Com forte participação no Governo Flávio Dino e eleito deputado federal, Márcio Jerry encerra 2018 como um vencedor  

 

Márcio Jerry: sucesso nas urnas é o resultado de uma trajetória de muitas batalhas e coerência

De todas as vitórias que formaram a nova bancada maranhense na Câmara Federal, a mais emblemática e que melhor traduziu o momento de transição política por que passa o Maranhão foi a conquistada pelo jornalista e militante político de tempo integral Márcio Jerry (PCdoB). Mesmo levando em conta o fato de ter concorrido na condição de presidente estadual do PCdoB e de secretário de Estado de Comunicação e Articulação Política, cargo que define bem o seu papel de mais influente membro do “núcleo de ferro” que assessora o governador Flávio Dino (PCdoB), Márcio Jerry chegou ao mandato na esteira de uma trajetória de militância sem paralelo na sua geração. Do primeiro passo na base do movimento estudantil até a confirmação da sua eleição como o terceiro mais votado (134 mil votos), Márcio Jerry trilhou um caminho difícil, pedregoso, com altos e baixos, cheio de armadilhas e desafiador. Participou, como oposicionista, de todas as guerras eleitorais que sacudiram o Maranhão dos anos 80 para cá, ocupando espaço maior a cada uma delas, até alcançar a posição de principal articulador político do movimento que levou Edivaldo Holanda Jr. à Prefeitura de São Luís em 2012 e à reeleição em 2016, e Flávio Dino ao Governo do Estado em 2014 e à reeleição em Outubro.

Vai fechar o ano como um dos políticos mais bem-sucedidos da atualidade no Maranhão, mesmo sem ter ainda assumido seu mandato.

O presidente estadual do PCdoB vem num crescendo desde 2006, quando coordenou a campanha do ex-juiz federal Flávio Dino para a Câmara Federal, participando também, naquele ano, da campanha que levou Jackson Lago (PDT) ao Palácio dos Leões. Tropeçou nas eleições municipais de 2008 e no pleito geral de 2010, mas acumulou nessas derrotas lições que bem assimiladas levaram à eleição de Edivaldo Jr. para a Prefeitura de São Luís em 2012 e à de Flávio Dino em 20141, e à reeleição do primeiro em 2016 e do segundo em 2018.  Márcio Jerry foi peça-chave na articulação política e na comunicação das quatro campanhas, com poder de decisão só superado pelo do chefe. Planejou todos os movimentos das campanhas dinistas, definiu estratégias e foi e continua sendo o mais ativo e mais influente assessor do Governo Flávio Dino, com palavra final sobre a comunicação governamental e com muito peso nas decisões políticas institucionais e partidárias tomadas pelo governador Flávio Dino.

Márcio Jerry é o exemplo acabado de que o pleno exercício da política é uma soma de fatores que vai muito além da conquista de mandatos. Começa pela renúncia a projetos como carreira profissional, por exemplo, e pela exigência de ter consciência de que nessa atividade, cujo objetivo é alcançar o poder, o adversário é, via de regra, implacável. O hoje presidente estadual do PCdoB e, de novo, titular da Secap apreendeu essas verdades nos agitados e ácidos embates entre as correntes do movimento estudantil e aperfeiçoou o aprendizado na vida partidária, na qual milita há três décadas. Sua eleição, portanto, é mais que um mero fato político, é a realização de um projeto de vida, construído tijolo a tijolo, com vitórias e derrotas e tendo a compreensão de que a guerra pelo poder nunca termina e que nela o adversário nunca dorme. O presidente do PCdoB  exibe entusiasmo e, com justiça, pelo fato de agora está na linha de frente dos que chegaram ao poder no Maranhão.

Qualquer avaliação da trajetória do presidente do PCdoB concluirá que a chave dessa ascensão é a coerência. Militante de esquerda e nascido na Oposição ao Grupo Sarney, Márcio Jerry nunca mudou de lado nem fez concessões. Quando grande parte da esquerda maranhense bandeou-se para o presidente Jose Sarney (MDB), quando  pilotava a Nova República, Márcio Jerry ficou na chamada resistência. E foi um crítico duro do PT quando o partido se aliou ao Grupo Sarney no Maranhão. E foi com essa fidelidade e como um dos principais responsáveis pelos bons resultados do Governo Flávio Dino que ele chegou onde chegou e termina 2018 como um vencedor.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Nova geração: Osmar Filho assumirá Câmara de São Luís com o desafio de fazer mudanças

Osmar Filho tem pela frente o desafio de mudar a Câmara Municipal

Depois de um longo período controlada por raposas que, com algumas exceções, montaram um sistema de poder marcado por uma sombra de suspeitas, a Câmara Municipal de São Luís ganhará no dia 1º de Janeiro de 2019 um novo comando cujo líder será o vereador Osmar Filho (PDT), advogado por formação, político por vocação e representante da novíssima geração de políticos que estão em ascensão no Maranhão, quando substituirá o vereador Astro de Ogum (PR), um babalorixá que sempre exibe dois ofuscantes anéis de brilhante.

Vereador no segundo mandato aos 31 anos, o que lhe confere a posição de edil mais jovem a assumir o comando do Legislativo de São Luís, Osmar Filho chega ao gabinete de comando do Palácio Pedro Neiva de Santana com o desafio de nos próximos dois anos mudar a imagem da Câmara Municipal de São Luís, duramente agastada nos últimos anos com as gestões do vereador Isaías Pereirinha (PSL) e Astro de Ogum.

Sua eleição foi fruto de uma bem armada articulação destinada a desmontar a velha “igreja” que vinha dando as cartas em sucessivos mandatos. No comando da “igreja”, Astro de Ogum se articulou com Isaías Pereirinha e Chico Carvalho (PSL) e com eles montou, sem sucesso, um esquema para alterar o Regimento Interno da Câmara e derrubar a regra que proíbe a reeleição. A mudança foi proposta por Chico Carvalho, que passou vexame. A derrota do esquema jogou por terra o projeto de Astro de Ogum de prolongar sua controvertida gestão, na qual uma das conquistas foi gastar dinheiro público com uma decoração de gosto duvidoso.

Osmar Filho tem o desafio de dar um rumo coerente a uma Casa tão plural quanto a Câmara Municipal, que na condição de uma das mais antigas do Brasil, tem a obrigação de ser um exemplo.

 

Fábio Gondim não consegue espaço no jogo do poder no DF

Fábio Gondim enfrenta insucesso na busca de espaço em Brasília

Não tem sido bem-sucedida a trajetória de Fábio Gondim nas entranhas do poder em Brasília, onde ele se movimenta para ocupar um lugar para trabalhar. Pelo que se sabe até aqui, Fábio Gondim, um executivo federal pescado pela ex-governadora Roseana Sarney para auxiliar na área de gestão pública, ficou à deriva depois do fracasso retumbante de se filiar ao PT e tentar uma vaga na Câmara federal em 2014. Acordado do sonho parlamentar, Gondim foi esnobado pelo Governo da presidente Dilma Rousseff (PT), não foi aproveitado pelo Governo Michel Temer (MDB) e se deu mal no projeto de dar um jeito no esculhambado sistema de saúde do Distrito Federal. Agora, esteve a ponto de se tornar o número dois do Ministério de Minas e Energia, mas tudo indica que ele não ganhará o cargo. As más línguas dizem que os insucessos de Fábio Gondim estariam relacionados à sua relação estreita com os Sarney, fator que em Brasília começa a ganhar peso de estigma.

São Luís, 28 de Dezembro de 2018.

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