O ministro Juscelino Filho (Comunicações), que é deputado federal pelo União Brasil e divide o prestígio do partido no Maranhão com o deputado federal Pedro Lucas Fernandes, que o preside, está enfrentando uma série de situações incomuns, que ora o coloca como aliado do governador Carlos Brandão (PSB) e ora como adversário. Dois exemplos: a posição do ministro em Vitorino Freire, sua terra natal e principal base eleitoral, onde ele e sua irmã, Luanna Rezende (UB), prefeita já reeleita, travam uma guerra contra o tio, o ex-deputado Stênio Rezende, que quer ser candidato a prefeito; e em relação à disputa para a Prefeitura de São Luís, ele propõe que o deputado Neto Evangelista (UB) seja candidato contra o deputado federal Duarte Jr. (PSB), apoiado pelo Palácio dos Leões e pelo Palácio do Planalto. Nos dois casos, o ministro está em rota de colisão com o governador Carlos Brandão, que prefere não o ver como adversário.
No que diz respeito a Vitorino Freire, o ministro Juscelino Filho está unido à sua irmã, a prefeita Luanna Rezende, para evitar que o seu tio, o ex-deputado estadual Stênio Rezende (PSB), que passou anos com a ficha suja e já pode disputar votos, chegue ao comando do município. Os dois irmãos já inclusive lançaram o seu candidato, Ademar Magalhães, conhecido como “Fogoió”, um político com prestígio no município e homem de confiança do ministro e da prefeita. Com o apoio da esposa, a deputada estadual Andreia Rezende (PSB), Stênio Rezende tentou convencer os sobrinhos a lhes dar apoio, mas os dois rejeitaram. Houve uma declaração de guerra, tendo o ministro das Comunicações trocado desaforos com seu irmão nas redes sociais e na chamada grande imprensa.
No mês passado, o governador Carlos Brandão passou por Vitorino Freire numa maratona de inauguração de obras, foi recebido por Stênio Rezende e sua mulher Andreia Rezende (PSB), mas o ministro e a prefeita não apareceram, configurando a existência de dois grupos numa mesma família em Vitorino Freire.
Em relação à corrida para a Prefeitura de São Luís, agindo na contramão do presidente do União Brasil no estado, o ministro Juscelino Filho decidiu entrar no circuito e defender a candidatura do deputado Neto Evangelista à sucessão do prefeito Eduardo Braide (PSD). E o fez dias depois de o governador Carlos Brandão nomear o parlamentar para o influente cargo de líder do Governo na Assembleia Legislativa. Diante da provocação, o próprio Neto Evangelista admitiu estar “no páreo”, mas depois de uma rodada de conversa nos bastidores ele decidiu silenciar sobre o assunto, pelo menos por enquanto. O projeto de candidatura de Neto Evangelista, que ainda deu uma e outra declaração, parece ter tomado o rumo do arquivo.
De longe, o experiente governador Carlos Brandão observa os movimentos do ministro das Comunicações, e parece decidido não dar maior importância às investidas dele. Institucionalmente, o governador recebe o ministro com frequência, em audiências e em eventos em que o Governo Federal tem participação. Recentemente, o ministro Juscelino Filho pegou carona no lançamento programa “Pé de Meia”, com o ministro visitante, Camilo Santana, da Educação, e o ministro do Esporte, André Fufuca, que comanda o PP no Maranhão e vive também algumas situações complicadas.
Da sua parte, o governador Carlos Brandão conduz esse jogo com o maior cuidado possível, uma vez que é impossível manter harmonia numa disputa que envolve 217 municípios, onde se digladiarão no mínimo 600 candidatos a prefeito e a vice-prefeito, incluindo os prefeitos que tentam a reeleição. Nessa linha de ação, o Palácio dos Leões minimiza as tensões onde aliados entram em confronto, porque não existe outra maneira de encarar uma situação tão complexa.
O importante, para todos eles, nesse caso, é que após as eleições as alianças sejam confirmadas, evitando-se confrontos.
PONTO & CONTRAPONTO
Ao se aliar com o Republicanos, Fred Campos pode perder o apoio do PT em Paço do Lumiar
O que parecia um enredo previsível e fadado a produzir uma mudança de comando na Prefeitura de Paço do Lumiar, o apoio da base governista à candidatura do ex-vereador e empresário Fred Campos (PSB) pode acabar se transformando num foco de crise. Tudo por conta da entrada em cena do Republicanos, partido comandado pelo deputado federal Aluísio Mendes, na política luminense.
Quando se negou a apoiar a candidatura de Fred Campos, que se filiou ao PSB, a prefeita Paula Azevedo (PCdoB) ensaiou uma relação com o Republicanos, chegando inclusive a visitar a sede do partido acompanhada do nome da sua preferência para sucedê-la, o vereador Jorge Marú, que se encontra sem partido.
A reação negativa dos partidos da base, principalmente PT, PCdoB e PV, que formam a Federação Brasil Esperança, e o próprio PSB, entre outros, à aproximação de Paula Azevedo com Aluísio Mendes e seu partido levou a prefeita a pisar no freio. Esses partidos não querem aproximação com o Republicanos sob o comando de Aluísio Mendes, argumentando que essa agremiação hoje representa parte da direita radical, identificada com o bolsonarismo.
Com o afastamento de Paula Azevedo, o deputado Aluísio Mendes agiu rápido e garimpando espaço, levou o Republicanos para a órbita de Fred Campos, que recebeu com expressão de satisfação. Só não contava com a reviravolta imposta pelo vice-governador Felipe Camarão, que tomou a seguinte decisão: retirou o PT da base de apoio de Fred Campos, o que representou um duro golpe para o projeto do candidato do PSB.
Ou seja, por conta de um apoio que não lhe será eleitoralmente rentável, o candidato Fred Campos perde outro que pode lhe ser decisivo.
Números da pesquisa DataM sugerem que eleitorado de Barreirinhas quer mudança
Se pesquisa do DataM estiver correta – e não há motivo para não estar -, o eleitorado de Barreirinhas parece decidido a apostar na renovação, preferindo eleger o engenheiro Vinícius Vale (MDB), representante da novíssima geração, deixando para trás políticos que, bem ou mal, já fizeram sua parte do comando do Portal dos Lençóis.
De acordo com o levantamento, se a eleição para a prefeitura de Barreirinhas fosse agora, Vinícius Vale seria eleito com 37,9% dos votos, seguido pelo ex-prefeito Léo Costa (PDT) com 26%, o prefeito Amilcar Rocha (PCdoB) com 11,6%, Joab Marreiros com 3,6%, e Thiago Rodrigues e Totonho Corrêa, cada um com 0,8%. Brancos e nulos somariam 6,9% e os que não souberam ou não quiseram responder somaram 12,4%.
Barreirinhas não é um dos maiores municípios do Maranhão, mas há anos vem ganhando importância devido a sua condição de Portal dos Lençóis Maranhenses, já transformado no maior polo turístico depois de São Luís. E a julgar pela popularidade pífia revelada pelo percentual de intenções de votos, o prefeito Amílcar Rocha não vem atuando em sintonia com a população. É o caso também do economista Léo Costa que, ao que tudo indica, já não é visto como um agente de transformação como o foi nos dois mandados ali exercidos.
É claro que a disputa ainda se encontra na fase de pré-campanha, mas de acordo as informações trazidas à baila pelas duas pesquisas ali realizadas, o eleitorado de Barreirinhas está sinalizando uma mudança de rumo.
Comandado pelo correto e experiente jornalista José Machado, o Instituto DataM ouviu 507 eleitores de Barreirinhas no período de 23 a 25 de março, tem margem de erro de quatro pontos percentuais para mais ou para menos, margem de segurança de 95% e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo nº 08902/2024.
São Luís, 02 de Abril de 2024.