A corrida ao Palácio dos Leões ganhou ontem mais um pretendente credenciado, com a filiação do ex-vereador, ex-deputado federal e ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. ao PSD. Pela pompa que marcou o ato político, realizado em Brasília sob o comando do presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, e com o aval entusiasmado do presidente estadual, deputado federal Edilázio Jr., Edivaldo Holanda Jr. desembarcou no PSD com o status de pré-candidato da legenda ao Governo do Estado. Na bagagem, uma trajetória política eleitoral de vencedor, e uma sólida experiência executiva respeitável de oito anos como prefeito de São Luís, com elevado índice de aprovação O entusiasmo dominou o ato de filiação, tendo o chefe estadual do partido, Edilázio Jr., comparou o PSD a um time que acabou de contratar ninguém menos que o craque português Cristiano Ronaldo, dando a entender que o presidente nacional do partido colocou esse projeto de candidatura na sua lista de prioridades.
Pelo que está rascunhado e ganhando a forma de desenho definitivo, o ex-prefeito da Capital vai capitanear um arrojado e audacioso projeto de poder, cujo desafio maior será enfrentar e superar dois candidatos politicamente poderosos e eleitoralmente viáveis, o senador Weverton Rocha (PSDB), que no momento é o segundo colocado nas pesquisas, e o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), que no auge da corrida às urnas será o governador titular do Maranhão. Além deles, o plantel da corrida ao Governo estadual inclui o prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PSL), que está em campanha aberta, e deve incluir o senador Roberto Rocha, ainda sem partido, e o suplente de deputado federal Simplício Araújo (Solidariedade), que corre em faixa própria.
Edivaldo Holanda Jr. chega ao PSD politicamente consolidado, a começar pelo fato de que o braço maranhense do PSD é parte expressiva do que sobrou do Grupo Sarney, que pode atrair as outras fatias, como a mais importante delas, o MDB, hoje comandado pela ex-governadora Roseana Sarney, e a outra é o PSC, comandado pelo deputado federal Aloísio Mendes. Dois indícios da possibilidade de o MDB entrar nessa composição: a presença do deputado federal Hildo Rocha (MDB) no ato de filiação do ex-prefeito, e a brecada que líderes emedebistas deram no movimento que o partido vinha fazendo na direção do pré-candidato pedetista Weverton Rocha.
Quanto ao capital eleitoral, o ex-prefeito de São Luís e bem situado nas pesquisas que o incluíram, como a mais recente, feita pelo instituto Econométrica, na qual apareceu na faixa dos 10% de intenções de voto, empatado em terceiro lugar com o vice-governador Carlos Brandão e o senador Roberto Rocha, atrás do senador Weverton Rocha, em segundo, e da ex-governadora Roseana Sarney (MDB), em primeiro, mas que está fora da disputa. Um cacife respeitável, principalmente considerando-s que ele tem baixa rejeição, fator que indica potencial de crescimento durante a campanha. É também um projeto de altíssimo risco, exatamente de que os dois concorrentes a serem batidos são politicamente bem estruturados, sendo que um deles terá o maior dos trunfos nestas eleições: o apoio do governador Flávio Dino (PSB).
O ingresso de Edivaldo Holanda Jr. nas fileiras do PSD é o desfecho de uma bem-sucedida operação articulada pelo presidente do partido no Maranhão, deputado federal Edilázio Jr., que enxergou longe, abriu o caminho, vendeu bem o “peixe” à direção nacional e colocou a agremiação no epicentro da política maranhense. Político já tarimbado, Edivaldo Holanda Jr. sabe o tamanho do desafio que abraçou ao assinar a ficha de filiação.
PONTO & CONTRAPONTO
Bolsonaro agride Dino e recebe troco contundente
Presidente Jair Bolsonaro: “Quanto mais pobre o estado, mais gordo é o governador”.
Governador Flávio Dino: “Acho que ele está se oferecendo para ser meu personal trainer. Não, obrigado. Que estranha obsessão. Vá trabalhar, presidente. No Maranhão, as rodovias federais estão destruídas”
O ataque grosseiro e o contra-ataque fulminante ocorreram ontem, marcando mais um episódio envolvendo diretamente o presidente Jair Bolsonaro e o governador Flávio Dino. E como os anteriores, a agressão do presidente foi gratuita e preconceituosa, como, aliás, têm sido as suas manifestações relacionadas com o Maranhão. A rebatida do governador com firmeza, mas dentro dos limites da decência, como têm sido as suas reações às agressões presidenciais.
Flávio Dino definiu as agressivas palavras do presidente como “estranha obsessão”, referindo-se ao fato de o presidente atacá-lo com frequência, e sempre determinado a ofendê-lo no plano pessoal. Na rebatida, o governador recomendou que o presidente saia da boa vida bancada pelos brasileiros e “vá trabalhar”, sugerindo que dê atenção às rodovias federais que cortam o Maranhão, que “estão destruídas”.
Com a rebatida, o governador Flávio Dino deixou claro, mais uma vez, que não deixará em branco nenhum ataque do presidente Jair Bolsonaro.
Camarão acende alerta nos QGs dos pré-candidatos ao Governo
Uma declaração do secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão, feita ontem em entrevista à TV Mirante, colocou ontem os QGs dos pré-candidatos ao Governo do Estado em clima de alerta amarelo ao confirmar seu projeto de disputar vaga na Câmara federal, mas com disposição para abraçar qualquer outra missão eleitoral que lhe for determinada pelo grupo liderado pelo governador Flávio Dino, incluindo uma eventual candidatura ao Governo do Estado. A declaração de Felipe Camarão é dada no momento em que seu nome começa a ser ventilado como uma espécie de “terceira via” dentro da aliança liderada pelo governador. Para muitos, esse projeto é inviável. Mas há quem acredite que ele faz sentido.
São Luís, 05 de Agosto de 2021.