Fortalecimento do PDT vai estimular PCdoB e PSDB a intensificar a corrida por mais força

 

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Flávio Dino, Carlos Brandão e Weverton Rocha correm para fortalecer seus partidos 

O fortalecimento do PDT, que receberá nesta sexta-feira o prefeito Edivaldo Jr., de São Luis, Gil Cutrim, de São José de Ribamar, e mais sete colegas deles do interior, além de redesenhar o mapa partidário do Maranhão, vai funcionar como acelerador da corrida dos partidos em busca do fortalecimento, principalmente o PCdoB e o PSDB, agremiações que estão no poder e precisam de mais músculos para enfrentar a ciranda eleitoral dos próximos anos. Deve também colocar em estado de alerta máximo partido do campo oposicionista, principalmente o PMDB, que continua como a agremiação mais forte do Maranhão. Essa maratona deve ser intensificada até o início de outubro, quando terminará o prazo de filiação partidária para aspirantes a candidato às eleições de outubro do ano que vem.

O maior impacto do súbito fortalecimento do PDT certamente se dará no Palácio dos leões e no Palácio Henrique de La Rocque. Nos Leões, o governador Flávio Dino, que vem trabalhando discreta, mas de maneira determinada, para fortalecer o PCdoB para as eleições municipais, deve orientar o secretário de Assuntos Políticos, que é o operador do governo no campo partidário, a intensificar as articulações para injetar mais poder de fogo no PCdoB. No Palácio Henrique de La Rocque, o vice-governador Carlos Brandão também deve acelerar negociações já em curso para dar mais musculatura do PSDB, que vem ganhando força com novas filiações.

O redesenho do mapa politico e, principalmente, partidário do Maranhão é o desdobramento natural, primeiro, da mudança no comando político e administrativo do Estado, com a queda do Grupo Sarney e a ascensão do grupo liderado pelo governador Flávio Dino (PCdoB), e, segundo, do cenário de conturbação política em que se movimenta o país, com reflexos diretos nos estados. Nesse contexto, o Maranhão se destaca da maioria, por ter nos comandos dos grupos partidários que se batem localmente, figuras proeminentes, como o ex-presidente José Sarney e o governador Flávio Dino, ambos com espaço de movimento no cenário nacional, o que torna a guerra partidária mais intensa.

Já nas primeiras semanas do novo governo o PCdoB começou a receber reforços, principalmente saídos de legendas sem maior importância, indicando que o partido do governador Flávio Dino e, também, o PSDB do vice-governador Carlo Brandão, se apresentavam como “candidatos a potências partidárias”, como bem definiu o jornalista Gilberto Leda. O passar dos meses confirmou a impressão inicial, indicando também que outras agremiações se movimentariam com o mesmo objetivo. Mesmo nesse contexto, não se esperava que o PDT desse um passo tão largo e tão ousado, atraindo para seus quadros oito prefeitos, entre eles o de São Luís e o de São José de Ribamar, o maior e o quarto maior municípios do Maranhão, além de outros seis de tamanhos variados.

A surpreendente ação do PDT, que se consolidará nesta sexta-feira co0m um grande ato de filiação dos novos quadros, altera significativamente o ânimo da corrida dos partidos em busca do fortalecimento. Isso porque PCdoB e PSDB, detentores do poder, não se conformarão com suas estruturas atuais e certamente correrão em busca de mais quadros de expressão. E a explicação é simples: o governador Flávio Dino e o vice-governador Carlos Brandão sabem que seus passos futuros dependerão estruturas partidárias amplas e fortes, sem as quais seus movimentos políticos e, sobretudo eleitorais, serão dificultados.

O fato é que, provocada pelas filiações que engordarão o PDT, a sexta-feira funcionará como um marco em que a corrida para fortalecer partidos no Maranhão será intensificada, o que será bom para dinamizar o cenário político estadual, principalmente se os partidos agora na oposição, a começar pelo PMDB, reagiram, ainda com tempo de definir nomes para a grande guerra eleitoral do próximo ano, principalmente em São Luís.

 

 

PONTOS E CONTRAPONTOS

Dados para reflexão

lidianeDesde que a bomba estourou em Bom Jardim, duas coisas ficaram bem claras. A primeira: a prefeita Lidiane Leite (PP) não fugiu com a intenção de desaparecer para sempre; tudo não passa de uma estratégia montada pelos seus advogados no sentido de ganhar tempo para montar uma operação de salva-guardas, como providenciar um pedido de Habeas Corpus, de modo a que ela se entregue nas já mãos da Justiça – nada mais do que isso. A outra: não há nenhuma dúvida de que a prefeita meteu os pés pelas mãos, se deslumbrou com poder e dinheiro e se comportou de maneira desvairada, misturando o público com o privado e dando a impressão de que não tinha perfeita noção dos seus atos. As duas situações remetem para uma terceira, que também parece óbvia: por trás da prefeita havia um esquema criminoso que lhe dava sustentação, alimentava seus devaneios e operava o assalto às contas públicas. Tal situação leva a dias indagações. A primeira: como foi possível, diante de tantas evidências, o Justiça sustar seu afastamento em duas ocasiões em decisões liminares? A  segunda: o Tribunal de Contas do Estado não percebeu nenhuma irregularidade nas prestações de contas anuais feitas pela prefeita? São dados para reflexão.

 

São Luís, 26 de Agosto de 2015.

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