“Esta é uma obra que vai gerar um grande desenvolvimento para toda esta região. O ministro Flávio Dino, quando foi governador, construiu a ponte. Faltavam os acessos rodoviários, que foram concluídos, agora, na minha gestão, entre Central e Bequimão. Chegou a vez do Litoral Ocidental crescer ainda mais e se desenvolver”. Parte do seu discurso na inauguração dos acessos da MA-211, ligando Central do Maranhão a Bequimão, a declaração do governador Carlos Brandão (PSB) é emblemática em dois aspectos. O primeiro é o ato em si, da maior importância para a vida daquela região, a chamada “Rota dos Guarás”, que abrange uma dezena de municípios e beneficia 150 mil maranhenses que neles vivem. O segundo aspecto é o ato político da continuidade de uma obra fundamental, com o reconhecimento de quem a iniciou e a satisfação de quem a concluiu, algo pouco comum em outros tempos.
Inaugurada domingo (07) pelo governador Carlos Brandão, a MA-211 é uma rodovia fundamental, que custou R$ 113,9 milhões e reduziu distância entre os dois municípios em 70 quilômetros. A via forma os acessos à ponte “Antonio Jorge Dino”, de 580 metros, sobre o rio Pericumã e interliga Central e Bequimão a Mirinzal, Guimarães, Cedral, Cururupu, Porto Rico, Serrano do Maranhão, Bacuri e Apicum-Açu, polos produtores de pescado e cujos habitantes terão agora facilitado o acesso ao Terminal de Ferry Boat do Cujupe, reduzindo facilitando a relação do Litoral Ocidental com São Luís. Passa ser uma das artérias mais importantes da malha rodoviária pavimentada do Maranhão.
Além de ser uma obra que amplia e fortalece a infraestrutura rodoviária do estado, abrindo caminho para a exploração das riquezas uma região inteira, a MA-211 entra para a História como marco expressivo de uma postura politicamente saudável: ela é o necessário e fundamental complemento de um projeto ambicioso de desenvolvimento regional iniciado por um governador e concluído por seu sucessor sem qualquer interrupção. A rodovia foi pavimentada pelo governador Carlos Brandão com o mesmo entusiasmo com que o então governador Flávio Dino construiu a ponte “Antonio Jorge Dino”. Nada, portanto, parecido com a “tradição” em que novos governadores faziam de tudo para abafar o antecessor.
A ação do governador Carlos Brandão quebra de vez o discurso de adversários de que manteria a “tradição” rompendo com o senador eleito Flávio Dino (PSB) e extinguindo os programas mais importantes daquele Governo. Carlos Brandão está fazendo exatamente o contrário. Durante a campanha e mais recentemente, oponentes seus disseram que ele fecharia parte dos 150 restaurantes populares que encontrou, mas até agora o que se viu foi a inauguração de mais 22 novas unidades, com o compromisso de levar o benefício a todos os municípios. Foi dito e espalhado que o programa Escola Digna seria sustado, mas até agora está sendo fortalecido, com a construção e implantação de novas escolas de tempo integral, do Iemas e de colégios militares, inclusive com a volta do atual vice-governador Felipe Camarão (PT) ao comando da Secretaria de Educação. O mesmo está acontecendo na área de Saúde, com a expansão da rede hospitalar; na área de Segurança Pública, com investimentos na estrutura policial, e nas mais diversas áreas. No momento, o Governo prepara “o maior São João do mundo”, avançando ainda mais na política cultural.
É claro que o Governo é outro, quem o comando é outro, e que a linha de ação tem suas próprias características. E isso começa pelo fato de que o governador Carlos Brandão tem visão própria sobre o estado, seus potenciais e seus problemas, tendo também experiência ampla e sólida como homem público, mostrando que sabe o que fazer e como agir. E assim vem construindo rapidamente um estilo de governar próprio – direto, aberto, entusiasmado, dono das decisões – em nada lembrando o atuante, mas discreto, vice-governador que foi durante sete anos e sete meses. E com o mérito de estar contribuindo decisivamente para sepultar de vez a “tradição” nada saudável de apagar os rastros do sucessor.
PONTO & CONTRAPONTO
Pedidos de afastamento de Braide começam a tramitar na Câmara
A Câmara Municipal de São Luís começou ontem a examinar os pedidos de afastamentos do prefeito Eduardo Braide (PSD), ali protocolados na semana passada. Os vereadores devem cumprir os trâmites previstos nas regras que definem esses procedimentos, conforme orientou o presidente da Casa, vereador Paulo Victor (PCdoB), que durante sessão ordinária colocou o assunto em pauta.
Tudo tem início com os vareadores, com base em pareceres jurídicos, a começar pelos emitidos pela Procuradoria Jurídica da própria Câmara Municipal, aceitarem a recomendação ou não a admissibilidade dos pedidos de afastamento do prefeito, que devem ser sustentados estritamente dentro do que prevê a lei. Até agora não se conhece o teor dos pedidos nem no que eles estão fundamentados.
Na sessão de ontem, o presidente Paulo Victor, instruiu o plenário a respeito dos trâmites dos pedidos. Em seguida, o vereador Umbelindo Jr. (sem partido), 1º secretário da Mesa Diretora, leu o resumo de dois pareceres, ambos contrários à admissibilidade dos pedidos. O terceiro pedido ainda não recebeu parecer prévio da Procuradoria da Casa. Isso não significa que a situação dos dois pedidos já analisados esteja resolvida. Os pareceres, juntamente com o que será emitido sobre o terceiro pedido, serão encaminhados aos vereadores, que tomarão a decisão de admitir ou não os pedidos em sessões ordinárias futuras.
Se a maioria absoluta dos 31 integrantes da Câmara Municipal votar pela admissibilidade, será constituída uma Comissão Processante, com três vereadores, e que terá 90 dias para concluir o processo e submeter o relatório à decisão final do plenário sobre afastar ou não o prefeito. Se a admissibilidade não for aceita, os pedidos irão para o arquivo, sem apelação.
No Palácio de la Ravardière não há um clima de tensão em relação aos pedidos de afastamentos. O prefeito Eduardo Braide, que não disse ainda uma palavra sobre o assunto, trabalha discretamente para resolver o problema no campo parlamentar, acionando seus aliados para mostrar que os pedidos não têm fundamento. Mas também se prepara para uma batalha judicial, caso a situação no plenário da Câmara Municipal fuja ao seu controle.
Livre para deixar o Republicanos, Cleber Verde pode migrar para o MDB
Um dos fundadores do Republicanos, que se apresenta como “o maior partido conservador do Brasil”, o deputado federal Cleber Verde teve autorizado pela Justiça Eleitoral o seu pedido para deixar o partido, onde perdeu espaço e poder político. Todos os rumores sugerem que o seu próximo pouso partidário será o MDB, onde, se a operação migratória for consumada, ele se tornará colega de bancada e liderado da deputada federal Roseana Sarney, que dá as cartas no braço maranhense do partido.
Abalado pela tragédia familiar que amargou há três anos, quando seus pais foram brutalmente assinados por assaltantes numa fazenda na região do Médio Mearim, Cleber Verde, até então um dos deputados federais mais votados do estado, perdeu sua reconhecida competitividade eleitoral. Na eleição de 2022, ele desabou do patamar acima dos cem mil votos, conseguindo reeleger-se com pouco mais de 70 mil votos.
O ponto alto da sua perda de peso político e eleitoral veio no início do ano, quando, do alto dos seus mais de 126 mil votos, o deputado federal Aluísio Mendes, em busca de um partido mais forte do que o PSC, pelo qual se reelegeu, mas que perdeu a razão de existir, bateu às portas do Republicanos propondo filiação e controle do partido no Maranhão. A proposta foi aceita pelo comando do partido, o que deu a Cleber Verde o argumento para pedir desligamento sem perder o mandato, pedido aceito pela Justiça Eleitoral.
A migração para o MDB ou outro partido deve ocorrer em pouco tempo.
São Luís, 09 de Maio de 2023.