Eliziane pesca tucanos; Edivaldo Jr. fisga petistas

 

Luis Fernando e Eliziane assessorados por Pinto Itamnaraty e Paulo Matos
edivaldo pt
Edivaldo Jr. em audiência com a cúpula municipal do PT, 

Causou certo impacto no cenário político de São Luís a reunião que colocou na mesma mesa a deputada federal e pré-candidata à Prefeitura de São Luís Eliziane Gama (PPS) e o ex-prefeito e pré-candidato à Prefeitura de São José de Ribamar Luis Fernando Silva (PSDB). Fruto de iniciativa da deputada, que o propôs, o encontro resultou numa espécie de “pré-aliança”, mas com boa vontade suficiente das duas partes para ganhar status de aliança partidária efetiva para as eleições municipais do ano que vem. Por ela. o PPS reforçaria a base de apoio da candidatura de Luis Fernando Silva em São José de Ribamar, e na contrapartida o PSDB colocaria suas forças à serviço da candidatura de Eliziane Gama em São Luís.

Chancelado pelo presidente do PSDB em São Luís, o suplente de senador Pinto Itamaraty, que dele participou, o encontro de Eliziane Gama com Luis Fernando Silva pode indicar o caminho dos tucanos na corrida sucessória na Ilha de Upaon Açu. Se a conversa evoluir efetivamente para uma aliança PPS/PSDB na Capital, a primeira conclusão será a de que o deputado João Castelo pendurou definitivamente as chuteiras em relação a São Luís ou, num cenário diferente, o ex-prefeito venha a migrar para outro partido, rompendo laços históricos com os tucanos. Mas também, numa terceira possibilidade, poderá o hábil e tarimbado ex-governador chancelar a aliança.

Por uma curiosa coincidência, a reunião PPS/PSDC aconteceu exatamente no dia em que o prefeito Edivaldo Jr. (PTC) deu a largada no processo político que embalará sua candidatura ao receber a cúpula municipal do PT, comandada pelo presidente Fernando Magalhães, em audiência no Palácio de la Ravardière, para informá-la acerca do andamento do governo municipal, mas também para trocar impressões em relação ao cenário político que começa a ser desenhado. Os petistas saíram da conversa praticamente admitindo que o partido vai apoiar a candidatura do prefeito à reeleição, provavelmente indicando o candidato a vice-prefeito. Isso significa dizer que, ao contrário do que líderes petistas andaram falando meses atrás, o partido não terá candidato a prefeito.

A política costuma se valer da engenharia para montar situações cuja essência e o objetivo só são identificados em observações cuidadosas. Os passos do PSDB e PT no cenário sucessório de São Luís os colocam exatamente na posição em que se encontram no cenário nacional, a de confronto direto. O PSDB foi procurado exatamente pela pré-candidata do PPS, que no plano nacional faz cerrada oposição ao governo petista da presidente Dilma. Já o PT estreita suas relações com o prefeito Edivaldo Jr., cujo partido praticamente não existe no plano nacional, mas os gestos que faz são todos expressados em apoio à presidente petista.

Nesse contexto, há uma terceira situação a ser observada: nenhuma dessas pré-alianças contraria a orientação do governador Flávio Dino (PCdoB), que já bateu o martelo e deixou claro que não vai se envolver na disputa municipal. Interpretada corretamente, a decisão do governador significa dizer que em busca da eleição seus aliados podem se juntar com quem bem entenderem. E não é por acaso que já se tem notícias de alianças de partidos governistas com agremiações oposicionistas em vários municípios e que isso vai acontecer em muitas situações.

Enfim, se vier a confirmar mesmo o apoio do PSDB, a deputada Eliziane Gama reforça sua candidatura, mas se distancia do Palácio do Planalto. Já Edivaldo Jr. fará a trajetória inversa estreitando seus laços com o PT.

 

 

PONTOS & CINTRAPONTOS

 

“Mais Empresas” I

A Assembleia Legislativa aprovou ontem, sem voto contrário, o Programa ‘Mais Empresas’, visto por muitos como o carro-chefe do Governo Flávio Dino para incentivar o desenvolvimento econômico do estado. A não ser alguns ajustes e toques, o programa repete a velha fórmula de conceder incentivo fiscal, ou seja, encolher as alíquotas do ICMS a empresas que queiram se instalar no estado. Diferente dos seus pais, avós e bisavós, o novo programa promete renúncia tributária de até 95% e prazo prorrogável por até 30 anos. No regime anterior, as empresas recebiam até 75% de isenção por 20 anos. Ou seja, o atual governo está disposto a abrir mão de uma massa tributária bem maior e mais longeva.

 

“Mais Empresas” II

Assim como os programas passados de incentivo, o ‘Mais Empresas’ traz também os seus critérios e suas exigências. Primeiro, o empreendimento tem de ser instalado ou ter influência nos municípios de menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do estado, ter volume de investimentos, garantir geração de emprego e renda; ter ligação com as cadeias produtivas regionais, compra de insumos no mercado local e adotar medidas de responsabilidade social e ambiental. As micro e pequenas empresas também serão beneficiadas com o pacote.

 

São Luís, 10 de Junho de 2015.

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