Arquivos mensais: agosto 2025

A 13 meses das eleições, a corrida aos Leões é movida por três pretendentes assumidos e uma incógnita de peso

Orleans Brandão, Lahesio Bonfim e Felipe
Camarão estão aspirantes, enquanto Eduardo
Braide é ainda uma grade incógnita

Faltam um ano, um mês e quatro dias para as eleições de 2026. A crônica política do Maranhão registra que é mais ou menos nesse período que as candidaturas para governador, senador – serão eleitos dois -, 18 deputados federais e 42 deputados estaduais estão praticamente alinhavadas, restando poucas indefinições. Na corrida ao Palácio dos Leões o quadro está praticamente fechado, com três candidatos e umas baita incógnita. Para o Senado, há uma guerra em curso com as duas vagas sendo disputadas por três candidatos assumidos, um em clima de definição e uma incógnita sem maior peso. As 18 cadeiras maranhenses na Câmara Federal serão disputadas pela maioria dos depurados que buscarão a reeleição e alguns nomes fortes surgindo no cenário. E para a Assembleia Legislativa, afora alguns pesos pesados com reeleição praticamente garantida, a guerra será a de sempre. Em resumo: a pré-campanha já começou e o meio político não fala noutra coisa.

Nestas 58 semanas e meia que antecedem a corrida às urnas, o grande jogo político se dá na seara da disputa pelo Palácio dos Leões, com a montagem de um cenário inimaginável um ano atrás. Em meio a um cenário em que, rompido com o grupo ligado ao ex-governador e atual ministro do STF, Flávio Dino, o governador Carlos Brandão (ainda no PSB) decidiu abrir mão de uma eleição quase certa para senador e permanecer no cargo para turbinar o projeto de eleger como sucessor o seu sobrinho e braço direito no Governo, Orleans Brandão (MDB), secretário de Assuntos Municipalistas. Articulador maior da relação do governo com a classe política, a começar pelos prefeitos, Orleans Brandão saiu de um projeto tímido de disputar uma cadeira na Câmara Federal para se tornar o segundo mais forte candidato a governador, segundo as pesquisas mais recentes. No momento, se dedica a percorrer o estado inaugurando, entregando e anunciando obras.

Com a decisão de permanecer no cargo e brigar para manter o seu grupo no poder, o governador Carlos Brandão tirou a faca e o queijo das mãos do vice-governador Felipe Camarão (PT), que planejara assumir o Governo em abril do ano que vem e concorrer à reeleição no cargo. A reviravolta o obrigou a se lançar candidato, contando com seu prestígio pessoal, os esforços do chamado Grupo Dinista e do apoio do PT – que até aqui está rachado no maranhão, apesar do aval da cúpula nacional do petismo e do próprio presidente Lula da Silva ao seu projeto de candidatura. Antes aparecendo entre os primeiros na preferência do eleitorado, Felipe Camarão está em quarto lugar, e aparentemente com muitas dificuldades para reagir, embora muitos lembrem que ainda é cedo para uma definição plena do quadro. Decidido a disputar o Governo em qualquer situação, Felipe Camarão faz pré-campanha repetindo a bem sucedida estratégia de Flávio Dino em 2014, realizando os “Diálogos pelo Maranhão”.

No meio desse furacão que abala fortemente a política do Maranhão, o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo), vem surpreendendo, segundo as pesquisas, nas quais tem aparecido na terceira colocação, ora ameaçando o segundo colocado, agora Orleans Brandão, ora sendo ameaçado pelo quarto, Felipe Camarão. O fato é que, até aqui, o candidato do Novo vai ocupando o espaço de “fator decisivo” na corrida ao Palácio dos Leões, sem poder de fogo para chegar ao segundo turno, mas com munição eleitoral suficiente para influir no resultado final da eleição. Sua estratégia é correr o estado e bater duramente nos adversários.

Finalmente o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), que apareceu com o líder folgado – com 30% e 40% das intenções de votos em todas as 26 pesquisas realizadas sobre a sucessão estadual do início do ano passado para cá. No topo do prestígio como gestor, e na esteira de uma reeleição avassaladora em turno único, Eduardo Braide até agora não disse uma só palavra sobre ser ou não ser candidato a governador. O seu silêncio vem travando movimentos importantes da corrida sucessória, que só será efetivamente definida quando ele abrir o jogo. Será candidato? Não será candidato? Se for candidato, com quem vai compor? Se não for candidato, para quem porete4nde transferir o deu cacife eleitoral? São questões cujas respostas terão peso decisivo na eleição do próximo governador do Maranhão.

Nesse cenário em definição, um ponto importante parece irremediavelmente definido: como sentenciou há alguns meses o ex-governador José Reinaldo Tavares, rompimento de Carlos Brandão com Flávio Dino não tem volta.

PONTO & CONTRAPONTO

Para o Senado, a disputa até aqui está concentrada em Weverton Rocha, Eliziane Gama e André Fufuca

Weverton Rocha, André Fufuca e Eliziane Gama
concentram a disputa pelas duas vagas

Com o cenário aberto no momento em que o governador Carlos Brandão decidiu cumprir seu mandato até o final, abrindo mão de ser candidato sem concorrente para uma das duas cadeiras em disputa, a corrida ao Senado começou a se definir, como mostraram as pesquisas mais recentes.

Todos os sinais estatísticos sobre preferência do eleitorado indicam com clareza que o senador Weverton Rocha (PDT) nada de braçadas como favorito à vaga que ele próprio já ocupa. Com fôlego e instinto de sobrevivência surpreendentes, o senador soube costurar o seu projeto de reeleição com pontos nas mais diversas correntes, conseguindo montar uma malha que vai do brandonismo ao dinismo. Seu favoritismo para a reeleição parece sólido.

Para a segunda vaga, está em curso uma disputa que tende a endurecer entre o ministro do Esporte, André Fufuca (PP), que é deputado federal bem sucedido e decidiu chegar aso topo da carreira parlamentar, e a senadora Eliziane Gama (PSD), que vem se movimentando com intensidade pela reeleição. Uma disputa dura, na qual o ministro André Fufuca conta com uma ampla base formada por prefeitos de municípios importantes, como Imperatriz e Caxias, por exemplo, e a senadora Eliziane Gama se vale do apoio de segmentos da sociedade civil aos quais tem prestado bons serviços como parlamentar de elevado nível. Eliziane Gama poderá fortalecer seu projeto de reeleição se o prefeito Eduardo Braide, que é do seu partido, vier a ser candidato a governador.

Nesse jogo, numa situação pouco favorável, está o ex-prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (Mobiliza), que mantém uma aguerrida pré-campanha, reunindo apoios isolados aqui e ali, mas mantendo seu propósito de pé.

No contexto na corrida senatorial, três nomes têm aparecido como incógnitas importantes. Um é o ex-senador Roberto Rocha (sem partido), que já esteve candidato a governador e agora insinua pretender voltar ao Senado, aparecendo bem nas pesquisas mais recentes, ainda que distantes dos líderes. Outro é a deputada federal Roseana Sarney, que se mostra nome viável quando incluída em pesquisas. Envolvida com problemas de saúde – anunciou recentemente o início de tratamento contra um câncer -, Roseana Sarney dificilmente entrará nessa corrida. Mas ninguém duvida de que, se vier a entrar, tem cacife para crescer. E o terceiro é o deputado federal e atual líder da bancada do União Brasil na Câmara Federal, deputado Pedro Lucas Fernandes. Ele foi lançado candidato ao Senado há quase dois meses, mas ainda não disse se está mesmo nessa corrida ou prefere buscar uma reeleição quase garantida. Oito entre dez observadores acham que ele buscará a renovação do mandato.

No momento, portanto, a disputa pelas duas vagas está entre Weverton Rocha, André Fufuca e Eliziane Gama.

Disputas por cadeiras na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa têm favoritos, mas serão acirradas

Câmara Federal Juscelino Filho, Pedro Lucas Fernandes, Rubens Jr.
entre os fortes para a reeleição, e Fernando Braide para chegar
lá: e Assembleia Legislativa: Iracema Vale é líder disparada
e Neto Evangelista é forte para a reeleição,
com Sebastião Madeira e Paulo Victor mirando vagas

A corrida pelas 18 cadeiras de deputado federal parece inclinada a reproduzir a mesma receita e o mesmo resultado de sempre. A previsão dominante é a de que pelo menos 50% dos atuais deputados sejam reeleitos, entre eles nomes como Josimar de Maranhãozinho (PL), se não tropeçar na Justiça,  Pedro Lucas Fernandes (União), se não for candidato ao Senado, Duarte Jr. (PSB, que vem aumentando poder de fogo, Juscelino Filho (União), com o cacife de ser ex-ministro, Rubens Júnior (PT), hoje nome de peso na sigla petista, Márcio Jerry (PCdoB), embalado pelas forças dinistas, Amanda Gentil (PP), que tem a força do grupo Gentil no Leste maranhense, Josivaldo JP (PSD), que aparece disparado em todas as pesquisas na Região Tocantina, Hildo Rocha (MDB) e Roseana Sarney (MDB), que contam com a base sarneysista, e por aí vai. O curioso é que, afora o deputado estadual Fernando Braide (PSD), não há nomes de peso tentando chegar à Câmara Federal.

Já no que diz respeito à Assembleia Legislativa, são fortes os sinais de que a presidente Iracema Vale (ainda no PSB) de novo ser campeã de votos, puxando os aliados brandonistas Neto Evangelista (União) Antônio Pereira (PSB), Davi Brandão (PSB), Florêncio Neto (PSB), Mical Damasceno (PSD) e Yglésio Moises (PRTB), Já os dinistas Othelino Neto (Solidariedade), Carlos Lula (PSB), Francisco Nagib (PSB) e Rodrigo Lago (PCdoB), entre outros reúnem cacife para renovar seus mandatos. E nomes fortes, que trafegam no tênue fio da neutralidade, apoiando o Governo, mas sem atacar o dinismo, como Osmar Filho (PDT), o experiente ex-presidente Arnaldo Melo, (PP), Ariston Ribeiro (PSB) e Fabiana Vilar (PL), entre outros nomes fortes.

No plano dos que querem chegar ao Palácio Manoel Beckman, alguns nomes despontam com cacifes fortes, como o ex-prefeito de Imperatriz e atual chefe da casa Civil Sebastião Madeira, que comanda o PSDB no Maranhão, o atual presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Paulo Victor (PSB), que pode sair de São Luís com uma base forte, o ex-deputado federal e atual diretor do regional do DNIT, João Marcelo (MDB), lançado pelo ex-governador João Alberto (MDB), entre outros aspirantes.

São Luís, 31 de Agosto de 2025.

Leões estão levando a melhor no duro embate entre Governo e Oposição

Tendo ao lado a vice-prefeita Mariana Brandão e a secretária de Educação Jandira Dias, Fred Campos saiu na frente na
entrega de tabletes e minando o discurso da Oposição

O prefeito de Paço do Lumiar, Fred Campos (ainda no PSB), deu a largada, quinta-feira, na entrega de 2.500 tabletes para estudantes da rede Estadual de Ensino no município, golpeando o discurso da bancada de Oposição na Assembleia Legislativa, que vinha criticando duramente o governador Carlos Brandão (ainda no PSB) por conta do lançamento do programa “Tô conectado”, no dia  última 22/08, em ato que reuniu autoridades, políticos, centenas de professores e milhares de estudantes no estádio Castelão. Integrantes da bancada oposicionista, os deputados Carlos Lula (PSB), Rodrigo Lago (PCdoB e Othelino Neto (ainda no Solidariedade) acusaram o governador de fazer marketing político, levantando também suspeita de superfaturamento, uma vez que no ato foram entregues, simbolicamente, apenas alguns tabletes, tendo o mandatário anunciado que todos os 250 mil estudantes da Rede Estadual receberão seus equipamentos até o final de outubro. O governador Carlos Brandão também reagiu com uma nota contestando as acusações da bancada dinista.

O programa “Tô conectado” é fruto de uma parceria entre Governo do Estado e Governo Federal, bancado com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

A entrega de 2.500 tabletes pelo prefeito de Paço do Lumiar foi uma demonstração clara de que o Palácio dos Leões avaliou a situação e agiu rápido, iniciando a distribuição dos equipamentos sem perda de tempo. Com isso, agilizou a fase mais importante do programa “Tô conectado”, tirando dos deputados oposicionistas a acusação de que o ato no Castelão teria sido um engodo. A munição disparada no ataque foi também temperada de uma suspeita de superfaturamento. Quinta-feira, um parlamentar próximo do governador Carlos Brandão avaliou que o discurso da Oposição “vai por água abaixo, porque o Governo vai entregar os 250 mil tabletes dentro do prazo anunciado pelo governador”, que é o final de outubro.

O episódio dos tabletes, que entra na crônica política como mais um confronto da guerra pelo poder nas eleições de 2026, foi esgotado em poucos dias, de vez que a bancada dinista pegou carona na insubordinação civil de milhares de motoqueiros, que a pretexto de protestar contra o assassinato de um deles, por uma facção criminosa, transformaram o trânsito de São Luís num inferno no início da semana. Os deputados dinistas criticaram as ações do Sistema de Segurança Pública no episódio, tendo o Governo reagido na mesma linha, com nota de esclarecimento e anúncio de providências adicionais para resolver o problema. Vozes da bancada brandonista, os deputados Neto Evangelista (União), líder do Governo, Florêncio Neto (PSB), Davi Brandão (PSB), Ana do Gás (PCdoB), Antônio Pereira (PSB) e Adelmo Soares (PSB), entre outros, saíram em defesa do Governo, vem rebatendo as investidas da Oposição no plenário da Assembleia Legislativa, onde as tensões políticas ganham força à medida que as eleições vão se aproximando.

Esses embates, cujo tom vem aumentando dia após dia, tendem a se acirrar ainda mais, uma vez que, na avaliação de deputados experientes, as chances de uma reconciliação, ou até mesmo de uma acomodação, estão “tecnicamente” eliminadas. A convocação, aprovada quarta-feira, da diretora geral da Rede Iema, Cricielle Muniz, alinhada ao governador Carlos Brandão, sob a suspeita de instrumentalizar politicamente o sistema, pode arrastar de vez parte do PT para esse embate entre dinistas e brandonistas, com reflexos diretos nas pré-candidaturas do vice-governador Felipe Camarão (PT), apoiado pela corrente dinista, e do secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB), que tem o apoio aval e o apoio do chefe do Poder Executivo.

Nesse cenário de confrontos, são nítidas as indicações de que o Palácio dos Leões, com sua estrutura poderosa, está levando a melhor, com o governador Carlos Brandão fora da corrida para o Senado, mas turbinando a cada semana a candidatura do seu secretário à sua sucessão, cumprindo uma verdadeira maratona de entregas e lançamento de obras nos 217 municípios. Nesse embate maior, enquanto Orleans Brandão vai crescendo, enquanto a Oposição tenta se contrapor ao poder de fogo leonino estimulando o vice-governador Felipe Camarão a prosseguir com os seus “diálogos pelo Maranhão”, e sinalizando, cada vez mais forte, que pode negociar uma aliança com o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD).

O Palácio dos Leões está pagando para ver e, se for o caso, fazer o contraponto.

PONTO & CONTRAPONTO

Assembleia cria Frente Parlamentar de defesa do SUS e dos profissionais da Saúde

Iracema Vale preside a reunião que criou a Frente Parlamentar
de Defesa do SUS e dois profissionais da Saúde

Com o propósito de contribuir para melhorar o Sistema Estadual de Saúde, nasceu ontem, na Assembleia Legislativa, a Frente Parlamentar de Defesa do SUS, dos Profissionais de Saúde, Agentes Comunitários e de Combate às Endemias. O movimento foi formalizado pela presidente do parlamento estadual, deputada Iracema Vale (PSB), com o aval de 27, entre eles Antônio Pereira (PSB), que é médico e presidirá a Frente, Daniella Gidão (PSB), que é nutricionista e já dirigiu o Hospital Regional de Presidente Dutra, e Adelmo Soares (PSB), profissional de odontologia; o deputado Davi Brandão (PSB) será o relator.  

A Frente Parlamentar em Defesa do SUS e dos Profissionais da Saúde tem como propósito “ser um espaço permanente de monitoramento, articulação e proposição legislativa voltado à proteção dos trabalhadores da área, à defesa de suas condições laborais e à consolidação de um sistema público de saúde eficiente e resolutivo”.

Ao justificar a criação da Frente, a deputada-presidente Iracema declarou: “Defender o SUS não é só uma missão dos trabalhadores da saúde, mas de todos nós. Eu sei o que é entrar de casa em casa, acompanhar a saúde e a vida das pessoas, porque fui enfermeira. A gente acompanha essa luta passo a passo, as conquistas, fruto de muita luta e trabalho dessas categorias”.

Na mesma reunião, os profissionais de Saúde apresentaram as duas primeiras demandas à Frente Parlamentar. A primeira foi um relatório contendo a quantidade de municípios que precisam de reforço na entrega de tablets usados para abastecer com dados importantes o Ministério da Saúde. A segunda foi a proposta de um projeto de lei que dispõe sobre a instituição da política estadual de cofinanciamento e premiação dos Agentes Comunitários de Saúde e dos Agentes de Combate às Endemias.

A reunião que marcou o lançamento da Frente contou com a presença de representantes das categorias de trabalhadores da Saúde, do secretário de Estado da Saúde, Tiago Fernandes, e do secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão.

Maranhãozinho silencia no Supremo no caso em que é acusado de corrupção com emendas; Pastor Gil reagiu atacando

Josimar de Maranhãozinho silenciou e Pastor
Gil esbravejou dizendo que denúncia “é lixo”

Não surpreendeu a decisão do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) de permanecer calado no interrogatório a que foi submetido ontem, no Supremo Tribunal Federal, no processo em que é acusado de ser líder de uma organização criminosa que desviou milhões de reais em emendas parlamentares. O silêncio de Josimar de Maranhãozinho, na visão de um advogado experiente, é sintoma forte de que ele tem contas a acertar com a Justiça, e por isso foi orientado por seus advogados a nada dizer no depoimento, já que correria o risco de produzir provas contra ele próprio.

O caso em apuração foi denunciado pela Procuradoria Geral da República, que afirma que em agosto de 2020 Josimar de Maranhãozinho teria pressionado o então prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio (PTB), para que lhe fosse “devolvido” R$ 1,6 milhão de um total de R$ 6,6 milhões enviados em emendas àquele município. A pressão sobre o prefeito foi feita pelo agiota conhecido como Pacovan, assassinado no ano passado. O prefeito Eudes Sampaio se recusou a entrar no esquema de propina e denunciou o caso ao Ministério Público Federal.

Outro acusado de envolvimento no esquema criminoso, o deputado Pastor Gil (PL), que se defendeu da acusação afirmando que nada existe de concreto contra ele no processo. Seus advogados avaliaram que ele será inocentado, embora a PGR afirme no seu relatório-denúncia que ele é parte do grande esquema, que envolve um deputado potiguar, Bosco Costa, que seria parceiro na trama de propinagem com emendas parlamentares.

“Eu posso dizer que isso aqui é um lixo, que é uma coisa falsa, que alguém fez. Eu não fiz aquilo, não tem nada meu. Isso aqui foi algo que usaram meu nome. Agora, alguém pegar isso aqui e me acusar, sem ter nada meu que comprove isso aqui, é uma leviandade”, reagiu Pastor Gil.

Há quem diga que seria melhor Pastor Gil ficar calado também.

São Luís, 30 de Agosto de 2025.

Convocação de Cricielle Muniz para esclarecer denúncia pode aumentar crise do PT com dinistas

Crielle Muniz, pré-candidata a deputada
estadual com o aval de Carlos Brandão

A aprovação, ontem, pela Assembleia Legislativa, de requerimento de autoria do deputado Othelino Neto (saindo do Solidariedade), que convoca a professora Cricielle Muniz, diretora geral do Instituto Estadual de Educação do Maranhão (Iema), “para prestar esclarecimento de denúncias sobre suposta contratação de pessoas com objetivo político eleitoral, para apoiar a sua pré-candidatura a Deputada Estadual”, pode ter consequências políticas muito além do simples desconforto e eventuais problemas que possam vir a atingir a dirigente máxima da Rede Iema. O requerimento abriga tensão suficiente para provocar desdobramentos na corrida para o Governo do Estado, principalmente no que respeita à disputa entre o vice-governador Felipe Camarão (PT) e o secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), que medem forças dentro da legenda petista.

A medida pode aumentar muito a distância que separa uma grande fatia do PT do projeto de candidatura do vice-governador Felipe Camarão ao Governo do Estado, o que, se ocorrer, beneficiará diretamente o secretário Orleans Brandão. Isso porque, além de ser integrante destacada da equipe do governador Carlos Brandão (ainda no PSB) na área de Educação, Cricielle Muniz é figura de proa do PT, uma das líderes da corrente comandada pelo atual presidente do partido, Francimar Melo, e que tem como referência o ex-vice-governador, ex-presidente do TCE e atual secretário do Governo do Maranhão em Brasília, Washington Oliveira. E como está mais do que claro, muito afinado com o governador Carlos Brandão, esse grupo, que ocupa grande espaço no Governo, está inclinado, se não já decidido, a apoiar a candidatura de Orleans Brandão.

Os fatos ocorridos desde a realização do Processo de Eleição Direta (PED), por meio do qual o PT elege seus dirigentes, indicaram com clareza que o PT se dividiu em duas frentes, uma que pretende manter a aliança com o governador Carlos Brandão, apoiando à pré-candidatura de Orleans Brandão ao Governo, e outra que está alinhada ao projeto de candidatura do vice-governador Felipe Camarão, que é do partido e tem o aval do comando nacional da agremiação, incluindo o do presidente Lula da Silva. Cricielle Muniz é pré-candidata assumida à Assembleia Legislativa e tem dado demonstrações de que prefere o alinhamento do PT com o governador Carlos Brandão, no viés trabalhado pelo secretário Washington Oliveiras e pelo presidente petista Francimar Melo. O governador Carlos Brandão já anunciou publicamente o seu aval à candidatura dela à Assembleia Legislativa.

A convocação de Cricielle Muniz sob o argumento de que ela estaria usando dinheiro público para instrumentalizar a Rede Iema com contratações nesse sentido, gera dois problemas. O primeiro, que terá maior ou menor dano dependendo do que for esclarecido, é o risco de enfraquecimento ou de fortalecimento o seu projeto de candidatura. E o outro é o estrago que isso pode causar ao PT, com potencial para aprofundar perigosamente a crise que vem sacudindo e desgastando a sigla há tempos. E esse conflito pode desgastar as relações de uma expressiva fatia do PT com o grupo dinista na Assembleia Legislativa e arranhar a relação com Felipe Camarão, ao mesmo tempo que em que pode afetar positivamente a aliança de Orleans Brandão com o partido.

Para que o grupo dinista e o próprio deputado Othelino Neto obtenha resultados concretos com a convocação de Cricielle Muniz, é crucial que a denúncia tenha fundamento e ela saia desgastada do bombardeio que certamente sofrerá na Assembleia legislativa. Mas se se tratar de uma denúncia mequetrefe, ela poderá deixar o Palácio Manoel Beckman muito mais forte do que antes da sua entrada. Tarimbado no jogo político e nas ações parlamentares, o deputado Othelino Neto pode ter uma carta na manga, pois a princípio não faria muito sentido cutucar com vara curta uma banda muito ativa, como a que comanda o PT nesse momento e da qual a diretora da Rede Iema é ligada.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão e Orleans estão confirmando projeto de poder nos seus discursos

Carlos Brandão e Orleans Brandão
confirmam projeto político em discursos

Embora ainda faltam sete meses para o prazo de desincompatibilização (abril/25) para as eleições de 2026, e considerando o alto grau de imprevisibilidade da política, em que situações aparentemente consolidadas sofrem mudanças radicais em questão de dias, todos os sinais indicam ser irreversível o cenário em que o governador Carlos Brandão permanecerá à frente do Governo até o final do seu mandato, com a candidatura do Orleans Brandão à sua sucessão.

Direta e ou indiretamente, o governador tem reforçado o seu discurso nessa direção em todos os atos que comanda, seja em São Luís, seja no interior. O ponto-chave do discurso do mandatário é a sua permanência no Governo, cuja confirmação tem sido feita em declarações feitas com frequência e segundo a qual cumprirá seu mandato até o fim: “…nós temos tempo para resolver isso”, “…nós vamos poder fazer isso no próximo ano”, “…isso será feito porque vamos ficar até o fim”, entre outras afirmações mais ou menos contundente.

Um pouco mais contido, mas já atuando como pré-candidato, o secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão, que na maioria dos atos que participa deixa a divulgação da sua pré-candidatura para aliados seus, especialmente deputados estaduais, que até aqui são os aliados mais ativos do projeto desse projeto de poder. Orleans Brandão tem como ponto forte do discurso dar continuidade à obra do atual governador, com o refrão segundo o qual vai “cuidar das pessoas”.

Roberto Rocha teria definido entrar na corrida eleitoral de novo como candidato a senador

Roberto Rocha

O ex-senador Roberto Rocha, ainda sem partido, teria batido martelo e decidido tentar voltar à Câmara Alta nas eleições do ano que vem. Ele havia se lançado pré-candidato a governador, mas o projeto de chegar ao Palácio dos Leões não evoluiu como ele esperava. E sua aparição em várias pesquisas como nome com cacife para entrar na corrida senatorial o teria feito optar por esse caminho eleições do ano que vem.

Na maioria dos levantamentos sobre intenções de voto realizados nos últimos seis meses, o ex-senador, quando incluído na lista dos candidatáveis, mostra algum poder de fogo eleitoral, ainda que muito atrás dos principais concorrentes, no momento o senador Weverton Rocha (PDT), que busca a reeleição, e o ministro do Esporte André Fufuca (PP), a senadora Eliziane Gama (PSD) e o deputado estadual Yglésio Moises (PRTB).

Na pesquisa mais recente, feita pelo instituto Exata, o ex-senador Roberto Rocha aparece em 5º lugar, no seguinte ranking: Weverton Rocha (43,38%), André Fufuca (30,25%), Eliziane Gama (28,33%), Yglésio Moises (15,75%) e Roberto Rocha (13,42%). Nesse cenário, ele só vence o ex-prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo, que aparece com 11,08%. Vale ressaltar que, levando em conta a margem de erro de 3,28% da pesquisa, Roberto Rocha está tecnicamente empatado com Yglésio Moises e com Hilton Gonçalo, separados por dois pontos percentuais.

Dentro desse mosaico de tendências, para voltar a ser senador, Roberto Rocha tem pela frente o hercúleo desafio de se afastar de Hilton Gonçalo e atropelar o deputado Yglésio Moises, a senadora Eliziane Gama e o ministro André Fufuca é Fufuca. Nada fácil, como se vê.

São Luís, 28 de Agosto de 2025.

Duarte Jr. assume a vice da CPMI do INSS indicado pelo PSB, sinalizando que deve continuar no partido

Duarte Jr. chega à vice-presidência da
CMPI do INSS para equilibrar forças

A eleição do deputado federal Duarte Jr. (PSB) para a vice-presidência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), instalada no Congresso Nacional para investigar a mega fraude dos descontos ilegais em aposentadorias do INSS, que somam mais de R$ 2 bilhões, foi considerada uma vitória do Governo, que depois de perder todas, conseguiu, por acordo com a oposição, ocupar um espaço importante na Comissão. Ao mesmo tempo, a indicação, pelo PSB, é um indicador forte de que, pelo menos por enquanto, ele vai permanecer no partido, interrompendo a discussão sobre migrar ou não para outro partido.

Duarte Jr. foi uma escolha planejada e cuidadosa, porque ele vai ser o ponto de equilíbrio numa CPMI cujo desfecho interessa muito ao Palácio do Planalto e à base governista como um todo. Isso porque, mesmo que a fraude dos descontos nas aposentadorias, feitos por entidades civis supostamente destinadas à defesa dos interesses dos aposentados, tenha sido iniciada em governos passados, ela se tornou gigantesca nos últimos três anos.

Nada indica que o Governo do presidente Lula da Silva (PT) tenha algo a ver diretamente com o crime, que custou mais de R$ 2 bilhões aos aposentados do INSS, mas o fato de entidades política e ideologicamente alinhadas ao PT e, por via de desdobramentos, ao Governo, pode causar um prejuízo fatal à imagem do presidente. E é nisso que a oposição, principalmente a banda bolsonarista, está apostando todas as suas fichas, tanto que forçou a barra e conseguiu instalar a CPMI exatamente no momento em que o Supremo Tribunal Federal se prepara para julgar, e muito provavelmente condenar, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de estado.

É nesse clima de confronto, movido por essa monumental equação política, que o deputado Duarte Jr. assume a vice-presidência da CPMI do INSS, presidida pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), adversário feroz do Governo, e tendo como relator o deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL), bolsonarista roxo e inclinado a supervalorizar qualquer fiapo de evidência que possa se transformar numa bomba contra o Governo Lula da Silva. Duarte Jr. chega como uma aposta do Palácio do Planalto com talento, preparo parlamentar e tutano para fazer o contraponto à tropa oposicionista, que tem manifestado nítida disposição de criar situações que possam envolver o presidente Lula da Silva, exatamente no momento em que o ex-presidente Jair Bolsonaro estará sendo julgado.

Detentor de bom preparo técnico e de ampla visão política, e muito traquejado no jogo e nos embates que se travam com frequência na Câmara Federal, o deputado Duarte Jr. conhece com precisão o tabuleiro em que vai se movimentar, já com experiência no curso das investigações. Sua escolha pelo Palácio do Planalto e sua indicação pelo PSB reforçam, portanto, a impressão de que ele poderá ter um papel decisivo nos embates que estão previstos ao longo dos 90 dias de existência da Comissão, cujos cargos-chave estão com a oposição.

A indicação do deputado Duarte Jr. à vice-presidência da CPMI do INSS, feita pela cúpula do PSB com o aval do Palácio do Planalto, é uma sinalização importante de que ele poderá permanecer no partido, desfazendo a impressão inicial de que migraria para outra agremiação depois que o comando da sigla foi tirado do governador Carlos Brandão e entregue à senadora Ana Paula Lobato. Duarte Jr. mantém fortes laços com o grupo dinista, mas vem dando todos os avisos de que não vai brigar com o governador Carlos Brandão. Na última sexta-feira (22), por exemplo, enquanto deputados bolsonaristas se engalfinhavam pela vice-presidência da CPMI do INSS, o deputado Duarte Jr. participou do animado, ao lado do governador Carlos Brandão, do lançamento do programa “Tô conectado”, por meio do qual o Governo do Estado entregará tabletes a 250 mil estudantes da rede estadual de ensino.

Nesse momento, o deputado federal Duarte Jr. aumenta o seu cacife político ao representar o PSB na CPMI do INSS, mesmo deixando no ar alguma dúvida a respeito do seu futuro partidário.

 PONTO & CONTRAPONTO

Eliziane se posiciona contra censura a jornalistas na CPMI do INSS

Eliziane Gama criticou Carlos Viana por tentativa
de censura a jornalistas na CPMI do INSS

Na mesma sessão em que o deputado federal Duarte Jr. (PSB) assumia a vice-presidência da CPMI do INSS, marcada por discussões sob um clima de tensão, a senadora Eliziane Gama (PSD) deu uma demonstração de que mantém intacta a sua postura democrática e que sabe preservar a sua raiz de jornalista profissional respeitando o trabalho da imprensa.

Essa manifestação se deu quando o presidente da Comissão, senador Carlos Viana (Podemos), apontado como membro da direita dura, tentou inibir o trabalho da imprensa ameaçando cassar credenciais de veículos e jornalistas que fotografassem conteúdo de celulares e computadores de integrantes da Comissão ou documentos de parlamentares, alegando o uso – distorcido, óbvio – da Lei de Proteção de Dados.

Diante da ameaça feita pelo presidente da Comissão, a senadora maranhense reagiu criticando a atitude, alertando a mesa da CPMI para o fato de que o Brasil vive uma democracia plena e que não é possível cercear o trabalho de jornalistas, por maior incômodo que ele possa causar aos integrantes. E lembrou também que o conteúdo de telas de celulares e de computadores abertas por parlamentares durante sessões se tornam informações públicas, o que é absolutamente verdadeiro.

Assim, qualquer tentativa da presidência de uma CMPI ou até mesmo da presidência do Congresso Nacional no sentido de reprimir o trabalho de jornalistas nesse ambiente tem caráter de “mordaça”, de “censura”.

“Limitar isso, pura e simplesmente, eu quero que o jornalista tenha informação. O veículo tem responsabilidade compartilhada com o jornalista. Se eventualmente tem alguma informação que a gente queira questionar que não seja real, fazemos o debate. Mas censura, não”, declarou a senadora.

E completou: “A gente não pode chegar e criar uma certa, eu diria até censura, mordaça para esse jornalista. O critério maior é se o parlamentar está tendo acesso a documentos sigilosos. Agora, o cerceamento dessa liberdade é preocupante”.

O presidente da CPMI do INSS manteve sua posição, mas admitindo revê-la ao longo dos trabalhos.

Edson Araújo vai depor na CPMI do INSS sobre denúncias de fraude no seguro-defeso de pescadores

Edson Araújo vai depor
na CPMI do INSS

Não é confortável a situação do deputado estadual Edson Araújo (PSB). Figura maior de várias denúncias relacionadas com assistência a pescadores, controlador de sindicatos e até de uma federação dessas organizações relacionadas com a pesca, o parlamentar, que está licenciado, terá de comparecer para depor na CPMI do INSS.

Explica-se: sua convocação se deu por conta de um acordo pelo qual deputados e senadores de oposição e governistas decidiram incluir na CPMI que vai apurar o escândalo dos descontos ilegais dos contracheques dos aposentados do INSS, casos de descontos em aposentadorias de pescadores, e também investigar sinais de escândalos.

A convocação do deputado Edson Araújo deve estar causando pânico na seara da pesca no Maranhão, porque, dependendo do que ele informar, outros envolvidos serão alcançados pela mão pesada da CPMI do INSS. E o dado curioso da convocação é o fato de Edson Araújo fazer parte do mesmo partido do vice-presidente Duarte Jr.

São Luís, 27 de Agosto de 2025.

Grupo brandonista deve esperar a “janela partidária” para deixar o PSB e migrar para MDB e PDT

Iracema Vale deve migrar para o PDT, enquanto Antônio Pereira, Andreia
Rezende, Florêncio Neto, Davi Brandão, Daniella Gidão, Ariston Ribeiro
e Adelmo Soares podem se dividir entre o MDB, o PDT e o PP

Não há mais dúvida no meio político que, por conta da mudança no controle do PSB no Maranhão, pelo menos oito dos 10 deputados estaduais do PSB que fazem parte da aliança partidária comandada pelo governador Carlos Brandão, ainda filiado ao à legenda socialista, deve migrar para o MDB e para o PDT. O processo de migração, porém, é bem mais complicado do que se imagina, e se dá em três situações, já que pelo a legislação partidária, mudança de partido por decisão unilateral pode implicar na perda do mandato do deputado estadual ou federal migrante. A primeira situação é que a saída do deputado se dê por acordo, com a concordância do comando da agremiação; a segunda é por via judicial por meio de ação na qual o deputado, usando os argumentos que entender, pede à Justiça que o autorize a deixar a legenda, para se filiar a outra, e a terceira e última é o parlamentar aguardar a “janela partidária”, que se abre seis meses antes das eleições, quando ele pode mudar de partido sem perder o mandato.

Para começar, ao que parece, a troca de comando do PSB no Maranhão não incluiu um acordo pelo o qual a cúpula nacional do partido tenha concordado em liberar os deputados brandonistas para deixar a legenda e se filiar a outros partidos sem correr o risco de perder o mandato. E até o momento não se se tem notícia de que algum deles tenha recorrido à Justiça para trocar de legenda. Esse ambiente indica que, na ausência de um acordo – se foi feito não chegou a público -, a tendência dos deputados brandonistas hoje filiados ao PSB – Iracema Vale, Antônio Pereira, Andreia Rezende, Ariston Ribeiro, Daniella Gidão, Davi Brandão, Florêncio Neto e Adelmo Soares – que substitui no momento o deputado licenciado Edson Araújo – permaneçam filiados à agremiação socialista até março do ano que vem, quando será aberta a “janela partidária” para as eleições de outubro.

Nos bastidores do PSB corre a certeza de que, se não todos, a maioria migrará para o MDB. Até aqui, somente a presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale, manifestou intenção de migrar para o PDT, para reforçar a base do partido presidido pelo senador Weverton Rocha, seu aliado e candidato à reeleição. Além dela, nenhum outro deputado brandonista indicou seu próximo pouso partidário. Eles estão aguardando a definição partidária do próprio governador Carlos Brandão, que disse recentemente à Coluna ser ainda muito cedo para resolver essa questão partidária.

A inclinação pelo MDB, além de ser provavelmente o rumo do governador Carlos Brandão, está também no fato de que o pré-candidato a governador que apoiam, o secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão, ser filiado ao partido, que é presidido pelo empresário Marcus Brandão. No MDB, onde já estão os deputados Ricardo Arruda e Keké Teixeira, a avaliação é a de que os parlamentares ligados ao governador Carlos Brandão tenham mais chances de reeleição, perspectiva reforçada pela presença da ex-governadora e atual deputada federal licenciada Roseana Sarney, que também está bem posicionada para o Senado, caso resolva entrar nessa disputa.

O problema da permanência dos deputados brandonistas no PSB até março do ano que vem, quando ocorrerá a “janela partidária”, será o complicado e tenso convívio com os parlamentares dinistas dentro do partido. Depois de uma convivência complicada com o grupo brandonista, parlamentares dinistas, como Carlos Lula, que havia entrado na Justiça para deixar a agremiação socialista sem perder o mandato, recuou e deverá assumir a vice-presidência do PSB, agora comandado no Maranhão pela senadora Ana Paula Lobato.

Nas contas de um experiente parlamentar, dos oito deputados brandonistas hoje no PSB, pelo menos cinco migrarão para o MDB, dois irão para o PDT e um ainda não tem rumo definido.

PONTO & CONTRAPONTO

Decisão de Dino de mandar PF investigar emendas PIX causa desconforto em parte da bancada federal

Flávio Dino: decisão e desconforto na bancada

A decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF) de mandar a Polícia Federal investigar o destino e a legalidade da aplicação de emendas parlamentares no valor de R$ 656 milhões. Conhecidas como “emendas pix”, por serem individuais e depositadas diretamente na conta do município indicado pelo deputado ou senador sem passar por um controle mais rígido. E o que é mais grave: muitas delas não têm projetos, ou seja, não se sabe no que esses recursos serão empregados.

Na previsão de um parlamentar federal, a relação de emendas a ser encaminhada pelo Tribunal de Contas da União à Polícia Federal e cujo processo esteja irregular deve incluir municípios do Maranhão, possibilidade que estaria causando inquietação em alguns gabinetes da bancada maranhense no Congresso Nacional.

As exigências feitas pelo ministro Flávio Dino para dar transparência da trajetória dos recursos liberados por meio de “emendas pix”, a começar por um projeto e um plano de aplicação dos recursos, de modo que o processo seja rastreado e auditado sem problemas. Uma investigação já iniciada, e que já resultou na suspensão do pagamento de milhões e milhões em “emendas pix”, indica que boa parte desses recursos “sumiu pelo ralo da falta de transparência”.

Se o TCU respeitar o prazo dado pelo ministro Flávio Dino, em 10 na próxima semana saber-se-á quais municípios e parlamentares federais maranhenses estão encrencados. Daí o desconforto em alguns detentores de mandato e que estão correndo atrás da reeleição.

Repercute lançamento de programa educacional que distribuirá tabletes para 250 mil alunos da rede estadual

Orleans Brandão, Carlos Brandão, Concita Pinto, Mical
Damasceno, Iracema Val, Jandira Dias (embaixo, de boné)
e estudantes com tabletes no Castelão

Ampla a repercussão do lançamento da segunda etapa do programa “Educação de Verdade”, pelo governador Carlos Brandão (ainda no PSB), no final da semana passada. Lançada a primeira etapa, que consiste na melhoria da alimentação escolar, a nova etapa do programa, batizada “Tô conectado”, tem como eixo principal a distribuição de tabletes para 250 alunos da rede estadual de educação.

Garantido por investimentos da ordem de R$ 250 milhões, o “Tô conectado” foi lançado oficialmente na última sexta-feira, dia 22 de agosto, num grande evento no Estádio Castelão, que reuniu centenas de estudantes, professores e gestores da rede estadual de ensino. De acordo com o que foi anunciado pelo governador Carlos Brandão, que tinha ao lado a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (ainda no PSB) e a secretária estadual de Educação Jandira Dias. A entrega dos equipamentos aos 250 estudantes será concluída.

Com essa iniciativa, e com base nos estudos feitos pela Secretaria de Estado da Educação na formulação do projeto, o governador Carlos Brandão avalia que o Maranhão dá mais um passo decisivo na democratização do acesso à tecnologia, unindo inovação e educação para transformar a vida de milhares de jovens. “Estamos investindo em tecnologia e inovação porque acreditamos que a educação transforma vidas. Com o ‘Tô Conectado’, damos aos nossos alunos condições para aprender mais, melhor e de forma mais conectada com o mundo”, avaliou o governador.

Ao seu lado, a presidente da Assembleia Legislativa declarou: “Hoje, a educação do Maranhão dá um salto de qualidade ao garantir que cada aluno tenha em mãos uma ferramenta que facilita o aprendizado. O governador está proporcionando a todos os estudantes do ensino médio essa oportunidade, o que nos deixa felizes e confiantes de que a educação no nosso estado está avançando a passos largos”.

Além do governador da presidente da Alema e da titular da Seduc, gestores, professores e estudantes, o lançamento do “Tô conectado” contou com a presença dos deputados federais Duarte Jr. (PSB), Pedro Lucas Fernandes (União) e Aluízio Mendes, dos deputados estaduais Neto Evangelista (União), líder do Governo na Alema, Antônio Pereira (PSB), Mical Damasceno (PSD) e Helena Duailibe (PP), do presidente da Federação dos Municípios do Maranhão, prefeito Roberto Costa (MDB) e do secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão.

São Luís, 26 de Agosto de 2025.

Imperatriz: Lula, Lahesio, Brandão, Weverton, JP e Madeira lideram a corrida pelo voto em 2026

Lula da Silva, Lahesio Bonfim, Carlos Brandão, Weverton Rocha, Josivaldo JP
e Sebastião Madeira lideram a corrida pelo voto em Imperatriz

O que estão pensando os mais de 200 mil eleitores de Imperatriz, o segundo maior e mais importante colégio eleitoral do Maranhão, em relação aos nomes postos para a corrida eleitoral, de presidente a deputado estadual, marcada para daqui a pouco mais de treze meses? Algumas pistas fortes estão numa ampla pesquisa de intenção de voto realizada pelo instituto Evolucionar, do Pará, que encontrou o seguinte cenário: o presidente Lula da Silva (PT) lidera a corrida presidencial com 32% das intenções de voto, o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo), está na frente para o Governo do Estado com 19,8%, o governador Carlos Brandão (ainda no PSB) com 23,2% e o senador Weverton Rocha (PDT) com 19,5% lideram a corrida pelas duas vagas  no Senado, o deputado federal Josivaldo JP (PL) está na dianteira para a Câmara Federal com 36,7%, e o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB) lidera a corrida à Assembleia Legislativa com 15,7% das intenções de voto.

No cenário da corrida à presidência da República liderada pelo presidente Lula da Silva, o eleitorado imperatrizense tem o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) como segunda opção com 13,7%, o ex-governador Ciro Gomes (PDT) com 8,5%, seguido do governador goiano Ronaldo Caiado (União) com 3,7%, do catarinense Ratinho Jr. (PL) com 2,5% e do mineiro Romeu Zema (Novo) com 1%. Os indecisos ainda são 30,2% e os votos em branco e nulos totalizam 8,5%.

Na corrida ao Palácio dos Leões, que está no epicentro da movimentação política maranhense, Lahesio Bonfim está à frente com 19,8%, seguido de perto por Orleans Brandão (MDB) com 17% das intenções de voto. Os dois são seguidos pelo prefeito de São Luís Eduardo Braide (PSD) com 13,7% e pelo vice-governador Felipe Camarão (PT) com 5% das intenções de voto. Trata-se de um cenário de grande indefinição, à medida que foram encontrados 34,2% de indecisos e 10,3% de nulo e branco. Esses números indicam que a disputa para o Palácio dos Leões no eleitorado da antiga Vila do Frei está apenas começando.

Um dos dados mais importantes da pesquisa é que a maioria dos eleitores de Imperatriz quer o governador Carlos Brandão no Senado, dando-lhe a liderança dessa corrida com 23,2% de intenções de voto, e o segundo é o senador Weverton Rocha com 19,5%. A informação mais diferenciada nesse item são os 11,5% dados ao deputado federal e atual ministro do Esporte André Fufuca (PP), que passa a liderar a corrida pela segunda vaga com a decisão do governador Carlos Brandão de permanecer no cargo. Na sequência aparecem a senadora Eliziane Gama (PSD) com 4%, o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União) com 2,2% e o ex-prefeito de Santa Rita Hilton Gonçalo (Mobiliza) com 1,8%. Vale salientar que ali ainda são 27,7% de indecisos e 10,2 de branco ou nulo para o Senado.

Na corrida à Câmara Federal, o deputado Josivaldo JP (PL) está à frente, com larga vantagem sobre sua principal concorrente, Mariana Carvalho (Republicanos) com 20,2%. Além deles, aparecem Flamarion Amaral (PP) com 10,7%, Rodrigo Bramar (6,8%), o ex-prefeito Assis Ramos (União) com 3%, o deputado federal Aluísio Mendes (Republicanos) com 1% e Luciano Galeno (?) com 0,5%. Nesse item, os indecisos são 16% e os nulos e brancos somam 5%, indicando um cenário com cores de definição.

Um dos quadros mais movimentados da corrida eleitoral em Imperatriz é o que mostra a disputa para a Assembleia Legislativa. Nela, o ex-prefeito e atual chefe da Casa Civil do Governo do Estado, o líder tucano Sebastião Madeira, lidera com 15,7% das intenções de voto, seguido do ex-deputado estadual Marco Aurélio (PCdoB) com 13,2% e do deputado Antônio Pereira (PSB), 1º vice-presidente da Assembleia Legislativa, com 8,7%, e do suplente de deputado Ricardo Seidel (PL) com 8,2%, Carlos Hermes (7,2%), Aurélio do PT (5,7%), a deputada Janaína (Republicanos) com 5,3%, Wagtônio Brandão (4%), deputado Keké Teixeira (MDB) com 1,2%, Francisco da Steel (0,2%) e o deputado Eric Costa (PSD) com 0,3%. Ali ainda são 21,2% de indecisos e 8,5% de nulos e brancos.

É claro que, a 13 meses da corrida às urnas, o cenário encontrado pela pesquisa Evolucionar está sujeito a muitos movimentos, mas indica, ao mesmo tempo, o favoritismo do presidente Lula da Silva, do senador Weverton Rocha e do ministro André Fufuca para o Senado – no caso de o governador Carlos Brandão confirmar sua permanência no cargo -, do deputado federal Josivaldo JP pela reeleição e do ex-prefeito Sebastião Madeira, que tem liderança consolidada, para a Assembleia Legislativa.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão mantém grupo no PSB, sinaliza que vai sair, mas diz não ter pressa para mudar de partido

Carlos Brandão diz que é cedo
para fazer mudança partidária

“Está muito cedo”. Foi essa, mais uma vez, a resposta do governador Carlos Brandão à indagação da Coluna a respeito do futuro partidário dele e dos seus aliados mais próximos ainda filiados ao PSB. A Coluna focou a indagação na possibilidade de o mandatário maranhense e seu grupo migrarem do PSB para o MDB, como está sendo fortemente especulado no meio político.

De fato, não é uma operação simples.

Ao decidir permanecer no Governo, Carlos Brandão fica de fora da corrida pelo voto, o que lhe dá margem para não ter pressa em relação a mudança partidária. Sem a condição de candidato, o governador poderá, se quiser, até permanecer sem partido, deixando a liderança partidária do grupo que o segue mais de perto com o seu candidato a governador, Orleans Brandão (MDB), que será líder da chapa do MDB.

O ponto crucial dessa mudança está na Assembleia Legislativa, onde oito dos 11 deputados do PSB – Iracema Vale, Antônio Pereira, Andreia Rezende, Daniella, Ariston Ribeiro, Davi Brandão e Florêncio Neto e Adelmo Soares (suplente no exercício do mandato) – decidiram não permanecer no partido com a troca de comando e se mostram dispostos a seguirem o governador em novo endereço partidário.

Será uma operação delicada, com tendência de que a maioria dos atuais deputados socialistas migre para o MDB, seguindo o governador Carlos Brandão, que, ao que parece, está inclinado a também migrar para a legenda emedebista.

Outro argumento forte do governador Carlos Brandão à indagação da Coluna foi: “A eleição é só no próximo ano”.

Dino reafirma a defesa da soberania do País e da autonomia do Poder Judiciário

Flávio Dino defende Judiciário independente


“O Supremo não pode renunciar ao seu papel de julgar as questões que lhe são apresentadas. Isso significa dizer que nós não podemos julgar de qualquer jeito, de qualquer forma – e não fazemos isso. Por outro lado, significa dizer que o Supremo não pode ceder a coações, chantagens, ameaças. Senão, deixaria de ser Poder Judiciário. Sempre haverá pessoas poderosas que estão insatisfeitas com uma decisão judicial”.
Foi esse o recado mais recente do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, deixando bem claro que a posição institucional da Corte é o princípio imutável de que o Poder Judiciário, em especial o STF, é independente e tem de atuar dentro das regras, ainda que uma ou outra decisão do colegiado desagrade a poderosos.
O recado do ministro foi também direcionado a poderosos estrangeiros que se acham no direito de interferir na Justiça brasileira, tentando sobrepor suas leis às leia do país. E garantiu que decisões recentes relacionadas com leis estrangeiras não foram tomadas para acirrar conflitos: “Alguns acham que essa decisão e outras vêm no sentido de aumentar conflitos. É o contrário: é no sentido de harmonizar situações contenciosas e, sobretudo, evitar conflitos no futuro. Um país que valoriza a sua Constituição não pode aceitar medidas de força que ameacem seus cidadãos e suas empresas”, assinalou.
As declarações do ministro Flávio Dino sinalizam com clareza que, ainda que com uma ou outra divergência interna e sujeita a críticas externas, a Corte Suprema está fechada no que diz respeito à defesa da sua autonomia institucional.
São Luís, 24 de Agosto de 2025.

Hildo Rocha, Marreca Filho e Aluísio Mendes atacam Flávio Dino e defendem Carlos Brandão

Aluísio Mendes, Hildo Rocha e Marreca Filho:
ataques em sequência a Flávio Dino

Na sessão de quinta-feira (21) da Câmara Federal, o deputado Aluísio Mendes (Republicanos) atacou duramente o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, acusando-o de estar atuando “para inviabilizar o trabalho do governador Carlos Brandão”. Na sua fala, o parlamentar, que preside o Republicanos no estado, declarou que o ministro estaria usando “a força da toga”, para tomar decisões que, na sua avaliação, estão prejudicando o Governo do Estado. Afirmou que a Polícia Federal estaria sendo usada em ameaças de “prender o governador e seus familiares”, e que o Maranhão está “vivendo uma situação de pânico, de intimidação e de terror”. Na acusação ao ministro Flávio Dino, o deputado Aluísio Mendes citou como exemplos as duas vagas de conselheiros do TCE, que estão abertas porque o ministro “está sentado no processo há mais de um ano”, porque, segundo ele, aliados do ministro estariam interessados nas vagas; e o afastamento do procurador geral do Estado, Valdênio Caminha – que na verdade foi afastado pelo ministro Alexandre de Moraes. E completou: “É preciso que alguém faça alguma coisa”. O parlamentar encerrou sua fala avisando que na próxima semana continuará ocupando a tribuna para bater na mesma tecla.

Aluízio Mendes foi o terceiro deputado federal a ocupar a tribuna nos últimos 10 dias para defender o governador Carlos Brandão (ainda no PSB) atacando o ministro Flávio Dino e a oposição formada por deputados da chamada bancada dinista na Assembleia Legislativa. Antes dele, os deputados Hildo Rocha (MDB) e Marreca Filho (PRD), ambos integrantes da base governista, fizeram discursos com o mesmo roteiro. Os três dispararam petardos verbais na direção do ministro Flávio Dino, abordando o mesmo caso nos seus discursos, que tiveram como ponto de partida a afirmação de que o magistrado estaria por trás das ações movidas contra o Governo e a Assembleia Legislativa pelo Solidariedade, então comandado pelo deputado Othelino Neto.

Na sua fala, feita na sessão do dia 12/08, horas depois de haver acompanhado o governador Carlos Brandão na audiência com o ministro-presidente da Suprema Corte, Luís Roberto Barroso, o deputado Hildo Rocha abriu a série criticando o ministro Flávio Dino por haver determinado a abertura de investigação contra o governador Carlos Brandão, quando, segundo ele, o correto seria encaminhar o caso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que é o foro apropriado para determinar que a Polícia Federal abra um inquérito policial para investigar o governador, “que não cometeu nenhum crime federal, não tirou dinheiro federal” – disparou. Hildo Rocha foi mais longe: “Eu pergunto: há interesse ou não há interesse dele nesse caso? Porque que ele não se dá por impedido? E a grande pergunta é se o ministro Flávio Dino está cometendo desvio de poder ou abuso de poder”.

Na mesma linha, mas sem citar nomes, o deputado federal Marreca Filho, que preside o PRD no Maranhão, saiu em defesa do governador Carlos Brandão, primeiro lembrando que em três décadas de vida pública não enfrentou qualquer ação judicial. E foi além criticando “alguns atores do Maranhão, que estão criando ameaças claras e diretas, com perseguição, tentando criar uma crise jurídica e um clima de muita instabilidade”. E acrescentou avaliando que “essa insegurança jurídica vai prejudicar os investimentos que estão indo para o Maranhão e afetar diretamente o emprego”.

Salvo o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), que saiu em defesa do ministro Flávio Dino, com um discurso tímido ao rebater ao pronunciamento duro e acusatório do deputado emedebista Hildo Rocha, nenhum outro parlamentar discursou sobre o tema em defesa do ministro Flávio Dino. Esse fato revelou que o presidente estadual do PCdoB é o único aliado do ministro da Suprema Corte na atual bancada maranhense.

PONTO & CONTRAPONTO

Homenagem

A Assembleia Legislativa entregou ontem a Medalha Manoel Beckman, a sua maior honraria, aos ministros Isabel Gallotti e Teodoro Santos, do Superior Tribunal de Justiça, ao desembargador federal Flávio Gamboji (TRF-6) e ao ministro Walton Rodrigues do Tribunal de Contas da União. As concessões resultaram de proposta feita em 2024 pelo então deputado Roberto Costa (MDB), hoje prefeito de Bacabal e presidente da Famem. A entrega se deu em sessão solene presidida pela chefe do Poder Legislativo, deputada Iracema Vale (ainda no PSB), na presença do prefeito Roberto Costa, do ministro Reynaldo Fonseca (STJ), do desembargador-presidente Froz Sobrinho (TJ), do desembargador-presidente do TRE-MA Paulo Velten, do presidente do TCE, da presidente do TRT, desembargadora Márcia Farias,  conselheiro Daniel Brandão, da deputada Viviane Silva (PDT), procuradora da Mulher da Alema, do conselheiro federal da OAB, Tiago Diaz, os deputados Florêncio Neto (PSB) e Fernando Braide (PSD), e  convidados, majoritariamente ligados ao Poder Judiciário.

Autor da homenagem aos magistrados, Roberto Costa fala da missão de ser prefeito

Roberto Costa: homenagem a
magistrados e experiência como prefeito

Autor das proposições que resultaram na homenagem às quatro personalidades do Poder Judiciário federal, o hoje prefeito Roberto Costa (MDB) surpreendeu ao falar na sessão solene de ontem. Em vez de saudar os homenageados com discurso laudatório, ele preferiu agradecer a presença deles, e à Assembleia Legislativa por haver aprovado suas propostas, reafirmando a convicção de que os quatros são merecedores da homenagem.

Mas, em vez de fazer um discurso festejando os homenageados, Roberto Costa preferiu mudar o roteiro tradicional e falar da experiência que está vivendo como prefeito depois de viver quase 15 anos como deputado estadual. Sem dourar a pílula, ele falou da realidade ao dizer aos presentes o que está descobrindo no dia a dia da gestão municipal.

– Tenho a missão de administrar Bacabal, uma cidade com mais de 100 mil habitantes. Nada tem me ensinado mais na vida do que esses oito meses como prefeito de uma cidade onde você tem a responsabilidade de cuidar da vida das pessoas – declarou.

E narrou um uma situação que vivera na noite anterior, Ele estava em casa, “onde eu me preparava para vir para essa solenidade”. À noite, quando lhe chegou a informação de que um incêndio numa clínica médica da prefeitura. “Imaginem como fica a cabeça e o coração de um prefeito numa situação assim. Felizmente, não foi nada grave”.

E contou outro episódio, este mais destinado aos ministros laureados, para mostrar que prefeitos às vezes são colocados entre a vida e a legalidade. Aconteceu que uma mulher sofreu um AVC, precisava ser transportada para São Luís, mas não havia ambulâncias disponíveis, salvo duas recém recebidas, mas que não estavam emplacadas.

– Entre a vida e a ilegalidade, preferi a vida – declarou, ou seja, mandou usar a ambulância sem placas, explicando que um gestor comprometido com sua missão às vezes se defronta com esse tipo de problema.

E encerrou sua fala lembrando os homenageados que a Medalha Manoel Beckman representa a resistência, a resiliência e o ideal de justiça do povo do Maranhão.

Iracema Vale Manda recado ao falar em Justiça na homenagem a ministros

Iracema Vale: homenagem a ministros
e recados sobre Justiça

No discurso com que saudou os homenageados, a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale destacou a trajetória de cada um, reconheceu-lhe os méritos e avalizou a concessão proposta pelo então deputado Roberto Costa e aprovada pela Casa. E aproveitou a sua fala para mandar o que pareceu ser um recado aos envolvidos nas questões judiciais enfrentadas pela Assembleia Legislativa.

Primeiro, Iracema Vale lembrou que Manoel Beckman, que dá nome e sentido à maior honraria do Poder Legislativo, “representa o ideal de Justiça e liberdade”.

E foi mais direta em tom quase enfático: “Justiça não deve ser apenas uma ideia abstrata, mas uma prática concreta, acessível a todos”.

E fechou a fala em tom firme: “Como disse certa vez Rui Barbosa, Justiça atrasada não é Justiça, senão injustiça qualificada. Justiça só tem valor quando chega a tempo de alcançar aqueles que dela precisam”.

Os presentes certamente entenderam o recado.

São Luís, 23 de Agosto de 2023.

Integrantes da lista de Bolsonaro, Roberto Rocha e Yglésio Moises tentam liderar o bolsonarismo no MA

Roberto Rocha e Yglésio Moises são bolsonaristas de proa

Não surpreendeu que dois dos três nomes maranhenses que integram sejam o ex-senador Roberto Rocha (sem partido) e o deputado estadual Yglésio Moises (PRTB). Eles são, de fato, as expressões mais destacadas da multifacetada direita dura no Maranhão, que vai do segmento mais ameno, democrático, passando por um segmento mais conservador, este também capaz de conviver com a democracia formal, baseada na alternância do poder pelo voto direto, e, finalmente, os extratos mais radicais e agressivos da direita golpista, que prefere o País sob uma ditadura, que usa a tortura e a repressão, como pregava há até pouco o agora ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Muito próximos que estejam próximos do bolsonarismo e atuando, cada um a seu modo, na defesa do ex-presidente, apontando-o como “vítima” do Supremo Tribunal Federal, o ex-senador Roberto Rocha e o deputado Yglésio Moises flertam com a direita extremista.

O ex-senador Roberto Rocha cresceu vendo o seu pai, o advogado e depois grande fazendeiro Luiz Rocha fazer uma carreira política vitoriosa brigando pelo voto antes – como vereador de São Luís nos anos 60 -, durante a ditadura – como deputado estadual, deputado federal nos anos 70, e governador do Estado em 1982. E seguiu o exemplo, elegendo-se deputado estadual, deputado federal, vice-prefeito de São Luís em 2012 e senador da República em 2014 pelo PSB, na chapa liderada por Flávio Dino (PCdoB). Trouxe também para política o DNA conservador dos grandes proprietários de terra, que permanecem hoje como a turma do agro, que financia a banda mais nociva da política brasileira. Foi esse traço que o jogou nos braços do então presidente Jair Bolsonaro, fazendo uma migração partidária que passou pelo PSDB e acabou no PTB do tresloucado Roberto Jefferson, o mais agressivo dos golpistas ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, hoje preso. Roberto Rocha jogou todas as suas fichas na sobrevivência do bolsonarismo, mas afundou depois de sofrer suas derrotas amargas, uma quando disputou o Governo com Flávio Dino em 2018 e ficou em quarto lugar, e outra quando tentou se reeleger senador e foi esmagado nas urnas pelo mesmo Flávio Dino em 2022. Sua presença na lista de contatos do ex-presidente Jair Bolsonaro sugere que ele continua sonhando em liderara direita extremada no Maranhão.

O deputado Yglésio Moises tem outra origem política e navega em outra vertente. Nascido no PDT, identificado com a cartilha de esquerda light do líder brizolista Jackson Lago, Yglésio Moises sempre atuou como uma espécie de outsider, prospectando os seus próprios votos, sempre sinalizando total impossibilidade de se subordinar a regras partidárias. Reeleito em 2018, mudou-se para o PSB, onde logo entrou em choque com os controladores do partido, todos ligados ao governador Flávio Dino (PSB). Rompeu com o grupo durante a campanha de 2022, quando decidiu contrariar a orientação do partido de apoiar a candidatura do ex-presidente Lula da Silva (PT) e passou a apoiar a candidatura do presidente Jair Bolsonaro, que tentava a reeleição. Médico por formação e dono de uma inteligência fora da curva, Yglésio Moises se reelegeu com boa votação, tentou sair do PSB pelas vias normais, falou, e foi à Justiça, onde conseguiu e mudou para o PRTB. Desde que assumiu o novo mandato, Yglésio Moises assumiu a condição de bolsonarista roxo, incorporando, aberta e enfaticamente, o discurso bolsonarista de atacar o Supremo Tribunal Federal e satanizar o ministro Alexandre de Moraes, e mais recentemente o ministro Flávio Dino, de quem é inimigo figadal. Foi candidato a prefeito de São Luís e conseguiu trazer Jair Bolsonaro para uma carreata em São Luís. Para ele, o ex-presidente, que se encontra na iminência de ser julgado e que, tudo indica, vai parar na cadeia por um bom tempo por golpismo, é “vítima” da “ditadura do Judiciário”, que ele e a bolha do bolsonarismo enxergam. Sua presença na lista do ex-presidente Jair Bolsonaro é mais que explicada e justificada.

O terceiro nome da lista é apresentado como “Francisco Blog Maranhão”, que a Coluna não conseguiu identificar.

PONTO & CONTRAPONTO

Marreca Filho amplia defesa de Brandão em Brasília, acusando os “atores da oposição” de “perseguição”

Marreca Filho assumiu a defesa
de Carlos Brandão e seu Governo

Cresce o número de defensores do governador Carlos Brandão (ainda no PSB) diante das investidas cada vez mais ácidas da oposição na Assembleia Legislativa. Além do batalhão de deputados governistas que diariamente rebatem os ataques da chamada bancada dinista, a defesa do governador e sua gestão se amplia na Câmara Federal, onde, depois das rebatidas feitas pelo deputado federal Hildo Rocha (MDB), o seu colega Marreca Filho (PRD) foi à tribuna em defesa do governador e do seu Governo.

Em defesa do governador Carlos Brandão, “que tem trinta anos de vida pública sem problemas com Justiça”, Marreca Filho criticou “alguns atores do Maranhão, que estão criando temos e ameaças claras e diretas, com perseguição, tentando criar uma crise jurídica e um clima de muita instabilidade”. E acrescentou avaliando que “essa insegurança jurídica vai prejudicar os investimentos que estão indo para o Maranhão e afetar diretamente o emprego”.

Marreca Filho afirmou que o atual Governo do Maranhão “é de resultados, com obras nos 217 municípios, obras estruturantes”, as quais estão atraindo investimentos, o que lhe dá uma aprovação de 60%. E atacou: “Os atores da oposição não querem o bem para o Maranhão, só querem o poder pelo poder e só pensam em benefício próprio”.

Vale registrar que o deputado Marreca Filho raramente vai à tribuna, o que dá mais peso ao discurso de ontem.

Vice da chapa de Orleans Brandão deve ser mulher

Maura Jorge, Iracema Vale e Roseana Sarney
lembradas para vice de Orleans Brandão

  A definição – ao que tudo indica irreversível – do secretário estadual de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB) como pré-candidato à sucessão do governador Carlos Brandão (ainda no PSB) desencadeou uma onda quase tsunâmica de especulações a respeito de quem será o vice.

A Coluna prospectou ouvindo brandonistas de proa e apurou que não existe nenhum traço de definição, mas que uma decisão importante já teria sido tomada: o candidato a vice na chapa do emedebista deve ser uma mulher. Isso não significa dizer que o vice não possa ser um homem. Mas a ideia dominante é de que seja preferencialmente uma mulher.

Por conta dessa opção, três nomes são os mais ventilados. O primeiro é Maura Jorge (PSDB) a experiente e politicamente ativa prefeita de Lago da Pedra. O segundo nome é a deputada Iracema vale (ainda no PSB), presidente da Assembleia Legislativa, que lidera a corrente brandonista, mas que não se entusiasmaria muito com a ideia. E o terceiro nome mais lembrado é Roseana Sarney, atual deputada federal, que governou o Maranhão por quase 14 anos e que é também lembrada para uma das vagas no Senado.

Essa discussão vai longe, porque vice é sempre uma escolha negociada.  

São Luís, 22 de Agosto de 2025.

Operação da PF tira Fábio Gentil e seu grupo da zona de conforto e os coloca em estado de alerta

Fábio Gentil lidera grupo formado por Daniella,
Amanda Gentil e Gentil Neto em Caxias

O mundo político de Caxias, que vive em constante efervescência por conta das profundas diferenças que separam os grupos ali atuantes, vive dias de intensa movimentação desde que a Polícia Federal fez diligências na residência do ex-prefeito e atual secretário estadual de Agricultura e Pecuária Fábio Gentil (PP), vasculhou arquivos da Prefeitura, hoje comandada por Gentil Neto (PP), e diligenciou também no gabinete da deputada Daniella (PSB), parceira de vida e de política do ex-prefeito. Por ordem judicial, a PF investiga o desvio de R$ 50 milhões do Fundeb no Maranhão, entre 2021 e 2025, por meio de fraudes nas Prefeituras de Caxias, São Luís, São José de Ribamar, Buriti Bravo, presidente Dutra e Joselândia. Os investigados – são quase duas dezenas nesses municípios – são suspeitos de formar quadrilha, corrução ativa, peculato, fraude em licitações e lavagem de dinheiro.

O ex-prefeito Fábio Gentil e a deputada Daniella divulgaram notas afirmando que nada têm a ver com os desvios investigados, garantindo que estão tranquilos e se colocando à disposição da Justiça, para esclarecimentos. “Com tranquilidade, o líder político reforça sua postura ética e seu compromisso com a legalidade, a transparência e a defesa do interesse público”, diz a nota. Nem eles nem ninguém sabe onde vai dar esse imbróglio. Sabem, porém, que os desdobramentos dessa operação chegarão cedo ou tarde. Até lá, é respeitar as regras judiciais, explicar o que tiver de explicar, se for o caso, e aguardar o desfecho.

O problema é que o Fábio Gentil não é um político qualquer. Ele ganhou estatura nos últimos oito anos elegendo-se e reelegendo-se prefeito da quarta maior e mais importante cidade do Maranhão, primeiro atraindo o apoio de Paulo Marinho, derrotando em 2016 o então todo-poderoso Humberto Coutinho, na pessoa do prefeito Leo Coutinho, que tentava a reeleição, mas foi destronado. Em 2024, conservou o cacife político ao eleger o sobrinho, Gentil Neto, derrotando Paulo Marinho Jr. com o apoio do Grupo Coutinho, numa façanha antes impensável. O seu cacife vai muito além, ampliado e reforçado com a eleição da filha, a engenheira Amanda Gentil para a Câmara Federal em 2022, e dar suporte decisivo para a reeleição da deputada Daniella.

Em resumo, hoje titular de um dos postos mais cobiçados do Governo do Estado, a abrangente e influente Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária, ele tem influência decisiva na gestão da Prefeitura de Caxias, e é o guru político da deputada federal Amanda Gentil e da deputada Daniella. Além disso, Fábio Gentil está posicionado como um dos mais importantes aliados do governador Carlos Brandão (ainda no PSB), com quem mantém uma aliança política desde 2016, quando se elegeu prefeito de Caxias pela primeira vez.

Esse imbróglio envolvendo desvio milionário do Fundeb bate à sua porta no momento em que Fábio Gentil está se movimentando para montar a participação do seu grupo nas eleições do ano que vem. Há quem diga que ele disputará uma cadeira na Câmara Federal, mas há também quem o veja como um nome forte para uma das vagas de suplente de senador. E como não poderia deixar de ser, a operação da PF assanhou seus adversários dentro e fora da cidade. Em Caxias, o suplente de deputado federal Paulo Marinho Jr. (PL), que não perdeu tempo e tentou escandalizar o caso, e na Assembleia Legislativa, o deputado Catulé Jr. (PP) aproveitou para alfinetar a nova gestão municipal, da qual é adversário, apesar de pertencer ao mesmo partido dos Gentil.

Não é um bom momento para o ex-prefeito Fábio Gentil e seu grupo, que saem da zona de conforto exatamente no momento em que iniciam efetivamente os preparativos para as eleições do ano que vem.

PONTO & CONTRAPONTO

De volta à Assembleia Legislativa, uso de aviões há muito causa atritos entre situação e oposição no Maranhão

Rodrigo Lago, Yglésio Moises e o helicóptero da Emap

Ter ou não ter aviões e helicópteros e como fazer uso deles é o debate que está dominando a Assembleia Legislativa nos últimos dias. Começou com o questionamento da bancada dinista sobre o custo das passagens de uma viagem que o governador Carlos Brandão (ainda no PSB) fez à Europa, em maio, e avançou sobre a compra e o uso de helicópteros, com os ataques rebatidos no mesmo tom pela bancada governista. O ponto nevrálgico do debate é um helicóptero comprado pela rica Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) por R$ 45 milhões, segundo foi dito nos ataques e nos contra-ataques. A máquina voadora “de luxo”, na avaliação do deputado oposicionista Rodrigo Lago (PCdoB), estaria sendo usado pelo governador, o que não constitui um deslize, segundo o deputado governista Yglésio Moises (PRTB).

Essa guerra verbal sobre aviões não é nova. Vem dos anos 80, quando, ao assumir o Governo em 1987, Epitácio Cafeteira (PMDB) vendeu os três aviões bimotores que o Estado mantinha em hangar próprio no Aeroporto do Tirirical. A venda se deu sob a alegação de que os aviões custavam muito caro ao estado e que foram usados em excesso no Governo anterior – o objetivo era atingir o ex-governador Luiz Rocha (PDS), que durante o Governo foi muito criticado por oposicionistas por causa do uso dos aviões. Outros bimotores mais modernos foram comprados no Governo Edison Lobão e acabaram vendidos no primeiro Governo Roseana Sarney, que adotou pela primeira vez o uso de aviões em regime de leasing, iniciado também o uso de jatinho por locação, desmontando o hangar do Estado. Foi o Governos de Roseana Sarney que adquiriu o primeiro helicóptero, este destinado ao Grupo Tácito Aéreo (GTA), criado no final dos anos 90 pela Polícia Militar do Maranhão.

O primeiro helicóptero moderno, fabricado na Alemanha e que custou à época U$ 2 milhões, foi comprado pelo governador Jackson Lago (PDT), que perdeu o cargo antes de usufruir da maravilha aérea, que caiu nas mãos de Roseana Sarney. No Governo Flávio Dino, o Governo manteve o aluguel de aviões para viagens para fora do estado, e aumentou a frota de helicópteros para deslocamentos internos, como acontece até hoje.

E ao que tudo indica, aviões e helicópteros vai continuarão sendo temas de bate-rebate sem consequência entre situação e oposição. Até porque na atualidade é impossível administrar um estado com 300 mil quilômetros sem o uso de transporte aéreo.

Em silêncio sobre Senado, Pedro Lucas está focado na bancada e no petróleo da Margem Equatorial

Pedro Lucas: dúvidas sobre
Senado e foco na Câmara e no
petróleo da Margem Equatorial

São fortes os rumores dando conta de que o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União) não está muito engajado no projeto de ser candidato a senador, conforme anunciou o presidente da Federação União Progressista, Antônio Rueda, quando esteve em São Luís, há pouco mais de um mês, para declarar apoio à pré-candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB) ao Governo do Estado.

Naquele ato, o presidente da Federação União Progressista, após declarar apoio a Orleans Brandão, lançou as candidaturas dos deputados federais André Fufuca (PP), que é ministro do Esporte, e Pedro Lucas Fernandes, líder da bancada do União na Câmara Federal, às duas vagas no Senado.

Pelo que se soube, Antônio Rueda teria acertado lançar apenas a candidatura do ministro do Esporte, mas surpreendeu lançando também o líder do União Brasil. De lá para cá, ninguém falou na candidatura de Pedro Lucas Fernandes, a começar por ele próprio, que de lá para cá não falou abertamente do assunto, indicando ter dúvida shakspeariana de ser ou não ser candidato a senador.

O motivo da dúvida, segundo um deputado federal que conhece a situação, Pedro Lucas Fernandes não descartou o projeto senatorial, mas sua inclinação mesmo é para se reeleger deputado federal e continuar como voz de peso na bancada federal e do próprio União Brasil.

No momento, o deputado Pedro Lucas Fernandes está mais preocupado é com a condução da bancada do União na Câmara Baixa e com o deslocamento de uma sonda da Petrobras para fazer a primeira prospecção de petróleo na Margem Equatorial, que tem sido uma das suas bandeiras como o congressista atuante que é.

São Luís, 21 de Agosto de 2025.

Pesquisa Econométrica aponta empate técnico entre Braide e Orleans e indica disputa dura pelos Leões

Eduardo Braide e Orleans Brandão em situação de empate
técnico, muito à frente de Lahesio Bonfim e Felipe Camarão

A 13 meses e meio, ou seja, mais ou menos 400 dias das eleições de 2026, a fase preliminar da corrida ao Palácio dos Leões está rascunhando um desenho impensável há oito meses na medição de forças entre os pré-candidatos assumidos e um não assumido. É o que aponta o painel de intenções de votos prospectado pela Econométrica, sem dúvida o instituto de pesquisa mais experiente e confiável do Maranhão. No seu mais recente levantamento, a empresa encontrou um cenário surpreendente, que colocou o meio político em estado de agitação.

De acordo com os números, levantados no período de 11 a 15 deste mês, na semana passada, portanto, ouvindo 1,305 eleitores em todo o território maranhense, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), aparece de novo na liderança, com 31,29% dos votos, mas com um detalhe espantoso: atrás dele, com nada menos que 29,6% das intenções de voto, está o secretário estadual de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB). Os dois estão separados por apenas 1,7%, uma diferença que, considerando a margem de erro de 2,7 pontos percentuais, para mais ou para menos, não significa absolutamente nada.

A pesquisa mostra o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo) com 19,2% das intenções de voto, nada menos que 10 pontos percentuais atrás do segundo colocado, e o vice-governador Felipe Camarão (PT), com 10,7%, nove pontos percentuais atrás do terceiro colocado.

O cenário encontrado pela Econométrica surpreende ainda mais com a apuração de que 4,3% dos eleitores ouvidos disseram que votarão nulo, e 4,9% não souberam ou não quiseram responder. Juntados os números, a pesquisa revela um fenômeno: a 13 meses da eleição, 90,8% dos eleitores ouvidos já fez sua escolha para governador, enquanto 9,2% estão divididos entre os que não querem nenhum dos nomes citados ou querem votar nulo e os que ainda não sabem em quem votar. Um quadro raro a 400 dias de uma eleição.

Esses números justificam plenamente o entusiasmo quase festivo dos aliados do governador Carlos Brandão (ainda no PSB) com o desempenho do seu candidato Orleans Brandão nas pesquisas da Econométrica, e mostram que o mandatário falava sério quando prega que seu candidato vencerá a eleição.

Orleans Brandão se tornou, de fato, um candidato muito forte. Na primeira pesquisa da Econométrica sobre a disputa sucessória curso, realizada em dezembro passado, o prefeito Eduardo Braide apareceu com 30,4%, e agora, nove meses depois, tem 31,29%. Já o secretário Orleans Brandão apareceu com 11,9% naquela pesquisa, e na de agora alcançou 29,6%. Ou seja, Eduardo Braide oscilou um ponto percentual, enquanto Orleans Brandão cresceu cerca de 18 pontos. Lahesio Bonfim, mesmo bem situado, não conseguiu avançar, enquanto Felipo e Camarão estacionou no espaço pouco acima de 10 pontos percentuais.

O problema desse cenário é que não se sabe se o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, será candidato a governador. O comando nacional do seu partido, o PSD, o vê como candidato e avisa que sua candidatura é uma prioridade nacional, e os seus aliados e partidários têm como certa a sua candidatura. Mas ele próprio nada disse até agora sobre o assunto, o que sugere uma estratégia bem armada, algo previsível, à medida que o prefeito de São Luís é um político sensato, que raramente dá passo em falso e que só se posiciona quando sua decisão está amadurecida. Há quem diga que seu timing é dezembro, quando ele dirá se será ou não candidato.

Diante desses números e da dúvida em relação ao prefeito de São Luís, pode-se se especular que, com Eduardo Braide candidato, a disputa caminhará para uma medição de forças sem precedentes, podendo o pré-candidato do MDB avançar ou ser contido na queda de braços. Sem Eduardo Braide candidato, Orleans Brandão poderá crescer ainda mais, tendo como adversário o candidato que o prefeito de São Luís vier a apoiar, seja por uma aliança partidária formal, o mais provável, seja manifestação pura e simples de simpatia.

O fato pé que os números da Econométrica desbancaram os levantamentos mais recentes, assanhando o meio político.

PONTO & CONTRAPONTO

Guerra pré-eleitoral leva tensão aos embates na Assembleia Legislativa

Rodrigo Lago atacou, Yglésio Moises rebateu

O clima “pesado” que tomou de conta do tabuleiro político do Maranhão está se refletindo cada vez m ais na Assembleia Legislativa, onde os ecos da disputa pelo e dos movimentos para as eleições do ano que vem estão chegando cada vez mais fortes, e traduzidos com veemência pelos deputados mais posicionados nas linhas de frentes das forças em confronto.

Ontem, por exemplo, deputados dinistas e brandonistas foram além da troca de farpas, O deputado Rodrigo Lago (PCdoB) voltou a criticar duramente a última viagem do governador Carlos Brandão à França, acusando-o de gastar dinheiro público para comemorar seu aniversário de casamento. O parlamentar dinista anunciou que ele e seu grupo entraram na Justiça contra o chefe do Executivo. Já seu colega de bancada, Carlos Lula (PSB), confirmou a ação judicial para que o governador devolva valores da viagem aos cofres públicos.

No contrapeso, o deputado governista Yglésio Moises (PRTB), além de rebater o ataque da bancada dinista, defendendo o governador Carlos Brandão, disse que os dinistas estão atacando porque perderam o poder, atacou fortemente o ministro Flávio Dino, afirmando que ele, Flávio Dino, e o ministro Alexandre de Moraes “vão matar Bolsonaro”. Fazendo essa afirmação repetidas vezes, ele disse que há um complô para prender e matar o ex-presidente Jair Bolsonaro, prevendo que ele será condenado sob a acusação de golpismo, “porque sabem que o ex-presidente vai morrer na prisão”.

Outros deputados se manifestaram, tornando o clima mais tenso no plenário da Assembleia Legislativa.

Em comunicado divulgado nas redes sociais, o governador Carlos Brandão reagiu afirmando que “missões internacionais são comuns em um governo com prospecções” e que “os custos alegados pela oposição são falsos e nem se aproximam da realidade”. E avisou que irá à Justiça em busca de reparação.

Pesquisa Exata mostra os dois times que correm pelas duas vagas no Senado

Weverton Rocha, André Fufuca e Eliziane Gama lideram,
mas Yglésio Moises, Roberto Rocha, César Pires e
Hilton Gonçalo estão vivos na corrida para o Senado

Enquanto a corrida ao Palácio dos Leões começa a pegar fogo, a disputa pelas duas cadeiras no Senado avança nas suas tendências naturais sem a candidatura do governador Carlos Brandão (ainda no PSB), que decidiu abrir mão de uma eleição quase certa para permanecer no comando do estado até o final do seu mandato.

Nesse cenário, o senador Weverton Rocha (PDT), caminha célere para ser reeleito, com média de 40% das intenções de votos nos mais diversos cenários. Para a segunda vaga, o deputado federal e ministro do Esporte André Fufuca (PP), que aparece com 30,08%, medindo forças com a senadora Eliziane Gama (PSD), que tem 29,08%. Pelo que está desenhado, a corrida ao Senado dificilmente fugirá dessa equação, devido ao peso político e eleitoral dos três candidatos.

O levantamento da Exata sobre a disputa senatorial mostra também três nomes que estão na luta e aparecem com percentuais expressivos de intenções de voto: o deputado estadual Yglésio Moises, o ex-senador Roberto Rocha (sem partido), o ex-deputado estadual César Pires (Novo) e o ex-prefeito de Santa Rita Hilton Gonçalo (Mobiliza). Eles aparecem bem nos levantamentos, indicando de que um ou outro poderá crescer durante a campanha e embaralhar a vida dos líderes da corrida até aqui.

No quadro principal, com todos os líderes, o deputado Yglésio Moises tem 16,33% das intenções de voto, 14 pontos percentuais a menos do que a senadora Eliziane Gama. O ex-deputado estadual César Pires surge atrás com 12,25%, seguido de Hilton Gonçalo foi escolhido por 9,7% dos entrevistados.

Num cenário sem César Pires e com a inclusão de Roberto Rocha, Yglésio Moises aparece com15,75%, Roberto Rocha tem 13,42% e Hilton Gonçalo, 11,08%. No terceiro quadro, Yglésio Moises alcança 17,75%, César Pires chega a 13,50% e Hilton Gonçalo fecha com 11,75%.

Esses percentuais revelados na pesquisa Exata, realizada há duas semanas, mostram uma ampla e consistente vantagem dos dois senadores que buscam a reeleição e a do deputado federal que virou ministro, mas também sinalizam a existência de nomes que podem ter suas bases incrementadas em busca de pelo menos uma das vagas. Os líderes, portanto, que se cuidem.

São Luís, 20 de Agosto de 2025.