Três movimentos político-partidários estão em curso no Maranhão e, se concretizados, definirão o quadro de forças políticas que se baterão pelo poder já nas eleições municipais de 2020. O primeiro é uma provável fusão do PCdoB com o PPL, que poderá garantir a existência do primeiro, ameaçada pela cláusula de barreira aplicada aos resultados das eleições de Outubro. O segundo é guerra que se desenha dentro do MDB pelo comando do partido, com um grupo reivindicando que a direção da legenda no Maranhão seja entregue à nova geração. E o terceiro é a possibilidade de o deputado estadual e federal eleito Eduardo Braide, que controla o PMN, se filiar ao PSL e assumir o comando do braço partidário do Governo Jair Bolsonaro no estado. Claro que existem outros campos partidários – como o PSDB, por exemplo – que, destroçados nas urnas, começam a juntar o que sobrou para organizar a sobrevivência, mas os movimentos envolvendo o PCdoB, o MDB e PSL poderão nortear o cenário político do Maranhão nos próximos tempos.
O PCdoB, mesmo com o desempenho excepcional no Maranhão, com a reeleição do governador Flávio Dino, dois deputados federais (Márcio Jerry e Rubens Pereira Jr.), uma expressiva bancada com seis deputados estaduais, que se somaram a 46 prefeitos e centenas de vereadores, não atendeu às exigências da legislação eleitoral no plano nacional e entrou na rota dos partidos ameaçados de extinção. No momento, o presidente da agremiação, Márcio Jerry, comanda uma série de conversas como o principal estrategista e articulador do partido e do Governo Flávio Dino, dentro das regras, para fortalecer o partido, sendo a fusão com o PPL, também ameaçado, o caminho mais adequado. A regularização da existência do PCdoB o manterá como a maior força partidária em ação no Maranhão, com larga possibilidade de sair das urnas de 2020 tão ou mais forte do que entrou. O PCdoB trabalha com foco em objetivos como ganhar as prefeituras de São Luís e Imperatriz.
No campo contrário, o MDB, que saiu das urnas amargando a mais devastadora derrota sofrida desde que o Grupo Sarney assumiu o seu controle no Maranhão, no início dos anos 90 do século passado, é um partido profundamente dividido. De um lado, uma corrente liderada pelo deputado estadual reeleito Roberto Costa reivindica que o partido seja comandado pela nova geração. Esse movimento se choca frontalmente com a ex-governadora Roseana Sarney, que anunciou interesse em assumir o comando do partido com a saída iminente do senador João Alberto. Ao invés de conter a onda jovem, o aviso de Roseana Sarney só acirrou os ânimos, com vozes da ala jovem também avisando que não aceitarão que ela assuma o comando do partido, havendo emedebistas afirmando que nesse caso deixarão o partido. Esse grupo respeita a velha geração, mas acha que ela já deu o que tinha de dar e que agora é a vez da nova geração traçar os rumos do partido. Os nomes mais cotados para assumir o comando emedebista são Roberto Costa, o deputado federal Victor Mendes, o atual secretário nacional da Juventude, Assis Filho, e o prefeito de Imperatriz, Assis Ramos, podendo, numa hipótese remota, haver um acordo em torno do deputado federal reeleito Hildo Rocha. O objetivo principal do MDB é manter a prefeitura de Imperatriz.
O terceiro movimento envolve o deputado estadual e federal eleito Eduardo Braide, que saiu das urnas como um fenômeno eleitoral, e o PSL, partido do presidente eleito Jair Bolsonaro, que só conseguiu eleger um deputado estadual no Maranhão, Pará Figueiredo. O PSL vem sondando Eduardo Braide para que ele se filie aos seus quadros e, no caso, assuma o comando da agremiação no Maranhão. A proposta é tentadora, porque no caso, Eduardo Braide se tornaria a voz do Governo Bolsonaro no Maranhão, já que os representantes do partido – o vereador Chico Carvalho, que o preside no estado, e a ex-prefeita Maura Jorge, que levantou a bandeira bolsonaristas no Maranhão nas eleições deste ano, não têm cacife político e eleitoral para falar em nome do partido. Político com faro apurado e que mede e pesa todos os seus movimentos, Eduardo Braide avalia a proposta com cuidado extremo. Sabe que jogará nos extremos: se entrar no PSL e o Governo Bolsonaro der certo no Maranhão e no País, terá poder de fogo para bancar qualquer projeto eleitoral; mas, a coisa se não for bem, ele poderá até mesmo comprometer sua carreira, brilhante até aqui. O foco direto e imediato de Eduardo Braide é se tornar prefeito de São Luís.
Os desfechos desses três movimentos devem acontecer nos próximos dois meses e, com certeza, nortearão os grupos na direção das urnas municipais de 2020.
PONTO & CONTRAPONTO
Especial
12ª FeliS transforma o Multicenter Sebrae num paraíso da literatura
Pense no espaço de exposição do Multicenter Sebrae e o imagine com 70 estandes montados para expor uma enorme quantidade de um único produto: livro. São milhares e milhares deles, que contam tudo sobre a odisseia humana, incluindo história, ciência, arte e ficção. Entre os estandes recheados de maravilhas da literatura, imagine espaços especiais, como a Casa do Escritor, o Café Literário, o Planetário, o Espaço Mulher, o Espaço Criança Sesc, o Espaço da Juventude, o Espaço Criança Semed, o Carro Biblioteca, o Auditório Punga dos Saberes, o Auditório Graça Aranha e o Auditório Casa do Professor.
Tudo isso junto ganhou o nome de 12ª Feira do Livro de São Luís (FeliS), que para ficar mais especial é motivada pelo tema “A brasilidade na cultura contemporânea” e tem como patrono ninguém menos do que o escritor maranhense Graça Aranha, o célebre autor de Canaã, um dos marcos da literatura brasileira. É a sexta edição realizada no atual governo, tendo como responsável e avalista maior o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) e o empenho dos secretários municipais Nonato Chocolate (Turismo) e Marlon Botão (Cultura). Tudo isso viabilizado com recursos da Prefeitura de São Luís, com o patrocínio da Vale e do Governo do Estado via Gasmar e o apoio do Sebrae-MA e do Sesc-MA, Uema, UFMA, e da Associação dos Livreiros do Maranhão e da Potiguar, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, além de uma parceria com a TV Difusora.
A maravilha literária foi aberta oficialmente sexta-feira (16) e permanecerá até o próximo dia 22, funcionando diariamente das 10 às 22 horas. Nesse período, o templo da cultura das letras em que está transformado o Multicenter Sebrae, além de receber e encantar milhares de maranhenses de todas as idades e vieses culturais e também visitantes que que por lá passarão, será um espaço para muitas atividades. Por ali, desfilarão escritores mostrando suas obras, críticos e especialistas discutindo aspectos variados da literatura brasileira e de todas as línguas, serão realizadas conferências e debates, serão abertas oficinas – principalmente para crianças e estudantes -, momentos de autógrafos, enfim, tudo o que é habitual num evento dessa natureza e dessa magnitude. No total, serão realizadas pelo menos 500 atividades paralelas, incluindo shows e apresentações teatrais.
Chama a atenção o fato de a prefeitura de São Luís e seus parceiros manterem um evento literário do tamanho e da abrangência da 12ª FeliS desafiando todos os efeitos da crise econômica que sufoca o País, numa demonstração do grau de compromisso que o prefeito Edivaldo Holanda Jr. tem com a cultura, segundo destacou o secretário Marlon Botão. “A Feira é uma referência para nós. Metade das 12 edições foi realizada na gestão do prefeito Edivaldo. Isso foi possível graças à construção de parcerias. Consolidamos o evento que é forte na cidade e promove não apenas o livro, mas todas as outras cadeias que a literatura envolve”, disse Marlon Botão, que representou o prefeito Edivaldo Holanda Jr. no ato de abertura.
E para circular nesse paraíso cultural montado em São Luís não precisa pagar nada. Basta chegar até lá, entrar e usufruir de tudo de bom que um evento dessa natureza costuma proporcionar.
Grupo Sarney permanece no palanque, dispara forte contra Flávio Dino e erra todas
Na semana que passou, o Grupo Sarney mostrou que, mesmo triturado nas urnas, permanece no palanque como Oposição e fazendo de tudo para tirar o sono do governador Flávio Dino (PCdoB). Usou seus canhões midiáticos para informar que o Maranhão teria sido rebaixado da posição em que se encontra entre os estados em melhor situação fiscal – equilíbrio entre receita e despesa; afirmou que o Maranhão é o estado que menos investe em saúde; alardeou que o Governo do Estado não terá dinheiro para pagar os aposentados e pensionistas em 2019; e chutou que o Governo do Estado não pagará o 13º salário dos servidores. Por incrível que possa parecer, nenhuma das “informações” – todas divulgadas com destaque -, se sustentou, caindo uma a uma por terra e colocando os veículos, numa situação de desconforto. Isso porque ficou claro que o Maranhão continua apontado pelo tesouro nacional como um dos estados mais bem organizados e cuidados financeiramente; que o Maranhão está na lista dos estados que mais investiram em Saúde nos últimos tempos; o 13º dos servidores está garantido, tendo a primeira parcela (50%) sido antecipada no contracheque de Julho; e sem nenhuma afetação, o governador Flávio Dino assegurou que o pagamento de aposentadorias e pensões em 2019 está garantido, sem qualquer possibilidade de atraso.
São Luís, 18 de Novembro de 2018.