Se algum candidato a governador estiver apostando que em um debate inibirá o governador Carlos Brandão (PSB) com o discurso fácil de afirmar que o Governo Flávio Dino e o dele próprio agora nada fizeram pela educação, pela saúde, pela segurança alimentar e outras áreas, é bom que fundamente bem a provocação e se arme com argumentos verdadeiros, porque corre o risco de ser desautorizado. O fundamento do alerta está nos 20 minutos da entrevista que ele concedeu ontem ao jornalista Clóvis Cabalau, no telejornal matutino da TV Mirante. No curto espaço de tempo da conversa jornalística, o governador, que não é um ás em retórica, mostrou que sabe onde está e sabe como e onde pretende chegar. Com frases curtas, informações precisas e uma dose forte de franqueza, Carlos Brandão, que busca a reeleição, mostrou-se ciente dos resultados alcançados nos últimos sete anos e meio e de que seu projeto maior é ampliar e consolidar o que foi feito e investir pesado na geração de emprego e renda.
Ao longo da entrevista, quando o tema foi Educação, o governador respondeu, sem pensar duas vezes, que seu programa é continuar a obra realizada pelo governador Flávio Dino (PSB), citando alguns exemplos: mais de 1.500 obras de construção, reforma e ampliação de escolas, 50 Iemas (escolas de formação técnica), 90 escolas de tempo integral já em pleno funcionamento, 50 escolas militares, aumento no número de professores, que recebem o maior salário entre os todos os estados do País, e a implantação da Uema Sul, a única universidade pública criada no Brasil nos últimos cinco anos, e que já é uma referência de qualidade.
Se a provocação do oponente se der no campo da saúde, a recomendação é no sentido de que esteja bem lastreado. Isso porque na entrevista de ontem, em poucas frases objetivas, o governador Carlos Brandão fez um rápido balanço do que foi o Governo Flávio Dino, do qual ele participou efetivamente: 30 novos hospitais espalhados em todo o estado, todos com UTI, que não existiam no interior do Maranhão; 17 policlínicas, cuja essência é fazer saúde preventiva; uma rede de máquinas de hemodiálise que foi ampliada de 24 para 480, instaladas em cidades estratégicas; e o Hospital de Urgência de São Luís, que já está funcionando, mas que chegará a 400 leitos. Isso tudo e mais o status que o Maranhão alcançou como tendo sido o estado que registrou o menor número de mortes por habitantes na guerra contra o novo coronavírus.
Carlos Brandão destacou também na sua entrevista que o Maranhão instalou e mantém a maior rede de segurança alimentar do País, com a implantação de 150 restaurantes populares, que serão 190 em breve, com refeições ao preço simbólico de R$ 1,00. Para os críticos, ele reagiu fazendo uma conta: “Imagine o que é garantir pelo menos uma boa refeição diariamente para mais de 100 pessoas, a um preço simbólico. Isso não é gasto, isso é um grande investimento”. E revelou que a partir da próxima semana os restaurantes populares servirão também o café da manhã, e aos sábados, uma feijoada.
Lastreado por um currículo que inclui dois mandatos de deputo federal, cinco vezes secretário de Estado, sete anos e dois mandatos de vice-governador, o governador disse que, se eleito, seu próximo governo será de ampliação, ajustes. Ele tem vários investimentos privados engatilhados para o Estado, com o que pretende consolidar o maranhão como gerador de empregos, lembrando que, segundo o Caged, nos últimos três anos o Maranhão foi 1º do Nordeste e 4º do País em geração de emprego. E sinalizou que nos últimos sete anos o estado melhorou em tidas as áreas de atuação do Governo.
Liderando uma aliança com 10 partidos, segundo ele formada à base de diálogo, Carlos Brandão, disse que tem experiência suficiente para governar com todos eles. “Na democracia, se ganha a eleição com partidos e se governa com partidos. A exigência é a de quadros. Não importas o partido, o que importa é que o quadro que ele indica venha para somar. O partido pode indicar, e eu tenho o direito vetar”. Para ele, o importante é
E perguntado sobre se participará de debates, respondeu afirmativamente, sem qualquer traço de preocupação: “O debate é muito importante para se falar a verdade. Eu vou falar a verdade”.
PONTO & CONTRAPONTPO
Joás surpreende com uma boa visão sobre o Maranhão
Na edição do dia 6 de Agosto, ao registrar a entrada de mais dois nomes no quadro de candidatos a governador – Professor Joás (Democracia Cristã) e Frankle Da Costa (PCB) -, a Coluna anotou que, mesmo, em princípio, sem maiores chances de chegar lá, e sem que seus movimentos tivessem causado alguma reação nos concorrentes, era lícito observar que, juntamente os demais candidatos, eles certamente contribuiriam para ampliar o debate sobre os problemas do Maranhão. O desempenho de Professor Joás, do quadro da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) na sabatina do portal imirante.com, ontem, mostrou que a Coluna acertou em cheio na sua expectativa. Durante uma hora, o candidato do DC demonstrou que tem formação e experiência técnica de alto nível, enriquecidas por um conhecimento ao Maranhão a partir das suas raízes e, mais do que isso, tem informações importantes a respeito da economia e da cultura maranhenses. Pareceu bem informado sobre educação e outras áreas, revelando-se um quadro de excelência. Com respostas precisas e completas para todas as perguntas que lhe foram feitas, e o bordão “Quer fazer diferente? Vem com a gente”, o candidato do DC demonstrou conhecer o Maranhão muito mais e melhor que a maioria dos concorrentes, abrindo caminho para, não sendo eleito governador, o que é mais provável nesse contexto, fica credenciado como promessa de um bom conselheiro estatal.
Por articulação de Othelino Neto, Fernando Pessoa declara apoio a Flávio Dino
Muita gente foi tomada de surpresa com a declaração de apoio do prefeito de Tuntum, Fernando Pessoa (PDT), à candidatura do ex-governador Flávio Dino (PSB) ao Senado. Na verdade, esse apoia já vinha sendo esperado há algum tempo, a começar pelo fato de que Fernando Pessoa, que integra a base de prefeitos da candidatura do senador Weverton Rocha ao Senado, não fora categórico em relação ao senador Roberto Rocha (PTB). Ele sempre teve boa relação com Flávio Dino, mas, além do fato de ser pedetista seu distanciamento da aliança liderada pelo ex-governador tinha como causa a presença do ex-prefeito Cleomar Tema (PSB), linha de frente entre os apoiadores da chapa Carlos Brandão/Flávio Dino. A mudança de posição em relação a Flávio Dino se deu com a articulação feita pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), coordenador político da campanha do ex-governador ao Senado. É a mesma situação do prefeito de Balsas, Éric Silva (PDT), que teve uma boa relação administrativa com o Governo Flávio Dino e não gosta do senador Roberto Rocha, decidindo apoiar Weverton Rocha (PDT) ao Governo e o ex-governador Flávio Dino ao Senado. Ao articular o apoio do prefeito tuntunense a Flávio Dino, o deputado Othelino Neto mata dois coelhos com uma só cajadada: aumenta o seu cacife como articulador e ampliar as chances da sua mulher, Ana Paula Lobato (PCdoB), atual vice-prefeita de Tuntum, de se tornar primeira suplente de senador e, consumando a eleição, assumir eventualmente o mandato senatorial.
São Luís, 11 de Agosto de 2022.