Tensão envolvendo Duarte Jr. e Edson Araújo agrava ainda mais a crise dentro do PSB

Duarte Jr. X Edson Araújo:
embate aumenta crise no PSB

O braço do PSB no Maranhão passa pela mais grave e imprevisível crise que um partido político pode encarar na contagem regressiva para eleições decisivas, como as de 2026. O partido perdeu um senador da República da estatura de Flávio Dino, hoje ministro do Supremo Tribunal federal, abriu mão de um governador com a força de Carlos Brandão, já não conta com a presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale – que está de malas prontas para migrar, provavelmente para o PDT -, sabe que vai perder pelo menos seis deputados estaduais, e no momento é atingido por uma crise interna na qual um deputado estadual, Edson Araújo, acusado de envolvimento profundo com a teia beneficiada com dinheiro extorquido criminosamente de aposentados, ameaça o deputado federal Duarte Jr., do partido, que o convocou para depor na CPMI do INSS. De ganho real, o PSB do Maranhão ganhou a senadora Ana Paula Lobato, que assumiu a presidência do partido.

Não é nada fácil a situação da legenda socialista no Maranhão. Com a saída do ministro Flávio Dino, que se desfiliou para renunciar à presidência estadual do partido e ao mandato de senador e assumir titularidade na Corte Suprema, o partido passou a ser comandado pelo governador Carlos Brandão, que tentou manter a unidade na agremiação, mas entrou em choque com a chamada ala dinista, abrindo uma crise que resultou na sua destituição da presidência, e na sua consequente desfiliação. A maioria dos deputados estaduais que permanecem na legenda aguardam apenas a janela partidária de março de 2026 para migrar para outras legendas.

Depois de ter saído das urnas em 2022 como o maior partido político do Maranhão, uma sequência de perdas e crises internas tirou do PSB a influência que mantinha na poderosa máquina administrativa controlada pelo Governo do Estado, e também o peso político decorrente da presidência da Assembleia Legislativa. Hoje, o PSB do Maranhão só conta, efetivamente, com dois dos 11 deputados que elegeu: Carlos Lula, atual vice-presidente, e Francisco Nagib, enquanto no plano federal tem a senadora Ana Paula Lobato, que o preside, e o deputado federal Duarte Jr., que já andou avaliando a possibilidade de migrar para outra legenda.

A crise envolvendo o deputado federal Duarte Jr., que é vice-presidente da CPMI do INSS, e o deputado estadual Edson Araújo, cuja base são os sindicados de pescadores, não decorre de uma situação partidária, mas de uma coincidência. É que a CPMI tomou conhecimento de suposto envolvimento com uma federação nacional ligada à atividade pesqueira, que teria transferido R$ 3 milhões de para o deputado Edson Araújo por conta do esquema de descontos ilegais de aposentados. Diante da informação, Duarte Jr. decidiu mandar investigar e convocar o deputado Edson Araújo para explicar as transferências milionárias. O parlamentar, que é um dos quadros mais antigos do atual PSB do Maranhão, reagiu fazendo ameaças ao colega de partido, gerando um tremendo mal-estar dentro e fora do partido.

Por conta da reação agressiva do deputado Edson Araújo, que o chamou de “palhaço” e o ameaçou veladamente, o vice-presidente do PSB maranhense, deputado Carlos Lula, anunciou a tramitação de um processo pedindo a expulsão do deputado Edson Araújo dos quadros do partido, enquanto o deputado Duarte Jr. formulou à Assembleia Legislativa, um pedido de cassação do mandato parlamentar de Edson Araújo. No que isso vai dar, ninguém sabe, mas o fato é que, pelo menos indiretamente, esse pugilato verbal entre os dois serviu para aprofundar ainda mais a crise maior do PSB.

Mas, a julgar pelo que está correndo nos bastidores, segundo algumas especulações bem fundadas, o desfecho da conversa do presidente Lula da Silva com o governador Carlos Brandão poderá levar o PSB a estancar esse processo de emagrecimento.

PONTO & CONTRAPONTO

Camarão tem o aval de chefes petistas do interior, mas a cúpula estadual ainda não bateu martelo

Indiferente à divisões no PT, Felipe Camarão
segue firme com a pré-campanha

É verdadeiro o documento no qual presidentes de 199 dos 204 diretórios organizados do PT no Maranhão declarando apoio à candidatura do vice-governador Felipe Camarão ao Governo do Estado. Mas é verdade também que esse movimento, cuja importância não se discute, está longe de ser a palavra final do partido nesse caso.

O vice-governador conta com o aval da cúpula nacional do PT e do próprio presidente Lula da Silva, mas a chave da posição do partido está na cúpula estadual, e essa até o momento permanece dividida e ostensivamente silenciosa sobre o assunto.

No conjunto dos chefes petistas que lideram correntes dentro do partido, a exemplo do conselheiro aposentado do TCE e atual secretário-chefe da Representação do Governo do Maranhão em Brasília, Washington Oliveira, há uma divisão nítida.

Uns querem Felipe Camarão candidato a governador numa chapa que tenha o governador Carlos Brandão como candidato ao Senado. Outros sugerem que o vice-governador examine a hipótese de se afastar para disputar uma cadeira no Senado. Há até uns poucos que preveem uma possível migração de Felipe Camarão o PSB.

O vice-governador ganhou fôlego com o documento de apoio, acredita no aval da cúpula nacional e espera que, cedo ou tarde, os petistas graúdos alinhados ao Palácio dos Leões se alinharão ao seu projeto de candidatura.

A verdade é que discussão está correndo solta dentro do braço maranhense do PT – o que, aliás, não é nenhuma novidade. Por sua vez, aparentemente indiferente à situação, o vice-governador Felipe Camarão segue realizando os seus “Diálogos pelo Maranhão”.

Senadores maranhenses avalizaram a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil

Weverton Rocha, Ana Paula Lobato e Eliziane
Gama apoiaram o projeto de isenção de IR

Os três senadores do Maranhão votaram a favor do projeto que livra das garras do Leão do Imposto de Renda trabalhadores que ganham até R$ 5 mil. Eliziane Gama (PSD), Ana Paula Lobato (PSB) e Weverton Rocha (PDT) não apenas votaram favoravelmente, como participaram efetivamente de articulações para que o PL fosse referendado pela unanimidade dos senadores.

A senadora Eliziane Gama calculou que a medida beneficiará mais de 15 milhões de brasileiros, significando um ganho real de poder de compra, proporcionando o ingresso de bilhões de reais na cadeia de consumo. A senadora Ana Paula Lobato classificou a aprovação da isenção como como um fato que entrará para a história do Senado.

Um dos articuladores do Governo no Senado, o senador Weverton Rocha trabalhou intensamente pela aprovação do projeto, por ele avaliado como uma medida de amplo alcance social e econômico.

São Luís, 07 de Novembro de 2025.

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