Arquivos mensais: fevereiro 2022

Com o apoio de Cleide Coutinho, Brandão reúne as duas maiores forças políticas de Caxias

 

Carlos Brandão conta em Caxias com a deputada estadual  Cleide Coutinho e com o prefeito Fábio Gentil

O anúncio de que a deputada estadual Cleide Coutinho (PDT) declarou apoio ao vice-governador Carlos Brandão (PSDB a caminho do PSB), decisão por ela comunicada ao pré-candidato do seu partido, senador Weverton Rocha, produziu um fato diferenciado na fase prévia da corrida ao Governo do Estado: as duas principais forças políticas de Caxias, o quarto maior colégio eleitoral do Maranhão, com quase 100 mil eleitores, vão somar esforços em favor do candidato apoiado pelo governador Flávio Dino (PSB). Isso porque o prefeito da Princesa do Sertão, Fábio Gentil (Republicanos), reeleito em 2020 com 78% dos votos, é um dos principais aliados de Carlos Brandão, devendo assumir papel relevante na campanha dele. Isso não quer dizer que os dois grupos, que são adversários, se juntem, sendo lógico prever que essas forças baixarão a guarda na disputa majoritária estadual, apoiando também a candidatura do governador Flávio Dino ao senado, mas manterão seu “estado de guerra” na disputa proporcional, lutando pela eleição dos seus candidatos a deputado federal e estadual.

Por mais que alguns manifestem insatisfação, a decisão da deputada Cleide Coutinho de apoiar o vice-governador Carlos Brandão, se contraria o rumo do PDT, tem justificativa convincente, a começar pelos laços de amizade que sempre ligaram ela e o deputado Humberto Coutinho, o grande líder do grupo, ao vice-governador. Além disso, os Coutinho participaram ativamente do Governo de José Reinaldo Tavares, no qual Carlos Brandão foi o operoso influente chefe da Casa Civil, o que resultou no grande movimento que levou Jackson Lago ao poder na histórica eleição de 2006. Naquela eleição, os Coutinho votariam em Carlos Brandão para deputado federal, mas um pedido do governador José Reinaldo, com a concordância de Brandão, levou o Grupo Coutinho a apoiar o ex-juiz federal Flávio Dino, que se elegeu deputado federal. Em 2010, os Coutinho apoiaram a reeleição de Carlos Brandão para a Câmara Federal e respaldaram a escolha dele para vice-governador em 2014. Esse histórico explica com clareza a posição da deputada Cleide Coutinho, que também comunicou que deixará o PDT.

A posição do prefeito Fábio Gentil de apoio a Carlos Brandão, contrariando a orientação do seu partido, o Republicanos, está politicamente justificada. Nas eleições municipais de 2016, na dura disputa do então vereador Fábio Gentil com o prefeito Leo Coutinho, o vice-governador apoiou o prefeito, que tentava a reeleição. Filiado ao Republicanos em 2020, Carlos Brandão entrou de cabeça na campanha à reeleição de Fábio Gentil, uma vez que o Grupo Coutinho não lançou um candidato e apoiou o deputado estadual Adelmo Soares (PCdoB). Com o aval forte de Carlos Brandão, Fábio Gentil se reelegeu com 78% dos votos. Em janeiro de 2021, na guerra quase declarada entre o senador Weverton Rocha e o vice-governador Carlos Brandão pelo comando da Famem, Carlos Brandão apoiou fortemente Fábio Gentil contra o presidente Erlânio Xavier (PDT), prefeito de Igarapé Grande, que se reelegeu apoiado ostensivamente por Weverton Rocha. Ambos saíram daquela eleição ainda mais próximos politicamente.

Essas posições têm poder de fogo para reduzir fortemente o espaço da candidatura do senador Weverton Rocha em Caxias. Isso porque outras forças, bem menos influentes, se posicionarão na corrida eleitoral, como o próprio PDT, que deverá ganhar nova direção reafirmando apoio a Weverton Rocha, enquanto a tendência natural do PT será seguir a orientação do comando estadual e apoiar a candidatura do vice-governador. Na ciranda política caxiense o braço do MDB, que pela lógica deve seguir a orientação do comando estadual, tende a aliar-se o vice-governador, situação que norteará a posição de todos os partidos com representação na Princesa do Sertão.

As decisões tomadas pelos mais importantes e fortes braços partidários de Caxias indicam como a roda vai girar nos mais diferentes municípios do Maranhão, tanto a favor de Carlos Brandão quanto de Weverton Rocha. Esses movimentos políticos nos municípios definirão o cenário eleitoral da disputa pelo Palácio dos Leões.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Cléber Verde e parte do Republicanos estão com Weverton Rocha

Cléber Verde fala em recente evento com Weverton Rocha Rocha na região Sul

Justa a reação indignada do deputado federal Cléber Verde, presidente do Republicanos no Maranhão, à notícia falsa dando conta de que ele estaria na iminência de declarar apoio ao vice-governador Carlos Brandão. O parlamentar é apoiador declarado do senador Weverton Rocha e faz parte do grupo de líderes partidários que se formou em torno do pré-candidato do PDT. Em nenhum momento, nos últimos meses, circulou sequer algum boato com essa informação. Cléber Verde participou, na linha de frente, de todos eventos e reuniões relacionados com a pré-candidatura de Weverton Rocha, numa movimentação reforçada por declarações nesse sentido em diversas entrevistas.

Ao mesmo tempo em que Cléber Verde reafirma seu apoio a Weverton Rocha, o faz consciente de essa posição não é unânime dentro do seu partido. Isso porque, dos 25 prefeitos eleitos pelo Republicanos em 2020, pelo menos metade já está alinhada ao vice-governador Carlos Brandão, número que pode aumentar. E a explicação é simples: em 2020, Carlos Brandão estava filiado ao Republicanos e entrou de cabeça na campanha, vendo eleitos muitos candidatos por ele diretamente apoiados, como o prefeito de Caxias, Fábio Gentil, e a prefeita de Colinas, Valmira Miranda, para citar apenas dois exemplos.

Portanto, a menos que haja uma reviravolta radical, não há como negar de que o deputado federal Cléber Verde e uma banda expressiva do Republicanos estejam com o senador Weverton Rocha.

 

JP e Mical têm posições inseguras no PTB

Mical Damasceno e Josivaldo JP com Graciela Nienov, que os nomeou para postos do PTB

O deputado federal Josivaldo JP e a deputada estadual Mical Damasceno entraram em estado de alerta máximo por causa da crise de lavagem de sujeira na qual está mergulhado o comando nacional do PTB. E a explicação é simples: ambos foram recentemente alçados a posições importantes no partido, ele assumiu a presidência do PTB no Maranhão e ela, que era a presidente, foi nomeada chefe nacional do PTB Mulher.

O problema é que os dois chegaram a esses postos por decisão e nomeação da presidente nacional do partido, Graciela Nienov, que chegou ao posto pelo agora tresloucado ex-deputado federal Roberto Jefferson, que foi preso por incentivo ao terrorismo de extrema-direita, e que hoje detém o título de “presidente de honra” do PTB. Ocorre que Jefferson e Nienov, que eram “carne e unha”, romperam por diferenças que envolvem até acusação de desvio de dinheiro do partido. Roberto Jefferson, que está em prisão domiciliar, tenta retomar o comando petebista.

O fato é que, se Graciela Nienov continuar no comando do PTB, Josivaldo JP e Mical Damasceno podem permanecer onde estão. Mas se Roberto Jefferson conseguir virar o jogo, a situação dos dois pode se complicar, e muito.

São Luís, 05 de Fevereiro de 2022.

Assembleia: composição mesclada não fará do Bloco Democrático uma força de oposição a Brandão  

 

O líder Vinícius Louro foi cauteloso sobre a posição do Bloco Democrático em relação a Carlos Brandão

Fruto da divisão da base partidária governista, que resultou nas pré-candidaturas do vice-governador Carlos Brandão (PSDB a caminho do PSB) e do senador Weverton Rocha (PDT), a nova formação do Bloco Democrático (BD) na Assembleia Legislativa, com 18 deputados, entre eles os seis do PDT, foi anunciada como um possível problema para o Governo Carlos Brandão, que será iniciado nas primeiras horas do mês de abril, tão longo seja consumada a renúncia do governador Flávio Dino (PSB), agendada por ele próprio para o dia 31 de março. Tendo como líder o deputado Vinícius Louro (PL), escolhido ontem, o BD é formado por representantes de nove partidos, sugerindo que, por ter o maior número de deputados, poderá se transformar numa força de oposição ao novo Governo. Pelo menos foi essa a tendência espalhada nas redes sociais por apoiadores da pré-candidatura do senador Weverton Rocha, ainda que o líder Vinícius Louro tenha tido o cuidado de apresentar o bloco como uma bancada independente, mas não exatamente oposicionista.

Uma avaliação do posicionamento dos 18 deputados que o integram, mostra, com clareza, que o BD poderá até criar, aqui e ali, algum embaraço ao governador Caros Brandão, mas dificilmente se comportará como um grupo homogêneo e adversário do Palácio dos Leões a partir de abril. Sua composição é politicamente heterogênea, e mesmo que venha a ser afetado pelos tremores da corrida eleitoral, que logo entrará numa fase mais definida, o posicionamento de boa parte dos seus integrantes certamente impedirá que ele seja convertido num canal parlamentar de expressão oposicionista.

Para começar, dos seis deputados do PDT, dois – Cleide Coutinho e Rafael Leitoa – não estão exatamente alinhados à pré-candidatura do senador Weverton Rocha. Ela o apoiará, mas tem ligações políticas muito fortes com Carlos Brandão, e dificilmente lhe criará algum tipo de problema na área parlamentar. Ele, por diferenças com o grupo pedetista de Timon, só aguarda a abertura da janela para mudar de partido. A mesma posição parece ser a do deputado Zito Rolim, que não será candidato à reeleição e não se envolverá em confusão. Sobram os deputados Glaubert Cutrim, Márcio Honaiser e Ricardo Rios, que podem atuar como adversários do Governo na Assembleia Legislativa.

Os quatro representantes do PL – Detinha, Vinícius Louro, Hélio Soares e Leonardo Sá – também formam um grupo não muito coeso para fazer ou não oposição ao governador Carlos Brandão, mesmo estando sob o comando geral do chefe maior do partido, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, até aqui pré-candidato a governador. Os três primeiros seguirão a orientação de Josimar de Maranhãozinho, mas o deputado Leonardo Sá, embora permaneça no PL, já avisou formalmente ao chefe maior que não o seguirá, que deve deixar o partido e que está alinhado à pré-candidatura de Carlos Brandão. Além do mais, mesmo afirmando que continua candidato a governador, Josimar de Maranhãozinho não tem emitido sinais de que será adversário de Carlos Brandão, com quem, ao que parece, mantém aberto canal de comunicação.

Os dois representantes do Republicanos no BD não seguem exatamente a orientação do comando do partido em relação à corrida para o Palácio dos Leões. O deputado Ariston Ribeiro integra o grupo político liderado pelo prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (PMN), que mantém fortes laços pessoais e políticos com Carlos Brandão, já tendo inclusive se manifestado a favor da sua pré-candidatura. O deputado Fábio Macedo não se manifestou com clareza sobre quem apoia, mas pelas ligações que mantém com o governador Flávio Dino é possível que venha a apoiar o Governo Carlos Brandão. É a mesma situação da representante do PRTB, deputada Betel Gomes, que parece ainda indefinida na disputa e sem sinalizar se será alinhada ou atuará como oposição ao Governo a partir de abril.

O BD tem quatro deputados com posições claramente inclinadas a fazer oposição ao governador Carlos Brandão. Mical Damasceno, pelo seu envolvimento com a direção nacional do seu partido, o PTB, que a converteu a um bolsonarismo quase cego, e certamente fará o que os chefes do partido ordenarem. O deputado Edivaldo Holanda (PTC) será oposição ao próximo Governo por um motivo óbvio: é pai de um candidato a governador, o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (PSD). Adversário implacável do governador Flávio Dino, o deputado Wellington do Curso (PSDB) tem sinalizado que se manterá na oposição. A Coluna não conseguiu informações sobre a posição do deputado Wendell Lages (PMN), nem a do deputado Pará Figueiredo (PSL), que é a maior incógnita política da atual Assembleia Legislativa.

É claro que a guerra pelo voto pode causar alterações às vezes surpreendentes, mas nesse exato momento, são essas as posições dos integrantes do Bloco Democrático, que será o maior grupo parlamentar na Assembleia Legislativa.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Já não há mais dúvida de que o MDB vai apoiar Brandão

Roberto Costa e Roseana Sarney articulam alinhamento do MDB a Carlos Brandão

Os últimos movimentos do MDB, que representa hoje o Grupo Sarney, indicam que a ex-governadora Roseana Sarney decidiu parar de brincar de ser candidata ao Governo e assumir sua caminhada em direção à Câmara Federal, e colocar o partido na base da pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão. A participação destacada do deputado estadual Roberto Costa, vice-presidente e principal articulador emedebista, em ato administrativo nesta semana no Palácio dos Leões, eliminou de vez o que ainda havia de dúvida em relação à posição do seu partido no cenário que se forma para as eleições. Nos bastidores, o apoio do MDB a Carlos Brandão é considerado fato consumado, tanto que já circula até o comentário segundo o qual o partido participará oficialmente do Governo que será iniciado em abril. O que não está definido ainda é quando a presidente emedebista fará o anúncio formal da aliança.

 

Roberto Rocha vai sair da quarentena para resolver partido e candidatura

Roberto Rocha: definirá futuro semana que vem

Saindo da quarentena durante a qual venceu a Covid-19, o senador Roberto Rocha (sem partido), retomará suas funções parlamentares e retornará à ciranda político-partidária. No Senado, vai cuidar dos seus projetos e participar dos debates que certamente serão travados, por exemplo, em torno da PEC dos Combustíveis, uma das “tábuas de salvação” eleitoreiras do presidente Jair Bolsonaro (PL). No campo político, o senador vai resolver sua vida partidária, tendo o PL e o União Brasil como opções, podendo também assumir o comando do PTB, que está sem eira nem beira por conta de uma guerra pelo comando nacional. Resolvida a questão partidária, Roberto Rocha vai definir o mandato que disputará nas eleições de outubro, podendo ser candidato a governador, tentar a reeleição para o Senado ou, numa hipótese bem mais remota, tentar voltar à Câmara Federal. É provável que ele tenha essas definições em meados deste mês.

São Luís, 04 de Fevereiro de 2022.

Em meio a ecos do racha, ato na Assembleia reúne Dino, Othelino, Brandão e Weverton em clima ameno

 

Clima ameno: Flávio Dino e Othelino Neto ladeados por Carlos Brandão e Weverton Rocha na Assembleia Legislativa, depois de cumprimentos efusivos

Não há registro, pelo menos em tempos recentes, de que a roda da política tenha produzido um quadro semelhante ao que montou ontem na Assembleia Legislativa do Maranhão, na abertura do ano legislativo, o último do atual mandato parlamentar. Ali se reuniram, lado a lado na mesma mesa, em sessão solene, mas em clima desarmado e dominado pela descontração, o presidente do Poder Legislativo, deputado Othelino Neto (PCdoB), o governador Flávio Dino (PSB), o vice-governador Carlos Brandão (PSB) e o senador Weverton Rocha (PDT). O ambiente nem de longe refletiu as tensões que marcaram as 48 horas antecedentes, período em que repercutiu fortemente a impossibilidade de um acordo na base governista, que resultou no lançamento de duas candidaturas ao Palácio dos Leões, a do vice-governador Carlos Brandão e a do senador Weverton Rocha. A harmonia do ato, porém, não foi suficiente para esconder a firmeza do governador Flávio Dino no apoio ao vice Carlos Brandão, nem a determinada dissidência liderada pelo senador Weverton Rocha, apesar dos discursos paralelos em defesa da recomposição da aliança partidária em torno de um candidato.

O governador Flávio Dino leu sua mensagem de despedida após sete anos de mandato, fazendo um denso balanço das ações do seu Governo. Destacou os visíveis avanços na área a da educação, com 1.300 de construção e reforma na rede pública por meio do programa Escola Digna, incluindo os Iemas, o que impulsionou o crescimento do IDEB de 2.8 para 3.7; assinalou a estruturação e o funcionamento da rede de saúde, com hospitais de grande, médio e pequeno portes e policlínicas em todas as regiões do estado, incluindo os centros de hemodiálise, com ênfase no enfrentamento da pandemia; os 67 restaurantes populares espalhados pelo Maranhão, entre outras ações relevantes na área de infraestrutura. E enfatizou um item que preza muito: a transparência nas ações e nos gastos do Governo por meio do Portal da transparência. O portal mostra que, apesar das dificuldades, o Governo investiu mais de R$ 10 bilhões e obras nos municípios.

O governador Flávio Dino falou com a segurança de quem chega ao final da jornada governamental com a consciência em paz e politicamente credenciado a permanecer na liderança buscando a reunificação do grupo governista e para pleitear uma cadeira no Senado.

Por sua vez, em entrevista antes da sessão, o presidente Othelino Neto fez um balanço das ações da Assembleia Legislativa, a superação dos desafios impostos pela pandemia, que consolidou a importância da instituição legislativa. E na sua fala durante a sessão, num gesto que chamou a atenção, reconheceu enfaticamente os avanços do Governo Flávio Dino, com a “adoção de políticas das quais eu sou um dos signatários com muito entusiasmo”. Para ele, “fica, de fato, um legado importante do que está sendo construído e do que foi realizado nos últimos sete anos e um mês aqui no nosso estado”. E fechou, com a isenção de chefe de Poder, ao dirigir-se ao vice-governador Carlos Brandão, que será o governador a partir de abril: “Conte com esta Assembleia, que vai agir de forma responsável, preservando a sua independência, mas com absoluta harmonia, tal qual ocorreu nos últimos sete anos”.

Assim, a abertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa, que aconteceu em meio a uma forte agitação política, e que poderia ser marcada provocações de lado a lado, o que certamente contribuiria para aprofundar as diferenças, transcorreu sem sobressaltos, dentro das regras que norteiam as relações institucionais. Mesmo ficando evidenciada a enorme distância que está separando a atual divisão de uma eventual reunificação. Uma situação que, segundo o governador Flávio Dino, o vice-governador Carlos Brandão e o senador Weverton Rocha, pode ser resolvida, desde que um deles desista.

O problema é que, pelo menos por enquanto, Carlos Brandão e Weverton Rocha não emitem qualquer sinal nessa direção, mas também não manifestam interesse em aprofundar ainda mais a divisão da aliança governista.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Eleição da Mesa mostra mudança de geração no comando do TJ

Froz Sobrinho, Ricardo Duailibe, Lourival Serejo e Paulo Velten após a eleição no TJ

Num pleito marcado pelo fim das escolhas por consenso e aclamação, que durante décadas “regularam” as eleições no Poder Judiciário do Maranhão, o desembargador Paulo Velten foi eleito ontem presidente do Tribunal de Justiça. Ele terá como vice-presidente o desembargador Ricardo Duailibe. O desembargador Froz Sobrinho será o corregedor geral da Justiça. A nova Mesa Diretora do Poder Judiciário assumirá no dia 29 de Abril, segundo reza o regimento que normatizou o processo de escolha.

Paulo Velten substituirá o atual presidente, desembargador Lourival Serejo. Ele disputou o cargo recebendo 18 votos contra 12 dados à sua concorrente, a desembargadora Nelma Sarney. Ricardo Duailibe recebeu 24 dos 30 votos, sendo que os seis foram anulados após seu concorrente, desembargador Marcelino Weverton, haver desistido da disputa. A eleição de Froz Sobrinho foi a mais dura, tendo ele recebido 17 votos contra 12 dados ao seu concorrente, desembargador Raimundo Barros, tendo um voto sido anulado nessa disputa.

A eleição de ontem representa uma “virada de página” no Poder Judiciário do Maranhão. A começar por um fato que chamou a atenção: nenhum dos eleitos é juiz de carreira – o presidente e o vice vêm da vaga da advocacia e o corregedor é oriundo do Ministério Público. Além disso, os três representam a nova geração da magistratura maranhense, encerrando de vez o ciclo das experientes “raposas” que movimentam os bastidores políticos do Poder Judiciário do Maranhão. “Estejam todos certos de que eu me empenharei ao máximo para ser o presidente de todos e fazer com que o Tribunal recupere a sua união, superado esse momento de escrutínio”, disse Paulo Velten momentos após a eleição. Nessa declaração emblemática, ele praticamente admite as profundas diferenças que se verificam no colégio de desembargadores e se coloca como o fiel dessa balança.

Os resultados das três eleições mostraram com clareza que o Tribunal de Justiça do Maranhão ainda é uma Corte marcada por profundas diferenças políticas e doutrinárias.

 

PDT perdeu a Prefeitura e vai perder a Câmara de São Luís

Osmar Filho: vai  sair sem deixar sucessor 

Numa das entrevistas que concedeu ontem, o senador Weverton Rocha contestou a afirmação, feita por adversários, de que sua candidatura é um projeto pessoal. Para mostrar que representa um projeto político coletivo, ele elencou uma série de personalidades que o apoiam, destacando o atual presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Osmar Filho (PDT), por ele apontado como uma grande liderança. A manifestação do senador chama a atenção para o fato de que, como aconteceu na Prefeitura de São Luís, o PDT, que tinha o prefeito, Edivaldo Holanda Jr., não lançou candidato e entregou a maior e mais importante joia municipal maranhense sem fazer força, faz o mesmo agora, na Câmara da Capital. Tendo o presidente, partido do senador Weverton Rocha, que tem quatro vereadores, abre mão de disputar a sucessão de Osmar Filho para apoiar a candidatura do vereador Dr. Gutemberg, representante solitário do PSC na Câmara de São Luís, que vai disputar com o vereador Paulo Victor (PCdoB), que na mais recente contagem de apoiadores levava vantagem por dois votos. Uma situação política difícil de ser entendida.

São Luís, 03 de Fevereiro de 2022.

Com saldo positivo de atuação, deputados iniciam hoje um ano de desafios, entre eles, as eleições

 

O presidente Othelino Neto (PCdoB) comandará o parlamento formado pelos deputados Glaubert Cutrim (PDT) Adelmo Soares (PCdoB),  Sarney (PV), Roberto Costa (MDB), Antônio Pereira (PSB), Arnaldo melo (MDB), Carlinhos Florêncio (PCdoB), César Pires (PSD), Cleide Coutinho (PDT), Daniela Tema (DEM), Duarte Jr. (PSB), Detinha (PL), Yglésio Moises (PROS), Edson Araújo (PSB), Fábio Macedo (Republicanos), Fábio Braga (SD), Hélio Soares (PL), Helena Duailibe (SD), Leonardo Sá (PL), Marco Aurélio (PSB), Mical Damasceno (PTB),  Neto Evangelista (DEM), Pará Maranhão (PSL), Pastor Damasceno, Paulo Neto (DEM), Rafael Leitoa (PDT), Rildo Amaral (SD), Ricardo Rios (PDT), Andreia Resende (DEM), Socorro Waquim (MDB), Thaísa Hortegal (PP),  Welllington do Curso (PSDB), Wendell Lages (PMN), Zé Inácio (PT), Betel Gomes (PRTB), Ciro Neto (PP), Ariston Ribeiro (Republicanos), Márcio Honaiser (PDT), Zito Rolim (PDT) e Vinícius Louro (PL) no último ano do atual mandato

Em meio à forte repercussão do racha na aliança partidária e governista, com as pré-candidaturas do vice-governador Carlos Brandão (migrando do PSDB para o PSB) e do senador Weverton Rocha (PDT), e da última mensagem do governador Flávio Dino (PSB), que renunciará no final de março para se candidatar ao Senado, a Assembleia Legislativa inicia hoje, sob o comando do presidente Othelino Neto (PCdoB), o último ano do mandato dos atuais 42 deputados. Casa essencialmente política, onde desaguam as tensões causadas pela guerra pelo poder, o parlamento maranhense dá a largada para a reta final mirando as urnas de outubro, quando seus integrantes terão a oportunidade de pedir ao eleitorado que renovem seus mandatos, como acontece a cada quatro anos numa democracia sólida. Não será surpresa se o plenário for aqui e ali sacudido por tensos reflexos das tensões regionais, causadas pelas pela disputa pelo voto. No plano coletivo, porém, os deputados irão para as urnas com um trunfo consistente: o Poder Legislativo teve atuação correta, eficiente e decisiva no combate à pandemia do novo coronavírus, assegurando ao Poder Executivo os instrumentos legais para as ações que diferenciaram o Maranhão nessa guerra.

Politicamente, a Assembleia Legislativa mantém a tradição da não unanimidade, com o plenário dividido por governistas e oposicionistas, o que, vez por outra, causa embates duros, com a banda oposicionista, bem modesta, no ataque, e a governista, que forma larga maioria, na defesa, quase sempre vitoriosa, pelo volume pelos argumentos. Foi assim nos últimos três anos, o que torna os atuais deputados estaduais políticos com boa experiência, fazendo com que a atual Assembleia Legislativa uma com uma composição relativamente jovem – o presidente Othelino Neto tem 46 anos. O governador Flávio Dino trabalhou politicamente e institucionalmente com correção, o que ajudou o parlamento maranhense a preservar o seu perfil político e sua identidade institucional.

Quando a pandemia se instalou no Maranhão, a Assembleia Legislativa reagiu rápida e corretamente, tornando-se pioneira na realização de sessões virtuais e remotas, o que lhe garantiu seguir trabalhando, apesar das limitações impostas pela Covid-19. Além da autoproteção, o parlamento estadual foi decisivo na discussão e votação de medidas propostas pelo governador Flávio Dino, como o fechamento total na Grande Ilha, que foi decisivo para colocar o Maranhão como referência. Nenhuma proposta tecnicamente correta foi recusada pelos deputados, que com raríssimas, posições fora da linha e da lógica. Nesse sentido, os deputados votaram pela sociedade. Sob a e presidência de Othelino Neto e ação dos líderes governistas, como os deputados Marco Aurélio (PCdoB) e Rafael Leitoa PDT), e oposicionistas, como César Pires (PSD), Adriano Sarney (PV) e Wellington do Curso (PSDB), parlamentares do atual mandato atuaram fortemente, principalmente contra a pandemia, tendo ganhado, portanto, autoridade política para pedir votos para a renovação dos seus mandatos.

Nesse ambiente, deputados como Yglésio Moises (PROS) revelaram-se atuantes no campo propositivo, tanto no sentido legislativo propriamente dito, quanto campo das experiências.

Na seara política, os deputados foram muito ativos, com destaque para alguns articuladores, como Roberto Costa (MDB), Duarte Jr. (PSB), Neto Evangelista (DEM), Detinha (PL) e Cleide Coutinho (incansável PDT). Esses e outros parlamentares funcionaram como articuladores, desativando bombas e desmontando crises, assegurando assim as condições para que outros parlamentares se destacassem na produção legislativa.  Várias “bombas” foram eclodidas no plenário, mas surpreendentemente os parlamentares envolvidos em articulações cuidaram de desmanchar a má impressão causada. Em relação à sucessão estadual, o parlamento maranhense está fortemente dividido, com mais ou menos dois terços apoiando a pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão e um terço na alinhado ao projeto de candidatura do senador Weverton Rocha.

O ano legislativo que a ser instalado hoje colocará os deputados diante de uma mudança importante na esfera dos: a partir de hoje à tarde, eles estabelecerão relações com o novo comando do Poder Judiciário, que será eleito hoje, e a partir de abril com o governo liderado pelo hoje vice-governador Carlos Brandão. O último ano do atual mandato será, como se vê, fortemente marcado por desafios.

Em Tempo: A sessão solene de abertura da 4ª Sessão Legislativa da 19ª Legislatura da Assembleia Legislativa será aberta às 9h30, no Plenário Nagib Haickel. O item principal será a leitura da última mensagem do governador Flávio Dino, que deve comparecer, como sempre fez ao longo dos dois mandatos.

 

 PONTO E CONTRAPONTO

 

Dino aposta que grupos se unirão antes das convenções

Flávio Dino não crê em racha e aposta na unidade

O governador Flávio Dino não concorda com a afirmação segundo a qual houve um racha na aliança governista com as pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão e do senador Weverton Rocha à sua sucessão. Para ele, o que está havendo é uma dissidência, já que nem ele, como líder e articulador, nem os dois candidatos fecharam portas. O governador reafirma o seu apoio ao vice-governador, e não descarta a possibilidade de o senador Weverton Rocha rever seu projeto, o arquive temporariamente, e apoie o projeto do vice-governador Carlos Brandão. Flávio Dino acredita que a candidatura do vice-governador tenha ampliada sua base partidária e ganhe o respaldo da militância dos partidos que o apoiam e de segmentos organizado da sociedade civil. Na sua perspectiva, antes das convenções os grupos voltarão à mesa de negociações para negociar um grande acordo em torno de Carlos Brandão, e que deixe Weverton Rocha numa situação confortável.

 

MDB está decidido a apoiar o vice Carlos Brandão

Roseana Sarney deve apoiar Carlos Brandão

Mesmo com partidários incentivando a ex-governadora Roseana Sarney a assumir a condição de pré-candidata ao Governo do Estado, o MDB caminha para se posicionar na corrida sucessória como apoiador da pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão, que nesta semana deve se filiar ao PSB. Essa posição já está acertada internamente com os deputados federais Hildo Rocha e João Marcelo, com os deputados estaduais Roberto Costa, Arnaldo Melo e Socorro Waquim e os prefeitos do partido. O acerto interno conta com o aval do ex-presidente José Sarney, que é presidente de honra do MDB nacional. Mesmo assim, a ex-governadora Roseana Sarney, que preside a agremiação no estado, vai reunir novamente o grupo para fechar de vez o acordo. A expectativa é que ela faça o anúncio da aliança com Carlos Brandão até meados de março. A única voz discordante é a do ex-suplente de senador Lobão Filho, que teria declarado apoio à pré-candidatura do senador Weverton Rocha.

São Luís, 02 de Fevereiro de 2022.

Sucessão: Sem acordo, Dino confirma Brandão e Weverton mantém candidatura

 

Carlos Brandão em coletiva à noite no Hotel Luzeiros, reafirmando sua candidatura; Weverton Rocha na sede do PDT, anunciando que vai em frente com seu projeto

Se não estava desenhado com clareza no cenário político, era visível o rascunho da divisão materializada ontem na corrida sucessória no âmbito da aliança partidária liderada pelo governador Flávio Dino (PSB). De um lado, o vice-governador Carlos Brandão, que se filiará nesta semana ao PSB, foi confirmado como o pré-candidato da maior fatia da base partidária governista ao Palácio dos Leões. Do outro, o senador Weverton Rocha (PDT), confirmou sua pré-candidatura, tendo como suporte a fatia menor da aliança governista. A manutenção das duas posições consumou o “racha”, que para alguns é irreversível, enquanto que para outros reflete apenas o momento, podendo haver uma rearrumação ao longo dos cinco meses que separam os pré-candidatos das convenções partidárias. Para o governador Flávio Dino, o que está em curso “é uma dissidência” capitaneada pelo senador pedetista, ou seja, uma situação que poderá ganhar outro formato nos dias que virão. Mas a julgar pelos movimentos de ontem, o desfecho mais levado em conta será o confronto nas urnas.

Não houve surpresa na confirmação de Carlos Brandão como o escolhido pela maioria da base partidária governista, formada por PSB, PSDB, PCdoB, PT, PROS, PV e Cidadania, e como a iminência de ingresso do PP e do PSL. O anúncio de hoje apenas consolidou a situação anunciada na reunião de 29/11/21. Ontem, na entrevista que concedeu à noite no Hotel Luzeiros, após a reunião no Palácio dos Leões, Carlos Brandão declarou, em alto e bom som: “As conversas com o MDB estão bastante avançadas, o Pedro Lucas e o André Fufuca, do PP, estão 90% fechados”. Ou seja, tem suporte político e eleitoral para entrar em ritmo de pré-campanha. Os dirigentes os partidos assinaram uma nota declarando apoio à pré-candidatura do vice-governador ao Governo e a do governador Flávio Dino ao Senado.

O senador Weverton Rocha não surpreendeu e fez exatamente o que era aguardado. Sabedor de que seria minoria na reunião e que o vice-governador seria confirmado, ele preferiu alterar o roteiro do processo: foi, no meio da tarde, ao Palácio dos Leões, onde manteve uma conversa reservada com o governador Flávio Dino, a quem comunicou sua não ida à reunião, a manutenção de sua pré-candidatura ao Governo, e ainda que, independentemente de qualquer situação, ele e seu grupo apoiarão a candidatura dele, Flávio Dino, ao Senado. O senador deixou a sede do Governo e foi direto para a sede do PDT, na Rua do Sol, onde reuniu líderes do grupo que o apoia, e anunciou sua decisão de seguir com o projeto de chegar ao Palácio dos Leões. Tem o apoio do PDT, Republicanos, DEM, Rede e Podemos, além de pelo menos 50 prefeitos e um terço da Assembleia Legislativa.

O governador Flávio Dino fez a sua parte como líder do processo. Por razões exaustivamente explicadas, ele se posicionou pela pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão, mas em nenhum momento fechou as portas ao diálogo com o senador Weverton Rocha, a quem tentou, sem sucesso, convencer de que um acordo poderia assegurar a candidatura dele, Weverton Rocha, ao Governo em 2026. Mesmo na conversa de ontem à tarde, Flávio Dino teria ainda sugerido a Weverton Rocha que revisse sua posição, mas ele se manteve inflexível. Na reunião palaciana com a banda aliada, o governador relatou a posição do senador pedetista e reafirmou, categoricamente, seu apoio do projeto do vice-governador Carlos Brandão, fazendo também questão de deixar o campo aberto ao diálogo.  E recebeu o respaldo formal dos representantes partidários que participaram da reunião, incluindo o próprio vice-governador Carlos Brandão.

– Temos uma dissidência. Mas temos ampla maioria. Creio que esta irá ser ainda maior. Lamento a dissidência, porém me cabe executar a decisão da maioria do grupo. Assim age um líder democrático – declarou o governador ao responder a uma indagação da Coluna.

A aliança liderada pelo governador Flávio Dino não vingou unida na disputa da sua própria sucessão. Seus adversários dirão que ele fracassou. Não é verdade. O governador tem um candidato viável, que leva para a campanha a maior fatia das forças políticas que lidera, lembrando ainda que entre os dissidentes não há inimigos seus.

 

PONTOS & CONTRAPONTOS

 

Weverton sofre reveses na sua base de apoio

André Fufuca, Pedro Lucas e Francisco Nagib com Carlos Brandão

O projeto de candidatura do senador Weverton Rocha sofreu três golpes nada desprezíveis. O primeiro foi a confirmação do PT na base de apoio da pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão, acertada em jantar na noite de domingo, o que elimina a possibilidade da presença do ex-presidente Lula da Silva no seu palanque, em que pese a boa relação entre eles. O segundo foi a revelação de que os deputados federais André Fufuca, que atualmente é seu presidente nacional do PP, e Pedro Lucas Fernandes, que será o presidente do União Brasil no Maranhão, estão “80%” inclinados para ingressar na base de apoio da pré-candidatura de Carlos Brandão. Quando declarou apoio a Weverton Rocha, André Fufuca fez uma ressalva, deixando claro que sua posição poderia ser revista, como de fato está acontecendo. Já Pedro Lucas Fernandes comandava o PTB, de onde saiu e ingressou no PSL, ainda está avaliando e deve se posicionar já na semana que vem, segundo informou o pai e guru político dele, Pedro Fernandes, atual prefeito de Arame. E o terceiro golpe foi o rompimento do ex-prefeito de Codó, Francisco Nagib, com o PDT, e o anúncio de que ele apoiará a candidatura do vice-governador Carlos Brandão.

 

Othelino Neto e Eliziane: situações diferentes como apoiadores de Weverton

Othelino Neto mantém coerência; Eliziane Gama sem aval partidário

No ato que comandou na sede do PDT, após a conversa com o governador Flávio Dino, o senador Weverton Rocha falou ladeado pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB) e pela senadora Eliziane Gama (Cidadania), vistos como os principais suportes políticos do projeto de candidatura do senador pedetista.

Coerente com a posição que tomo desde que Weverton Rocha alinhavou o seu projeto de poder, o deputado Othelino Neto vem mantendo-se firme na sua posição, como voz dissidente no PCdoB, que já anunciou apoio a Carlos Brandão. Ele cresceu ganhou estatura como chefe de Poder, que sabe separar as coisas, não misturando obrigações institucionais com relações político-partidárias, o que tem lhe garantido boa impressão dentro e fora da seara política.

A senadora Eliziane Gama vive uma situação bem diferente e delicada, à medida que sua posição é confrontada diretamente pelo seu partido, o Cidadania, que já declarou formalmente apoio a Carlos Brandão. A crise no braço maranhense do Cidadania colocou em xeque a sua liderança dentro e fora do partido. Mesmo assim, seu apoio ao colega senador Weverton Rocha é tido como valioso pelos observadores.

 

Dúvida no ar: PDT fica ou sai do Governo?

Uma forte expectativa está no ar desde ontem: como ficará a situação do PDT no Governo com a decisão do senador Weverton Rocha de ir para o confronto direto com o vice-governador Carlos Brandão, que será o governador titular a partir das primeiras horas de abril. Não há número preciso, mas é certo que o partido ocupa um naco dos cargos comissionados no Governo do Estado. Ontem, o senador Weverton Rocha, que preside o braço estadual do partido, disse que a permanência de pedetistas no Governo é decisão do governador Flávio Dino. Não é bem assim. Flávio Dino só será governador até 31 de março. A partir de abril, o chefe do Governo será Carlos Brandão, com todos os poderes, a começar pelos de admitir e demitir. A pergunta que fica é a seguinte: Carlos Brandão vai manter pedetistas no Governo tendo o presidente do PDT como seu adversário na disputa sucessória?

 

Brandão define migração para o PSB

A migração do vice-governador Carlos Brandão para o PSB resolveu uma série de pendências, sendo a mais importante delas o apoio do PT, que foi definido após a confirmação da conversão ao vice-governador ao socialismo democrático.

Agora com a sua situação partidária resolvida, Carlos Brandão está em condições de cuidar da sua pré-campanha, mas sem relaxar nos esforços para buscar a unidade do grupo: “Até as convenções manteremos o diálogo e espero que o senador Weverton mude de ideia e nos apoie”, concluiu.

São Luís, 01 de Fevereiro de 2022.