O apoio já declarado dos prefeitos de 10 dos maiores municípios do Maranhão – que representam 1,2 milhão de eleitores – à reeleição mostra a força política e eleitoral que embala o projeto de reeleição do governador Flávio Dino (PCdoB). Esse processo de fortalecimento fechou mais uma etapa nesta segunda-feira (25), numa reunião no Palácio dos Leões, onde o prefeito de Caxias, Fábio Gentil (PRB), e um grupo de vereadores da Princesa do Sertão bateram martelo e declararam apoio ao projeto do chefe do Executivo estadual de renovar o mandato em Outubro. Ele se junta aos de São Luís, Edivaldo Jr. (PDT); São José de Ribamar, Luis Fernando Silva (DEM); Paço do Lumiar, Domingos Dutra (PCdoB); Timon, Luciano Leitoa (PSB); Pinheiro, Luciano Genésio (PP); Santa Inês, Vianey Bringel (PSDB); Codó, Francisco Nagib (PDT); Balsas, Eric da Silva (PDT); Coroatá e Luis da Amovelar Jr. (PCdoB). Juntos, esses colégios representam quase 1 milhão de votos, o que, se a lógica funcionar pode significar como é a tradição nesse caso, o governador poderá sair das urnas daquelas urnas com uma vantagem expressiva, conforme sinalização feita por algumas pesquisas localizadas, divulgadas recentemente. Segundo maior colégio eleitoral do estado, Imperatriz encontra-se sob o comando do MDB, portanto não integra a relação, ainda que ali pesquisas diversas apontaram que até aqui o governador tem vantagem ampla na preferência do eleitorado.
O caso de Caxias (90 mil eleitores) é emblemático, a começar pelo fato de que, com o acordo anunciado ontem, o governador conta agora com o apoio de duas das três correntes políticas de peso no município, a liderada pelo prefeito Fábio Gentil e a que era comandada ex-deputado Humberto Coutinho (PDT), agora tendo à frente a ex-deputada Cleide Coutinho (PDT). Fora da aliança dinista apenas o grupo que segue os ex-prefeitos Paulo Marinho e Márcia Marinho (MDB), atualmente representado no cenário político caxiense pelo vice-prefeito Paulo Marinho Jr. (PSL). Isso não significa que os dois grupos agora parte da aliança dinista vão se juntar. Eles só terão em comum o apoio ao projeto de reeleição do governador e a candidatos a senador do mesmo grupo, porque no mais, mantêm inalterado o estado de guerra permanente.
Há pesos diferentes nessa base de apoio de prefeitos. No caso de São Luís (660 mil eleitores), o prefeito Edivaldo Jr. tem investido fortemente na construção de uma liderança, com um a gestão dinâmica, contando para isso com o apoio governador Flávio Dino. O eleitorado de São Luís, ou pelo menos grande parte dele, é independente e nem sempre segue uma tendência. Nesse processo eleitoral, a parceria administrativa Prefeitura-Governo do Estado e as sólidas relações político-partidárias que ligam o governador ao prefeito da Capital vêm criando um ambiente claramente favorável ao projeto de reeleição do chefe do Executivo estadual. É o caso do prefeito Luis Fernando Silva, de São José de Ribamar (92 mil eleitores, que deixou o Grupo Sarney, onde ocupava posição de proa, para integrar a aliança dinista, desenhando a revisão de que o governador poderá vencer a eleição na Cidade do Padroeiro, ainda que a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) tenha muita força política eleitoral ali. É mais ou menos a situação de Paço do Lumiar (60 mil eleitores), onde o prefeito Domingos Dutra atua para garantir vantagem ampla ao governador, ainda que enfrentando dura oposição de grupos ligados à candidata do MDB.
Em municípios como Timon (99 mil eleitores), Pinheiro (56 mil eleitores) e Santa Inês (49 mil eleitores) há cenários diferentes. Em Timon, por exemplo, o prefeito Luciano Leitoa lidera a maioria, mas a Oposição ali, representada pelo deputado estadual e candidato a senador Alexandre Almeida (PSDB) é forte. Já em Santa Inês, a prefeita Vianey Bringel seguiu a rota traçada pelo deputado federal Juscelino Filho (DEM) e declarou apoio à reeleição do governador. É basicamente a situação de Pinheiro, onde o prefeito Luciano Genésio (PP), que se elegeu como Oposição ao Governo, mudou de posição e se vinculou à aliança dinista. O prefeito de Codó, por sua vez, elegeu-se pelo PDT, já integrando a aliança situacionista.
Dois dos grandes municípios serão palcos de eleições diferenciadas pelas guerras políticas que neles são travadas em caráter permanente: Balsas e Coroatá. Em Balsas (53 mil eleitores), o prefeito já declarou apoio ao governador Flávio Dino, mas enfrenta o fato de ser o município considerado a base política mais importante do senador Roberto Rocha, candidato a governador pelo PSDB. E Coroatá (38 mil eleitores), onde o ex-deputado Ricardo Murad (PRP) já teve domínio absoluto e joga todas as suas fichas para minar o poder do prefeito Luis da Amovelar Jr., que apoia incondicionalmente o governador Flávio Dino.
É esse o cenário nesses colégios eleitorais, que terão peso decisivo no desfecho da corrida ao Palácio dos Leões.
PONTO & CONTRAPONTO
Ganha intensidade a movimentação para a escolha do vice de Roseana Sarney
Ganha intensidade a movimentação em torno da vaga de candidato a vice-governador na chapa a ser liderada pela ex-governadora Roseana Sarney. No “núcleo duro” do Grupo Sarney estão sendo examinadas as mais diferentes hipóteses, que vão desde a escolha de um candidato da Região Tocantina – ou de qualquer outra região, desde que represente o interior do estado – até uma “solução caseira”, que seria a opção por um nome de peso do Grupo. Nada transpirou ainda em relação às alternativas que possam representar o interior com força. Já em relação a definir uma solução em casa, o agito é intenso. O senador João Alberto aparece sempre como o principal nome da lista, mas deixa claro que seu projeto é se aposentar da guerra pelo voto, continuando na políticas sem compromissos como o de passar parte do seu temo na ponte-aérea São Luís/Brasília/São Luís, mas deixando claro que como homem de grupo poderá acatar uma convocação. Um factóide nada inteligente foi plantado na coluna política de um jornal de Brasília insinuando que o ex-deputado federal Chiquinho Escórcio estaria cotado para a vaga, mas a armação foi logo desmoralizada e a “ideia” não prosperou. Outra possibilidade, logo descartada, apontou a ex-prefeita de Lago da Pedra Maura Jorge (PSL), hoje braço do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) no Maranhão. A alternativa mais recente parece ter rumo: o deputado estadual Max Barros, que há duas semanas anunciou que não mais disputará eleição para a Assembleia Legislativa. O nome de Max Barros foi bem recebido dentro e fora do Grupo Sarney, tornando-se uma possibilidade concreta de vir a ser o candidato a vice da ex-governadora Roseana Sarney.
Zé Inácio, um petista coerente na luta para renovar o mandato
Único representante do PT na Assembleia Legislativa – eleita pelo partido, a deputada Francisca Primo migrou para o PCdoB – o deputado Zé Inácio trava uma luta dura pela reeleição. Exercendo um mandato coerente, demonstrando a cada gesto, fidelidade absoluta à linha de ação do partido – a começa pela pregação permanente em defesa do ex-presidente Lula e da união do partido pela reeleição do governador Flávio Dino – o parlamentar petista enfrenta forte oposição dentro do seu próprio partido. Não ações no sentido de tirá-lo impedir a sua reeleição, mas de pré-candidatos petistas dispostos a jogar pesado para alçar voo na politica, começando por um mandato de deputado estadual. Zé Inácio tem a opção de entrar na guerra por vaga na Câmara federal, mas ele permanecer no parlamento estadual, onde, nestes três anos e meio, aprendeu que é possível realizar um trabalho político decente e produtivo atuando no Palácio Manoel Beckman. Antes uma dúvida, Zé Inácio passou a frequentar a lista dos podem renovar o mandato na Assembleia Legislativa.
São Luís, 26 de Junho de 2018.
Com porcentagens tão significativas, Flávio Dino possivelmente será reeleito.
Flavio Dino sempre muito presente em todos os municipios