Família de Jackson e grupo de líderes e militantes do PDT declaram apoio a Brandão

 

Acima: família de Jackson Lago na visita de apoio a Carlos Brandão; Embaixo: Brandão conversa com a ex-primeira-dama Clay Lago e é festejado por militantes do PDT

Familiares do ex-governador Jackson Lago e um grupo expressivo de militantes históricos do PDT, que estão deixando o partido, se declararam ontem apoio à pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB a caminho do PSB), ao mesmo tempo em que deram um duro golpe no senador Weverton Rocha, presidente do partido e pré-candidato a governador. As manifestações ocorreram em dois atos, sendo o primeiro uma visita dos familiares do fundador do PDT, liderados pela ex-primeira-dama Clay Lago, ao vice-governador, e o segundo uma reunião em que líderes pedetistas que não concordam com a pré-candidatura do senador Weverton Rocha ao Palácio dos Leões decidiram apoiar Carlos Brandão, como também se desfiliaram em massa da agremiação pedetista. Os dois eventos movimentaram ontem o meio político e partidário, repercutindo fortemente nas bases das duas pré-candidatura, causando entusiasmo nos apoiadores de Carlos Brandão e incômodo nas fileiras aliadas ao senador Weverton Rocha.

O apoio dos Lago à candidatura de Carlos Brandão já vinha sendo cogitado no meio político, e se deu como uma manifestação de reconhecimento e gratidão pela atuação do então chefe da Casa Civil do Governo José Reinaldo Tavares na grande mobilização das oposições que resultou na histórica vitória de Jackson Lago sobre Roseana Sarney na eleição de 2006. Funcionou também como um recado público de que os familiares do fundador do PDT não avalizam a pré-candidatura do atual presidente da agremiação, senador Weverton Rocha. Isso ficou claro no posicionamento da ex-primeira-dama Clay Lago e de dois irmãos do ex-governador, o ex-deputado federal Wagner Lago e o ex-presidente do Tribunal de Contas, conselheiro Nonato Lago, e ainda do primo, o ex-deputado Aderson Lago, cujo filho, Rodrigo Lago, atual secretário de Agricultura Familiar, que é pré-candidato a deputado estadual.

Os Lago se afastaram do PDT depois da morte do ex-governador Jackson Lago, por não aceitaram que o comando do partido tenha sido entregue ao hoje senador Weverton Rocha. O apoio a Carlos Brandão, declarado ontem, foi também uma espécie de aval da família Lago à candidatura de Rodrigo Lago à Assembleia Legislativa.

No campo político e partidário propriamente dito, o golpe no senador Weverton Rocha foi igualmente duro, à medida em que parte expressiva das lideranças do seu partido, como o ex-vereador Ivaldo Rodrigues, e dirigentes de movimentos sociais ligados ao partido, como Clayton Reis – (Movimento Negro), Wagner Lopez (Movimento Negro de São Luís), Paulo Show (Movimento Comunitário), Jorge Beckman (Movimento Diversidade) e Valber Silva (Movimento Cultural), não só declaram apoio a Carlos Brandão, como anunciaram sua saída do PDT. Carlos Brandão foi recebido no evento aplaudido pelos militantes pedetistas presentes, que o saudaram aos gritos de “Brandão governador! ”.

Os dissidentes do PDT divulgaram uma carta aberta na qual criticam duramente o senador Weverton Rocha e declaram apoio ao vice-governador Carlos Brandão. Afirmam, no documento, que a pré-candidatura do presidente do PDT foi imposta ao partido como um “projeto pessoal”. E vão além, afirmando que depois da morte de Jackson Lago, “o PDT deixou de ter líderes e passou a ter dono”. E acrescenta, em tom de reação: “A rebeldia de Neiva Moreira e Leonel Brizola nos impulsiona a lutar bravamente contra as injustiças e o autoritarismo e não nos permite aceitar mordaça, cabresto nem chibata”.

O posicionamento da família de Jackson Lago e o ato dos dissidentes do partido, ambos em apoio a Carlos Brandão, confirmaram a suspeita de que o PDT é, de fato, um partido dividido. Uma situação que o senador Weverton Rocha vem tentando administrar e reverter, mas que, pelo visto, está sombreando sua liderança à frente do partido, que está sendo colocada à prova, o que pode fazer estragos significativos na sua arrojada pré-campanha para o Governo do Estado.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Apoiadores injetam ânimo na pré-candidatura de Weverton Rocha

Juscelino Filho confirmou apoio do União Brasil a Weverton Rocha

Nem tudo foi dissabor para o senador Weverton Rocha, ontem. De Brasília, ele acompanhou as declarações do deputado federal Juscelino Filho, provável presidente regional do União Brasil, e do líder do Governo municipal, vereador Raimundo Penha (PDT), ambos manifestando otimismo em relação à sua pré-candidatura ao Governo do Estado.

Num vídeo gravado ontem, o deputado Juscelino Filho foi enfático ao declarar, sem rodeios, que o União Brasil vai mesmo apoiar o pré-candidato do PDT, por considerar que ele é o melhor nome na disputa.  Com isso, o parlamentar de Vitorino Freire cumpre o acordo feito em 2020, quando o PDT apoiou o candidato do DEM, deputado Neto Evangelista, no primeiro turno da disputa em São Luís. Juscelino Filho foi categórico ao afirmar que o novo partido, que nasceu da fusão do DEM com o PSL, já definiu que Weverton Rocha é o candidato que apoiará. O parlamentar, que será o vice-líder do PDT na Câmara Federal, disse o pré-candidato do PDT tem as condições para vencer a disputa para o Palácio dos Leões.

Em entrevista à TV Mirante, Raimundo Penha manifestou otimismo no sentido de que o prefeito Eduardo Braide (Podemos) venha a declarar apoio à pré-candidatura do líder pedetista ao Governo do Estado.  O entusiasmo de Raimundo Penha está sustentado no fato de que, sob o comando de Weverton Rocha o PDT apoio o então candidato a prefeito no segundo turno na eleição de 2020. Ele disse acreditar que no momento e na hora certos, o prefeito Eduardo Braide vai se posicionar pela candidatura de Weverton Rocha.

 

Desistência de Pacheco não antera projeto de Edivaldo Jr.

Edivaldo Jr. mantém projeto sem ligar para a desistência de Rodrigo Pacheco

Alguns apoiadores de pré-candidatos a governador colocaram em dúvida o futuro da pré-candidatura do ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PSD), depois que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), desistiu de participar da corrida ao Palácio do Planalto. Para começar, a pré-candidatura do ex-prefeito de São Luís não tinha qualquer relação com o anteprojeto de candidatura do senador mineiro. Edivaldo Jr. foi convidado a ingressar PSD pela cúpula nacional do partido, que o convidou também para ser candidato a governador. Ou seja, Edivaldo Jr. já era o pré-candidato do PSD quando Rodrigo Pacheco começou a ser cogitado como um nome possível apara liderara chamada “terceira via”. Em resumo: o anúncio da pré-candidatura e a desistência de Rodrigo Pacheco tem qualquer influência no projeto de candidatura de Edivaldo Holanda Jr., que até aqui vai se movimentando como um candidato viável.

São Luís, 11 de Março de 2022.

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