Petistas ligados a Weverton querem tirar Camarão e emplacar Zé Inácio como vice de Brandão

 

Zé Inácio quer a vaga de vice já preenchida por Felipe Camarão

O braço maranhense do PT decidiu reabrir a discussão sobre a indicação pelo partido do companheiro de chapa do governador Carlos Brandão (PSB) à reeleição, ao adiar para os dias 04 e 05 de junho o Encontro Tático que estava agendado para este fim de semana. O motivo do adiamento foi a decisão do deputado Zé Inácio (PT) de questionar a indicação do advogado e ex-secretário de Estado da Educação Felipe Camarão para a vaga de pré-candidato a vice na chapa de Carlos Brandão, de modo a que ele próprio seja avaliado para a vaga. A imprevista alteração na agenda do partido, que já tinha como certa a chapa Carlos Brandão/Felipe Camarão, está sendo comemorado como uma “vitória” da pequena e barulhenta dissidência do PT, alinhada ao projeto de candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) a governador, e que exige também que o partido lance o sociólogo Paulo Romão como candidato do Senado, ao invés de apoiar a candidatura do ex-governador Flávio Dino (PSB). Com a mudança, os petistas colocam em dúvida a relação do PT com o PSB e passam para o eleitorado a impressão de que o partido está dividido. Isso num momento em que Weverton Rocha amplia sua aliança com setores bolsonaristas, com apoio entusiasmado da ala dissidente do PT.

Para quem não sabe, o chamado Encontro Tático é parte da preparação do PT nas as campanhas eleitorais. Nele, as lideranças do partido discutem candidaturas, examinam o contexto das disputas, avaliam o potencial das candidaturas, medem o peso e o poder de fogo das alianças, e tomam decisões sobre mudanças, que são enviadas como propostas à cúpula nacional da agremiação, que tem a palavra final sobre tudo o que lhe é proposto. No caso maranhense, a ideia da dissidência alinhada ao pré-candidato pedetista, agora em parte apoiada pelo deputado Zé Inácio, é desfazer o que já foi definido e acertado ao longo de meses de negociações do ex-governador Flávio Dino e o governador Carlos Brandão com a cúpula nacional do PT, a começar pelo próprio ex-presidente e pré-candidato a presidente Lula da Silva, e com o aval da cúpula do partido no Maranhão.

Os autores do pedido de adiamento do Encontro Tático justificam a iniciativa com o argumento segundo o qual as lideranças do partido terão mais tempo para avaliar a situação e as propostas de alteração, principalmente em relação à vaga de vice-governador. Em que pese a fantasia senatorial do sociólogo Paulo Romão e o esforço quase obstinado do ex-vereador Honorato Fernandes para atrelar o PT maranhense à candidatura do senador Weverton Rocha, o grande objetivo é rifar o ex-secretário Felipe Camarão, recém convertido ao petismo, para que a vaga de vice seja ocupada por um “petista orgânico”, no caso o deputado Zé Inácio, criando várias categorias de petista.

O problema é que, caso o PT resolva trocar Felipe Camarão por Zé Inácio – o que não está sendo admitido sequer hipoteticamente pelo comando da aliança PSB/PT no Maranhão -, o resultado seria uma troca de “uma dúzia por meia dúzia”. E a explicação é simples: mesmo sendo um militante linha de frente do PT, com experiência e um bom naco de credibilidade, o deputado Zé Inácio não tem o potencial eleitoral do ex-secretário Felipe Camarão, hoje um nome estadualizado e que, para muitos, seria um dos mais votados se disputasse uma cadeira na Câmara Federal. Além disso, a intenção clara, e para muitos inexplicável, dos chefes da barulhenta e politicamente inexpressiva dissidência petista é criar constrangimentos ao governador Carlos Brandão e ao ex-governador Flávio Dino.

Todos os sintomas e indícios sugerem que entre as decisões que o braço maranhense do PT tomará no Encontro Tático agora agendado para o início der junho estará a confirmação de Felipe Camarão como vice de Carlos Brandão e de Flávio Dino como o candidato a senador a ser apoiado pelo partido.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Maranhãozinho jogo quando diz que PL ainda não decidiu apoiar Roberto Rocha

Roberto Rocha ainda não tem mesmo o apoio de Josimar de Maranhãozinho?

O deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) estaria fazendo jogo de cena quando diz que nada está definido em relação ao apoio do seu partido à pré-candidatura do senador Roberto Rocha (PTB) à reeleição. Fonte com trânsito fácil no seu QG garante que os acertos que fez em Brasília teriam incluído, além da aliança com o senador Weverton Rocha para o Governo do Estado, o apoio do PL ao projeto de reeleição de Roberto Rocha. Essa negociação teria passado pelo presidente nacional do PL, Waldemar Costa Neto, pelo presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP/AL), e pelo presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, que estariam seguindo orientação do Palácio do Planalto. Josimar de Maranhãozinho detém, de fato, o controle quase absoluto do PL no Maranhão, mas nessas eleições, por conta do “fator” Jair Bolsonaro (PL), ele não estaria dando um passo sem se articular com Brasília. E, embora não simpatize muito com o projeto do senador, não tem como ficar indiferente à situação dele.

 

Federações já criadas têm posições definidas no Maranhão

Carlos Brandão e Flávio Dino têm o apoio de duas das três federações já criadas, inclusive a que inclui o PT de Lula da Silva, pré-candidato a presidente 

O TSE aprovou ontem (26), por unanimidade, a criação de duas novas federações partidárias, a primeira unindo PSDB e Cidadania, e a outra juntando PSOL e Rede. A primeira, unindo PT, PCdoB e PV, foi aprovada na terça-feira (24).

A grande novidade desse processo eleitoral, a federação, ao contrário da coligação, mantém os partidos juntos durante os quatro anos seguintes, atuando com unidade programática e dividindo os recursos do Fundo Partidário. Na prática, a medida veio salvar siglas que, devido ao baixo desempenho eleitoral, corriam o risco de não cumprir a cláusula de barreira, instrumento que restringe o acesso ao Fundo Partidário e ao horário gratuito de TV e rádio.

No Maranhão, a primeira federação criada, unindo PT, PCdoB e PV integra a base da pré-candidatura do governador Carlos Brandão (PSB) à reeleição e a do ex-governador Flávio Dino ao Senado. A primeira criada ontem, juntando PSDB e Cidadania, partidos atualmente controlados pela senadora Eliziane Gama (Cidadania), também estão na base da chapa Carlos Brandão/Flávio Dino.

Já a terceira federação, formada por PSOL e PV segue caminho independente. Isso porque o PSOL já definiu Enilton Rodrigues como pré-candidato a governador, não se sabendo ainda qual será o espaço do Rede na chapa.

São Luís, 27 de Maio de 2022.

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