mas se, por outro lado, o chefe do PL decidir apoiar a eventual candidatura do senador Roberto Rocha ao Governo e sair como candidato a vice, levará junto Patriotas e Avante. Finalmente, o PSD, controlado pelo deputado Edilázio Jr., e o PSC, que tem como chefe maior no estado o deputado federal Aluísio Mendes, devem apoiar o projeto eleitoral de Roberto Rocha, só mudando de rumo se, numa guinada improvável, Roseana Sarney resolver entrar na briga pelo Palácio dos Leões.
Vale repetir que esse é o cenário de agora, que aponta tendências. O desenho definitivo do alinhamento partidário só deve se dar mesmo depois que o governador Flávio Dino, após fazer as consultas que julgar necessárias, bater martelo definindo o candidato que apoiará na corrida à sua sucessão. Até lá, algumas posições podem ser mudadas, mas nada que altere substancialmente as equações partidárias montadas até aqui.
PONTO & CONTRAPONTO
Josimar mantém candidatura ao Governo e diz que conversa com Rocha
O deputado Josimar de Maranhãozinho (PL) foi evasivo ao ser indagado sobre a suposta aliança dele com o senador Roberto Rocha (sem partido) na corrida ao Governo do Estado, que estaria sendo estimulada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “Não procede”, respondeu o parlamentar à pergunta feita pelo blogueiros Werbeth Saraiva. Ao mesmo tempo, admitiu que tem conversado com o senador sobre o cenário político maranhense, e sinalizou, sem muita ênfase, quer mantém de pé o seu projeto de disputar a sucessão governador Flávio Dino (PCdoB).
Na mesma conversa, Josimar de Maranhãozinho declarou que está cada vez mais alinhado ao Governo Bolsonaro, seguindo a orientação do presidente nacional do seu partido, o ex-deputado federal por São Paulo Waldemar Costa Neto, que está sem mandato por ter ficha suja, mas que segue influenciando fortemente as decisões da Câmara Federal por intermédio dos seus liderados, entre eles o parlamentar maranhense. E foi taxativo ao informar que o caminho que vier a tomar será decidido de comum acordo com chefão nacional do PL, que ele aponta como seu líder e guru.
– Esse sim, eu paro para ouvir antes de importantes decisões, pois ele me representa – declarou Josimar de Maranhãozinho.
Comissão ouvirá sociedade para atualizar e ajustar na legislação ambiental do Maranhão
O Maranhão vai ter o seu Código de Proteção do Meio Ambiente e toda sua legislação ambiental revisados e atualizados. A Comissão de Juristas instituída com esse objetivo no início de Fevereiro pelo presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB), e presidida pelo promotor do Meia Ambiente, Fernando Barreto, definiu o calendário de ações, sendo que o primeiro item dessa programação será uma série de cinco escutas públicas, pela plataforma on-line Zoom, sendo que a primeira será realizada no próximo dia 6 de Maio. Para participar das escutas, o interessado terá de se inscrever no período que vai do dia 22 a 28 deste mês.
O trabalho da Comissão de Juristas será o de, no prazo de 180 dias, reunir subsídios e elaborar minuta para um anteprojeto de lei propondo a atualização, o aperfeiçoamento e a consolidação do Código de Proteção do Meio Ambiente do Estado do Maranhão (Lei Nº 5.405/1922) e da legislação ambiental maranhenses, ajustando-os ao Código Brasileiro de Proteção Ambiental e da legislação federal. A ideia central da atualização é assegurar maior eficiência e eficácia no controle, promoção e defesa das questões ambientais, de acordo com a resolução que criou o grupo.
Com a autoridade de quem foi um dos fundadores do PV no Maranhão e de ter sido secretário de Meio Ambiente do Governo José Renaldo Tavares, o deputado Othelino Neto justifica a atualização da legislação ambiental do Maranhão pelo fato de ela já tem cerca de 30 anos, estando defasada em muitos aspectos. “A partir deste trabalho que será desenvolvido pela Comissão de Juristas, teremos um Código Estadual Ambiental atualizado e levando em consideração as alterações que o meio ambiente teve nas últimas três décadas”, disse.
Por sua vez, o presidente da Comissão, Fernando Barreto, que coordena o Centro de Apoio Operacional de Meio Ambiente, Urbanismo e Patrimônio Cultural do Ministério Público do Maranhão (MPMA), explicou quer as escutas públicas “são essenciais” para que o grupo de trabalho conheça as opiniões de especialistas, estudiosos, terceiro setor e empresariado sobre os diversos temas pertinentes à revisão da legislação ambiental, que devem subsidiar a proposta a ser entregue à Assembleia Legislativa. “O objetivo dessas escutas públicas é, neste primeiro momento, colher as sugestões da sociedade, necessárias para conhecermos as opiniões de diversos especialistas sobre aquilo que consideram relevante”, disse Fernando Barreto.
Em tempo: a Comissão de Juristas é composta por 13 membros, entre eles o procurador geral do Estado, Rodrigo Maia, o juiz Douglas Martins, da Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís, e o procurador-geral da Assembleia Legislativa, Tarcísio Araújo.
São Luís, 20 de Abril de 2021.