Arquivos mensais: setembro 2020
Força de concorrentes e ataques de Wellington do Curso podem comprometer liderança de Eduardo Braide
Com o cenário da disputa pela Prefeitura de São Luís praticamente definido, as atenções se voltam para os movimentos por meio dos quais o candidato do Podemos, Eduardo Braide, pretende consolidar a sua liderança nas preferências do eleitorado, evitar a desidratação da sua base e administrar, com eficácia, os problemas que ameaçam a estabilidade do seu projeto, como a reação barulhenta do deputado Wellington do Curso à decisão do comando do PSDB de tirá-lo da disputa. Eduardo Braide se encontra num momento crucial da sua corrida ao Palácio de la Ravardière, a começar pelo fato de que, agora com suas situações políticas e partidárias resolvidas, seus principais oponentes – Duarte Júnior (Republicanos/PL/Avante/Patriotas), Neto Evangelista (DEM/PDT/PSL/MDB) e Rubens Júnior (PCdoB/Cidadania/PMB/DC e PT) -, estão se turbinando para melhorar seus desempenhos na corrida às urnas. Visto por todos os demais como o candidato a ser batido, Eduardo Braide encontra-se sob pressão e precisará de muita consistência para manter a liderança.
O candidato do Podemos sabe que, mesmo lhe sendo ainda muito favorável, o cenário de agora já não lhe permite liquidar a fatura em um só turno. Sabe também que, na hipótese de decisão em dois turnos, os dois candidatos entrarão com um jogo zerado. Se for um deles, como prevê a quase totalidade dos observadores, Eduardo Braide terá no embate final um adversário política e partidariamente poderoso, que provavelmente contará com nada menos que os fluídos dos Palácios de la Ravardière e dos Leões, soma de forças, portanto, para ninguém botar defeito. A seu favor, o candidato do Podemos terá pouco mais do que o mesmo suporte do primeiro turno, como o apoio do PSDB, por exemplo, hoje motivo de um zoadento protesto do deputado Wellington do Curso.
Além dos apoios políticos e partidários, o candidato do Podemos tem a seu favor nada menos que 150 mil votos que recebeu na Capital, de um total de 189 mil que amealhou em 2018, e que fizeram dele o segundo mais votado para a Câmara Federal, só perdendo para Josimar de Maranhãozinho. Salvo alguns aliados – como o senador Roberto Rocha (PSDB) e os deputados federais Aluísio Mendes (PSC) e Edilázio Júnior (PSD) -, Eduardo Braide não lidera um grupo expressivo e só conta com o próprio taco, o que o torna um concorrente ao mesmo tempo forte e imprevisível, que pode reverter a tendência de queda e liquidar a eleição em turno único, chegar ao segundo turno exaurido, ou ser alcançado pelo improvável, que seria não chegar ao turno final. Daí as suas cautelas, a estratégia de se preservar e de evitar bolas divididas.
Político racional, que decide seus passos com frieza lógica, calculando cuidadosamente o alcance e o objetivo dos seus movimentos, não se deixando dominar pela emoção, Eduardo Braide tem clareza suficiente para saber que a eleição não está decidida. Todas as avaliações feitas até agora indicam que ele será um dos que desembarcarão no segundo turno. Ao mesmo tempo, os dois meses e meio que faltam para a corrida às urnas é tempo suficiente para mudar qualquer cenário de corrida eleitoral, o que exigirá dele um desempenho excepcional para confirmar essa tendência no dia 15 de Novembro, quando os mais de 600 mil eleitores da Capital irão às urnas. Isso porque, como acontece em qualquer disputa com mais de dois candidatos, o favorito sempre vira alvo preferencial.
O imbróglio causado pelo arquivamento compulsório, pela cúpula do PSDB, da candidatura de Wellington do Curso, de modo a levar o partido a aliar-se ao Podemos e apoiar sua candidatura, se transformou numa incômoda fonte de desgaste para Eduardo Braide, que o obrigou a se manifestar publicamente sobre o assunto, se defendendo da acusação e dando explicações que, em princípio, teriam de ser dadas pelo presidente do PSDB, senador Roberto Rocha. Decidido a não sair no prejuízo, Wellington do Curso se mantém no ataque, acusando-o de traição. Tudo que o candidato do Podemos não precisa nesse momento.
PONTO & CONTRAPONTO
Carlos Madeira não lamenta falta de aliança e reafirma que está “mais firme do que nunca”
O candidato do Solidariedade à Prefeitura de São Luís, Carlos Madeira, não se deixou abater pelo fato de que seu partido não conseguiu um aliado para se coligar, obrigando-o a liderar chapa “puro sangue”. Ele minimizou o fato dizendo que a grande aliança “é com o povo”. E declarando que o seu projeto político-eleitoral está “mais firme do que nunca”, e que sua motivação aumenta a cada dia, o candidato do SD acha que vai sair do bloco dos menos posicionados nas preferências do eleitorado. Carlos Madeira acredita piamente que as próximas pesquisas informarão que ele está avançando, otimismo que não é compartilhado por aliados e simpatizantes da sua candidatura. Há, por outro lado, largo entendimento de que, mesmo sendo um estreante tardio na seara política e eleitoral, ele está preparado para o embate direto com seus oponentes e tem um discurso consistente, até porque é o único candidato que já tem um plano de governo detalhado.
Candidatos buscam “bênção” no Palácio Episcopal de São Luís
Boa parte dos candidatos à Prefeitura de São Luís já bateu às portas do Palácio Episcopal para pedir as bênçãos do arcebispo Dom José Belizário. Muitos dirigentes e sacerdotes simpatizam com a esquerda moderada, tendo apoiado a corrente cristã do petismo, liderada durante muito tempo por Helena Heluy, e por grupos cristãos socialistas, que foram liderados por Juarez Medeiros e Conceição Andrade – os três se elegeram deputados estaduais com essa base de apoio. Agora, a corrente mais influente no universo católico de São Luís é liderada pela deputada Helena Duailibe e seu marido, o vereador Afonso Manoel Ferreira, ambos do Solidariedade, e que religiosamente militam na linha de frente do Movimento Carismático.
São Luís, 03 de Setembro de 2020.
São Luís tem dois grupos de candidaturas, as que disputam para valer e as que lutam para disputar
Falta apenas o PT oficializar o “sim” ao PCdoB em apoio a Rubens Júnior para que o quadro de candidatos à Prefeitura de São Luís e as alianças possíveis sejam confirmados para o que será uma disputa que produzirá outros desdobramentos além da eleição do novo prefeito da Capital. O que foi montado pelos partidos criou dois cenários na arena eleitoral ludovicense. O primeiro é formado por candidatos que vão realmente disputar a sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) – Eduardo Braide (Podemos/PSC/PDS), Duarte Júnior (Republicanos/PL/Avante/Patriotas), Neto Evangelista (DEM/PDT/PSL/MDB), Bira do Pindaré (PSB) e Rubens Júnior (PCdoB/PT/Cidadania/PMB/DC). No outro estão os candidatos que fazem força para entrar no primeiro cenário – Adriano Sarney (PV), Carlos Madeira (Solidariedade), Jeisael Marx (Rede), Yglésio Moises (PROS), Franklin Douglas (PSOL) e Hertz Dias (PSTU). Esse desenho dificilmente sofrerá mudanças, mas como toda situação política guarda uma dose de imprevisibilidade, a prudência recomenda cautela nos prognósticos, principalmente no que diz respeito ao primeiro time.
Eduardo Braide continua líder na preferência do eleitorado, mas a julgar pelo que cantaram as pesquisas até aqui e pelo poder de fogo político e partidário dos outros candidatos do primeiro cenário, faz sentido arriscar a previsão de que essa será uma eleição de dois turnos. Nos bastidores, analistas experientes se mostram convencidos desse roteiro e fazem esforços para identificar o oponente de Eduardo Braide para a rodada final. Os quatro do primeiro cenário estão distanciados por alguns percentuais, mas há diferenças importantes.
Duarte Júnior, por exemplo, tem sua faixa eleitoral, é inteligente, usa bem as redes sociais e tem potencial para crescer, mas lhe falta base política e partidária para fortalecer o seu projeto. O Republicanos tem força mediana, e o peso político do vice-governador Carlos Brandão, somado à estrutura do PL de Josimar de Maranhãozinho – que arquivou o projeto de candidatura da mulher, a deputada Detinha para apoiá-lo – podem lhe embalar a candidatura. Mas esse suporte se mostra limitado quando se avalia o poder de fogo dos demais. O futuro na sua candidatura dependerá basicamente do desempenho do próprio candidato.
Até agora, o candidato mais turbinado política e partidariamente é Neto Evangelista. Além do DEM, sua base conta com o PDT, que é o maior, mais influente mais ramificado partido de São Luís, comandado pelo senador Weverton Rocha, com o PSL, que também tem força na seara ludovicense, e agora com o MDB, que tem poder de fogo na Capital. Não bastasse isso, Neto Evangelista terá, de longe, o maior tempo no rádio e na TV, garantido pela soma dos tempos dos partidos que o apoiam. Essa soma de ingredientes o torna um candidato que pode deslanchar.
No mesmo patamar, Rubens Júnior irá para a campanha com um suporte partidário poderoso: o PCdoB que tem a marca do governador Flávio Dino, o PT que lhe dará o discurso do ex-presidente Lula da Silva e seus programas, o Cidadania que lhe assegurará a militância da senadora Eliziane Gama e seu grupo. A soma dos tempos dos três partidos e mais os segundos do PMB e do DC lhe garantirão espaço expressivo para uma campanha bem animada no rádio e na TV, combustível que também o torna um candidato altamente competitivo.
Bira do Pindaré é um candidato importante, que conhece as entranhas eleitorais de São Luís. Falta-lhe, a exemplo de Duarte Júnior, uma estrutura partidária que lhe assegure explorar a ramificação eleitoral do município. Seu partido, o PSB, vai com chapa pura, tempo de rádio e TV tímido, além de outras limitações de natureza política. Sem deixar de considerá-lo um candidato forte, que conta com uma militância fiel e aguerrida, parte dela do PT, Bira do Pindaré tem a estrutura mais tímida entre os candidatos, o que exigirá dele um desempenho excepcional.
Adriano Sarney (PV), Carlos Madeira (Solidariedade), Jeisael Marx (Rede), Yglésio Moises (PROS), Franklin Douglas (PSOL) e Hertz Dias (PSTU) têm suas virtudes, bons argumentos, excelentes propósitos, e principalmente muita vontade de ganhar o gabinete principal do Palácio de la Ravardière. Mas, a eleição do prefeito de São Luís se dá por uma liderança muito forte, exemplo de Jackson Lago (PDT) e João Castelo (PSDB), ou pelo ajuntamento de forças políticas e partidárias em torno do candidato, como ocorreu com Edivaldo Holanda Júnior em 2012 e 2016. Fora disso, só uma grande surpresa.
PONTO & CONTRAPONTO
Wellington do Curso baterá às portas da Justiça por vaga de candidato que não tinha
O deputado Wellington do Curso anunciou ontem, em discurso emocionado na Assembleia Legislativa, que baterá às portas da Justiça para obrigar o PSDB a devolver-lhe a vaga de candidato à Prefeitura de São Luís. O parlamentar, que perdeu a condição de pré-candidato há tempos, mas só se deu conta disso quando o senador Roberto Rocha, que manda no partido no estado, e outros tucanos emplumados do ninho maranhense passaram a declarar publicamente que a sua candidatura não existia, era fruto da sua imaginação, e que, por força de um acordo firmado em 2018, o partido apoiará a candidatura de Eduardo Braide (Podemos). O tiro de misericórdia veio na semana passada, quando os chefes tucanos anunciaram a decisão numa coletiva.
Se é, de fato, um político esclarecido, como sugere sua condição de professor, Wellington do Curso certamente sabe que não há como ele conseguir que a Justiça obrigue o partido a devolver-lhe uma coisa que não lhe foi oficialmente dada. Não há uma declaração pública enfática do senador Roberto Rocha apontando-o como candidato do PSDB à Prefeitura de São Luís, como também não há registro de qualquer ato do partido na mesma direção. Logo, dificilmente a Justiça lhe dará ouvidos.
O que aconteceu foi uma pancada do parlamentar. O PSDB poderia ter liquidado essa fatura num processo cuidadoso, que poderia até convencer o pretenso candidato a abrir a vaga para o aliado, que, pelo menos até aqui, tem chances reais de se eleger. O senador Roberto Rocha deixou o barco correr, apostando que Wellington do Curso cairia em si, mas perdeu o timing, deixando para dar a pancada já próximo das convenções. Violenta ou não, essa é uma decisão partidária, tomada com base na lógica segundo a qual o PSDB tem mais chances de se dar bem apoiando Eduardo Braide, indicando-lhe o vice, do que bancar a candidatura sem muito futuro de Wellington do Curso.
Sua indignação é justificada, mas a Justiça não é o caminho para resolver essa pendenga. Pendências partidárias se resolvem nas entranhas dos partidos e não no tapetão judicial.
Adriano Sarney vira candidato com chapa “puro sangue”
Adriano Sarney saiu na frente e oficializou sua candidatura à Prefeitura de São Luís, com chapa “puro sangue” do PV, tendo como vice a fisioterapeuta Vall Nascimento, militante verde que também é atleta praticante de judô e jiujitsu. Na convenção, realizada em ambiente aberto na sua sede, no Turu, na segunda-feira, o PV municipal formalizou também chapa com 40 candidatos a vereador.
Bem situado no segundo cenário das candidaturas à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), Adriano Sarney se jactou de comandar uma chapa “puro sangue”, quando, na verdade, essa decisão só foi tomada depois que ele foi descartado pelo MDB. O agora candidato do PV tentou obter o apoio emedebista, mas suas profundas diferenças com a ala jovem daquele partido inviabilizaram a aliança.
O candidato do PV sabe que, mesmo levando em conta a imprevisibilidade de uma guerra eleitoral, as suas chances de chegar ao Palácio de La Ravardière são remotas. Para ele – que conta com o apoio do pai, o ex-deputado federal Sarney Filho, hoje secretário do Meio Ambiente de Brasília -, no entanto, a corrida sucessória municipal é uma vitrine importante, que bem usada poderá, por exemplo, facilitar sua reeleição para a Assembleia Legislativa.
Para tanto, se esforça para ser convincente: “Trago como diferencial o meu conhecimento como economista, administrador e quase 10 anos de carreira política independente. Faremos uma gestão sem amarrações políticas e com o olhar realmente voltado para resolver os problemas de São Luís ouvindo as pessoas estabelecendo prioridades e utilizando corretamente os recursos públicos”.
São Luís, 02 de Setembro de 2020.
MDB avalia cenário, ouve lideranças e decide apoiar Neto Evangelista para a Prefeitura de São Luís
O MDB fechou com o DEM e vai integrar, juntamente com o PDT e o PSL, a base partidária que dará sustentação à candidatura do deputado estadual democrata Neto Evangelista à Prefeitura de São Luís. A decisão foi tomada ontem, no final da manhã, e anunciada logo em seguida na residência da ex-governadora Roseana Sarney, com a presença do candidato, dos comandantes do DEM, deputado federal Juscelino Filho, e do PDT, senador Weverton Rocha, do vice-presidente e articulador do MDB, deputado estadual Roberto Costa, dos deputados federais emedebistas Hildo Rocha e João Marcelo, e do presidente nacional da Juventude do MDB, Assis Filho. O MDB estava oscilando entre o candidato do Solidariedade, Carlos Madeira, e Neto Evangelista. Uma série de movimentos feitos em São Luís e em Brasília levou o comando emedebista a se reunir na manhã de segunda-feira, avaliar o cenário e bater martelo, que favoreceu a aliança com DEM, PDT e PSL. Com a definição, a candidatura de Neto Evangelista se torna de vez um projeto politicamente robusto e eleitoralmente viável, colocando-o efetivamente na disputa pelo Palácio de la Ravardière.
A escolha foi o desfecho de uma ampla articulação que envolveu as lideranças locais e as nacionais do MDB e do DEM. Por uma série de fatores, Neto Evangelista já tinha a preferência do articulador emedebista Roberto Costa, mas mesmo assim o partido abriu diálogo com todos os pré-candidatos. Com exceção dos dois representantes da esquerda radical e, salvo engano, Detinha (PL), todos os demais pré-candidatos sinalizaram querendo o apoio do MDB. E isso se explica porque, com nova perspectiva, construída pela ala jovem que assumiu seus destinos, organizado, com boa estrutura, bom tempo de rádio e TV e lideranças como a ex-governadora Roseana Sarney e o ex-senador João Alberto, o MDB virou “noiva” muito cobiçada. Ao ganhar sua “mão”, o candidato do DEM ganha expressivo reforço.
A batida do martelo foi o desfecho de uma articulação ampla. Alguns fatores empurravam o MDB na direção do candidato do Solidariedade, Carlos Madeira, entre eles o de que poderia indicar o candidato a vice, o que se tornava inviável se o escolhido fosse Neto Evangelista, desde o início comprometido nesse fator com o PDT. Essa tendência mudou quando, numa articulação em Brasília, o chefe regional do DEM, deputado federal Juscelino Filho, acionou o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM/RJ), que se articulou com o presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi (MDB/SP), formando um bloco de “pressão” a favor do apoio do MDB ao candidato do DEM. Com o aval dos deputados federais emedebistas Hildo Rocha e João Marcelo, Baleia Rossi e Rodrigo Maia conversaram com Roberto Costa e Roseana Sarney, conseguindo selar o acordo a favor do candidato do DEM.
O apoio do MDB transforma a candidatura de Neto Evangelista num projeto político e eleitoral reforçado, com cacife para enfrentar os demais “pesos pesados”, como Eduardo Braide (Podemos), Duarte Júnior (Republicanos), Rubens Júnior (PCdoB) e Bira do Pindaré (PSB), colocando-o definitivamente no patamar dos candidatos que estão, de fato, na disputa. E sem o peso de ter de escolher um vice, o partido terá dois focos: reunir seus eleitores em torno do candidato do DEM e direcionar esforços para embalar sua chapa de candidatos a vereador, apostando numa bancada de pelo menos três assentos na Câmara Municipal de São Luís.
Além das decisões tomadas para as eleições de Novembro, chama a atenção a guinada que o MDB vem dando desde que foi destroçado nas urnas em 2018. Sob a coordenação do seu vice-presidente, deputado Roberto Costa, que lidera ala jovem hoje no controle. Em um ano e meio, o MDB revisou sua postura, respirou novos ares, livrou-se das decisões imperiais e passou a ser um partido solto, com portas abertas ao diálogo, enfim, se renovando sem perder sua identidade nem renegar suas origens. Abriu caminho para saltos mais ousados nos próximos tempos.
PONTO & CONTRAPONTO
Antevendo o fracasso, Detinha sai da corrida em São Luís e declara apoio a Duarte Júnior
Não surpreendeu a meia-volta da deputada estadual Detinha desmontando sua candidatura à Prefeitura de São Luís pelo PL. E também não foi surpresa que ela tenha declarado apoio à candidatura do deputado estadual Duarte Júnior (Republicanos), segundo colocado nas intenções de voto, conforme as pesquisas divulgadas até aqui. Ao declarar apoio a Duarte Júnior, a campeã de votos nas eleições para a Assembleia Legislativa em 2018 sai do primeiro plano, mas continua ativa na Capital, à medida que o seu partido ganhou o direito de indicar o candidato a vice, que será, claro, alguém da sua mais absoluta confiança: a ex-secretária estadual de Agricultura, Fabiana Vilar. E levou junto os dois outros partidos que controla, o Avante e o Patriotas, que pouco ou quase nada representam, mas somados ao PTC e ao Republicanos, garantirão a Duarte Júnior mais de dois preciosos minutos de tempo no rádio e na TV.
Ainda que tenha ocupado espaço no projeto eleitoral de um candidato forte e viável, Detinha tornou evidente que tinha perfeita noção de que, ao contrário do que planejou seu marido e mentor, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, sua aventura eleitoral em São Luís, se mantida, resultaria num fracasso retumbante. Isso produziria uma consequência política de médio prazo: a perda de gás do projeto de candidatura de Josimar de Maranhãozinho a governador em 2022. A renúncia já arranha o projeto do chefe do PL, mas a extensão do estrago só poderá ser conhecida após o resultado das eleições de Novembro. Se Duarte Júnior vier a se eleger, Josimar de Maranhãozinho compensará a perda; se não, o tombo será bem maior.
Parlamentares e empresários discutem situação do setor produtivo no Maranhão
Que rumos tomará a economia maranhense nos próximos tempos? Como se movimentará a classe empresarial? E como deve atuar o Poder Público, incluindo a Prefeitura de São Luís? Essas e muitas outras indagações roteirizaram um encontro de trabalho com dirigentes da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema), com o presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB), o senador Weverton Rocha (PDT), o deputado federal Juscelino Filho (DEM) e o deputado estadual Neto Evangelista (DEM), com a mediação do presidente da entidade empresarial, Edilson Baldez.
Os presentes trocaram impressões e opiniões sobre demandas importantes do setor produtivo maranhense, entre elas a mais recente e mais complicada: investimentos necessários para superar a crise em diversas áreas, por conta da pandemia do novo coronavírus. Políticos e empresários também discutiram a importância da atualização do Plano Diretor de São Luís, bem como a realização de obras de infraestrutura para o escoamento da produção.
O presidente Othelino Neto defendeu o debate e o diálogo como iniciativas sempre salutares, à medida que, juntas, vozes do parlamento e representantes de empresas podem buscar soluções que promovam o desenvolvimento econômico e social do Maranhão. “A Fiema representa parte do setor produtivo do estado e, para a Assembleia, que é uma casa plural, momentos como esse são importantes para que possamos trocar informações e ouvir opiniões sobre investimentos que beneficiem o nosso estado”, destacou o parlamentar.
Complementando o posicionamento do presidente do Poder Legislativo, o presidente da Fiema, Edilson Baldez, pontuou que a Federação sempre buscou o diálogo, não só com o Poder Legislativo, mas também com todas as instituições do setor público, que podem ajudar a desenvolver a cadeia produtiva do estado.
São Luís, 01 de Setembro de 2020.