Arquivos mensais: maio 2022

Josimar de Maranhãozinho indica Hélio Soares, seu homem de confiança, para vice de Weverton

 

Hélio Soares será vice de Weverton Rocha indicado por Josimar de Maranhãozinho, chefe do bolsonarismo no MA

O senador Weverton Rocha, pré-candidato do PDT ao Governo do Estado, já tem companheiro de chapa. Trata-se do deputado estadual Hélio Soares (PL), indicado ontem pelo homem-forte do partido no Maranhão, deputado Josimar de Maranhãozinho, dentro do acordo firmado há duas semanas com o pré-candidato pedetista. O anúncio foi feito ontem à noite por Josimar de Maranhãozinho, na presença do prefeito de Igarapé Grande, Erlânio Xavier (PDT), presidente da Famem e homem de confiança e braço direito do senador Weverton Rocha. Com a indicação de Hélio Soares, que formalmente é o presidente do PL no Maranhão, o pré-candidato do PDT ao Governo do Estado amarra em definitivo sua relação com as duas pontas do bolsonarismo no estado, a comandada por Josimar de Maranhãozinho, que controla a base partidária do presidente Jair Bolsonaro no estado, e a que tem à frente o senador Roberto Rocha (PTB), candidato à reeleição já contando com o apoio declarado do senador pedetista e seu grupo, conforme declaração dele próprio.

A escolha do deputado estadual Hélio Soares para ser o pré-candidato a vice na chapa do senador Weverton Rocha não se deu pelo seu poder de fogo político e eleitoral, mas pelo fato de o parlamentar ser homem da extrema confiança de Josimar de Maranhãozinho na seara política, atuando como operador dos seus movimentos nas articulações pré-eleitorais. A relação entre o líder e o liderado nesse caso é tão forte que Hélio Soares aceitou participar de uma aventura, que pode ser bem-sucedida, mas também tem grande probabilidade de resultar num tremendo fiasco. Tanto que a possibilidade inicial de indicar a deputada Detinha foi descartada exatamente pelo fato de a empreitada eleitoral do senador Weverton Rocha carregar uma enorme taxa de risco. Ou seja, Hélio Soares entra nessa corrida consciente de que pode vir a ser vice-governador, mas que também pode terminar sem mandato.

Atualmente no exercício do quinto mandato intercalado de deputado estadual, Hélio Soares nasceu político nas facilidades proporcionadas pela Cemar em outros tempos. Mais recentemente, já sem aquela poderosa fonte de poder, ele andou vivendo a gangorra da política. Em 2010, em meio à volta de Roseana Sarney (PMDB) ao poder, conquistou seu terceiro mandato com 41.673 votos. Em 2014, num revés desconcertante, saiu das urnas com minguados 15.520 votos. Com faro apurado, encontrou em Josimar de Maranhãozinho o seu novo caminho, o que lhe assegurou voltar à Assembleia Legislativa quatro anos depois com 38.555 votos. Nesse mandato, tem atuado com braço direito de do chefe do PL no plano político e partidário, e como uma espécie de conselheiro da deputada Detinha (PL) e um tipo de coordenador da bancada do PL, formada, além deles, pelos deputados Vinícius Louro e Pará Figueiredo.

Tarimbado como um sobrevivente no jogo parlamentar e experimentado nas entranhas da política miúda, o deputado Hélio Soares não foi escolhido para vice de Weverton Rocha exatamente pelos seus atributos políticos e eleitorais. Ele foi indicado para cumprir uma missão: ser o preposto do deputado federal Josimar de Maranhãozinho num eventual governo comandado pelo senador Weverton Rocha. Se fosse uma opção política e eleitoral no sentido mais amplo, a escolha teria recaído sobre outro nome, no caso a deputada Detinha, que iniciou sua carreira parlamentar como campeã de votos para a Assembleia Legislativa – mais de 88 mil. Sua experiência o faz saber que está entrando num jogo de desfecho ainda imprevisível, mas com alguns rumos já desenhados.

Ao tomar conhecimento da escolha, o senador Weverton Rocha saudou o companheiro de chapa, ratificando a escolha do chefe do PL, ciente de que guinada do centro-esquerda para a direita conservadora o vinculará fortemente ao projeto de poder do presidente Jair Bolsonaro (PL), com desdobramentos imprevisíveis.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Weverton “morde a isca” e responde a estocada de Lahesio sobre sua idoneidade

Lahesio Bonfim fez Weverton Rocha “morder a isca”

“Em cada canto que chego em nosso Maranhão conheço as pessoas pelo nome, porque convivo com cada região. Não sou um forasteiro”. Foi essa a reação do senador Weverton Rocha, pré-candidato do PDT a governador, ao ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, igualmente pré-candidato do PSC ao Governo do Estado, que em entrevista ao Jornal Pequeno, publicada na edição de domingo (29), dissera que o pré-candidato pedetista, que apontou como seu “principal adversário”, “é um político que não tem pudor com dinheiro público, e por isso o Flávio Dino não o escolheu”. Ainda que tímida, dada mais para minimizar do que para confrontar, a resposta do senador Weverton Rocha chegou ao meio político como uma prova de que ele “mordeu a isca” jogada espertamente pelo ex-prefeito Lahesio Bonfim com o objetivo de atraí-lo para o embate direto e, por essa via, deixar de escanteio o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (PSD). Ele também tem interesse de partir para o combate frontal com o senador Weverton Rocha ou com o governador Carlos Brandão (PSB), pré-candidato à reeleição e que, segundo as últimas pesquisas, ultrapassou o pré-candidato pedetista e está na liderança da corrida às urnas.

O quadro é o seguinte: Carlos Brandão e Weverton Rocha brigam na frente, e se mantiverem esses desempenhos, irão disputar um 2º turno. Edivaldo Jr. e Lahesio Bonfim travam luta idêntica cerca de dez pontos percentuais atrás, e não terão outro caminho que não desgarrarem-se um do outro, de modo que o vencedor dessa peleja intermediária avance, alcance e atropele o segundo colocado. Poderá ganhar assim a condição de disputar o 2º turno com quem chegar na liderança, que no momento é o governador Carlos Brandão, o que faz do senador Weverton Rocha o alvo preferencial de Edivaldo Jr. e de Lahesio Bonfim.

Ciente de que não há outro caminho, Edivaldo Holanda Jr. iniciou um ataque ameno, utilizando as inserções do seu partido para dizer que ele não quer briga, porque enquanto os outros brigam, ele trabalha. Todos perceberam a tática, que não alcançou nenhum dos seus objetivos. Mais ousado e, ao que parece, mais determinado a chegar onde pretende, Lahesio Bonfim aproveitou a entrevista ao Jornal Pequeno – feita pelo competente e experiente jornalista Manoel dos Santos Neto -, e disparou o pesado petardo colocando em xeque a idoneidade de Weverton Rocha como homem público, acrescentando que esse teria sido o motivo pelo qual o senador não foi ungido candidato da aliança governista à sucessão estadual articulada pelo ex-governador Flávio Dino. Habituado a “ignorar solenemente” ataques à sua atuação política, o pré-candidato pedetista a governador deu sinais de que sentiu a pancada. Do contrário, não teria ensaiado uma defesa em forma de contra-ataque. Curiosamente, ele sinalizou de ter-se incomodado com a declaração do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, mas optou por uma reação amena.

O problema é que Lahesio Bonfim, que se tornou conhecido por declarações polêmicas, algumas agressivas, percebeu que acertou na mosca na estocada no pré-candidato pedetista, e já disse a um interlocutor que vai jogar pesado para ser um dos que disputarão o 2º turno, seja seu adversário o governador Carlos Brandão, seja o senador Weverton Rocha. Se ele avançar e tornar os ataques mais contundentes, o senador Weverton Rocha não terá outro caminho que não o da reação, mesmo sabendo dos riscos que é trocar disparos verbais com um franco-atirador. O mesmo deve acontecer com Edivaldo Jr., que logo se dará conta de que colocar uma pele de cordeiro por sobre os ombros e pregar o bom-mocismo em meio a um embate que vale uma vaga no turno decisivo da disputa é uma estratégia de altíssimo risco. A começar pelo fato de que também pode entrar na alça da mira verbal do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, que, como ele, confia na proteção de Jesus Cristo.

O fato é que o tempo das gentilezas e dos cuidados éticos na corrida ao Palácio dos Leões parece estar chegando ao fim, para ceder lugar ao tempo da crueza.

 

Faltam vices para três pré-candidatos a governador

Edivaldo Jr., Lahesio Bonfim e Simplício Araújo ainda sem vice

Com a definição do deputado estadual Hélio Soares (PL) como vice na chapa do senador Weverton Rocha (PDT), as atenções se voltam para os pré-candidatos a governador Edivaldo Holanda Jr. (PSD), Lahesio Bonfim (PSC) e Simplício Araújo (Solidariedade), que ainda não escolheram seus companheiros de chapa. Edivaldo Holanda está em busca de uma aliança que possa ampliar o horizonte do PSD, podendo também formar uma chapa “puro sangue”, com um vice do próprio partido. Lahesio Bonfim pode ter um vice indicado pelo presidente do seu partido, deputado federal Aluízio Mendes, ou pode formar chapa com uma indicação do PTB, feita pelo senador Roberto Rocha. Finalmente, Simplício Araújo ainda não emitiu sinais de que esteja articulando a definição de um companheiro de chapa, até mesmo pelo fato de que oito entre dez observadores apostam alto que seu objetivo real e concreto é uma cadeira na Câmara Federal.

São Luís, 31 de Maio de 2022.

 

Eleitorado de São Luís (15% do estadual) será intensamente disputado por Brandão, Weverton e Edivaldo Jr.  

 

Carlos Brandão, Weverton Rocha e Edivaldo Jr. vão jogar pesado pelos mais de 700 mil votos de São Luís

Os movimentos mais recentes da pré-campanha para o Governo do Estado indicam que os pouco mais de 700 mil eleitores de São Luís, que representam cerca de 15% do eleitorado maranhense, serão “caçados” intensamente pelos candidatos ao Palácio dos Leões, tornando elevada a dificuldade de se fazer qualquer previsão a respeito de quem levará a melhor na disputa. Dos sete pré-candidatos, o governador Carlos Brandão (PSB), o senador Weverton Rocha (PDT) e o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr., por razões diversas, têm cacife para investir em campanhas fortes, com a perspectiva de saírem bem votados no principal município do Maranhão. Além disso, a corrida pelo voto na Cidade de la Ravardière será fortemente influenciada por vozes importantes, como a do prefeito Eduardo Braide (sem partido) e a do ex-governador Flávio Dino (PSB). Nesse contexto, a votação de cada candidato poderá ser decisiva para o desfecho da eleição em todo o estado.

O governador Carlos Brandão tem a seu favor, em primeiro lugar, o fato de ter nascido em São Luís – e não em Colinas, como muita gente pensa -, onde estudou e se formou em veterinária, e onde iniciou e deu segmentos à sua vida pública, duas vezes como deputado federal e como secretário de Estado de Meio Ambiente e chefe da Casa Civil no Governo José Reinaldo.  Ao longo dos sete anos e três meses como vice-governador, participou ativamente do Governo Flávio Dino. Agora governador titular e concorrendo à reeleição, tem orientado sua equipe a não deixar pendência na cidade. Aliados seus apostam alto num bom desempenho do governador na sua cidade-natal, citando o apoio das militâncias do PSB, do PT e do PCdoB.

O senador Weverton Rocha não é natural de São Luís – ele nasceu em Imperatriz -, mas sua presença na vida política da cidade é marcante em alguns aspectos. Foi na capital que iniciou sua vida política como militante do Movimento Estudantil, e depois como um dos quadros do PDT e como um dos ungidos pelo líder pedetista Jackson Lago, tendo atuado fortemente nos bastidores das suas gestões. Ao mesmo tempo em que se credenciou como uma nova liderança na Capital, tem também no seu currículo, até hoje, a nebulosa reforma do Ginásio Costa Rodrigues. Tem investido forte na cooptação de vereadores. Ninguém porém tem dúvida de que, embalado pela ativa militância do PDT, poderá ele alcançar forte e decisivo naco do eleitorado da Capital.

Por sua vez, o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr., que comandou a cidade por oito anos, tem a vantagem de ser ludivicense de nascença. Além dos dois mandatos de prefeito, o pré-candidato do PSD tem no currículo dois mandatos de vereador de São Luís, onde ele tem concentrado boa parte dos seus esforços. Edivaldo Jr. administra também a vantagem de contar com forte apoio na comunidade evangélica, principalmente a da Assembleia de Deus. Sua gestão como prefeito produziu um resultado positivo, com itens como a reforma do Centro, com destaque o circuito integrando Praça Deodoro/Rua Grande/ Praça João Lisboa, entre outras obras de vulto. Ele e o comando do PSD acreditam que São Luís lhe dará suporte.

Em meio do que pode ser uma disputa intensa entre esses pré-candidatos – e sem descartar que outros aspirantes aos Leões tenham bom desempenho na Capital -, vozes importantes podem influenciar no resultado. É o caso do prefeito Eduardo Braide, que vinha trilhando em zona neutra, mas se posicionou na corrida ao Senado, anunciando seu apoio ao projeto de reeleição do senador Roberto Rocha (PTB), e também informando que em breve revelará seu pré-candidato a governador. E o ex-governador Flávio Dino, que tem suas raízes políticas fincadas na cidade, e que além de pedir votos para ele próprio, encontra-se em ação pedindo votos para o governador Carlos Brandão.

Em Tempo: Como a Justiça Eleitoral ainda não divulgou o eleitorado credenciado para o pleito de outubro, o número de eleitores de São Luís usado nesse comentário é uma estimativa baseada no eleitorado oficial para as eleições municipais de 2020: 4.758.629 no estado e 699.954 na capital.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Lahesio Bonfim sai na frente e chama Weverton Rocha para o confronto

Lahesio Bonfim chama Weverton Rocha para o confronto

“Meu principal adversário é um político que não tem pudor com dinheiro público, e por isso Flávio Dino não o escolheu”. O petardo disparado pelo pré-candidato do PSC, Lahesio Bonfim, em entrevista ao jornalista Manoel dos Santos Neto, do Jornal Pequeno, atingiu o senador Weverton Rocha, pré-candidato do PDT. E revelou que o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, que aparece em 4º nas pesquisas de intenção de votos, decidiu sair na frente para confrontar o pré-candidato pedetista, numa estratégia de viabilizar sua participação num eventual 2º, que ele próprio acredita será com o governador Carlos Brandão (PSB). A lógica sugeria que essa iniciativa seria de Edivaldo Holanda Jr., também com o objetivo de se desgarrar do pré-candidato do PSC, com o objetivo de alcançar Weverton Rocha. Mas, ao contrário, quem saiu na frente foi Lahesio Bonfim, que decidiu partir para a guerra contra Weverton Rocha atropelando o ex-prefeito de São Luís. A postura ousada do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes contrasta com a de “bom moço” que não gosta de briga adotada pelo ex-prefeito de São Luís. Se vai alcançar ou não esse objetivo o tempo vai dizer, mas o fato a ser anotado é que ele ousou o suficiente para colocar-se na dianteira no mapa do confronto anunciado.

 

Roseana e José Sarney terão de dizer se apoiam Simone Tebet ou Lula da Silva

Simone Tebet vai querer definição de José Sarney e Roseana Sarney

A confirmação da senadora mato-grossense Simone Tebet como candidata da aliança MDB/PSDB/Cidadania à Presidência da República teve forte repercussão na definição de posições partidárias. A primeira situação criada envolve exatamente o MDB, cujas lideranças no Maranhão são a ex-governadora e o ex-presidente da República, José Sarney, emedebistas de proa no estado e no plano nacional. Não é segredo a predileção da ex-governadora e do ex-presidente da República pela pré-candidatura do ex-presidente Lula da Silva (PT). Com a definição do partido por Simone Tebet, os dois líderes maranhenses terão de decidir se continuarão apoiando Lula da Silva ou se arquivam o projeto petista e embarcam na locomotiva da pré-candidatura da senadora por Mato Grosso.

São Luís, 30 de maio de 2022.

 

Braide entra no jogo eleitoral, declara apoio a Roberto Rocha e diz que grupo decidirá candidato aos Leões

Com gestão sob controle, apesar dos problemas,  Eduardo Braide entra na guerra eleitoral

Bem antes do que muitos imaginavam, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (sem partido), começou a se posicionar em relação à corrida eleitoral do ano que vem, declarando apoio à pré-candidatura do senador Roberto Rocha (PTB) à reeleição. E o fez ontem, durante entrevista à TV Mirante, durante a qual disse também que ainda não tem definido o nome que apoiará para o Governo do Estado, mas avisando que essa tomada de posição será feita pelo grupo que o apoiou na corrida à Prefeitura, sem, no entanto, identifica-lo. Com esse movimento, o prefeito do maior e mais importante colégio eleitoral do Maranhão, sai da chamada zona de conforto, para entrar na disputa eleitoral. Sem partido político desde que deixou o Podemos, em fevereiro, Eduardo Braide deve ter uma atuação personalizada, o que está dentro do script que ele rascunhou desde que assumiu o comando administrativo da Capital, em janeiro de 2021.  E pelo que corre nos labirintos das especulações, o prefeito de São Luís tende a apoiar a pré-candidatura do senador Weverton Rocha (PDT), que após o fracasso do seu candidato, deputado Neto Evangelista, que concorreu pelo DEM, apoiou sua candidatura no 2º turno, contra o deputado estadual Duarte Jr., que concorreu pelo Republicanos.

A explicação para o apoio ao projeto de reeleição do senador Roberto Rocha vai muito além do argumento que o parlamentar tem apoiado sua gestão com recursos federais. O motivo principal está no fato de que ele mantém o ex-governador Flávio Dino (PSB), pré-candidato ao Senado, entre os primeiros na sua cota de desafetos políticos. O deputado estadual Eduardo Braide foi líder do Governo Flávio Dino na Assembleia Legislativa – um líder atuante, diga-se -, mas rompeu com o governador quando ele decidiu apoiar o projeto de reeleição do então prefeito Edivaldo Holanda Jr., então filiado ao PDT, em 2016, tendo concorrido, sem conseguir eleger-se. Em 2018, pressionado para ser candidato a governador contra Flávio Dino (PCdoB), o então deputado se elegeu deputado federal com mais de 180 mil votos, a maioria em São Luís, sendo o segundo mais votado.

A eleição contundente para a Câmara Federal credenciou Eduardo Braide para a disputa da Prefeitura de São Luís em 2020. Favorito desde as primeiras pesquisas, ele teve como principal oponente o deputado estadual Duarte Jr., que disputou pelo Republicanos, então o partido do vice-governador Carlos Brandão e apoiado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL). Eduardo Braide venceu no 1º e no 2º turno, numa campanha que o afastou muito do vice-governador e o levou ao rompimento definitivo com o então governador Flávio Dino. Vem daí a motivação política do seu anunciado apoio ao projeto de reeleição do senador Roberto Rocha.

A posição do prefeito de São Luís é aguardada com expectativa, mais do grupo que espera o apoio do que pelo grupo que considera adversário. Se prevalecer a lógica, a tendência do prefeito é declarar apoio ao senador Weverton Rocha. Mas chamou a atenção o fato der que na entrevista de ontem Eduardo Braide não ter citado o senador Weverton Rocha como apoiador da sua gestão com verbas federais. Mesmo assim, é difícil imaginar o prefeito declarando apoio ao seu antecessor, Edivaldo Holanda Jr. (PSD), a quem fez ontem uma crítica indireta ao avaliar como “malfeita” a nova licitação para os transportes coletivos da Capital. É, em escala mais ampla, a mesma situação em relação ao governador Carlos Brandão, que foi o principal apoiador de Duarte Jr. que, até onde se sabe, será o seu grande adversário na disputa pela Prefeitura em 2024.

Mas como em política o imprevisível costuma surpreender, não dá para confirmar uma tendência. Ou seja, só o prefeito de São Luís dirá o nome que quer no palácio vizinho.

 

 PONTO & CONTRAPONTO

 

Duas informações chamaram a atenção na pesquisa Datafolha sobre a corrida presidencial

Lula da Silva amplia vantagem sobre Jair Bolsonaro, que pode tumultuar processo eleitoral

A primeira, claro, é a ampliação da vantagem do ex-presidente Lula da Silva (PT), que tem 48% das intenções de voto, sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL), pré-candidato à reeleição, que aparece com 27%, situação que lhe dá 58% contra 33% num eventual 2° turno.

A outra informação é altamente positiva, mas traz com ela uma nuvem de preocupação. O Datafolha quis saber o que os brasileiros pensam da urna eletrônica. Nada menos que 78% responderam que aprovam. Só que em pesquisa anterior, os que aprovavam somavam 85%. Ou seja, a estratégia criminosa do presidente Jair Bolsonaro de tentar minar a credibilidade do sistema de votação brasileiro vem ganhando adeptos, podendo dar a ele o argumento que precisa para tumultuar o processo.

 

Mulheres se mobilizam por mais participação na política

Eliziane Gama, Márcio Jerry e Clay Lago participaram do seminário de ontem, na Assembleia Legislativa

São Luís será palco hoje de uma grande mobilização convocada pela Frente Maranhense de Mulheres na Política com o objetivo de estimular mulheres a participarem da vida política do estado e do processo eleitoral, candidatando-se principalmente a cadeiras nos parlamentos estadual e federal. O movimento foi iniciado ontem com um seminário realizado com o apoio da Assembleia Legislativa sobre o tema “Mais Mulheres na Política”. Na caminhada de hoje, as mulheres lançarão uma Carta Aberta aos Maranhenses.

Ontem, o movimento realizou o seminário “Seminário Estadual Mais Mulheres na Política”, no auditório “Neiva Moreira”, da Assembleia Legislativa, que apoia a iniciativa. No seminário, as participantes discutiram termas como “Mulheres na Política”, “Mais Mulheres na Política”, Mais Mulheres nas democracias” e mais Mulheres das eleições”. Na sua fala, a senadora Eliziane Gama (Cidadanias), criadora da Frente Maranhense Mais Mulheres na Política, defendeu esforços para que as mulheres, que hoje representam apenas 14% dos detentores de mandato no país, avancem para alcançar a paridade, ou seja, 50% nas casas legislativas.

Hoje, uma caminhada saindo da Praça Deodoro, reunirá centenas de mulheres em favor do movimento, que se deslocarão para a Rua Grande até a praça João Lisboa. Na caminhada, as integrantes do movimento tentarão convencer mulheres indecisas a participarem ativamente da vida política da sua cidade, do estado e do País. O movimento pretende estimular mulheres a se filiarem a partidos políticos e, se possível, se candidatarem às eleições do ano.

São Luís, 28 de Maio de 2022.

 

Petistas ligados a Weverton querem tirar Camarão e emplacar Zé Inácio como vice de Brandão

 

Zé Inácio quer a vaga de vice já preenchida por Felipe Camarão

O braço maranhense do PT decidiu reabrir a discussão sobre a indicação pelo partido do companheiro de chapa do governador Carlos Brandão (PSB) à reeleição, ao adiar para os dias 04 e 05 de junho o Encontro Tático que estava agendado para este fim de semana. O motivo do adiamento foi a decisão do deputado Zé Inácio (PT) de questionar a indicação do advogado e ex-secretário de Estado da Educação Felipe Camarão para a vaga de pré-candidato a vice na chapa de Carlos Brandão, de modo a que ele próprio seja avaliado para a vaga. A imprevista alteração na agenda do partido, que já tinha como certa a chapa Carlos Brandão/Felipe Camarão, está sendo comemorado como uma “vitória” da pequena e barulhenta dissidência do PT, alinhada ao projeto de candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) a governador, e que exige também que o partido lance o sociólogo Paulo Romão como candidato do Senado, ao invés de apoiar a candidatura do ex-governador Flávio Dino (PSB). Com a mudança, os petistas colocam em dúvida a relação do PT com o PSB e passam para o eleitorado a impressão de que o partido está dividido. Isso num momento em que Weverton Rocha amplia sua aliança com setores bolsonaristas, com apoio entusiasmado da ala dissidente do PT.

Para quem não sabe, o chamado Encontro Tático é parte da preparação do PT nas as campanhas eleitorais. Nele, as lideranças do partido discutem candidaturas, examinam o contexto das disputas, avaliam o potencial das candidaturas, medem o peso e o poder de fogo das alianças, e tomam decisões sobre mudanças, que são enviadas como propostas à cúpula nacional da agremiação, que tem a palavra final sobre tudo o que lhe é proposto. No caso maranhense, a ideia da dissidência alinhada ao pré-candidato pedetista, agora em parte apoiada pelo deputado Zé Inácio, é desfazer o que já foi definido e acertado ao longo de meses de negociações do ex-governador Flávio Dino e o governador Carlos Brandão com a cúpula nacional do PT, a começar pelo próprio ex-presidente e pré-candidato a presidente Lula da Silva, e com o aval da cúpula do partido no Maranhão.

Os autores do pedido de adiamento do Encontro Tático justificam a iniciativa com o argumento segundo o qual as lideranças do partido terão mais tempo para avaliar a situação e as propostas de alteração, principalmente em relação à vaga de vice-governador. Em que pese a fantasia senatorial do sociólogo Paulo Romão e o esforço quase obstinado do ex-vereador Honorato Fernandes para atrelar o PT maranhense à candidatura do senador Weverton Rocha, o grande objetivo é rifar o ex-secretário Felipe Camarão, recém convertido ao petismo, para que a vaga de vice seja ocupada por um “petista orgânico”, no caso o deputado Zé Inácio, criando várias categorias de petista.

O problema é que, caso o PT resolva trocar Felipe Camarão por Zé Inácio – o que não está sendo admitido sequer hipoteticamente pelo comando da aliança PSB/PT no Maranhão -, o resultado seria uma troca de “uma dúzia por meia dúzia”. E a explicação é simples: mesmo sendo um militante linha de frente do PT, com experiência e um bom naco de credibilidade, o deputado Zé Inácio não tem o potencial eleitoral do ex-secretário Felipe Camarão, hoje um nome estadualizado e que, para muitos, seria um dos mais votados se disputasse uma cadeira na Câmara Federal. Além disso, a intenção clara, e para muitos inexplicável, dos chefes da barulhenta e politicamente inexpressiva dissidência petista é criar constrangimentos ao governador Carlos Brandão e ao ex-governador Flávio Dino.

Todos os sintomas e indícios sugerem que entre as decisões que o braço maranhense do PT tomará no Encontro Tático agora agendado para o início der junho estará a confirmação de Felipe Camarão como vice de Carlos Brandão e de Flávio Dino como o candidato a senador a ser apoiado pelo partido.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Maranhãozinho jogo quando diz que PL ainda não decidiu apoiar Roberto Rocha

Roberto Rocha ainda não tem mesmo o apoio de Josimar de Maranhãozinho?

O deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) estaria fazendo jogo de cena quando diz que nada está definido em relação ao apoio do seu partido à pré-candidatura do senador Roberto Rocha (PTB) à reeleição. Fonte com trânsito fácil no seu QG garante que os acertos que fez em Brasília teriam incluído, além da aliança com o senador Weverton Rocha para o Governo do Estado, o apoio do PL ao projeto de reeleição de Roberto Rocha. Essa negociação teria passado pelo presidente nacional do PL, Waldemar Costa Neto, pelo presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP/AL), e pelo presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, que estariam seguindo orientação do Palácio do Planalto. Josimar de Maranhãozinho detém, de fato, o controle quase absoluto do PL no Maranhão, mas nessas eleições, por conta do “fator” Jair Bolsonaro (PL), ele não estaria dando um passo sem se articular com Brasília. E, embora não simpatize muito com o projeto do senador, não tem como ficar indiferente à situação dele.

 

Federações já criadas têm posições definidas no Maranhão

Carlos Brandão e Flávio Dino têm o apoio de duas das três federações já criadas, inclusive a que inclui o PT de Lula da Silva, pré-candidato a presidente 

O TSE aprovou ontem (26), por unanimidade, a criação de duas novas federações partidárias, a primeira unindo PSDB e Cidadania, e a outra juntando PSOL e Rede. A primeira, unindo PT, PCdoB e PV, foi aprovada na terça-feira (24).

A grande novidade desse processo eleitoral, a federação, ao contrário da coligação, mantém os partidos juntos durante os quatro anos seguintes, atuando com unidade programática e dividindo os recursos do Fundo Partidário. Na prática, a medida veio salvar siglas que, devido ao baixo desempenho eleitoral, corriam o risco de não cumprir a cláusula de barreira, instrumento que restringe o acesso ao Fundo Partidário e ao horário gratuito de TV e rádio.

No Maranhão, a primeira federação criada, unindo PT, PCdoB e PV integra a base da pré-candidatura do governador Carlos Brandão (PSB) à reeleição e a do ex-governador Flávio Dino ao Senado. A primeira criada ontem, juntando PSDB e Cidadania, partidos atualmente controlados pela senadora Eliziane Gama (Cidadania), também estão na base da chapa Carlos Brandão/Flávio Dino.

Já a terceira federação, formada por PSOL e PV segue caminho independente. Isso porque o PSOL já definiu Enilton Rodrigues como pré-candidato a governador, não se sabendo ainda qual será o espaço do Rede na chapa.

São Luís, 27 de Maio de 2022.

Já era previsto: Maranhãozinho enfrenta dificuldade para unir grupo em torno de Weverton

 

Josimar de Maranhãozinho: parte do seu grupo  não quer Weverton Rocha, nas quer a reeleição de Carlos Brandão

O deputado federal Josimar de Maranhãozinho não vai entregar ao senador Weverton Rocha (PDT) o pacote completo de suportes previsto no acordo para apoiar a pré-candidatura dele ao Governo do Estado, como anunciou em live na noite de segunda-feira (23). Essa possibilidade foi por ele admitida ontem, em entrevista à Rádio Mirante AM, durante a qual informou que o grupo que controla não está unido em torno do pré-candidato do PDT, existindo nas suas fileiras segmentos que preferem se alinhar à pré-candidatura do governador Carlos Brandão (PSB) à reeleição. Ele citou o exemplo do deputado federal Marreca Filho, cujo pai, o ex-deputado federal e ex-prefeito de Itapecuru Mirim Júnior Marreca, é o controlador do Patriotas no estado, não quer apoiar o senador Weverton Rocha por ter mais afinidade política com o governador Carlos Brandão. Nos bastidores, sabe-se que vários dos 40 prefeitos eleitos com o apoio de Josimar de Maranhãozinho são a favor do projeto de reeleição do governador, já tendo alguns deles se posicionado nessa direção dentro do grupo.

A rigor, excetuando o PSB e o PCdoB, praticamente todos os partidos enfrentam situações como essa. O próprio PDT, presidido pelo senador Weverton Rocha e carro-chefe do seu projeto de candidatura, está sendo sacudido por segmentos que não o apoiam, tendo alguns nomes destacados, como o do ex-deputado federal Julião Amin, por exemplo, declarado apoio ao governador Carlos Brandão. O caso do PL é mais impactante porque Josimar de Maranhãozinho sempre passou a impressão de que controla um grupo sem dissidência, quadro agora exposto com um retrato bem diferente. A resistência dos Marreca ao acordo firmado por Josimar de Maranhãozinho com o senador Weverton Rocha mostra que o poder de fogo do chefe do PL tem limite. E mais, mostra que nesse jogo ganha quem tem suporte mais sólido.

Os traços de fragilidade do comando de Josimar de Maranhãozinho sobre o grupo talvez explique a quase indiferença demonstrada pelos líderes da aliança PSB/PT/PCdoB/PP/Cidadania/PSDB, que tem Carlos Brandão como candidato à reeleição e o ex-governador Flávio Dino (PSB) como candidato ao Senado, em relação ao anúncio de aliança com Weverton Rocha. Parte dessa atitude pouco preocupada se deve ao fato de que o comando da aliança governista já trabalha com a adesão de parte das fileiras de Josimar de Maranhãozinho ao governador. O chefe do PL sabe disso e já o admitiu nas entrelinhas das suas declarações em entrevistas recentes, como a de ontem, que foi a mais esclarecedora dessa opereta.

Vale registrar também o fato de o chefe do PL haver confirmado que o acordo para apoiar o governador Carlos Brandão não foi fechado porque não lhe fora dada a vaga de candidato a vice-governador, preenchida por Felipe Camarão, indicado pelo PT, nem a de primeiro suplente na chapa de Flávio Dino para o Senado, já ocupada pela vice-prefeita de Pinheiro, Ana Paula Lobato (PCdoB).

A conversa com o senador Weverton Rocha foi diferente. Com sua base política e partidária minada e perdendo consistência, e sem perspectiva de alcançar reforço por outro caminho, o líder pedetista aceitou ceder a vaga de pré-candidato ao PL em troca do apoio à sua pré-candidatura. Eles firmaram um acordo partidariamente normal e lícito, mas politicamente muito estranho, ficando Josimar de Maranhãozinho com o poder de fazer a indicação, que, segundo ele próprio, será feita em junho. Na bolsa de especulações o nome mais forte é o da deputada estadual e pré-candidata a deputada federal Detinha (PL), esposa do chefe do PL, ou a advogada Fabiana Villar (PL), sua sobrinha, que foi secretária de Agricultura no Governo Flávio Dino e candidata a vice-prefeita de São Luís em 2020, na chapa encabeçada pelo estadual Duarte Jr., candidato do Republicanos.

No plano da aparência, que é importante como fator de mídia, a aliança com Josimar de Maranhãozinho, pode ter sido uma boa cartada para o senador Weverton Rocha. Mas do ponto de vista político e eleitoral propriamente dito, a união pode dar luz a um grande fiasco.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Visita de Othelino a Velten reafirma relação harmoniosa entre Legislativo e Judiciário

Othelino Neto e Paulo Velten: clima descontraído e boas relações entre os Poderes 

Enquanto no plano nacional os Poderes Legislativo e Judiciário encontram-se em clima de confronto institucional e político, por conta das provocações golpistas do presidente Jair Bolsonaro (PL), no Maranhão a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Justiça mantêm-se independentes, mas afinados na seara institucional, convivendo dentro da harmonia prevista na Constituição. Foi esse o clima que dominou a visita que o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), fez ontem ao novo presidente do Poder Judiciário, desembargador Paulo Velten.

Ao sair do Palácio Clóvis Bevilacqua, sede do Tribunal de Justiça do Maranhão, o presidente da Assembleia Legislativa revelou a pauta que orientou a conversa. “Conversamos sobre assuntos importantes para o Legislativo e para o Judiciário, entre eles projetos de lei que tratam da reestruturação administrativa do Tribunal e que, em breve, serão enviados à apreciação do Parlamento estadual”, disse Othelino Neto, que fez a visita acompanhado do procurador-geral da Assembleia Legislativa, Tarcísio Araújo.

Por seu turno, o presidente do TJMA, Paulo Velten, informou ao visitante que dará continuidade ao trabalho do ex-presidente da Corte, desembargador Lourival Serejo, mantendo sempre o bom relacionamento institucional entre os dois Poderes: “Estamos dando sequência ao excelente trabalho desenvolvido pelo desembargador Lourival Serejo, que teve todo o apoio da Assembleia Legislativa em sua gestão. O parlamento sempre tratou com muita atenção e prioridade os projetos de organização do Judiciário. E eu fico feliz em ouvir do presidente Othelino Neto que esse relacionamento institucional positivo terá continuidade”.

 

Márcio Jerry bate martelo e anuncia que buscará novo mandato na Câmara Federal

Bom desempenho político e partidário pode reelegê-lo

Depois de ter frequentado listas de possíveis candidatos a vice na chapa do governador Carlos Brandão (PSB) e de prováveis nomes para primeira suplência na chapa do ex-governador Flávio Dino (PSB), o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) anunciou ontem que será candidato à reeleição. A decisão de tentar renovar o mandato é justa e faz todo sentido, à medida que Márcio Jerry, além de ser o mais ativo parceiro de Flávio Dino, foi, de longe, o nome mais influente dos sete anos de Governo do PCdoB. Bem articulado, dono de ampla e sólida cultura política, e com a experiência de anos e anos de militância iniciada no movimento estudantil, nos anos 80 do século passado, Márcio Jerry tem tido papel decisivo no Governo do Estado. Primeiro como líder partidário, reconhecido pelo trabalho que vem realizando para manter de pé o PCdoB, que preside; como assessor e conselheiro do governador Flávio Dino, papel que exerceu como secretário de Comunicação e Articulação Política, e depois na pasta das Cidades; e como deputado federal atuante, uma das vozes mais duras da oposição ao presidente Jair Bolsonaro e seu governo. É apontado como um dos atuais membros da bancada maranhenses que renovarão seus mandatos.

São Luís, 26 de Maio de 2022.

Aliança Lula/Brandão/Dino está definida e caminha para a consolidação, apesar das pressões adversárias

 

Lula da Silva confirma aliança com Carlos brandão e Flávio Dino, em São Paulo

O Maranhão está fora da lista de estados onde o PT está enfrentando dificuldades para montar alianças em torno da pré-candidatura do ex-presidente Lula da Silva à Presidência da República. Isso significa dizer que, mesmo pressionados pelas fortes investidas do PDT, comandadas pelo senador Weverton Rocha, pré-candidato do partido ao Governo do Estado, o PSB, comandado pelo ex-governador Flávio Dino, pré-candidato ao Senado, tendo o governador Carlos Brandão candidato à reeleição, e o PT, que indicou Felipe Camarão como pré-candidato a vice, acertaram todos os detalhes e pendências, estão se articulando e já falam praticamente a mesma linguagem, e começam, de fato, a preparar o roteiro de campanha incluindo a chapa Lula da Silva/Geraldo Alckmin. Os fatos mais recentes mostram que, apesar de todos os esforços que fez para atrair o apoio de Lula da Silva, o senador Weverton Rocha perdeu essa disputa. O ex-presidente vai com Carlos Brandão, empurrando o pré-candidato do PDT a buscar aliados na base de apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Maranhão, como foi o caso do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) e seu grupo.

Até pouco tempo atrás, os grandes jornais, assim como os portais de notícia mais influentes, davam o Maranhão como item certo entre os estados com problemas para montar essa equação, mas esse cenário mudou. Na segunda-feira, por exemplo, o jornal O Globo publicou uma reportagem sobre o assunto, mostrando os entraves para alianças em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, e na qual faz apenas o seguinte registro sobre o Maranhão: “A tendência é que Lula também atue para que o PT do Maranhão apoie a reeleição do governador Carlos Brandão (PSB), que assumiu o cargo após a renúncia de Flávio Dino (PSB), pré-candidato ao Senado”. Ou seja, as nuvens cinzentas sobre a aliança, espalhadas por uma fatia dissidente do PT maranhense, foram definitivamente dissipadas.

As evidências de que PSB e PT caminhavam nessa direção foram surgindo com os fatos. Um deles, a minúscula e zoadenta fatia do PT, comandada pelo ex-vereador de São Luís Honorato Fernandes e fortemente influenciada pelo senador Weverton Rocha, tentou mais uma vez, mas sem sucesso, melar a aliança PSB/PT espalhando que o Encontro Tático do PT, programado para o final deste mês, para o partido definir suas estratégias e metas de campanha, seria adiado por conta de diferenças internas em relação à indicação de Felipe Camarão como vice de Carlos Brandão. A informação era falsa e, ao contrário do que foi dito, o encontro foi confirmado para o dia 29, tendo como item central da pauta a confirmação da aliança com PSB e PCdoB. No evento, os líderes petistas definirão táticas de campanha, com foco central nas candidaturas de Lula da Silva, de Carlos Brandão e de Flávio Dino.

Também não passou de mise-en-scène o encontro do sociólogo Paulo Romão (PT) com o deputado estadual Adriano Sarney (PV), numa tentativa de usar a federação PT/PCdoB/PV para dar sentido ao seu projeto de candidatura ao Senado pelo PT. Integrante da política e eleitoralmente fraca dissidência petista, Paulo Romão vem teimando em se manter como pré-candidato do PT ao Senado, quando o partido já fechou questão no apoio a Flávio Dino. Na visão da cúpula, nada disso muda a decisão do partido de marchar para as urnas com Carlos Brandão e Felipe Camarão para o Governo, e Flávio Dino para o Senado. Os dissidentes petistas levarão a questão para o Encontro Tático do partido, mas é quase certo que seu pleito será arquivado.

Uma das mais nítidas evidências de que a aliança com o PT é fato consumado foi o início, ontem, da campanha partidária do PSB, na qual o ex-governador Flávio Dino e o governador Carlos Brandão participam do mesmo clipe, mostrando uma integração pouco vista nas relações eleitorais no Maranhão. A propaganda partidária do PSB chega depois que Edivaldo Holanda Jr., usando o espaço do seu partido, o PSD, usou o discurso do “bom moço”, que não briga e só trabalha. Também o clipe do PSC, no qual Lahesio Bonfim se apresenta como um gênio, assim como Simplício Araújo, dono de solução para todos os problemas do estado. E, finalmente, Weverton Rocha, que tenta dizer que o Maranhão não está bem e que ele tem a solução para todos os problemas.

A campanha iniciada na segunda-feira (23) pelo PSB poderá funcionar como poderoso contrapeso ao que já foi levado ao ar nessa fase. E também ao acordo que tornou possível a aliança entre o pré-candidato pedetista Weverton Rocha e o deputado federal Josimar de Maranhãozinho.

PONTO & CONTRAPONTO

Pré-candidatura presidencial de Simone Tebet cria situação embaraçosa para José e Roseana Sarney

Pré-candidatura de Simone Tebet cria situação incômoda para José Sarney e Roseana Sarney

A possibilidade, agora concreta, de a senadora mato-grossense Simone Tebet (MDB) vir a se consolidar como pré-candidata presidencial da chamada “terceira via”, que ganhou um grande reforço com a desistência do ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB), colocou a ex-governadora Roseana Sarney e o ex-presidente José Sarney em estado de alerta. Integrantes graduados da cúpula nacional do MDB, os dois emidebistas já demonstraram várias vezes sua inclinação pelo projeto de candidatura do ex-presidente Lula da Silva (PT), de quem foram aliados durante os oito anos em que ele esteve no Palácio do Planalto. Se a construção da “terceira via” vingar, a ex-governadora e o ex-presidente ficarão numa situação no mínimo delicada, já que será criada um ambiente difícil. Até onde se sabe, Lula da Silva conta com o apoio dos dois ex-aliados, que se afastaram do PT durante o movimento pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, que ambos apoiaram abertamente e que resultou na ascensão do vice-presidente Michel Temer (MDB). Os próximos passos do movimento pela construção de uma candidatura presidencial de centro, para quebrar a polarização Lula da Silva/Jair Bolsonaro, serão decisivos para definir o futuro de José e Roseana Sarney.

 

Aliança Weverton/Josimar aumenta o desafio de Edivaldo Jr.

Edivaldo Jr. desafio

A anunciada aliança Weverton Rocha/Josimar de Maranhãozinho tirou de vez o ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Jr. (PSD) da zona de conforto em que se encontrava, atuando com o objetivo de alcançar e ultrapassar o pré-candidato pedetista, para se tornar o principal adversário governador Carlos Brandão. Na avaliação de um aliado do pré-candidato do PSD, a aliança PDT/PL reforça o pré-candidato pedetista, dando-lhe condições eleitorais para ultrapassar a barreira do 1º turno e disputar o turno decisivo com o governador Carlos Brandão. Isso significa que o ex-prefeito de São Luís tem pela frente o hercúleo desafio de tirar do jogo o senador Weverton Rocha ou o governador Carlos Brandão.

São Luís, 25 de Maio de 2022.

Maranhãozinho fecha com Weverton e vai indicar o vice, que pode ser a deputada Detinha

 

Weverton Rocha acerta com Josimar de Maranhãozinho a aliança para a disputa pelo Governo do Estado

Josimar de Maranhãozinho (PL) bateu o seu martelo e decidiu firmar aliança com o senador Weverton Rocha, pré-candidato do PDT, na disputa para o Governo do Estado. A decisão foi tomada no fim de semana e anunciada ontem, durante uma live ao longo da qual o parlamentar revelou o acordo e as condições em que ele se dará. O item principal do acerto é que Josimar de Maranhãozinho indicará o candidato a vice na chapa de Weverton Rocha. E pelo que correu ontem à noite nos bastidores, na forma ainda de especulação, o pré-candidato a vice será a deputada estadual Detinha, esposa de Josimar de Maranhãozinho, que em princípio disputaria uma cadeira na Câmara Federal. Ao comentar o item-chave da negociação com o senador Weverton Rocha, Josimar de Maranhãozinho disse que a vaga de vice lhe foi oferecida, quando se sabe que esse era seu trunfo.

A opção por uma aliança com Weverton Rocha foi, na verdade, uma reviravolta, orientada por vozes de Brasília, para estancar a tendência do parlamentar no sentido de apoiar o governador Carlos Brandão (PSB). A aliança com o PL leva o senador Weverton Rocha definitivamente para a seara bolsonarista, tendo, entre outras consequências, a restrição a que ele adote um discurso duro contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha. Mais do que isso, pela primeira vez na história tira o PDT do bloco democrático de centro-esquerda, para situá-lo na órbita da extrema-direita, já Josimar de Maranhãozinho será o seu principal que parceiro.

Josimar de Maranhãozinho, que controla três deputados federais, quatro deputados estaduais, cerca de 40 prefeitos e várias dezenas de vereadores, jogou todas as cartas que podia jogar para chegar a esse acordo. Primeiro encenou a personagem de pré-candidato a governador, que era balela, uma vez que, por conta das suspeitas que lhe pesam sobre os ombros, ele talvez não pudesse ser candidato. Depois, colocou as cartas tendo a vaga de vice como contrapartida ao seu apoio – tentou emplacar o seu vice na chapa de Carlos Brandão, mas não obteve sucesso. Usou o mesmo argumento com Weverton Rocha, que fez as contas do desgaste e resolveu pagar para ver – com o detalhe que ele, se derrotado, continua senador, enquanto os seus aliados vão para casa.

Ao anunciar o acordo, Josimar de Maranhãozinho contou que reuniu seus aliados e fez uma eleição, com chapa e tudo, para que eles fizessem a escolha. Curiosamente, a maioria votou sem escolher, mas dando autorização para que o chefe escolhesse, ele próprio, sozinho, o candidato do seu grupo. E ele, então, “pensou”, “pensou”, e escolheu o senador Weverton Rocha, com quem já vinha conversando há tempos. Numa outra versão, a escolha se deu porque o chefe do PL foi “aconselhado” por vozes de Brasília a se afastar do grupo liderado pelo ex-governador Flávio Dino (PSB), sob pena de ser retaliado no processo de cassação que corre na Câmara Federal. Certas de que ele dificilmente entraria nessa disputa, teriam recomendado o chefe do PDT no Maranhão.

Não há dúvida de que a aliança com Josimar de Maranhãozinho turbina fortemente a pré-candidatura de Weverton Rocha, já que o chefe do PL controla um grupo expressivo. Mas, por outro lado, poderá ser o seu Calcanhar de Aquiles. Do ponto de vista eleitoral, o chefe do PL pode dar ao pré-candidato do PDT um cacife expressivo. Mas do ponto de vista político, Weverton Rocha poderá sofrer consequências por se aliar ao chefe do grupo cujo líder pode ser um tremendo ficha-suja, que dará suporte à campanha do presidente Jair Bolsonaro no Maranhão.  Ao contrário do que aconteceria se ele declarasse apoio a Carlos Brandão, na aliança com Weverton Rocha ele entra com o (a) vice, o que lhe dá poder de fogo para dar cartas na campanha.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Eduardo Nicolau vence eleição e deve comandar o Ministério Público em novo mandato

Eduardo Nicolau obteve vitória

O procurador-geral de Justiça, Eduardo Nicolau, deu ontem o primeiro e decisivo passo para renovar o mandato por mais dois anos. Ele foi o mais votado no processo eleitoral do Ministério Público do Estado do Maranhão, e será o cabeça da lista formada por dois nomes, para que o governador Carlos Brandão (PSB) faça a escolha e a nomeação, devendo manter a tradição de nomear o mais votado.

Num pleito tranquilo, com a participação 324 eleitores – 293 promotores e 31 procuradores de Justiça -, Eduardo Nicolau recebeu 264 votos, enquanto seu concorrente, o promotor José Augusto Cutrim Gomes, recebeu 115. Ao contrário de tempos não muito distantes, quando o órgão ministerial viveu um longo período tensionado por uma “guerra” de grupos, o processo transcorreu sem problemas nem tensões, mostrando que o MP/MA é hoje uma instituição sólida e madura.

A reeleição do procurador geral Eduardo Nicolau não surpreendeu. Ela foi fruto de um grande pacto informal, que ganhou forma à medida que seu primeiro mandato foi mostrando uma gestão firme, que colocou o Ministério Público acima da fogueira das vaidades e o fez funcionar como um eficiente fiscal da lei. Ao mesmo tempo, o atual procurador geral de Justiça trabalhou para manter a unidade do Ministério Público, o que lhe valeu credibilidade e autoridade para se candidatar a novo mandato. Sua votação foi a renovação da carta de crédito dada por seus pares.

 

Candidatura de Lahesio tem dois objetivos

Lahesio Bonfim

Corre nos bastidores que o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PSC), tem dois objetivos nessa corrida ao Palácio dos Leões. O primeiro é ser governador do Maranhão, claro, estando ele acreditando, de verdade, que será eleito. O outro objetivo a ser alcançado é: não sendo eleito governador, fazer lastro político e eleitoral para disputar a Prefeitura de Imperatriz em 2024.

São Luís, 24 de Maio de 2022.

Flávio Dino diz que só o povo e as consciências deles podem dizer se Weverton Rocha e Roberto Rocha são traidores

 

Flávio Dino já sabia que, após eleitos com o seu apoio, Roberto Rocha (2018) e Weverton Rocha (2022) não o apoiariam na disputa para a vaga de senador

O ex-governador Flávio Dino (PSB), pré-candidato ao Senado, confirmou o que muitos observadores atentos já suspeitavam: ele sabia que, assim como o senador Roberto Rocha (PTB), que se elegeu em 2014 com seu apoio, o senador Weverton Rocha (PDT), também beneficiário da sua força política para se eleger em 2018, não o apoiaria nessa caminhada.  “Realmente, não acreditava que nesse momento fossem me apoiar, pela trajetória e conduta que vinham adotando e pelas suas atuais posições políticas”, revelou. Indagado sobre se vê traição na postura dos dois senadores – que se odiavam, mas resolveram se juntar contra o seu maior apoiador -, Flávio Dino respondeu: “Não considero que nesse momento eu me sinta traído. E, se são traidores ou não, as suas próprias consciências e a população é quem devem julgar”. E completou, como que jogando uma pá de cal sobre o assunto: “Sinto muito, claro, o caminho que adotaram, mas faremos a campanha e, com a graça de Deus, venceremos”.

Feitas ao meio-dia de sábado (21), em entrevista na estreia do programa Sem Ponto, da Rádio 92.3 FM, comandado pelos jornalistas Daniela Bandeira e Thiago Soares, e com a participação dos influenciadores digitais Garoto Mídia e Poliana Dominici, as declarações do ex-governador Flávio Dino repercutiram no meio político e colocaram ordem no tabuleiro da corrida eleitoral. Elas soaram como fechamento da questão em relação ao senador Weverton Rocha, que disputa o Governo do Estado contra o governador Carlos Brandão (PSB), e ao senador Roberto Rocha, que tentará a reeleição tendo o ex-governador seu adversário na corrida à única vaga em disputa. Mais do que isso, embora não tenha sido explícito, Flávio Dino deixou no ar a impressão de que não vê possibilidade de reatamento, à medida que o rompimento foi iniciativa dos dois.

A posição de Flávio Dino em relação a Roberto Rocha é o resultado de um roteiro bem armado e protagonizado às claras, passo a passo, pelo senador petebista. Depois de eleito em 2014, derrotando o então deputado federal Gastão Vieira (MDB), com o apoio firme e intenso de Flávio Dino (PCdoB), então candidato a governador, sem o qual dificilmente teria saído vencedor, o senador colocou em marcha sua estratégia para se afastar do benfeitor. Começou criticando a “atuação ideológica” do núcleo central do Governo, sem conseguir esconder que se tratava de um jogo de pressão para obter do governador o compromisso de apoiar sua candidatura ao Governo em 2018, o que na prática significaria Flávio Dino abrir mão da sua candidatura à reeleição. O que se seguiu foi uma sucessão de provocações, bate-boca com governistas e, por fim, a desastrada candidatura do senador ao Governo em 2018, quando saiu das urnas com pouco mais de 2% dos votos. E depois disso, Roberto Rocha entrou para as fileiras do bolsonarismo cujas cores defende na disputa direta com Flávio Dino nesse pleito.

O roteiro que levou o senador Weverton Rocha a romper com Flávio Dino é parecido. Como seu colega Roberto Rocha, não satisfeito com o mandato senatorial, que conseguiu em 2018 em grande medida devido ao apoio do então governador Flávio Dino, Weverton Rocha decidiu ser candidato a governador. Pressionou o governador a apoiá-lo, quando até as pedras de cantaria da Praia Grande já sabiam que, por razões óbvias, o candidato do grupo seria o vice-governador Carlos Brandão, que viabilizou politicamente o seu projeto de.  reeleição. Houve várias tentativas de fazê-lo sair do páreo, apoiar Carlos Brandão e criar as condições para disputar o Governo em 2026, mas ele não quis conversa e resolveu partir para o confronto político e eleitoral, já tendo declarado que seu ele e seu grupo apoiar não votarão em Flávio Dino. A julgar pelo que aconteceu em São Luís em 2020, a estratégia de Weverton Rocha guarda o risco de levá-lo a outro tombo monumental. Daí a posição do ex-governador de fechar questão e encerrar a conversa com o senador pedetista e seguir em frente.

Por mais que os dois senadores tentem justificar o rompimento deles com Flávio Dino, o fato é que a única justificativa é a sede de poder de cada um deles falou mais alto. Não foi sem razão que na sua entrevista à 92.3 FM, o ex-governador disse o que pensa a respeito e encerrou o assunto, de maneira polida, sem uma palavra agressiva dirigida aos dois ex-aliados.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Ex-governador rebate o que chama de fake news sobre pobreza no Maranhão

Weverton Rocha e Roberto Rocha teriam divulgado fake news 

Nos seus discursos de pré-candidatos ao Governo do Estado e à reeleição, os senadores Weverton Rocha e Roberto Rocha têm usado o argumento de que a pobreza no Maranhão aumentou “nos últimos anos”, ou seja, no Governo Flávio Dino. Na entrevista à 92.3 FM, externou sem rodeios o que pensa a respeito: “Inventaram que eu tinha dito que ia acabar com a pobreza no Maranhão. Acabou em algum lugar do Brasil? A pobreza no Brasil aumentou e os bolsonaristas é quem têm que responder por isso no país inteiro. Na posse, eu falava do Plano Mais IDH e disse que lutaríamos para que na próxima mensuração deste índice, não houvesse município maranhense na lista dos 30 piores com menor Índice de Desenvolvimento Humano”.

E classificou de mentirosa a informação, divulgada pelos senadores Weverton Rocha e Roberto Rocha de que a pobreza no Maranhão aumentou no seu Governo, que será desmentido com os números que serão levantados no próximo censo do IBGE: “Aí sim, podemos comparar. Inventaram uma fake news que dos 10 piores IDHs do Brasil, oito são de cidades do Maranhão. É mentira. Uma estimativa com base no último censo aponta dois municípios do Maranhão nessa lista. Tenho muita tranquilidade em debater números, pois os nossos são verdadeiros, diferente destes que são inventados pela caravana da insensatez”.

Acrescentou que, caso chegue ao Senado irá “ajudar para a captação de recursos reais e não dinheiro mental, a fim de auxiliar na execução das políticas sociais” e enumerou projetos como a rede IEMA, construção de creches em tempo integral, Restaurante Popular, Escola Digna e outros. “Se essa for a vontade do povo, espero poder ser seu representante no Senado Federal”, concluiu.

Um grupo e duas maiorias sobre quem apoiar para o Governo

No final da semana passada, o deputado Josimar de Maranhãozinho (PL) se reuniu com prefeitos aliados dele para consultá-los sobre quem deve apoiar para o Governo do Estado. Fontes da base governista divulgaram que a maioria dos prefeitos se manifestou a favor de apoiar o projeto de reeleição do governador Carlos Brandão, enquanto aliados do senador Weverton Rocha fizeram o mesmo, só que garantindo que a maioria de prefeitos defendeu uma aliança com o pré-candidato do PDT.

São Luís, 23 de Maio de 2022.

Consumada às vésperas das eleições, a federalização da MA-006 dificilmente sairá do papel ainda neste ano

 

Edilázio Jr., Roberto Rocha Cléber Verde, Josivaldo JP, Juscelino Filho e Pastor Cavalcante festejam federalização da MA-006 garantida em lei por Flávio Dino, Othelino Neto e Assembleia Legislativa, que votou em massa pela aprovação

Oito meses depois de autorizada pela lei estadual Nº 385/2021, aprovada pela Assembleia Legislativa e sancionada pelo governador Flávio Dino (PCdoB), e a pouco mais de quatro meses das eleições, a federalização de 241,7 quilômetros da MA-006, entre Balsas e Alto Parnaíba, foi formalizada ontem por meio de portaria do ministro da Infraestrutura Marcelo Sampaio. Com a federalização, o Governo da República poderá realizar as obras de pavimentação e de restauração da rodovia, que liga o Sul do Maranhão ao resto do mundo e integra a região do chamado Matopiba, uma das maiores do País em produção de grãos pela vertente do agronegócio, que tem Balsas como um dos seus polos mais importantes da região. O ato foi bem recebido no geral, mas causou má impressão a conotação político-eleitoreira dada pelo senador Roberto Rocha (PTB) e alguns deputados federais e estaduais bolsonaristas.

Se levada a sério pelo Governo Federal – o que não está acontecendo com outras rodovias federais que cortam o Maranhão, como a BR-135 e parte da BR-316 -, a federalização pode ser um ganho real para a infraestrutura rodoviária do Maranhão, incluindo o abandonado e caótico acesso à cidade de Imperatriz. Como tem acontecido nas mais diversas regiões do País, a começar pelo Mato Grosso, as rodovias federais que ligam as áreas de produção de grãos aos portos de escoamento, como é o caso da ligação Balsas-Itaqui no Maranhão, encontram-se em sua maioria quase intrafegáveis, aguardando ação por parte do DNIT, que quase nunca são efetivadas. Daí ser lícito prenunciar que, por uma série de fatores, nenhum metro de asfalto será colocado na agora federalizada MA-006 pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), principalmente se o projeto for entregue ao Exército, como próprio senador Roberto Rocha previu.

Realizado em um auditório do Ministério da Infraestrutura, em Brasília, o ato de edição da portaria pelo ministro Marcelo Sampaio foi animado pela ala bolsonarista da bancada maranhense no Congresso Nacional. Como já estava previsto, o senador Roberto Rocha (PTB), que não participou dos debates e dos esforços para viabilizar a concessão feita pelo Governo do Maranhão com o aval da Assembleia Legislativa, fez as vezes de “dono da bola”, com a coadjuvância dos deputados federais Cléber Verde (Republicanos), Edilázio Jr. (PSD), Juscelino Filho (União Brasil), Josivaldo JP (PSD) e do deputado estadual Pastor Cavalcante (PSC). Nenhum deles se dignou a lembrar dos verdadeiros “pais da criança”: a maioria da Assembleia Legislativa reunida no dia 31 agosto do ano passado, sob a orientação do presidente Othelino Neto (PCdoB), e logo em seguida o governador Flávio Dino, que sancionou a lei aprovada, consolidando o processo de transferência da rodovia para a esfera federal.

Não há o que discutir quanto à importância da federalização da MA-006. Mas não deixa de ser estranho que a portaria do ministro da Infraestrutura seja editada dois meses antes da campanha eleitoral propriamente dita, e no mesmo dia em que aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciaram a vinda dele ao Maranhão em junho, a convite do deputado estadual Pastor Cavalcante, para participar de encontro de pastores da Assembleia de Deus, exatamente em Balsas. Não precisa ser especialista para perceber com clareza que se trata de uma jogada eleitoreira bem armada, mas não o suficiente para esconder seu objetivo imediato: a turbinar a combalida imagem do presidente Jair Bolsonaro e seus aliados nas eleições no Maranhão.

O fato é que, pelo menos, a federalização foi consumada, o que abre caminho para que algo sejas feito pelo bem de todos, ainda que seja fácil perceber e constatar a natureza política e eleitoral do esforço.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Tudo indica que não há consenso no PSD no apoio a Roberto Rocha

Edivaldo Holanda Jr. 

Há fortes sinais de que o PSD não está unido no apoio à pré-candidatura do senador Roberto Rocha à reeleição. O presidente estadual do partido, deputado federal Edilázio Jr., participou do ato de lançamento e declarou seu apoio ao senador do PTB, mas não foi claro se estava de acordo com o resto do partido. Nesse contexto, o candidato do PSD a governador, Edivaldo Holanda Jr., que é apoiado pelo nacional do partido, não fez até aqui uma só declaração apoiando o projeto de reeleição do senador Roberto Rocha. Ao contrário, quando aceitou o convite do presidente Gilberto Kassab para ser candidato a governador, obteve o acordo pelo qual o partido não lançasse candidato ao Senado, de modo que ele pudesse votar no ex-governador Flávio Dino (PSB). A iniciativa do presidente Edilázio Jr. de declarar apoio a Roberto Rocha não arrastou Edivaldo Jr., que parece determinado a manter a posição inicial de disputar o Governo sem candidato a senador.

 

Roseana corre o risco de sair da zona de conforto com comentários soltos

Roseana Sarney

A ex-governadora Roseana Sarney (MDB) bem que poderia conter seus impulsos e evitar provocações desnecessárias ao ex-governador Flávio Dino (PSB), a quem já declarou que não apoia. Vez por outra ela sai da zona de conforto em que se encontra para fazer provocações. Aqui e ali, ensaia uma crítica à política de saúde do Governo Dino, que em sete anos fez na área o que ela nem de longe fez em mais de 12 anos de governo. Faz também, aqui e ali, comentários soltos tentando criticar a política educacional do governo passado, quando aquele governo de longe, e com sobra, todos os seus feitos na área educacional. Nesta semana, se manifestou com um estranho comentário em relação à onda de assaltos a ônibus: “Quando você perde o foco e atira para todos os lados, a probabilidade de dar errado é muito grande”. Será que ela sentiu isso em janeiro de 2013, quando São Luís viveu noites de terror com incêndio criminosos a ônibus, causando até morte de criança e algumas tragédias familiares? Como já diziam os mais antigos: cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.

São Luís, 21 de Maio de 2022.