Fatos ocorridos na última semana sacudiram a seara política municipal e configuraram com clareza solar a largada da corrida para a Prefeitura de São Luís. Na quinta-feira (21/11), o PSB se reuniu e reafirmou a candidatura do deputado federal Bira do Pindaré à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT); na sexta-feira (22), o PV confirmou o projeto de candidatura do deputado estadual Adriano Sarney; no sábado (23), o presidente do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, avisou que a escolha do candidato do seu partido – entre o deputado estadual Duarte Júnior e o deputado federal Rubens Júnior – será feita em janeiro; na segunda-feira (25), o deputado Roberto Costa anunciou que o MDB quer a ex-governadora Roseana Sarney como candidata na Capital; na sexta-feira (29), o deputado federal Eduardo Braide migrou para o Podemos e confirmou que é candidato irreversível; e neste sábado (30), durante encontro do PSDB, o deputado estadual Wellington do Curso reafirmou sua já anunciada candidatura. E na sequência, o MDB realiza encontro estadual nesta segunda-feira (02/12) vivendo a expectativa de que Roseana Sarney diga se aceita ou não ser candidata.
Recentemente, o PSOL indicou o jornalista e professor Franklin Douglas para candidato, decisão tomada também pelo PSTU em relação ao servidor público Saulo Arcangeli. E o PSL sinalizou interesse em lançar o ex-prefeito Tadeu Palácio, que demonstrou interesse na disputa.
Esses movimentos indicam, primeiro, que, mesmo ainda faltando definição no PCdoB, no PDT, que ainda não têm um nome de peso, e no DEM, que deve confirmar o deputado estadual Neto Evangelista, à corrida para a Prefeitura de São Luís já tem desenhado um cenário a partir do qual se pode refletir sobre os pesos das candidaturas e o potencial de cada candidato. Afinal, os nomes colocados no tabuleiro são todos bem conhecidos, tornando-se precipitado firmar qualquer juízo a respeito de quem será quem nessa medição de força política e eleitoral que agora começa efetivamente. E nesse contexto, cabem duas avaliações, uma incluindo a ex-governadora Roseana Sarney, e outra excluindo-a da corrida. Com ela no jogo, alguns candidatos terão suas chances eliminadas de cara; sem ela, o jogo tende a se acirrar, mesmo levando em conta o fato de que nesse momento a corrida é francamente liderada pelo candidato do Podemos, Eduardo Braide.
Num cenário sem Roseana Sarney, que é o mais provável, os pesos das candidaturas só serão mesmo definidos quando o PCdoB escolher entre Rubens Júnior e Duarte Júnior. Seja quem for, é certo que o candidato respaldado pelo Palácio dos Leões entrará na disputa com força máxima, com cacife político para ganhar rapidamente suporte eleitoral. Se for o escolhido, Duarte Júnior entrará na corrida com uma base própria de mais de 10% de intenções de votos, podendo crescer expressivamente. Se o escolhido for Rubens Júnior, entrará com força política máxima, podendo transformá-la em votos. Situação mais complicada vive o PDT, que investiu todas as suas fichas no projeto senatorial do presidente Weverton Rocha, com vistas no Governo do Estado em 2022, relegando a sucessão na Capital a plano inferior, vendo-se agora obrigado a escolher entre firmar uma aliança com o DEM em torno de Neto Evangelista, ou atrai-lo para seus quadros para lançá-lo candidato, ou ainda apoiar o candidato do PCdoB indicando o vice. Isso depois de ter descartado o deputado estadual Yglésio Moises, que está em busca de um partido e poderá dar trabalho na campanha.
O fato é que, a julgar pelo quadro de agora, que tende a se consolidar, a Prefeitura de São Luís será disputada por um time de candidatos formado por políticos bem sucedidos da nova geração, com bons níveis de preparo e com fortes lastros político e partidário. E é exatamente a estatura política e o potencial eleitoral dos candidatos que sugerem que daqui a alguns meses, às vésperas da campanha propriamente dita, o painel das intenções de voto poderá ser bem diferente do de agora para candidato, podendo produzir uma disputa intensa, com dois turnos e um desfecho justo. Será uma corrida em que não haverá espaço para outsiders, aventureiros, laranjas ou candidatos inventados de última hora.
PONTO & CONTRAPONTO
Alguns candidatos que surgiram e desistiram e outros que estão presos a indefinições
Enquanto os pré-candidatos já definidos ou em fase de definição nos seus partidos se movimentam no sentido, outros interessados na sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior tentam encontrar caminhos partidários. O caso mais evidente é o do juiz federal Carlos Madeira, que deve se aposentar agora em dezembro. Ele conversou inicialmente com a cúpula do MDB, à qual manifestou interesse em se filiar ao partido e se candidatar a prefeito de São Luís. O MDB se interessou, mas logo foi surpreendido de que Carlos Madeira também teria conversado com a cúpula do Solidariedade, que também demonstrou interesse na sua filiação e na sua candidatura. Após semanas de avanços e recuos, o MDB lhe deu prazo até a semana passada para uma definição, e como nada aconteceu, o vice-presidente do partido, deputado Roberto Costa, lançou a ex-governadora Roseana Sarney. Praticamente descartado no MDB, o futuro ex-juiz também deve perder a vaga do Solidariedade, que retomou conversas com o deputado Yglésio Moises, a quem deve filiar e lançar candidato. Falou-se inúmeras vezes na arquiteta Kátia Bogea, que poderia ingressar no MDB e ser lançada candidata, mas depois de avaliar o cenário, ela preferiu continuar na presidência do Iphan, num trabalho de abrangência nacional. O também juiz federal Roberto Veloso ensaiou sua candidatura, mas logo percebeu que não teria a menor chance como bolsonarista e por ser ligado diretamente ao ministro Sérgio Moro. A situação mais curiosa até agora é a do PT, que tem bom tempo de Rádio e TV, bons nomes, mas por conta de profundas divergências internas, tem dois pré-candidatos medindo forças no arraial petista: o deputado estadual Zé Inácio e o deputado federal Zé Carlos, sem que se tenha a menor ideia de como será o desfecho desse embate intestino.
Em mais uma edição, Parlamento Estudantil ensina sobre democracia e representatividade
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), instalou sexta-feira (29), o Parlamento Estudantil 2019, composto por 22 deputados-estudantes. O fez em sessão durante a qual os parlamentares aprendizes conduziram parte dos trabalhos, tendo inclusive elegido a Mesa Diretora que os comandará neste período. Fruto de uma parceria entre a Assembleia Legislativa e a Secretaria de Estado da Educação, o Parlamento estudantil não é uma mera experiência na qual seus estudantes eleitos nas escolas vivenciam o funcionamento do Poder Legislativo. O projeto é bem mais ambicioso, a começar pelo fato de que o objetivo básico é estimular que os estudantes que dele participam reflitam sobre a realidade política nacional, assimilando o processo legislativo em si, se aprofundando em princípios fundamentais como democracia representativa, cidadania, legitimidade e a função parlamentar em si. São passados a eles conceitos básicos, como direito, dever, compromisso e respeito às regras, além de noções de organização política, partido político, eleições e responsabilidade pública. Na abertura, o presidente Othelino Neto saudou os membros do Parlamento Estudantil 2019 observando que o melhor caminho para a construção de um país melhor, por vias democráticas, é por meio da política, e que o protagonismo juvenil é fundamental nesse processo. Os deputados-estudantes Allan José (presidente), Lúcia Regina (vice-presidente) e Kaefferson Madeira (secretário) vão comandar essa edição do Parlamento Estudantil. Ao empossá-los, o presidente da Assembleia Legislativa declarou: “É muito bom ver essa turma nova já interessada em como funciona o Parlamento e qual a sua importância. Esperamos que essa experiência seja marcante para todos eles, não só por conhecerem a Assembleia e a importância do Poder Legislativo Estadual, o que aqui é produzido, além das leis, mas também para que possam ter essa visão crítica da política, para cobrarem aqueles que têm um mandato eletivo e, no momento das eleições, possam fazer as suas escolhas de forma crítica e responsável”.
São Luís, 01 de Dezembro de 2019.