Arquivos mensais: novembro 2020

Neto apoia Braide, PCdoB se mobiliza por Duarte Jr. e PDT perde rumo com silêncio de Weverton e Edivaldo Jr.

 

Rubens Júnior e Duarte Jr. ainda pré-candidatos do PCdoB, se juntam novamente; Eduardo braide recebe o apoio de Carlos Madeira e Neto Evangelista, entre os deputados Glaubert Cutrim e Roberto Costa, anuncia apoio a Eduardo Braide

À medida que o embate entre Eduardo Braide (Podemos) e Duarte Júnior (Republicanos) no 2º turno da eleição para a Prefeitura de São Luís começa a ganhar corpo, as forças políticas e partidárias nele envolvidas se movimentam para ocupar os espaços que suas lideranças vão determinando. Há, porém, curiosidades surpreendentes nessa arrumação, que deixam ar a impressão de que algumas peças estranhas ao processo tentam se encaixar. Enquanto o DEM, com o apoio declarado de Neto Evangelista, e o MDB se posicionaram pela candidatura de Eduardo Braide, e o PCdoB, o Cidadania e o PROS declararam apoio inequívoco à candidatura de Duarte Júnior, o PDT, que é, ainda, uma grande força em São Luís, parece um quartel sem comando, com quadros importantes divididos entre as duas candidaturas, com o prefeito pedetista Edivaldo Holanda Júnior mantendo um silêncio obstinado em relação ao pleito, e o presidente do partido, senador Weverton Rocha, que tanto se empenhou pelo candidato do DEM no 1º turno, se mantém inexplicavelmente afastado do cenário.

Nesse contexto, todas as atenções se voltam para o PDT, em especial para o senador Weverton Rocha e para o prefeito Edivaldo Holanda Júnior. Enquanto o PCdoB atende ao chamamento do governador Flávio Dino e o presidente do partido, deputado federal Márcio Jerry, anuncia mobilização e ação, o PDT mostra-se agora um partido sem rumo e dividido na Capital. Os vereadores reeleitos Osmar Filho e Raimundo Penha – duas forças na cidade, vale registrar – reforçaram a candidatura de Eduardo Braide, enquanto o vereador não reeleito Ivaldo Rodrigues, também um quadro forte, se posicionou a favor de Duarte Júnior – uma situação impensável na era Jackson Lago. Outras figuras menos expressivas estão tentando se acomodar nos dois lados.

Causa estranhamento o distanciamento do senador Weverton Rocha desse contexto desde que o resultado configurou a completa derrota do PDT em São Luís, perdendo a maior e mais importante Prefeitura do Maranhão e metade da sua bancada na Câmara Municipal da Capital. O argumento de que se trata de apenas uma eleição municipal não cola, porque São Luís é peça-chave na montagem política para as eleições de 2022, fazendo uma enorme diferença dependendo de quem esteja no seu controle.

São muito os exemplos de liderança firme. Epitácio Cafeteira e Jackson Lago construíram suas brilhantes carreiras a partir de São Luís. E no caso de Jackson Lago não há registro de que em algum momento o fundador e líder maior do PDT tenha permitido uma situação como essa. Até quando manteve uma “quase” aliança com a então governadora Roseana Sarney Jackson Lago permitiu divisões no partido.

O argumento subterrâneo de que a eleição de Duarte Júnior fortalece o projeto do vice-governador Carlos Brandão (Republicanos) faz sentido na lógica do senador, mas não na lógica do governador, para quem o importante é manter a Capital sob o controle do grupo.

Qualquer que venha ser a posição do senador Weverton Rocha, ela chegará atrasada. Isso porque em política existe uma regra segundo a qual o líder é quem fala primeiro e define a posição do grupo, como fez o governador Flávio Dino ao declarar apoio a Duarte Júnior já na noite de Domingo, para não deixar dúvida.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

No jogo dos apoios, Duarte Jr. está levando a melhor sobre Eduardo Braide

Neto Evangelista vai com Eduardo Braide e Rubens Jr. vai com Duarte Jr. em São Luís

Eduardo Braide conta com três ex-candidatos. O primeiro a lhe declarar apoio foi o deputado Neto Evangelista (DEM), que o fez de maneira enfática, justificou sua posição demarcando a sua distância de Duarte Júnior, mas se manifestando dentro dos limites da civilidade, sem agredir adversário nem passar a antipática imagem do perdedor ressentido. Eduardo Braide passou a contar ontem também com o apoio declarado do competente deputado Yglésio Moises (PROS), que, no entanto, surpreendeu pelo tom agressivo com que se referiu ao candidato do Republicanos, contra quem usou adjetivação pesada, atropelando a civilidade política. Ainda ontem, o candidato do Podemos foi apoiado pelo ex-candidato do Solidariedade, Carlos Madeira – que desistiu da disputa por causa do novo coronavírus. Eduardo Braide conta ainda com os deputados federais Edilázio Jr. (PSD) e Aluísio Mendes (PSC), que o apoiaram no 1º turno. E deve receber ainda o apoio do senador Roberto Rocha (PSDB).

Duarte Júnior, por sua vez, já recebeu o apoio do governador Flávio Dino, do deputado federal e ex-candidato Rubens Júnior, e do PCdoB, do seu presidente, deputado federal Márcio Jerry, e da senadora Eliziane Gama e do Cidadania. Ontem, correu a informação de que o deputado federal Bira do Pindaré e o PSB declararão apoio ao candidato do Republicanos, que também conta com o aval declarado do vice-governador Carlos Brandão (Republicanos) e do presidente do PL, deputado federal Josimar de Maranhãozinho.

Os apoiadores de Eduardo Braide festejam o apoio dos deputados estaduais César Pires (PV), Glaubert Cutrim (PDT), Carlinhos Florêncio (PCdoB), Fernando Pessoa (Solidariedade) – prefeito eleito de Tuntum -, Ciro Neto (PP) e Roberto Costa (MDB). Por sua vez, aliados de Duarte Júnior fazem o contrapeso lembrando que ele é apoiado pelos deputados Detinha (PL) – que se candidatou à Prefeitura de São Luís, mas desistiu -, Hélio Soares (PL), Mical Damasceno (PTB), Pastor Cavalcante (PROS) e Marco Aurélio (PCdoB), segundo colocado na disputa pela Prefeitura de Imperatriz.

Por enquanto, o jogo dos apoios está equilibrado, sendo provável que ao longo da campanha outros deputados se manifestem, entre eles Wellington do Curso (PSDB), que tem base forte em São Luís.

 

Othelino Neto cumpriu maratona e saiu das urnas com uma forte base de apoio

Othelino Neto cumpriu uma verdadeira maratona durante a campanha, saiu forte das urnas, inclusive com a sua mulher, Ana Paula, eleita vice-prefeita de Pinheiro

Em meio às contas do “ganhou-perdeu” que se continua fazendo nos bastidores da política, alguns levantamentos começam a definir o cacife de parlamentares que participaram ativamente das disputas municipais, formando base para o próximo desafio, agendado para 2022. Nesse contexto, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), desponta como um dos mais atuaram e mais acumularam dividendos políticos e eleitorais na corrida que redesenhou o poder político nos municípios maranhenses. Ele apoiou pouco mais de duas dezenas de candidatos, dos quais nada menos que 18 foram bem-sucedidos.

Ao final da intensa e exaustiva maratona, que o levou a percorrer milhares de quilômetros nos quatro quadrantes do Maranhão, Othelino Neto “saiu” das urnas politicamente mais forte e comemorando o maior dos seus ganhos nessa corrida ao voto: a eleição da sua mulher, Ana Paula Lobato (PDT), vice-prefeita de Pinheiro, contribuindo para a retumbante reeleição do prefeito Luciano Genésio (PP). Othelino Neto viu aliados seus elegerem-se nas mais diversas regiões do estado, como Carlinhos Barros (PCdoB) em Vargem Grande, no Baixo Parnaíba, assim como Raimundo Silveira (PROS) em Parnarama, no Leste do estado, Dr. Amilcar (PCdoB) em Barreirinhas, na região dos Lençóis,  e Felipe dos Pneus (Republicanos) em Santa Inês, na Região Central do estado.

Ao final da sua maratona, Othelino Neto apoiou os seguintes candidatos eleitos: Galego Mota (Solidariedade) em Dom Pedro, Doutor Airton (Solidariedade) em Carutapera, Geraldo Azevedo (PCdoB) em Olho D`Água das Cunhãs, Heliezer do Povo (PCdoB) em Peri Mirim, Zé Farias (PDT) em Brejo, Flávio Furtado (PDT) em Duque Bacelar, Raimundo Lídio (Republicanos) em Paulino Neves,  Zezildo Almeida (PTB) em Santa Helena, Antônio Borba (Patriotas) em Timbiras,  Valéria Castro (PCdoB) em Presidente Sarney,  Paulo Curió (PTB) em Turilândia, Toca Serra (PCdoB) em Pedro do Rosário, e Edvan Brandão (PDT) em Bacabal, entre outros.

São Luís, 19 de Novembro de 2020.

Eduardo Braide e Duarte Júnior mobilizam forças políticas para o grande embate em São Luís

 

Eduardo Braide recebendo apoio dos deputados César Pires e Glaubert Cutrim e Duarte Júnior recebeu o aval da senadora Eliziane Gama e do Cidadania

A movimentação política e partidária iniciada tão logo as urnas informarem que a eleição do novo prefeito de São Luís será o resultado de um embate entre Eduardo Braide (Podemos) e Duarte Júnior (Republicanos) e cujo desfecho se dará no dia 29, mostrou que por trás dos dois candidatos estão se mobilizando, de um lado, correntes de oposição, e de outro, forças governistas. Eduardo Braide recebeu declarações de apoio de parlamentares como os deputados estaduais César Pires (PV), que é uma das vozes mais ativas do que restou do Grupo Sarney, Carlinhos Florêncio (PCdoB), cuja base é Bacabal, e Glaubert Cutrim (PDT), que tem forte atuação na Capital e em São José de Ribamar, e o deputado federal Gil Cutrim, ex-prefeito da Cidade do Padroeiro. Duarte Júnior, por sua vez, além do apoio declarado do governador Flávio Dino (PCdoB) e do deputado federal Rubens Júnior, ex-candidato do PCdoB, recebeu o aval político e eleitoral da senadora Eliziane Gama (Cidadania), e a adesão de secretários importantes, como Felipe Camarão (Educação), e do suplente de deputado federal Gastão Vieira, presidente estadual do PROS. As manifestações são sinais de como as forças se organizarão em torno dos candidatos.

Uma avaliação cuidadosa e isenta da arrumação das forças políticas mostra claramente que nesse campo Duarte Júnior entra na reta final com uma base que pode lhe dar uma forte e decisiva injeção eleitoral. Já Eduardo Braide deve receber o apoio declarado do senador Roberto Rocha, líder do PSDB estadual, de alguns deputados federais, mas esses, ao contrário dos apoiadores de Duarte Júnior, não têm força eleitoral na Ilha para turbinar uma candidatura a prefeito. Por outro lado, se todas as forças que apoiarão Duarte Júnior o farão às claras, nos bastidores fervilham informações de que uma fatia expressiva, mas não assumida, da aliança governista apoiará o candidato do Podemos, à luz do dia ou de maneira subterrânea.

Dos ex-candidatos, Rubens Júnior já se posicionou declarando apoio a Duarte Júnior. Ontem, Jeisael Marx, ex-candidato do Rede, anunciou sua neutralidade, alegando que nenhum dos dois têm discurso e programa de Governo identificado com as propostas que apresentou durante a campanha. Por sua vez, o deputado Yglésio Moises, candidato do PROS, na contramão da posição tomada pelo presidente do seu partido, e contrariando o discurso da transparência, divulgou em redes sociais que não votará em “bandido, mentiroso e sociopata”, mas sem deixar claro em quem estava atirando. Mirava em Duarte Júnior ou em Eduardo Braide? E para não dar força de verdade aos rumores que estão correndo nos bastidores, o deputado Neto Evangelista, ex-candidato do DEM, que costuma ser direto nas suas manifestações, avisou que dirá hoje qual será o seu caminho. O mesmo se espera de Bira do Pindaré, ex-candidato do PSB.

Vale anotar que, juntos, Neto Evangelista, Rubens Júnior e Bira do Pindaré receberam nada menos que 31% dos votos válidos, o que representa um volume de 179 mil votos, ou seja, o dobro do número de sufrágios que Duarte Júnior, que obteve 22%, precisa para se nivelar com Eduardo Braide, que saiu das urnas com 37% dos votos. Mas é preciso também observar que os pouco mais de 3% de votos (pouco mais de 16 mil) dados pela direita radical a Silvio Antônio, ex-candidato do PRTB, muito provavelmente migrarão para Eduardo Braide. Numa outra perspectiva, essa contabilidade poderá ser fortemente alterada se o prefeito Edivaldo Holanda Júnior entrar na ciranda levando junto o senador Weverton Rocha e o PDT – ou o contrário.

A movimentação política em torno dos candidatos só faz sentido se os apoiadores tiverem cacife para transformar suas palavras de adesão em contribuição eleitoral efetiva. Nesse ponto, o cenário desenhado até ontem à noite era muito mais favorável a Duarte Júnior. Eduardo Braide, por seu turno, tem experiência política e eleitoral suficiente para saber que tem diante dele um movimento poderoso ganhando forma, com o diferencial de que o candidato que o lidera é, como ele, um fenômeno político e eleitoral. Resta saber se terá condições de resistir e manter o favoritismo.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Imbróglio eleitoral pode iniciar novo ciclo na política de São José de Ribamar

Se confirmado, Júlio Matos pode mandar Eudes Sampaio e Luís Fernando Silva para casa

Independentemente do desfecho da guerra judicial que envolve a candidatura do ex-prefeito Júlio Matos (PL), o eleitorado de São José de Ribamar foi claro: o quer de volta ao cargo, tendo decidido mandar o atual prefeito, Eudes Sampaio (PTB), para casa, decisão que também inclui um recado direto ao ex-prefeito Luís Fernando Silva de que seu tempo de liderança ali está caminhando para o fim. Ecos desse recado também foram endereçados ao senador Weverton Rocha, que avaliou mal o cenário ribamarense e caiu na hábil conversa do ex-deputado estadual Jota Pinto, que o convenceu de que venceria a eleição.

Os sinais de que esse poderia ser o desfecho dessa disputa foram emitidos há tempos, como que recomendando que os grandes partidos formassem uma frente em torno do prefeito Eudes Sampaio ou de outro candidato, de modo a enfrentar surpresas. Mas as vaidades, a ideia ultrapassada de domínio de território e as jogadas espertas inviabilizaram qualquer proposta de aliança. O grande responsável pela situação ali criada foi o fosso aberto entre o ex-prefeito Luís Fernando e o ex-prefeito Gil Cutrim (PDT), juntamente com seu pai, o ex-deputado e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Edmar Cutrim, e seu irmão, o deputado estadual Glaubert Cutrim (PDT). As diferenças de ex-aliados se transformaram em ódio visceral, fazendo a política de São José de Ribamar, o terceiro maior e mais importante colégio eleitoral do Maranhão, num bateu-levou entre desafetos. E foi nesse ambiente de tensões que Júlio Matos montou sua estratégia de manter seu espaço sem se ligar e nenhum grupo. Deu no que deu.

A decisão do TRE de validar o registro da candidatura de Júlio Matos, mesmo com a manifestação contrária do Ministério Público, indica que ele assumirá o cargo e governará a cidade, comandando uma guinada de muitos graus na política ribamarense.

 

Flávio Dino critica Paulo Guedes em conferência virtual com universidade francesa

Flávio Dino durante conferência virtual com universidade francesa sobre o Brasil

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) causava, ontem, perplexidade aos presidentes da Rússia, Vladimir Putin, da China, Xi Jinping, e da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e ao premier da Índia, Narendra Modi, na reunião virtual dos BRICS, com um discurso alinhado ao seu ídolo, o derrotado presidente norte-americano Donald Trump, e totalmente desconectado da realidade planetária, o governador Flávio Dino (PCdoB) dava mais uma demonstração de que tem bagagem e autoridade política e administrativa para criticar duramente o Governo bolsonarista. E o fez na conferência virtual “Pour Le Brésil”, promovida pela universidade Sciences Po, ao criticar duramente a política econômica do atual Governo, comandada pelo ministro Paulo Guedes, um banqueiro defensor intransigente da doutrina liberal.

O governador declarou que nunca ouviu o ministro da Economia, Paulo Guedes, falar sobre desigualdade, pobreza e crescimento econômico. “São termos que ele não conhece. Paulo Guedes quer se manter fiel aos seus dogmas, que não são condizentes com a realidade. O problema dele é com a Sua Excelência, a realidade”, estocou o dirigente maranhense.

Durante a conferência, Flávio Dino destacou a situação do Maranhão, que vem vivenciando um sólido processo de crescimento, como registrou o PIB de 2018, divulgado recentemente pelo IBGE, que mostra que, enquanto o crescimento do Brasil foi de 1,8%, o Maranhão cresceu 2,9%, sendo o maior crescimento da região Nordeste, um número acima da média nacional.

– No Maranhão estamos no 4º ano seguido de saldo positivo na geração empregos, apesar da conjuntura inóspita. É preciso rever postulados, como o papel dos bancos e fundos públicos. Estamos falando de centenas de milhões de reais que poderiam ser investidos em serviços e obras públicas para geração de empregos – assinalou Flávio Dino.

O chefe do Governo do Maranhão fez questão de destacar um dos pilares do sucesso da sua gestão:  “Um dos segredos do Maranhão é a gestão honesta, com probidade no trato do dinheiro público, o que significa muito na justiça da alocação dos recursos públicos”.

São Luís, 18 de Novembro de 2020.

Eleições municipais redesenharam o mapa político e partidário do Maranhão

 

Weverton Rocha, Josimar de Maranhãozinho, Carlos Brandão e Márcio Jerry comandam o novo desenho partidário do MA

As eleições de Domingo redesenharam radical e amplamente o mapa político e partidário do Maranhão desenhado nas eleições municipais de 2016. O PCdoB, que saiu daquelas eleições como o maior partido do estado, perdeu essa posição para o PDT, que emergiu das urnas com 42 prefeitos, seguido de perto pelo PL com 37, e do Republicanos, que conquistou 25 prefeituras, ficando agora em quarto lugar, com 22 prefeitos, contra os 46 que elegera em 2016. O PSDB, que naquele ano saiu das urnas como o segundo mais forte, foi mandado para o rabo da fila, tendo elegido apenas quatro prefeitos, enquanto o PT quase desapareceu do cenário municipal, saindo das urnas com apenas um prefeito, Luiz da Amovelar Filho, reeleito em Coroatá, só ganhando do PV, que não fez prefeitos e estará fora do mapa político municipal a partir de Janeiro. Outros partidos, como PP, DEM, PTB, MDB e PSB conseguiram sobrevida, permanecendo vivos e com algum cacife no contexto político estadual.

Nesse novo tabuleiro, o senador Weverton Rocha, chefe estadual do PDT, sai como vencedor, mas amargando perda de importância política por não ter agora o controle das prefeituras de São Luís, onde tentou sem sucesso eleger uma vice, e de Codó, onde seu prefeito fracassou e o candidato a prefeito foi derrotado. Salvo Bacabal, onde o prefeito pedetista Edvan Brandão se reelegeu com 55% dos votos, e Balsas, cujo prefeito do partido, Erik Costa e Silva, renovou o mandato com mais de 80% dos votos, a maioria dos prefeitos eleitos pelo PDT vai comandar municípios pequenos, que valem política e eleitoralmente pelo conjunto, o que coloca em dúvida o poder de fogo do senador na guerra pelo Governo do Estado em 2022.

Por sua vez, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, chefe maior do PL, comemora os 37 prefeitos eleitos pelo seu partido, embora corra o sério risco de ficar sem o mais importante deles, São José de Ribamar, onde o candidato do PL, Júlio Matos, pode ter seus votos anulados e ser mandado para casa. Em compensação, o PL vai comandar a estratégica e importante prefeitura de Barra do Corda pelas mãos do deputado Rigo Teles, que tirou o PCdoB do poder no município. Foi uma virada radical e surpreendente. Nas eleições municipais de 2016, o PR, comandado pelo então deputado estadual Josimar de Maranhãozinho, saiu das urnas com apenas sete prefeitos. Agora, rebatizado de PL e tendo seu chefe na Câmara Federal, o partido de Josimar de Maranhãozinho elegeu nada menos que 37 prefeitos, que funcionarão como plataformas para o seu projeto de candidatura ao Governo do Estado.

Na terceira colocação, com 25 prefeitos eleitos, entre eles Fábio Gentil, de Caxias, que foi reeleito com espetaculares 78% dos votos válidos, ficou o Republicanos, comandado pelo deputado federal Cleber Verde e que tem como figura central o vice-governador Carlos Brandão. Em 2016, sob o comando isolado de Cléber Verde, o então PRB elegeu 14 prefeitos, e agora, com o apoio de Carlos Brandão, aumentou expressivamente seu espaço municipal. Isso sem contar com a possibilidade de vir a comandar a Prefeitura de São Luís, caso o seu candidato, Duarte Júnior, venha a vencer o embate do dia 29 contra Eduardo Braide, do Podemos, que, se sair vitorioso, será o único prefeito do Podemos em todo o Maranhão.

O PCdoB perdeu praticamente metade dos 46 prefeitos que elegera em 2016, saindo das urnas de Domingo autorizado a comandar apenas 22 municípios. Comandado pelo deputado federal Márcio Jerry, o partido liderado pelo governador Flávio Dino apostou, sem sucesso, a maior parte das suas fichas em São Luís, com o deputado federal Rubens Júnior, e em Imperatriz, onde concorreu com o deputado estadual Marco Aurélio. Seu candidato em Caxias, deputado Adelmo Soares, entrou sabendo que não tinha e menor chance, o que se confirmou. Além disso, o partido perdeu em Barra do Corda, um município estratégico, para o PL de Josimar de Maranhãozinho. O resultado alcançado pelo PCdoB obrigará o presidente Márcio Jerry a rever as linhas de ação do partido no estado.

Entre os demais partidos, alguns sobreviveram razoavelmente. O PP, por exemplo, comandado pelo deputado federal André Fufuca, elegeu 18 prefeitos, entre eles Luciano Genésio, que renovou o mandato em Pinheiro. Sob o comando do deputado federal Pedro Lucas Fernandes, o PTB emplacou 15 prefeitos. O DEM, comandado pelo deputado federal Juscelino Filho, saiu das urnas com 10 prefeitos, entre eles Assis Ramos, reeleito em Imperatriz, hoje a maior joia do partido. Já o PSC, que tem como chefe maior o deputado federal Aluísio Mendes, elegeu oito prefeitos, enquanto o MDB, liderado pelo deputado Roberto Costa, saiu das urnas conquistando sete municípios. O PSD, comandado pelo deputado federal Edilázio Júnior, elegeu cinco prefeitos, o mesmo número conquistado pelo PSB, comandado pelo prefeito de Timon, Luciano Leitoa, que ganhou cinco prefeituras, entre elas a de Timon.

Com menos de cinco prefeitos saíram das urnas as seguintes agremiações: Patriotas (4), Solidariedade (4), PSDB (4), PMN (2), PSL (2), Avante (1), PROS (1), Cidadania (1) e PT (1). Nesse grupo, vale registrar o tremendo fracasso do PSDB, comandado pelo senador Roberto Rocha; do Cidadania, que leva a assinatura da senadora Eliziane Gama, e do PROS, comandado no Maranhão pelo suplente de deputado federal Gastão Vieira.

Esse novo desenho poderá ter influência expressiva nas definições para as eleições de 2022.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Weverton brigou pelo PDT, Rocha pouco fez pelo PSDB e Eliziane não atuou pelo Cidadania

Weverton Rocha, Roberto Rocha e Eliziane Gama, posturas diferenciadas em relação aos seus partidos

Se de um lado o senador Weverton Rocha (PDT) foi personagem destacada nestas eleições, comandando seu partido, brigando para fortalecê-lo em todos os quadrantes do território maranhense, correndo riscos, amargando perdas, mas também contabilizando ganhos, de outro, a senadora Eliziane Gama (Cidadania) deixou no ar a impressão de que preferiu permanecer distante do grande confronto eleitoral de base. Em outro campo, o senador Roberto Rocha, que comanda o PSDB no Maranhão, viu seu partido correr o risco de desaparecer do mapa elegendo apenas quatro prefeitos.

O senador Weverton Rocha fez o que sua experiência, seu faro e sua ousadia mandaram. Foi para a luta, promoveu articulações, estimulou aliados e viu seu partido sair das urnas com o maior número de prefeitos, mesmo amargando perdas como a de Codó, onde os representantes do partido fracassaram. Weverton Rocha, porém, tombou em São Luís, e precisará de muito tempo para dar uma explicação convincente para o fato de o PDT, que tinha um pedetista na Prefeitura, não haver lançado um candidato, preferindo participar como coadjuvante do DEM. Mesmo com esses gigantescos contratempos, ele saiu das urnas com força política suficiente para ousar em 2022.

No contraponto, o senador Roberto Rocha deixou o PSDB sucumbir. Ao contrário de 2016, quando, sob o comando do vice-governador Carlos Brandão, o PSDB saiu das urnas com 28 prefeituras, agora, com a chefia de Roberto Rocha, o partido dos tucanos conseguiu apenas quatro prefeituras. Sua maior aposta foi Imperatriz, com a candidatura do ex-prefeito e secretário geral do partido Sebastião Madeira, que acabou em terceiro lugar. Roberto Rocha não conseguiu impactar positivamente com uma das suas obras, que foi trazer o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a São Luís e a Imperatriz. O chefe tucano sai das eleições política e partidariamente mais magro, na contramão do seu projeto para 2022.

A senadora Eliziane Gama passou ao largo da movimentação para as eleições municipais. Salvo sua presença em algumas carreatas, eventos de campanha participação moderada na propaganda eleitoral no rádio e na TV em favor do candidato do PCdoB, Rubens Júnior, a presença pessoal e política da senadora não foi percebida. Ao longo da campanha, a fez declarações favoráveis a candidatos, mas nem de longe sou os recursos políticos que o mandato senatorial de assegura.

 

Flávio Dino já se posicionou. Edivaldo Jr. vai se posicionar?

Flávio Dino já posicionado; Edivaldo Jr.: silêncio 

O governador Flávio Dino já se posicionou declarando seu apoio a Duarte Júnior (Republicanos) no 2º turno da corrida para a Prefeitura de São Luís contra Eduardo Braide (Podemos). E corre nos bastidores que ele já deflagrou a operação para mobilizar as forças políticas da aliança governistas para entrar em ação. Esse movimento inclui o deputado federal Rubens Júnior, que poderá declarar apoio ao candidato do Republicanos. Com o posicionamento do governador, as atenções se voltam para o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), que se mantém indiferente à disputa, embora quase ninguém do meio político acredite que ele esteja decidido a entrar para a História esquecido das grandes mobilizações feitas para apoiá-lo em 2012 e 2016.

São Luís, 17 de Novembro de 2020.

Eduardo Braide e Duarte Júnior vão para o 2º turno difícil e de desfecho imprevisível

 

Eduardo Braide saiu na frente e medir forças com Duarte Júnior no 2º turno em SL

Eduardo Braide (Podemos), com 193.578 votos, o equivalente a 37,91% dos sufrágios válidos, e Duarte Júnior (Republicanos), com 113.430, ou seja, 22,15%, foram os dois candidatos que o eleitorado ludovicense escolheu para o embate do dia 29, quando decidirá, em 2º turno, quem será o prefeito de São Luís nos próximos quatro anos. O candidato do Podemos não conseguiu alcançar vitória em turno único, passando para o segundo com um bom cacife, enquanto o candidato do Republicanos contrariou as pesquisas e conseguiu avançar pedindo votos e desmontando as ciladas que lhe armaram. Os dois conseguiram carimbar os seus passaportes para a segunda rodada vencendo candidatos politicamente fortes, como Neto Evangelista (DEM), que foi para a guerra com o aval do outrora poderoso PDT e saiu dela com 83.138 (16,24%) dos votos, e Rubens Júnior (PCdoB), que atuou embalado pelo seu partido e pelo apoio declarado do governador Flávio Dino (PCdoB) e do ex-presidente Lula da Silva (PT), o que lhe valeram 54.155 (10,58%).

Os demais candidatos saíram das urnas assim as seguintes: Bira do Pindaré (PSB) com 22.024, Silvio Antônio (PRTB) com 16.070, Jeisael Marx (Rede) com 14.144, Yglésio Moises (PROS) com 9.816, Franklin Douglas (PSOL) com 3.502 e Hertz Dias (PSTU) com 2.173 sufrágios.

Eduardo Braide venceu o primeiro obstáculo depois de uma campanha em que esteve sempre na posição de favorito, o que o transformou em alvo preferencial dos demais concorrentes, situação que lhe impôs uma forte desidratação, num processo registrado pelas pesquisas. Duarte Júnior enfrentou uma situação bem mais complicada a partir do momento em que se consolidou na segunda colocação, tornando-se alvo de ataques duros, alguns pouco republicanos, mas resistindo e reagindo com inteligência, principalmente nas redes sociais, um território que ele domina como poucos.

Ontem mesmo começou a movimentação dos dois candidatos em busca do fortalecimento das suas candidaturas. Eduardo Braide vai tentar atrair eleitores de Neto Evangelista, que se posicionou como o principal adversário de Duarte Júnior, do MDB e devendo também contar com parte dos 16 mil votos dados a Silvio Antônio (PRTB) que por sua vez, já ganhou o precioso aval pessoal do governador Flávio Dino e deve receber o apoio do PCdoB, havendo também quem preveja que essa manifestação levará a maioria dos 54 mil eleitores de Rubens Júnior a migrar para Duarte Júnior. E nesse contexto de quem apoiará quem, duas indagações importantes e, provavelmente, decisivas. A primeira: o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) continuará neutro ou declarará apoio ao candidato da aliança governista? E como se posicionarão o senador Weverton Rocha e o que restou da militância do PDT em São Luís?

Uma avaliação cuidadosa de todas as possibilidades de aliança aponta para a ideia de que, mesmo com a simulação de um 2º turno entre Eduardo Braide e Duarte Jr. feita pelo Ibope indicando favoritismo do candidato do Podemos, o mais sensato é considerar que os dois entrarão na corrida final em posições próximas ou até mesmo zeradas. Basta para isso avaliar o fator matemático: Eduardo Braide e Duarte Júnior saíram das urnas com 60% dos votos, devendo, grosso modo, brigar pelos 40% que votaram em outros candidatos. Será uma guerra pesada de cooptação, na qual os dois usarão todos os instrumentos republicanos ao seu alcance – força partidária, prestígio político, currículo, etc. -, além, é claro, de todo o seu poder de sedução, quesito nos quais os dois são craques.

Ao colocarem suas cabeças nos travesseiros nesta madrugada, Eduardo Braide e Duarte Júnior certamente começaram a traçar estratégias. Suas trajetórias e os seus movimentos durante a campanha mostraram que os dois são políticos personalistas, que confiam muito nos seus próprios tacos, não transformando o apoio de terceiros numa necessidade vital. E pelo que mostraram ontem após a divulgação dos resultados, estão prontos para um embate de juventude, ousadia, ambição, com cada um sabendo exatamente o que ganhará com a vitória e o que perderá com a derrota. Será, portanto, uma campanha dura, com cada passo sendo muito bem medido e pesado antes de ser dado e cada frase precisando ser cuidadosamente elaborada antes de ser prenunciada, tudo dentro da regra decisiva em situações assim: qualquer erro pode produzir um desastre.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Venceram os dois favoritos de um excelente time de candidatos a prefeito de São Luís

Neto Evangelista, Rubens Júnior, Bira do Pindaré, Yglésio Moises, Jeisael Marx, Silvio Antônio, Franklin Douglas e Hertz Dias: um bom time de candidatos para São Luís

O eleitorado de São Luís decidiu ontem sabiamente ao determinar que a eleição do novo prefeito de São Luís se dê em dois turnos. Afinal, com um time formado por uma dezena de candidatos de nível político elevado, seria anormal se a maioria decidisse liquidar a fatura em turno único. Houve momentos feios, censuráveis, mas no geral a disputa se deu dentro dos limites da civilidade, com poucas extrapolações. Além dos dois vencedores, Neto Evangelista fez uma campanha vigorosa e dentro dos padrões convencionais, bem dentro da sua visão de política. Já Rubens Júnior fez uma campanha se colocando como candidato de um grupo, tendo como base central os seus dois principais apoiadores, o governador Flávio Dino e o ex-presidente Lula, sem avançar os limites da boa política.

Bira do Pindaré (PSB) fez uma campanha de altíssimo nível, sem atacar nem ser atacado, dando um bom exemplo do que é possível ser feito disputa como a que está em curso em São Luís, lustrando mais ainda sua respeitável trajetória política. Silvio Antônio se conduziu corretamente, apesar da sua postura abertamente bolsonarista. Jeisael Marx foi uma boa revelação, mostrando-se um candidato inteligente, bem articulado, com boas propostas e uma postura descontraída pelo traquejo de jornalista e apresentador de TV. Yglésio Moises foi um fenômeno à parte: inteligente, bem articulado, conhecimento enciclopédico e primando pela verdade.

Franklin Douglas participaram da disputa e Hertz Dias deram seus recados, mas receberam das urnas uma mensagem forte e dura: o eleitorado de São Luís não quer muita conversa com a esquerda radical que eles representam.

 

 Câmara Municipal saiu das urnas com boa margem de renovação e com a novidade de um mandato Coletivo (PT)

O eleitorado ludovicense não fez a esperada mudança ampla na Câmara Municipal, tendo feito uma renovação expressiva na representação parlamentar. Renovou o mandato do presidente Osmar Filho (PDT) como o mais votado, e aprovou novidades como Otávio Soeiro (Podemos), filho da vereadora Barbara Soeiro e do ex-vereador Albino Soeiro, que corretamente passaram o bastão em frente, e Rosana da Saúde (Republicanos), que saiu das urnas como surpresa e com a obrigação de mostrar serviço. Isso sem falar na boa decisão de dar um mandato integral e legítimo ao jornalista Batista Matos (Patriota) e renovar o mandato do também jornalista Marcial Lima (Podemos), que honrou o primeiro mandato, e na chance que deu aos Sarney de se manter na cena política com uma representante, Karla Sarney (PSD) na Câmara Municipal de São Luís. As urnas de São Luís introduziram na política maranhense a grande novidade do mandato compartilhado ao eleger o Coletivo Nós a única conquista do PT nas urnas de São Luís nestas eleições.

Além dos já citados, foram eleitos: Marquinhos (DEM), Nato Júnior (PDT), Paulo Victor (PCdoB), Fátima Araújo (PCdoB), Concita Pinto (PCdoB), Astro de Ogum (PCdoB), Beto Castro (Avante), Edson Gaguinho (DEM), Chico Carvalho (PSL), Thyago Freitas (DC), Aldir Júnior (PL), Umbelino Júnior (PRTB), Marcial Lima (Podemos), Antônio Garcez (PTC), Domingos Paz (Podemos), Andrey Monteiro (Republicanos), Dr. Gutemberg (PSC), Chaguinhas (Podemos), Ribeiro Neto (PMN), Silvia Noely (PTB), Daniel Oliveira (PL), Álvaro Pires (PMN), Marcos Castro (PMN) e Marlon Botão (PSB).

São Luís, 16 de Novembro de 2020.

Ibope: Braide lidera e guerra entre Duarte Jr. e Evangelista por vaga no 2º turno vira foco central em São Luís

Ibope: Eduardo Braide vai para o 2º turno com Duarte Jr. ou Neto Evangelista em SL

A corrida para a Prefeitura de São Luís chegou na reta final com   um dado raro em disputas dessa natureza: um candidato liderando com folga, mas sem chance de vencer em turno único, e dois candidatos rigorosamente empatados numa situação em que eles nada têm a fazer a não ser esperar o pronunciamento das urnas. Esse cenário foi desenhado em cores fortes pela terceira e última pesquisa Ibope/TV Mirante, divulgada ontem e que investigou as intenções do eleitorado em relação aos 10 candidatos inscritos no certame eleitoral. A pouco mais de 30 horas para o início da votação, os números do Ibope, que devem ser avaliados levando em conta margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos, têm o impacto fatídico de alerta geral, mergulhando os concorrentes em clima tenso de expectativa.

Já de domínio público desde a noite de ontem, os números do Ibope são os seguintes: Eduardo Braide (Podemos) lidera com 37%, seguido de Duarte Jr. (Republicanos) e Neto Evangelista (DEM) rigorosamente empatados com 17% cada. Rubens Jr. (PCdoB) aparece com 8%, Bira do Pindaré (PSB) com 6%, Jeisael Marx (REDE) com 2%, Franklin Douglas (PSOL), Yglésio Moyses (PROS) e Silvio Antônio (PRTB) com 1%. Hertz Dias (PSTU) não pontuou. Brancos e nulos somaram 5%, enquanto Não Sabe/Não Respondeu, 5%.

A pesquisa calculou também os votos válidos, quando se exclui os 10% de brancos, nulos, não sabe e não respondeu. O resultado é o seguinte: Eduardo Braide tem 41% das intenções de voto, Duarte Jr. tem 19%, Neto Evangelista também tem 19%, Rubens Júnior tem 9%, Bira do Pindaré tem 6%, seguido de Jeisael Marx (2%), Silvio Antônio (2%), Yglésio Moyses (1%), Franklin Douglas (1%) e Hertz Dias (0%).

Os números do Ibope confirmam as posições dos candidatos registradas em todas as pesquisas publicadas desde que a campanha começou para valer. Eduardo Braide liderou em todas elas, com seus percentuais variando de 35 a 45 pontos percentuais, tendo ele estacionado nessa zona, onde vem vivenciando uma vantagem excepcional, mas tensa. Duarte Jr., Neto Evangelista, Rubens Jr. e Bira do Pindaré se mantiveram também nos mesmos patamares, com quase nenhuma variação. E nesse contexto, a disputa envolvendo a disputa entre os candidatos do Republicanos e do DEM ganhou contornos de guerra isolada, com eles chegando agora ombro a ombro, numa refrega que produziu a grande interrogação a ser respondida pelas urnas na noite de amanhã.

As às vezes impressionantes voltas que a ciranda da política dá recomendam que não se deve ainda excluir Rubens Jr. do jogo. Tem sido observado um esforço político gigantesco do governador Flávio Dino, do PCdoB e dos seus aliados no sentido de dar uma guinada de última hora no candidato, com a perspectiva de levá-lo ao 2º turno virando o jogo nos momentos finais, como aquele gol decisivo aos 45 do segundo tempo. Uma possibilidade remota, mas possível no contexto de uma disputa eleitoral desse porte em São Luís. Essa possibilidade não se encaixa no potencial dos demais candidatos.

O fato é que, como foi dito várias vezes neste espaço, as pesquisas do Ibope têm o poder de balizar disputas eleitorais, mesmo que outras pesquisas venham à tona durante o dia de hoje indicando cenários diferentes em relação a Duarte Jr., Neto Evangelista, Rubens Jr. e Bira do Pindaré. Seus números podem até não “bater” com os resultados, mas não há como negar que candidatos e eleitores que assistiram ao JMTV 2ª Edição ficou com forte impressão de que, no geral, as urnas confirmarão as informações colhidas pelos pesquisadores.

Em Tempo: A pesquisa Ibope/TV Mirante foi realizada no período de 11 a 13/11, ouviu 805 eleitores, tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos, intervalo de confiança de 95% e está registrada no TSE sob o número MA- 08294/2020.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Eduardo Braide leva vantagem sobre Duarte Jr., Neto Evangelista e Rubens Jr. no 2º turno

Eduard Braide leva vantagem com Duarte Jr., Neto Evangelista e Rubens Jr. em simulações de 2º turno

Como costuma fazer nos seus levantamentos de vésperas eleitorais, principalmente quando os sinais no horizonte descartam decisão em turno único, o Ibope também fez simulações para o 2º turno entre os quatro candidatos mais bem posicionados na pesquisa anterior, de 6 de novembro, que são os mesmos da pesquisa de ontem. Os resultados encontrados foram os seguintes:

 A disputa Eduardo Braide X Duarte Júnior: Eduardo Braide tem 51% das intenções de voto contra 32% de Duarte Jr.. No caso, Nulos e Brancos somariam 12%, e 4% não souberam ou não quiseram responder.

Já um confronto final for Eduardo Braide X Neto Evangelista (DEM), Eduardo Braide teria 50% e Neto Evangelista 34%. Além disso, 12% votariam em branco ou anulariam o voto, e 4% não souberam ou não quiseram responder.

E, finalmente, se a peleja decisiva fosse Eduardo Braide X Rubens Júnior (PCdoB), Eduardo Braide teria e 57% e Rubens Júnior 26%, com 13%de brancos e nulos e 4% que não quiseram ou não souberam responder.

 

Mesmo em meio à crise, Maranhão conseguiu bons resultado no combate à pobreza

Flávio Dino: bons resultados contra a pobreza apesar da crise que abala o Brasil e o mundo

Em meio a uma verdadeira guerra de informação, na qual o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tenta, sem sucesso, soprar ventos de dúvidas sobre o bom desempenho do Governo do PCdoB, e semear questionamentos sobre o seu nível como gestor, o governador Flávio Dino recebeu uma notícia que mais uma vez aponta os acertos do seu Governo e a sua posição de chefe de um Governo voltado para os mais pobres. A informação é a seguinte:

Dados do IBGE divulgados na quinta-feira (12) mostram que o Governo do Maranhão conseguiu reduzir a pobreza no estado mesmo com a queda no repasse de recursos dos programas sociais do Governo Federal. Tanto o Bolsa Família quanto o BPC (Benefício de Prestação Continuada) tiveram forte represamento por parte do governo Bolsonaro em 2019. Isso dificultou o combate à pobreza e à miséria em todo o Brasil.

Entre 2013 e 2019, o número de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família caiu, apesar do aumento da população. Em 2013, eram 962.011. Em 2019, o total caiu para 927.651. O BPC também teve redução, mesmo sob grave crise econômica. Em 2013, eram 186.453 benefícios. Já em 2019 o número caiu para 183.270.

Ainda assim, a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) do IBGE mostra avanço no combate à pobreza no Maranhão. Entre 2013 e 2019, houve redução de 1,2 ponto porcentual no número de pessoas com renda domiciliar per capita de até US$ 5,5 PPC – critério usado para definir a faixa de pobreza.

Em Tempo: As informações acima foram jornalisticamente organizadas pela Assessoria do Governo do Estado com base em dados divulgados pelo IBGE.

São Luís, 14 de Novembro de 2020.

Sem Braide e Duarte Jr., debate da TV Difusora foi dominado por Neto Evangelista, Rubens Jr. e Bira do Pindaré

 

Ricardo Marques conduziu o debate em que Neto Evangelista, Rubens Jr. e Bira do Pindaré reduziram a atuação de Jeisael Marx, Yglésio Moises e Franklin Douglas

Último evento da campanha dos candidatos à Prefeitura de São Luís, o debate na TV Difusora, organizado pelo programa radiofônico Ponto & Vírgula e realizado 48 horas das eleições, pode ser visto por duas lentes. A primeira foi, claro, a ausência de Eduardo Braide (Podemos) e Duarte Jr. (Republicanos), os dois candidatos que lideram a corrida, segundo as pesquisas de intenção de voto. A segunda foi que os candidatos que participaram – Neto Evangelista (DEM), Rubens Jr. (PCdoB), Bira do Pindaré (PSB), Jeisael Marx (Rede), Yglésio Moises (PROS) e Franklin Douglas (PSOL) aproveitaram ao máximo o tempo que lhes foi concedido e, sem apresentar qualquer novidade em matéria de proposta para melhorar a cidade, reafirmaram suas posições e mais uma vez demonstraram, cada um a seu modo, que, juntamente com os ausentes, formam um time de candidatos de primeira linha. Ou seja, o debate cumpriu seu objetivo dando voz aos candidatos que participaram, e transcorreu com alguns chutes e caneladas, mas sem as tensões que certamente o dominariam se os candidatos do Podemos e do Republicanos tivessem participado.

Eduardo Braide justificou sua ausência recorrendo ao argumento segundo o qual o Sistema Difusora e o programa “Ponto & Vírgula” lhe são hostis. Isso, porém, não o poupou de duras críticas dos presentes, em especial Neto Evangelista e Rubens Jr., que tacharam de “fuga” o gesto do candidato do Podemos. Diagnosticado com Covid-19, Duarte Jr. apanhou menos. Toda pancadaria se deu no início do debate, mas logo em seguida, os dois foram “esquecidos”, tendo os presentes cuidado de ocupar espaço e aproveitar o vácuo deixado pelos dois na tentativa de seduzir o eleitor.

Todos os participantes saíram-se bem. Neto Evangelista repetiu o discurso de que o caminho para  São Luís é aproveitar o que está funcionando bem e melhorar o que não está, o que dá suporte ao bordão das “propostas realistas”. Já Rubens Jr. repisou, com mais ênfase, a bandeira de que só tem um lado, o lado do governador Flávio Dino, o “lado bom”. Bira do Pindaré foi mais enfático e convincente em várias argumentações, defendendo de maneira mais lógica a sua posição contrária ao Acordo de Salvaguarda Brasil/EUA para uso da Base de Alcântara, e foi mais enfático quando defendeu suas propostas de uma política de combate ao racismo. Os três se articularam para manter o debate entre eles,  evitando assim que os demais entrassem na ciranda e os atacassem com acusações e indagações incômodas.

Com o mantra de “falar a verdade”, Yglésio Moises repetiu sua performance de fazer declarações inteligentes e de contestar as propostas que, segundo seus cálculos e equações, não são viáveis, e mais uma vez acusou os líderes da corrida de mentir. Por sua vez, Jeisael Marx repetiu o argumento de que os demais copiaram seu programa de governo. Na linha de sempre, Franklin Douglas dedicou seu tempo ao esforço para criar situações embaraçosas para os concorrentes melhor situados nas pesquisas, no caso Neto Evangelista e Rubens Jr..

Por conta da ausência dos dois candidatos mais fortes, mesmo tendo os participantes se saído bem, demonstrando segurança e desenvoltura, o debate da TV Difusora deixou no ar uma sensação de incompletude. Não se pode dizer que esse ou aquele candidato foi o melhor, mas é justo apontar, por exemplo, que Bira do Pindaré foi muito melhor do que em outros confrontos, e que Rubens Jr. foi firme e convincente em todas as suas intervenções, enquanto Neto Evangelista repetiu a performance de outros debates. E os seis usaram todos os seus recursos de retórica nos três minutos que tiveram para as considerações finais. E, se nada ganharam, Eduardo Braide e Duarte Jr. também não perderam por não participarem. O eleitor indeciso certamente foi dormir mais uma vez mergulhado na dúvida.

Em Tempo: O debate foi bem concebido, com bom formato, e conduzido com eficiência pelo experiente e preparado jornalista caxiense Ricardo Marques.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Jornalistas atuantes pleiteiam vagas na Câmara Municipal de São Luís

Marcial Lima, Ademar Danilo, Batista Matos, Mário Carvalho, Sarmartony Martins e Emílio Azevedo representam  Jornalismo na disputa para a Câmara Municipal 

Entre os mais de 900 candidatos a vereador de São Luís, um número pequeno deles, mas expressivo pela qualidade política, representará o Jornalismo. Todos são profissionais altamente qualificados, com trabalho conhecido e reconhecido, e que têm consciência a respeito do passo que estão dando. São eles Marcial Lima (Podemos – 19555), Ademar Danilo (PCdoB – 65444), Batista Matos (Patriota – 51888), Mário Carvalho (Avante – 70206), Samartony Martins (PTB – 14400) e Emílio Azevedo (PSB – 40021).

Marcial Lima tenta a reeleição. Repórter da TV Mirante e da Rádio Mirante AM, o jornalista soube com inteligência usar a sua experiência nas ruas de São Luís, principalmente nos bairros, onde esteve sempre em contato com os problemas estruturais e as dificuldades sociais e econômicas. Além de jornalista e político, Marcial Lima tem também atuação forte como promotor de eventos culturais, entre eles o festival anual de música nordestina.

Ademar Danilo já foi vereador nos anos 90 apoiado pelo que se convencionou chamar de “massa regueira”. Isso porque falar dele é falar do reggae, que o tem como um dos seus patronos. Foi o primeiro jornalista especializado no ritmo jamaicano a produzir uma coluna temática em O Estado, sendo também um dos primeiros a comandar um programa de rádio sobre a música e a cultura do reggae. Idealizou, realizou e comanda o Museu do Reggae. Militou fortemente no movimento estudantil e no PDT e teve papel decisivo na consolidação do PT no Maranhão. Hoje no PCdoB, tem lastro e estatura política para pedir votos.

Batista Matos é jornalista militante que decidiu mergulhar de cabeça na política. Começou no Jornalismo como repórter esportivo, trabalhou em vários jornais e emissoras de rádio. Ao mesmo tempo, fez política comunitária militando no PDT. Sua atuação o levou ao comando da Secretaria de Comunicação Social no primeiro mandato do prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT). Já disputou eleições para a Câmara Municipal, ficou como suplente e chegou a assumir. Está credenciado para pleitear o mandato.

Mário Carvalho é jornalista militante, com forte atuação na Editoria de Política de O Estado como setorista na Câmara Municipal de São Luís. Consolidado como repórter de jornal, avançou profissionalmente e abraçou também o radialismo, chegando a comandar durante anos um programa na Rádio Mirante AM. Mário Carvalho vem há tempos atuando na Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal, onde cuidou de um programa de rádio destinado a divulgar informações sobre a atuação dos vereadores. Conhece política e tem autoridade para pleitear o mandato.

Samartony Martins é um dos profissionais mais atuantes no Jornalismo de São Luís, sempre no jornal O Imparcial, opera em praticamente todas as editorias, especialmente produzindo reportagens nas áreas de Política e Cultura. Samartony Martins é também fortemente envolvido com produção cultural, sendo reconhecido como um dos jornalistas mais atuantes nessa área. Tem um trabalho profissional denso e está credenciado a pedir votos para ser vereador.

Emílio Azevedo é um jornalista independente, que associa a atuação profissional com a militância política. Militante de esquerda, que se movimenta com convicção, o jornalista participou de vários projetos editoriais independentes, como a Agência Tambor e o Jornal Vias de Fato, tendo também publicado livro sobre a política maranhense. Emílio Azevedo, como os demais, tem autoridade política para pleitear mandato na Câmara Municipal de São Luís.

A Coluna torce para que sejam bem-sucedidos.

 

Justiça Eleitoral deve decidir hoje se Júlio Matos será ou não candidato em São José de Ribamar

Júlio Matos 

O TRE deve decidir hoje a situação do ex-prefeito Júlio Matos (PL) em relação à corrida à Prefeitura de São José de Ribamar. O julgamento para definir se ele é ou não ficha suja começou na Quarta-Feira (11), tendo o Ministério Público Eleitoral opinado pela negação do registro da sua candidatura sob o argumento de que a decisão do Tribunal de Contas do Estado de “limpar” sua ficha é ilegal, o que o torna inelegível. Dois juízes já votaram de acordo com o MPE. Um juiz pediu vistas e prometeu se manifestar até hoje. Se esse juiz eleitoral, que é um desembargador, seguir os dois primeiros concordando com o MPE, Júlio Matos estará inelegível, independentemente dos dois votos seguintes. Se discordar, a parada será decidida pelos dois juízes que votarão em seguida. O fato é que tudo indica que até o início da tarde o eleitor de São José de Ribamar saberá se Júlio Matos será ou não candidato. Se for candidato, pode vencer a eleição. Se não for, o prefeito Eudes Sampaio deve renovar o mandato.

São Luís, 13 de Novembro de 2020.

 

Disputas acirradas, imbróglio judicial e vitória certa na reta final nos quatro maiores municípios

Enquanto em São Luís a situação é de absoluta indefinição, com quatro candidatos – Eduardo Braide (Podemos), Duarte Jr. (Republicanos), Neto Evangelista (DEM) e Rubens Júnior (PCdoB) – travando uma guerra de munição pesada pela definição de um cenário para o segundo turno, já que as últimas pesquisas descartaram definitivamente a hipótese de um desfecho em turno único, Imperatriz, São José de Ribamar, Caxias e Timon, os quatro maiores municípios depois da Capital, estão sendo sacudidos por situações diversas e eletrizantes. Responsáveis por 10% da população e uma boa fatia do PIB estadual, e por serem vitais e decisivos no tabuleiro político maranhense, as quatro unidades municipais são palcos de situações diferenciadas, mas igualmente intensas e objeto da atenção do mundo político.

Escutec do dia 5 mostra Assis Ramos à frente com Marco Aurélio no seu encalço, sinalizando ali uma disputa difícil

Imperatriz viveu dia de intensa movimentação dos seus 10 candidatos por conta do impacto causado por uma pesquisa Escutec apontando o prefeito Assis Ramos (DEM) liderando com 32%, seguido do deputado Marco Aurélio (PCdoB) com 27%, Ildon Marques (PP) com 17% e Sebastião Madeira (PSDB) com 11%. No segundo bloco de candidatos, Daniel Fiim (Podemos) com 4%, Mariana Carvalho (PSD) com 3%, Daniel Vieira (PRTB) com 2%, e Pastor Laércio (PSL), Manoel Garimpeiro (PMB) e Sandro Ricardo (PCB) com 1%, e com nulos e indecisos somando 3%. Realizada no dia 5, quando ouviu 800 eleitores e tem margem de erro de três pontos percentuais, a pesquisa Escutec, que está registrada no TSE sob o número MA-04480/2020, certamente traduziu a realidade daquele momento, mas pode não expressar o cenário de seis dias depois num ambiente de campanha intensa e disputa acirrada. É lícito, portanto, apontar como imprevisível o resultado da corrida para a Prefeitura de Imperatriz.

Eudes Sampaio pode levar se Júlio Matos continuar inelegível em SJR

Terceiro maior município maranhense, São José de Ribamar mergulhou no que se pode definir como um cenário grave de incertezas. Ali, a grande interrogação está voltada para o ex-prefeito Júlio Matos (PL), que era ficha suja, foi brindado por uma “operação limpeza” no Tribunal de Contas do Estado, pediu o registro da sua candidatura, mas o Ministério Público Eleitoral (MPE) entrou em cena e recomendou que o pedido fosse negado alegando que a decisão do TCE que “limpou” sua ficha é ilegal. Ontem, o TRE começou a julgar o caso, tendo dois juízes concordado com o MPE, mas o julgamento foi suspenso porque um juiz pediu vistas se comprometendo a se manifestar até Sexta-Feira. Se ele concordar com o MPE, formará maioria e a candidatura de Júlio Matos irá para o espaço; do contrário, outros dois juízes decidirão a parada. Ali, pesquisas têm apontado Júlio Matos como favorito, seguido do prefeito Eudes Sampaio (PTB). Se Júlio Matos confirmar a candidatura, tem amplas chances de vencer a eleição. Se for confirmado como ficha suja e for catapultado da corrida, o prefeito Eudes Sampaio vence fácil. Muita água rolará pelas ruas de São José de Ribamar nas próximas 72 horas.

Dinair Veloso  e Hormann Schnneyder: disputa dura

Com um histórico marcado por duras disputas eleitorais, Timon vem mantendo a tradição. Ali, o Tenente Coronel/PM Hormann Schnneyder (Republicanos), uma espécie de outsider, saiu na frente como um furacão, enquanto outros candidatos não foram lançados. Quando o prefeito Luciano Leitoa (PSB) lançou a professora Dinair Veloso (PSB), e a ex-prefeita Socorro Waquim (MDB) também entrou na briga, o oficial da PM perdeu força. Pesquisas recentes apontaram uma mudança de posições, com Dinair Veloso já à frente de Hormann Schnneyder, com Socorro Waquim em terceiro. Há dois dias, um dos candidatos, Jaconias Moraes (PSC), sem chance, desistiu da candidatura e declarou apoio a Hormann Schnneyder, animando ainda mais o cenário da disputa. Na opinião de observadores, a disputa em Timon ganhou ares de indefinição nos últimos dias, tornando o resultado imprevisível. É provável que nova pesquisa sinalize tendências.

Fábio Gentil deve sair das urnas vitorioso

De todas as disputas em andamento nos quatro maiores municípios, a de desfecho previsível e mais tranquilo será a de Caxias. Ali, segundo pesquisa Escutec divulgada ontem, o prefeito Fábio Gentil (Republicanos) deve sair das urnas reeleito com vitória maiúscula. Os números divulgados são os seguintes: Fábio Gentil lidera com 70% das intenções de voto. Seu principal adversário, o deputado estadual Adelmo Soares (PCdoB) tem 17%, seguido de Júnior Martins (PSC) com 4% e AJ Alves (DC), Constantino Castro (PTB), César Sabá (MDB), Luciano Aldrin (Rede) e Arnaldo Rodrigues (PSOL), todos com 1%. Nenhum e não sabe totalizaram 5%. A pesquisa ouviu mil eleitores entre 5 e 7/11, tem margem de erro de 3%, intervalo de confiança de 95% e está registrada no TSE sob o número MA-02548/2020. O desfecho anunciado em Caxias é o resultado da lógica que move a política: de um lado o reconhecimento de uma gestão de excelência do prefeito Fábio Gentil, que também se revelou um líder político de elevada estatura; de outro, a desagregação do Grupo Coutinho, que vem se desfazendo desde a sua morte, em janeiro de 2018. Qualquer que seja o resultado, o deputado Adelmo Soares, que é um político inteligente, sairá inteiro e com um espaço consolidado no cenário político de Caxias.

Em Tempo: A pesquisa foi registrada no TSE com o número MA-02548/2020, ouviu 1000 eleitores entre os dias 5 e 7/11, tem margem de erro de 3% para mais ou para menos e intervalo de confiança de 95%.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Debate da Difusora pode ser gran finale da corrida à Prefeitura de São Luís

Se Eduard Braide e Duarte Jr. não comparecerem, debate  perderá importância, mesmo sendo bem aproveitado por Neto Evangelista e por Rubens Jr.

O debate de hoje na TV Difusora, organizado pelo programa radiofônico “Ponto e Vírgula”, capitaneado por Leandro Miranda, titular do blog Marrapá, e que todos aguardam como o gran finale da jornada dos 10 candidatos à Prefeitura de São Luís, poderá, infelizmente, ter sua importância minada. Para começar, o candidato Duarte Jr. (Republicanos) não deve participar porque está infectado pelo coronavírus, e depois, porque há rumores de que o candidato Eduardo Braide (Podemos) também poderá não marcar presença, o que é pouco provável. Com Duarte Jr. e Eduardo Braide, o debate terá importância maior e decisiva. A participação apenas de Eduardo Braide salvará a lavoura, por ser ele o oponente que todos os demais querem encarar e, se possível, triturar, lhe dando também a oportunidade de reagir forte. Sem os dois, a situação muda radicalmente.

Todos apostam alto nesse debate. Mesmo na hipótese da não participação dos dois mais bem situados nas pesquisas até aqui, os candidatos Neto Evangelista (DEM) e Rubens Jr. (PCdoB) que aparecem em terceiro e quarto lugar nos levantamentos, terão uma grande oportunidade de usar o janelão televisivo com inteligência e tentar virar o jogo. Só não poderão abusar do porrete, porque aí envolverá uma barreira ética, que poderá transformar atacante em vilão e atacado em vítima. Os dois são inteligentes e saberão o que fazer. Nessa hipótese, Jeisael Marx (Rede), Yglésio Moises (PROS) e Franklin Douglas (PSOL) poderão também aproveitar bem. Já Hertz Dias (PSTU) poderá reforçar a pregação da revolução universal do proletariado e Silvio Antônio para defender suas teses terraplanistas inspiradas nos postulados bolsonaristas.

De qualquer maneira, valerá a pena a TV Difusora e a equipe do programa radiofônico “Ponto e Vírgula”, comandada por Leandro Miranda, titular do blog Marrapá, proporcionarem o último encontro dos candidatos a prefeito de São Luís, mesmo com a ausência dos dois melhor situados nas preferências do eleitorado.

 

Edivaldo Jr. entrega praças do centro completando obra que resgata a identidade urbana de São Luís

A restauração do Largo do Carmo e da Praça João Lisboa devolveu o antigo brilho centro de São Luís

O prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT) entregou ontem, num ato sem festa, mas de significado maior e histórico, a renovada área central formada pelo Largo do Carmo e pela Praça João Lisboa. Com a obra, sua gestão completou a restauração do grande complexo que interliga a Praça Deodoro, a Rua Grande e a região central formada pelos dois logradouros, que têm importância vital na feição urbana da São Luís tradicional. Esse espaço, além da sua beleza arquitetônica, sempre foi o coração pulsante da cidade, ponto de encontro onde se discutia política e futebol com paixão, e  palco de manifestações e de  acontecimentos que mudaram os rumos da História do Maranhão. Sua restauração é um resgate de importância imensurável para a atual e as futuras gerações.

Fora o Reviver, que foi projetado no Governo João Castelo, deflagrado no Governo Epitácio Cafeteira e concluído nos Governos Roseana Sarney, e que deve ser considerado um caso à parte, não há, na história recente da Capital um projeto de resgate e restauração tão amplo e tão bem-sucedido como o comandado pelo prefeito Edivaldo Holanda Jr.. Exemplos estão a olhos vistos, como a reforma do complexo da Avenida Pedro II e agora do corredor Praça Deodoro/Rua Grande/Largo do Carmo/Praça João Lisboa, ao que se somam a Beira-Mar, com a Praça João do Vale e a restauração do prédio da antiga Reffesa – que será inaugurada amanhã -, mais a Praça da Bíblia, e joias menores, mas igualmente necessárias, como as Praças da Alegria e Odorico Mendes.

Todas foram intervenções necessárias, oportunas e inteligentes, que restauram a imagem, consolidam a identidade e fortalecem a dignidade de São Luís, como uma singularidade urbana. A volta do paralelepípedo ao complexo Largo do Carmo/Praça João Lisboa, por exemplo, é uma demonstração de coerência, de compromisso com a memória da cidade. O mesmo se pode dizer da demolição do abrigo, aquele monstrengo de concreto que durante décadas marcou a mais bela área do Centro como uma cicatriz em rosto de donzela.

Agora é torcer para que o Largo do Carmo volte a pulsar como antes.

São Luís, 12 de Novembro de 2020.

 

Debate e pesquisas podem estimular definição do desenho do segundo turno em São Luís

 

Eduardo Braide lidera e deve ir ao segundo turno sem saber se terá Duarte Jr., Neto Evangelista ou Rubens Jr. como adversário na disputa em São Luís

A menos de uma centena de horas para o início do processo de votação, que ocorrerá no Domingo (15) a partir das 08 horas, a disputa para a Prefeitura de São Luís segue acirrada, especialmente entre os candidatos Duarte Jr. (Republicanos), Neto Evangelista (DEM) e Rubens Jr. (PCdoB) pela segunda vaga no segundo turno, já que, mesmo estacionado no patamar entre 35% e 40% das intenções de voto, o candidato Eduardo Braide (Podemos) deverá ser confirmado como o mais votado no primeiro. Será uma guerra sem trégua de hoje até sábado, com   dois momentos decisivos agendados para esta Quinta-Feira (12), o encerramento da campanha no Rádio e na TV e o último debate entre os candidatos, a ser realizado pela TV Difusora. Além disso, são esperadas várias pesquisas para a Sexta-Feira (13), que poderão ter impacto expressivo para estimular eleitores ainda indecisos a fazerem suas escolhas. Isso porque tudo o que poderia ser apresentado em matéria de proposta já chegou ao conhecimento público, não havendo qualquer novidade de agora por diante.

Além de se desdobrarem para chegar ao segundo turno, Duarte Jr., Neto Evangelista e Rubens Jr. têm um desafio e um compromisso pela frente. O primeiro é brigar com as armas legítimas possíveis para ser o segundo mais votado e chegar ao segundo turno com tutano suficiente para enfrentar Eduardo Braide. O segundo, é entender que são parte de uma grande aliança política e partidária, que obriga os não eleitos, por bom senso político, a oferecer, imediata e incondicionalmente, seu apoio ao vencedor da primeira etapa. Jovens, audaciosos e ambiciosos, que são características de todos os políticos bem-sucedidos, os três terão de curar rapidamente os hematomas da campanha e compreender que, além de uma disputa entre eles, um projeto político bem maior está em jogo nessas eleições.

Eduardo Braide tem uma situação bem mais confortável. Seu projeto é o de voo-solo, e não há sinais evidentes de que esteja atrelado a um projeto maior, a não ser o dele próprio, no qual a Prefeitura de São Luís é um item importante. Caso chegue ao segundo turno, como está previsto, sua dificuldade será encontrar meios políticos de reforçar o discurso e tentar buscar eleitores que eventualmente saiam insatisfeitos do primeiro turno. Será uma tarefa solitária e complicada por vários motivos. O primeiro deles é que a maioria dos eleitores dos três candidatos e mais os de Bira do Pindaré (PSB), tende a fechar com o que for para o segundo turno contra o candidato do Podemos. E depois, Eduardo Braide não conta com aliados eleitoralmente fortes; ao contrário, seus apoiadores desfrutam de pouco prestígio na Capital. Mesmo nesse contexto, o candidato do Podemos poderá sair do primeiro turno como favorito no segundo, dependendo da votação que tiver   recebido.

A julgar pela disposição com que o governador Flávio Dino (PCdoB) antecipou seu desembarque na campanha do correligionário Rubens Jr., com que o senador Weverton Rocha (PDT) encampou a candidatura do aliado Neto Evangelista, e ainda com a movimentação do vice-governador Carlos Brandão (Republicanos) em apoio a Duarte Jr. será precipitado cantar a pedra sobre quem será o adversário de Eduardo Braide na rodada final da corrida ao Palácio de la Ravardière. Nos bastidores das campanhas correm rumores os mais diversos sobre possibilidades, mas o fato é que os três candidatos não têm certeza quanto à real posição de cada um. Daí a perspectiva de que o encerramento da campanha, o debate de amanhã na TV Difusora e as pesquisas que estão no forno podem ser decisivos para o posicionamento final do eleitorado.

Nesse cenário, a conclusão mais racional e honesta é a de que a eleição do sucessor do prefeito Edivaldo Holanda Jr. está indefinida. Sinais fortes ou frágeis de definição poderão ser emitidos no debate da TV Difusora e nas pesquisas que estão a caminho. Mas certeza mesmo só virá quando as urnas falarem no primeiro e no segundo turnos.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Eduardo Braide, Duarte Jr. e Neto Evangelista usam tempo no Rádio e na TV para se defender

Eduardo Braide, Duarte Jr. e Neto Evangelista dedicaram ontem seus tempos no Rádio e na TV para darem explicações sobre acusações que os alvejaram durante a campanha.

Eduardo Braide rebateu mais uma vez a informação, que chamou de “mentirosa”, de que ele, o candidato do Podemos, é investigado no âmbito federal por suposta movimentação financeira atípica. Eduard Braide negou veementemente, mostrou documento de “nada consta” emitido pela Justiça Federal no Maranhão. Disse, em tom de denúncia que estão tentando repetir o bombardeio que, segundo ele, custou-lhe a não eleição em 2016. Disse que é ataque requentado e que não mudará seu esquema de campanha.

Neto Evangelista também usou a maior parte do seu tempo ontem no Rádio e na TV para se defender de como deputado estadual haver recebido 18 salários anuais, um absurdo em qualquer situação, e de ter faltado a sessões da Assembleia Legislativa. Na sua fala, o candidato do DEM disse ter ficha limpa e que seus adversários “estão desesperados”, especialmente Duarte Jr., que segundo ele foi quem mais o atacou.

A troca de acusações entre os três no Rádio e na TV termina amanhã, sem mais espaço para ataques e contra-ataques.

 

Incerteza marca os últimos dias de campanha em São José de Ribamar

Eudes Sampaio fica em situação complicada se candidatura de Júlio Matos for confirmada

É forte o clima de expectativa em São José de Ribamar. Ali, o ex-prefeito Júlio Matos (PL), obteve o registro da sua candidatura, mas o Ministério Público Eleitoral está em desacordo e deve impugná-la, argumentando que ele é inelegível. O TRE vai bater martelo sobre o imbróglio nas próximas horas, podendo confirmar ou fulminar o registro.

Politicamente, a situação está complicada para o prefeito Eudes Sampaio (PTB), que de acordo com as pesquisas estaria em segundo lugar. Tal posição coloca em xeque o futuro do prefeito e, mais do que isso, mina drasticamente o poder de fogo do ex-prefeito Luís Fernando Silva, que é o grande patrono e apoiador de Eudes Sampaio e é a maior referência política do município desde 2004. A derrota do prefeito será um desastre para Luís Fernando e seu projeto político.

Por outro lado, se Júlio Matos for confirmado candidato e vencer a eleição, as cartas políticas em São José de Ribamar passarão a ser dadas pelos principais aliados do prefeito: o senador Roberto Rocha (PSDB), o deputado federal Josimar de Maranhãozinho e o ex-prefeito e atual deputado federal Gil Cutrim (PDT).

Já com sua candidatura deferida, o prefeito Eudes Sampaio torce para que Júlio Matos não obtenha registro e saia da disputa. Rumores de bastidor informam que Júlio Matos tem um Plano B se sua candidatura for rifada até sábado (14): manter seu nome e foto na urna eletrônica e lançar um candidato para substituí-lo, que pode ser um parente seu.

Os próximos dias farão ferver os bastidores das duas candidaturas.

São Luís 11 de Novembro de 2020.

Disputa em São Luís ganha acirramento e troca de acusações e o desfecho pode surpreender

 

Eduardo Braide mantém liderança, Duarte Jr., Neto Evangelista se batem pela segunda vaga, também ainda almejada por Rubens Jr. na disputa em São Luís

É de intensa movimentação, alguma tensão e nítida indefinição o cenário no qual se desenrola a disputa para a Prefeitura de São Luís na reta de chegada. A única certeza que se tinha até dias atrás seria uma passagem olímpica e fulgente do candidato Eduardo Braide (Podemos), líder em todas as pesquisas para o segundo turno, perdeu muita consistência, embora ainda seja densa o suficiente para ser colocada em dúvida. Incerteza maior agita os candidatos Duarte Jr. (Republicanos), Neto Evangelista (DEM) e Rubens Jr. (PCdoB), que travam uma luta dura, já com forte dose de agressividade, e sem trégua, pela segunda vaga, num ambiente em que até os candidatos aparentemente sem chance – Bira do Pindaré (PSD), Jeisael Marx (Rede), Yglésio Moises (PROS), Franklin Douglas (PSOL), Hertz Dias (PSTU) e Silvio Antônio (PRTB) – se movimentam a cada levantamento das tendências de intenções de voto. Isso significa dizer que nos próximos cinco dias a disputa será bem mais intensa, com os candidatos usando todos os recursos que puderem alcançar para “queimar” o adversário mais próximo e, na mesma pisada, seduzir o eleitor.

Eduard Braide entrou no retão decisivo fortemente alvejado pelos estilhaços de uma nota publicada na influente coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, no final da semana passada, dando conta de que ele é investigado por suposta movimentação “atípica” de recursos quando era deputado estadual. Inicialmente ele reagiu, classificou a nota de mentirosa, foi à Justiça e obteve uma decisão que proibiu o jornal de publicar a informação, num ato grave de censura. Ontem, o blog do jornalista Clodoaldo Corrêa mostrou documentos que comprovam a informação da Folha de S. Paulo. Eduardo Braide, porém, manteve sua campanha inalterada, abrindo espaços para refutar a pancadaria com discurso escorado numa frase enfática: “Sou ficha limpa. Minha vida é limpa”.

Nesse cenário, Neto Evangelista dedicou ontem parte do seu programa para responder a ataques, tentando evitar desgastes por causa de uma entrevista infeliz, dada há alguns anos, declarando que o salário de deputado estadual, às vezes não dava para garantir até o fim do mês. O alvo do seu contra-ataque foi o candidato Duarte Jr., que aparece à sua frente em todas as pesquisas, numa ciranda que envolve também o candidato Rubens Jr., que tem o governador Flávio Dino agora engajado na sua campanha e respondendo com munição de grosso calibre a insinuações de Eduardo Braide ao seu Governo.

Esse contexto foi fortemente influenciado ontem pela quarta pesquisa DataIlha, que trouxe Eduard Braide na liderança com 37,2% das intenções de voto. O dado bombástico é o empate técnico, dentro da margem de erro, entre Duarte Jr. (15,6%), Neto Evangelista (14,7%) e Rubens Jr. (12,3%), um enrosco de faísca, muito festejado por partidários do candidato do PCdoB, mas duramente questionado pelas vozes alinhadas aos outros candidatos. Nesse levantamento, Bira do Pindaré (PSB) aparece com 3%, Jeisael Marx (Rede) com 2,3%, Yglésio Moisés (PROS) com 1,8%, Silvio Antônio com 1,4%, e Franklin Douglas (PSOL) e Hertz Dias (PSTU) empatados com 0,3%. O DataIlha encontrou 4,7% dispostos a votar em branco ou a anular o voto e 6,5% que não souberam ou não quiseram responder. A pesquisa DataIlha ouviu 1080 eleitores entre os dias 3 e 5/11, tem margem de erro de 3%, intervalo de confiança de 95% e está registrada no TSE com o número MA-09383/2020.

Anterior à fase de pré-campanha, a disputa entre Duarte Jr. e Neto Evangelista ganhou força na campanha e ganha ares de vale-tudo na reta final, e se transformará num “triângulo de fogo” se Rubens Jr. estiver mesmo na posição apontada pelo DataIlha, que fez a mesma sinalização no levantamento anterior. Com uma informação que chama a atenção: ao mesmo tempo em que se batem, os três disparam contra o candidato do Podemos, numa guerra surpreendente, mas inteiramente lógica em se tratando de um embate eleitoral.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Justiça confirma candidatura do Ildon Marques e anima o jogo sucessório em Imperatriz

Ildon Marques 

O que havia de incertezas em relação à participação do ex-prefeito Ildon Marques (PP) na corrida à Prefeitura de Imperatriz foi para o espaço. É o que informam observadores políticos da antiga Vila do Frei, segundo os quais Ildon Marques obteve na Justiça sinal verde para registrar sua candidatura.

A confirmação da participação de Ildon Marques na disputa produz algumas situações no cenário da disputa, que é liderada pelo deputado Marco Aurélio (PCdoB), com 27,8% das intenções de voto, segundo pesquisa Econométrica divulgada no final de semana passada. A primeira delas é que ele passa a ser a maior ameaça ao prefeito Assis Ramos (DEM), que aparece na pesquisa com 21%, e Ildon Marques com 20,2%. Sem ele na corrida, uma das hipóteses seria prefeito ficando numa situação confortável para tentar o embate com o líder.

A outra situação é que com Ildon Marques, o projeto ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB) – que aparece com 12,1% na pesquisa – de voltar ao comando municipal ficará bem mais difícil. Sem Ildon Marques no jogo, o candidato tucano poderia turbinar sua candidatura com parte dos votos de Ildon Marques, que pelo visto vai tentar ultrapassar o prefeito Assis Ramos e, se conseguir, brigar pela cabeça com Marco Aurélio.

Com a candidatura confirmada, Ildon Marques certamente vai jogar pesado para tirar o prefeito Assis Ramos do caminho e tentar alcançar o líder Marco Aurélio. Mas é certo que encontrará uma resistência dura e obstinada, o que tornará a disputa mais eletrizante na reta final.

 

Os artistas, que já marcaram a vida política de São Luís, estão ausentes da disputa

Um dado tem chamado a atenção na corrida para a Prefeitura de São Luís: a completa ausência de artistas e personalidades ligadas à cultura e à arte em geral. Ao longo de décadas, o envolvimento de cantores, compositores, poetas, escritores, intelectuais, artistas plásticos, grupos de teatro e agitadores culturais em geral foi um traço marcante dos embates políticos no Maranhão, notadamente nas disputas pelo comando de São Luís, onde se posicionavam, levantavam e defendiam bandeiras. Gênios culturais fortemente politizados como Cesar Teixeira, Josias Sobrinho, Sérgio Habibe, Chico Maranhão, Alcione, Zé Pereira Godão, Luís Bulcão, entre muitos outros, tinham lado e assumiam suas posições.

Artistas participaram ativamente da célebre disputa entre Gardênia Gonçalves e Jaime Santana em 1985, presença que se repetiu muito fortemente em 1988, na guerra travada entre Jackson Lago e Carlos Guterres, e em 1992 no animado embate entre Conceição Andrade e João Alberto. A presença de artistas foi ainda marcante nas duas eleições de 1996 e 2000, ambas vencidas por Jackson Lago, mas perdeu força, praticamente desaparecendo a partir de 2008, quando João Castelo foi eleito. Os artistas ludovicenses desapareceram da cena política e eleitoral em São Luís na disputa de 2012, com a eleição de Edivaldo Holanda Jr., situação que se repetiu em 2016, com a reeleição dele numa dura disputa com Eduardo Braide.

No pleito em curso, palavras como “saúde” e “emprego” dominam os discursos dos candidatos. Nas suas falas, porém, a palavra “cultura” foi pouco pronunciada, e “arte”, que é essência da primeira, foi pura e simplesmente ignorada por todos, sem exceção. Uma pena.

São Luís, 10 de Novembro de 2020.