“Sou candidato a reeleição a deputado federal. No entanto, se não aparecer nenhum outro nome de oposição ao grupo político de Flávio Dino, eu serei candidato ao Governo do Maranhão”. A declaração, surpreendente, mas politicamente realista, partiu do deputado federal Hildo Rocha (MDB), um dos poucos nomes do Grupo Sarney, mais precisamente do núcleo diretamente ligado à ex-governadora Roseana Sarney (MDB), que se mantiveram de pé depois da pancada que sofreu nas eleições de 2014 e que se repetiu no pleito de 2018, ambas vencidas, de maneira avassaladora, por Flávio Dino (PCdoB) e a aliança que lidera até aqui. A manifestação do parlamentar, por muitos apontado como expoente da direita do Grupo Sarney, indica que não existe movimento oposicionista se articulando para a sucessão estadual, o que deixa no ar a impressão de que a manifesta intenção do deputado Hildo Rocha de vir a se candidatar ao Palácio dos Leões é um gesto isolado, provavelmente sem futuro.
Curiosamente, o deputado Hildo Rocha fala como membro do MDB, sem levar em conta o fato de que está no seu partido o único nome com possibilidade de sucesso numa disputa majoritária, a ex-governadora Roseana Sarney, que pode entrar na briga com cacife entre 20% e 30% das intenções de voto, potencial capaz de levá-la a um eventual segundo turno. O parlamentar emedebista demonstra mais interesse num possível projeto sucessório do senador Roberto Rocha.
Hildo Rocha prefere apostar suas fichas numa eventual candidatura do senador Roberto Rocha (PSDB ou um novo partido), que por sua vez não tem emitido sinais fortes de que esteja de fato interessado na briga pelo Palácio dos Leões, já tendo também sinalizado que não está interessado no projeto de renovar o mandato senatorial.
O ainda tucano parece ciente de que suas chances numa disputa majoritária em 2022 são remotas, mesmo que ele entre na disputa carregando o estandarte bolsonariano.
Ex-prefeito de Cantanhede, com fortes raízes na região do Munim, Hildo Rocha chegou ao centro do poder no Maranhão depois de ter sido o principal assessor de Roseana Sarney no Senado, e depois como um dos seus auxiliares mais influentes entre 2009 e 2014, período em que atuou com uma excepcional carga de poder, tanto que se elegeu deputado federal com mais de 120 mil votos, votação que caiu à metade em 2018. Não dá para medir hoje o cacife eleitoral do deputado Hildo Rocha se o seu projeto for, de fato, tentar reeleger-se para a Câmara Federal, onde exerce um mandato produtivo e ao mesmo tempo controverso. Caso, por exemplo, do seu voto contrário à prisão do deputado bolsonarista Daniel Silveira, divergindo da orientação do MDB, que se posicionou favorável à prisão.
Não é correto afirmar que o deputado Hildo Rocha esteja blefando quando se declara disposto a disputar o Governo do Estado pela oposição num cenário em que, tudo indica, estarão o vice-governador – que na época já será governador – Carlos Brandão (Republicanos) e o senador Weverton Rocha (PDT) – e provavelmente o atual prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PSL), conforme anúncio feito por ele próprio, na semana que passou, em Imperatriz. Em princípio, qualquer avaliação certamente concluirá que, a menos que queira sacrificar-se politicamente, suas chances são muito remotas. Mas há quem diga, por conhecimento de causa ou por pura maldade, que Hildo Rocha tem chances de ser candidato do MDB a governador. O problema é que não se sabe ainda qual o seu cacife político e seu potencial eleitoral.
Em Tempo: a entrevista do deputado Hildo Rocha foi concedida ao site Radar, do jornalista Toni Duarte, em Brasília.
PONTO & CONTRAPONTO
Mobilidade: Assembleia Legislativa adapta tribuna e dá voz e dignidade a Andreia Rezende
Ainda com o convívio limitado por conta do novo coronavírus, o plenário da Assembleia Legislativa viveu ontem um momento que despertou nos deputados os sentimentos de emoção e afirmação. A deputada Andreia Rezende (DEM), que teve seus movimentos limitados por um acidente automobilístico durante a campanha eleitoral de 2018, ocupou pela primeira vez a tribuna da Casa, que foi adaptada para seu uso, sendo a primeira do Maranhão com as adaptações para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.
Poder acessar à tribuna e dele se manifestar sem dificuldades, e com a certeza de poder usá-la sempre que lhe interessar mergulhou a deputada Andreia Rezende na emoção. Uma das suas reações foi agradecer ao presidente Othelino Neto (PCdoB), por ter atendido ao seu pedido de que algo fosse providenciado nesse sentido. “Desde o início do meu mandato, tenho sinalizado em minhas falas e no ouvido do meu presidente o meu desejo de ter um lugar de fala igual aos dos meus colegas. Hoje estou falando de uma tribuna acessível, e isso é u marco histórico”, disse a deputada Andreia Rezende.
– Meu coração, meu amigo, está cheio de gratidão. E é dessa forma que eu quero te dizer o meu muito obrigada. Muito obrigada pela tua sensibilidade, pela vossa empatia, mas muito obrigada mesmo é pelas ações nesta Casa, neste prédio, para facilitar a vida das pessoas com deficiência – disse a parlamentar balsense num agradecimento direto ao presidente da Assembleia Legislativa, acrescentando que, com as adaptações para facilitara mobilidade no complexo do Poder Legislativo, o Parlamento maranhense dá exemplo para todo o Maranhão e para o País.
– Por mais simples que pareça esse gesto, eu tenho certeza que muitos outros parlamentares com deficiência física ou com mobilidade reduzida ainda utilizarão essa tribuna. Nós, pessoas com deficiência, somos corajosas e fortes. Enfrentamos a falta de acessibilidade nos espaços em que convivemos, com muita inteligência e bravura. Eu quero ser voz nesta tribuna, eu quero ser voz nesta Casa e eu quero ser voz no mundo para que possamos acordar esses cegos de humanidade e de amor que insistem em construir e em reformar espaços públicos sem levar em conta pessoas com deficiência – completou Andreia Rezende, agradecendo também o apoio de todos os seus colegas deputados.
O presidente Othelino Neto foi tocado pela manifestação da deputada Andreia Rezende, que na sua avaliação marcou a história da Assembleia Legislativa e de sua passagem pela Presidência. “Fiquei também emocionado com este momento. Nós tínhamos essa dívida, uma dívida histórica com as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e estamos corrigindo essa falha”, acentuou, citando algumas das intervenções feitas na Casa para permitir a acessibilidade. (Com informações da Agência Assembleia e fotos de Elias Auê)
Fábio Braga reassume na Assembleia a condição de porta-voz do setor produtivo
O deputado Fábio Braga (Solidariedade) retomou ontem o principal fundamento da sua atuação parlamentar: a defesa do setor produtivo, ao destacar o aumento da produção de grãos no Maranhão e, ao mesmo tempo, elencar entraves enfrentados pelos produtores da área denominada MATOPIBA, que abrange Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. O principal alvo da sua preocupação foram os problemas de trafegabilidade na MA-006.
– Nós batemos, nos últimos quatro anos consecutivos, o recorde de produção de grãos. E isso é motivo de comemoração para o Maranhão, para a região MATOPIBA, para o Brasil. Mas também lamentamos a dificuldade enfrentada pelos produtores de grãos, principalmente de Tasso Fragoso e Alto Parnaíba, na região Sul, na região de Balsas, com a MA-006 que, mais uma vez, se encontra em situação precária – assinalou. Para ele, é incompreensível que se deixe que uma das regiões com maior produção de grãos do país, enfrente esse tipo de dificuldade. Na avaliação dele, além da produção de grãos, a fatia do Maranhão na região do Matopiba tem potencial para atrair outros investimentos.
O parlamentar, que também participa do setor produtivo, revelou que tem conversado com o secretário de Indústria e Comércio, Simplício Araújo, com quem tem avaliado essas questões, informando que o Governo do Estado tem interesse na solução dos problemas e na atração de investimentos. Fábio Braga defendeu também o envolvimento da Assembleia Legislativa na questão produtiva: ”Nós temos que discutir, nesta Casa, como vamos gerenciar essa produção cada vez mais crescente de grãos”.
São Luís, 24 de Fevereiro de 2018.
A Leitura correta é existe inteligência fora do comunismo e de que esse eleitirado não vai ficar órfão de um candidato em 2022…