Levantamento feito pelo jornal O Globo, publicado ontem, mostra que o PT, de volta ao comando do País com o Governo Lula da Silva, deve enfrentar aliados como o MDB, o União Brasil e o PSD, na disputa por Prefeituras de pelo menos 23 das 26 capitais. Na reportagem, O Globo informa que no caso de São Luís, o “PT está próximo do PSB, enquanto MDB e PSD avaliam outros nomes”. Ainda que capenga, a informação do jornal carioca faz sentido, mas deixando no ar uma resposta que todos ficam devendo quando enfocam a corrida à Prefeitura de São Luís no ano que vem: o PT vai lançar candidato, ou vai entrar como linha auxiliar no corpo de uma aliança liderada, por exemplo, pelo PSB? Independentemente de qual venha a ser a posição final do PT nessa equação eleitoral, em princípio a impressão dominante é a de que a agremiação petista não lançará candidato para enfrentar o prefeito Eduardo Braide (PSD), que deve encarar um postulante da federação PSB/PCdoB/PT, provavelmente o deputado federal Duarte Jr. (PSB), hoje o nome melhor posicionado nas pesquisas.
Mesmo que esse venha a ser o caminho, a situação do PT envolve questões internas que foram exacerbadas durante a campanha eleitoral de 2022, mas que acabaram sufocadas, mas não resolvidas, com a volta do partido ao poder no País. O desenho é o seguinte: o braço do PT em São Luís, comandado pelo ex-vereador Honorato Fernandes, não segue a orientação do comando estadual, hoje liderado por Francimar Melo. As diferenças são tantas e tão profundas, que na corrida de 2022 o PT ludovicense refutou a aliança com PSB e PCdoB, cuja chapa tinha o petista Felipe Camarão como candidato a vice-governador, e se aliou ao PDT, alinhando-se às forças que apoiaram a candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL). Pelo menos até aqui, não há sinais de que as duas bandas do PT estejam conversando. E isso leva a uma situação potencialmente explosiva, uma vez que a participação do PT na corrida eleitoral em São Luís será decidida pelo Diretório Municipal.
Em outra ponta da disputa em São Luís, o MDB, que está alinhado à federação PSB/PCdoB/PT, já sinalizou, por meio do seu novo presidente municipal, deputado federal Cléber Verde, que deve apoiar a candidatura do prefeito Eduardo Braide (PSD) à reeleição. A manifestação expressa de Cléber Verde foi minimizada pela cúpula estadual do partido, que viu nela uma precipitação, mas nenhum cacique emedebista disse uma palavra em sentido contrário, o que reforçou a impressão de que o MDB tende a apoiar o projeto de reeleição do prefeito. Essa situação ficará mais clara quando Marcus Brandão, irmão do governador Carlos Brandão, ingressar no MDB e assumir o comando estadual do partido, conforme já pactuado com a deputada federal Roseana Sarney, que confirmou o roteiro em diversas ocasiões. Nos bastidores políticos, a expectativa dominante é a de que o MDB vai mesmo apoiar o projeto de reeleição do prefeito Eduardo Braide.
No que diz respeito especificamente ao PSD, partido do prefeito Eduardo Braide, portanto adversário do PT, acontece uma situação singular de curiosa: atualmente, depois do prefeito Eduardo Braide, o quadro mais importante do PSD é a senadora Eliziane Gama, alinhada de primeira hora do presidente Lula da Silva e do governador Carlos Brandão (PSB) e que deve apoiar o candidato a ser lançado pela federação governista. Ou seja: tudo indica que o racha no PSD vai se consumar em breve, podendo o partido continuar com o prefeito Eduardo Braide ou ficar sob a tutela da senadora Eliziane Gama, e no caso, alinhado à federação governista.
O levantamento de O Globo faz sentido, com o diferencial de que a situação do PT é complexa o suficiente para que o partido venha ficar de fora da corrida às urnas em São Luís. A começar pelo fato de que o único nome viável, o vice-governador Felipe Camarão, já avisou que não quer ouvir falar no assunto, uma vez que seu foco é a eleição para o Governo do Estado em 2026.
PONTO & CONTRAPONTO
Iracema avaliza entrega de armas e viaturas para segurança municipal
Na presença da presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB), e do secretário-executivo adjunto do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Diego Galdino, o governador Carlos Brandão (PSB) entregou ontem ao secretário de Estado da Segurança Pública, Maurício Martins, 61 novas viaturas e 300 armas, obtidas em parceria com o Governo Federal, para reforçar a segurança em 12 municípios.
No ato, a presidente do Poder Legislativo declarou: “A entrega das viaturas e do armamento ao sistema de segurança pública aos municípios reforça o compromisso do Governo do Estado com a população. O governador Carlos Brandão está sempre em busca de iniciativas que possam impactar na redução dos índices de criminalidade e esta é mais uma importante ação nesse sentido”.
Além dos equipamentos, o secretário-executivo adjunto do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Diego Galdino, trouxe a informação de que a ação é a continuidade da política de fortalecimento da segurança pública no Estado. E uma garantia: “Estou aqui representando o Governo Federal e garanto que continuaremos trabalhando para oferecer cada vez mais recursos ao nosso sistema de segurança”.
Pré-candidatos a prefeito de São Luís e chefes partidário no evento da Segurança Pública
A entrega das armas e equipamentos ao Sistema de Segurança Pública foi marcada pela presença dos principais integrantes da banda governista envolvidos com as articulações visando a disputa pelo comando da prefeitura de São Luís. Além do governador Carlos Brandão, que tem voz decisiva nesse jogo, estavam o presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Victor (ainda no PCdoB), pré-candidato declarado a prefeito, e o deputado federal Duarte Jr. (PSB), também pré-candidato sem retorno.
Presentes também o deputado federal Márcio Jerry, presidente do PCdoB, o deputado federal Rubens Júnior (PT), às vezes lembrado para candidato, e o secretário chefe da Casa Civil Sebastião Madeira, que comanda o PSDB, podendo disputar a Prefeitura de Sãs Luís tendo o vereador-presidente Paulo Victor como cabeça da chapa tucana.
São Luís, 11 de Julho de 2023.