Arquivos mensais: fevereiro 2020

Mais do que decisão política, a compra de ambulâncias pela Assembleia Legislativa foi ato de consciência cívica

 

Flávio Dino, Othelino Neto e deputados estaduais em frente ao Palácio dos Leões, no ato de entrega das ambulâncias compradas com recursos da Assembleia Legislativa

Em ato concorrido, realizado no dia 12 em frente ao Palácio dos Leões, deputados estaduais liderados pelo presidente Othelino Neto (PCdoB) receberam do governador Flávio Dino (PCdoB) 24 das 42 ambulâncias compradas com recursos da sobra orçamentária da Assembleia Legislativa, obtida via política de contenção de gastos. A inciativa do Poder Legislativo foi bem recebida por muitos, mas também criticada por alguns. A compra foi possível depois que o presidente Othelino Neto fez consulta técnica ao Tribunal de Contas do Estado sobre a legalidade do emprego da sobra de recursos na compra desses equipamentos, obtendo como resposta a informação de que não existe regra que impeça o uso de recursos do Poder Legislativo com essa finalidade. A decisão de investir os recursos em ambulâncias foi submetida aos deputados, que a aprovaram e autorizaram a operação. Sem obstáculos, o presidente Othelino Neto comunicou a decisão ao governador Flávio Dino e autorizou o Poder Executivo a realizar a compra. A sobra foi de R$ 6,6 milhões, o que permitiu a aquisição de 42 ambulâncias ao preço de R$ 157 mil cada unidade devidamente equipada. Cada deputado escolheu o município a ser beneficiado com uma ambulância.

A princípio, a iniciativa da Assembleia Legislativa causou surpresa, mas logo foi assimilada e compreendida como um gesto saudável sob diversos aspectos. Para começar, a Assembleia Legislativa poderia de usar a sobra de recursos em obras físicas no complexo do Palácio Manoel Beckman, em equipamentos administrativos, em troca de frota, ou simplesmente devolver o “superávit” ao Tesouro do Estado. A opção foi por empregar os R$ 6,6 milhões na compra de ambulâncias, para reforçar a mobilidade de maranhenses com problemas de saúde e, ao mesmo tempo, dar uma mostra de que, unidos em torno de causas da sociedade, os deputados podem contribuir com algo efetivo além das suas emendas parlamentares e dos seus pleitos junto ao Poder Executivo.

Em relação às poucas críticas que a iniciativa sofreu, vale destacar que elas foram de natureza política. Isso porque, tecnicamente, ninguém em sã consciência se colocaria contra a aquisição de ambulâncias, fosse qual fosse a origem dos recursos. Os que eventualmente se manifestam fazendo restrições certamente não têm a mínima ideia da importância de   ambulância em municípios remotos do interior do Maranhão. O transporte de doentes em busca de socorro em centros mais adiantados em matéria de saúde pública continua intenso e extremamente necessário, alimentando o que o então governador Jackson Lago (PDT) chamava de “romaria de ambulâncias nas estradas do Maranhão”. Mesmo com os indiscutíveis avanços que o estado vem alcançando na área de saúde, uma das prioridades do atual Governo do Estado, com a implantação de centros hospitalares em regiões estratégicas, o uso de ambulâncias continua fundamental. E o acréscimo de 42 ambulâncias à frota atual é de extrema valia para o atendimento dos que precisam.

A entrega das 24 ambulâncias na semana passada, fato definido pelo governador Flávio Dino como “uma grande iniciativa”, demonstrou que o presidente Othelino Neto tinha acertado em cheio quando propôs a iniciativa e recebeu total apoio da Mesa Diretora, das lideranças e dos deputados. O procedimento foi decidido em dezembro passado e confirmado pelo presidente Othelino Neto em Trizidela do Vale, na abertura da terceira edição do projeto “Assembleia em Ação”, no dia 6 de janeiro, diante de centenas de lideranças da Região do Médio Mearim. Naquele momento, as providências para a aquisição já haviam sido tomadas, o que permitiu a entrega do primeiro lote na semana passada. As 18 restantes serão entregues na primeira semana de março, segundo previsão feita à Coluna por um parlamentar.

O fato é que, ao destinar sobras orçamentárias do Poder Legislativo para a compra de ambulâncias para municípios carentes do equipamento, o presidente Othelino Neto e seus pares dispararam um tiro certeiro na deficiência que ainda atrapalha a mobilidade na área de saúde no Maranhão. Praticaram um gesto de consciência cívica.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Grupos ligados ao sarneysismo descartam apoio à candidatura de Adriano Sarney

Adriano Sarney 

Ao contrário do que muitos imaginavam, o que restou do Grupo Sarney não se mobilizará em torno da candidatura do deputado estadual Adriano Sarney (PV) à Prefeitura de São Luís. O presidente do MDB, ex-senador João Alberto, declarou que acha “muito difícil” que o partido venha a apoiar o candidato do PV, confirmando o que já havia sido sinalizado pelo deputado estadual Roberto Costa, vice-presidente. Também o PSD, comandado no estado pelo deputado federal Edilázio Júnior, anunciou que se aliará ao candidato do Podemos, deputado federal Eduardo Braide, quando a tendência era no sentido de apoiar o projeto do PV. Resta na base sarneysista a posição do PSC, comandado pelo deputado federal Aloísio Mendes.

Não surpreende a pulverização dos partidos ligados ao sarneysismo nesta corrida à Prefeitura de São Luís. Eles são liderados por políticos que sobreviveram à dizimação do Grupo nas últimas eleições e, por isso, preferem seguir caminhos diferentes do que colar suas digitais na única candidatura que representa a família do ex-presidente José Sarney, já que a ex-governadora Roseana Sarney não aceitou a vaga de candidata que lhe foi oferecida pelo MDB, do qual ela continua sendo o nome mais forte. Adriano Sarney sabe que não terá o apoio do MDB nem do PSD, e muito provavelmente não contará também com o PSC, o que o obrigará a procurar outras alianças ou seguir numa campanha-solo.

Vale lembrar, porém, que os acertos de agora só serão confirmados nas convenções, em julho, restando tempo suficiente para mudanças e ajustes possíveis na seara política.

 

Pré-candidatos exploram aumento nas passagens: Yglésio Moisés faz abordagem diferenciada

Yglésio Moisés

Vários pré-candidatos à Prefeitura de São Luís aproveitaram o reajuste nas tarifas dos coletivos para mostrar suas preocupações com a população ludovicense. Quase todos os que se manifestaram o fizeram com discurso convencional, já manjado, jogando o “absurdo” na conta do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT).

O diferencial foi o deputado Yglésio Moisés (PROS), que ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa e por quase meia hora fez uma análise criteriosa e surpreendente dos problemas da mobilidade urbana na Capital, destacando aspectos importantes, mas pouco observados, do sistema de transporte coletivo de São Luís. Na sua abordagem, revelou, por exemplo, que a tarifa dos coletivos é tributada, enquanto serviço de transporte por aplicativo explorado em São Luís, a começar pela multinacional Uber, não paga um centavo de ISS, privando a Prefeitura de arrecadar cerca de R$ 1 milhão por mês, dinheiro que, na sua opinião, poderia ser usado na melhoria da infraestrutura e do sistema de transporte de massa.

O pré-candidato do PROS mostrou que saberá o que fazer na área se chegar ao Palácio de la Ravardière.

São Luís, 18 de Fevereiro de 2020.

Gestão eficiente, posições claras e reportagem de Veja colocam de vez Flávio Dino na corrida presidencial

 

Flávio Dino desembarca de vez na cena nacional como presidenciável

De todos os momentos importantes que viveu desde que decidiu entrar no fechado, complexo, restrito e movediço circuito da política nacional, habitado pelas raríssimas personalidades dispostas a encarar a disputa pela Presidência da República, nenhum foi melhor e mais significativo para o governador Flávio Dino (PCdoB) do que a semana que passou. Foi um período em que ele expôs enfaticamente suas posições e opiniões numa entrevista ao canal virtual do jornal candango Correio Braziliense, debateu o Pacto Federativo com o experiente ex-governador capixaba Paulo Hartung (PSB) no Centro de Debates de Políticas Públicas (CDPP), rebateu declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), viu seu nome aparecer como terceiro colocado num dos cenários de uma pesquisa nacional sobre sucessão presidencial, e fechou a semana com a publicação, pela revista Veja, de ampla e consistente reportagem sobre seu Governo e sua atuação política. Desdobramentos de uma longa série de entrevistas, debates e posicionamentos políticos fortes – como a defesa do ex-presidente Lula da Silva (PT) e a proposta de formação de uma ampla frente reunindo centro e esquerda para enfrentar a direita conservadora, por exemplo -, os eventos da semana sinalizaram, pelo tom, que o governador do Maranhão desembarcou de vez, como protagonista, na cena política nacional.

Na reportagem de Veja – revista que defende ideias da direita liberal, mas que prima pela liberdade de expressão -, Flávio Dino é mostrado, sem rasgos de simpatia, como líder de um Governo bem-sucedido, que, apesar da crise que assolou o País, vem alcançando bons resultados nas áreas de saúde, educação e segurança pública, conseguindo fazer investimentos em infraestrutura e mantendo em dia o pagamento dos servidores públicos. A reportagem aponta também supostos problemas, mas no geral o identifica como um Governo inovador, correto e eficiente. Veja mostra que no campo político, além de dizimar o Grupo Sarney, Flávio Dino conseguiu a proeza de construir uma frente com 16 partidos, incluindo porta-vozes da direita liberal, como o DEM, por exemplo, indicando que esse projeto pode ser viável no plano nacional. Numa entrevista ao repórter Edoardo Ghirotto, admite que poderá disputar ser a Presidente da República, desde que candidato de uma frente ampla. Na sua visão, essa é a única maneira de destronar a direita conservadora do poder no País.

Independentemente do que vier a acontecer de agora por diante, e dos obstáculos que certamente surgirão na sua caminhada, Flávio Dino já é parte ativa e reconhecida do seleto grupo de presidenciáveis. Isso implica dizer que nenhum projeto de poder da Oposição, do PSDB ao PSOL, incluindo o PT, ganhará forma sem passar pelo Palácio dos Leões. No domínio pleno do espaço que ocupou, e que tende a ampliar, Flávio Dino tornou-se uma voz autorizada na banda oposicionista, e com a vantagem de alimentar um discurso crítico forte e fundamentado aos atuais mandarins da República sem o ranço da agressividade odienta. Fala com a autoridade de ex-juiz federal, com a didática de professor universitário, com a experiência de deputado federal apontado como excelente legislador, e com o cacife de líder de um Governo estadual que está dando certo. E aborda com igual proficiência os temas mais distintos, no que se revela um estudioso obstinado. Ninguém duvida de que num debate direto com o governador do Maranhão, o atual presidente da República será triturado.

Flávio Dino será candidato a presidente? Ele próprio responde: “Uma candidatura à Presidência só será colocada se houver um conjunto de forças me apoiando. Você não disputa uma eleição majoritária sozinho. Eu ganhei a eleição de governador duas vezes porque tinha um movimento coletivo de partidos que me sustentou. Se não houver esse conjunto de forças, então é claro que serei candidato ao Senado pelo Maranhão”. Ou seja, para ele, candidatura presidencial não pode ser fruto apenas da vontade do candidato, um ímpeto de vale-tudo, que tem de ser consolidado de qualquer maneira. Trata-se de um movimento maior, plural, em torno de um projeto consistente para mudar o País. Se as condições básicas – a começar pela frente partidária – forem construídas, tudo bem, ele pode entrar o jogo; se não, usará seu prestígio político para ser senador pelo Maranhão.

Vale registrar que todas as manifestações do governador do Maranhão são indicativos claros de que, diferentemente do que dizem alguns, ele não age com açodamento por haver alcançado espaço no cenário nacional. Ao contrário, demonstra estar com os pés firmes no chão.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

A indagação do momento: PDT e DEM vão mesmo se aliar na disputa em São Luís?

Weverton Rocha, Carlos Lupi, Neto Evangelista e Juscelino Filho: aliança à vista

Resolvida a situação no PCdoB, com a candidatura do deputado federal licenciado Rubens Júnior e a filiação do deputado estadual Duarte Júnior ao Republicanos, numa equação que atendeu ao grego e ao troiano, a grande expectativa do meio político e dos observadores se volta agora para o PDT, mais especificamente para os movimentos do presidente do partido, senador Weverton Rocha.

Sem nome de peso para lançar na disputa, o mais provável é mesmo a articulação de uma aliança com o DEM em torno do deputado estadual Neto Evangelista. Weverton Rocha tentou fazer com que Neto Evangelista migrasse para o PDT, mas o presidente nacional do DEM, o prefeito de Salvador (BA) ACM Neto estrilou alto e barrou a operação. E defendeu a proposta inicial de lançar o deputado do DEM como candidato a prefeito com um vice indicado pelo PDT. Uma reunião recente entre as cúpulas do PDT e do DEM, em Brasília, confirmou o projeto de aliança e deixou no ar a impressão de que o acordo foi finalmente fechado. Resta ajustar a aliança e fazer o anúncio do casamento.

O que todos estão esperando é a posição do prefeito Edivaldo Holanda Júnior. Ele apoia esse projeto? Há quem diga que sim, mas há também que diga que não.

 

Sem líderes acreditados nem apoiadores assumidos, bolsonarismo não tem vez no Maranhão

Maura Jorge, Allan Garcez e Ribamar Monteiro: bolsonaristas com pouco prestígio no Maranhão

O bolsonarismo parece mesmo não ter vez no Maranhão, a começar pelo fato de que seus porta-vozes mais ativos estão caminhando rapidamente para o ostracismo. A ex-prefeita Maura Jorge está politicamente fragilizada, cuidando de se manter à frente do braço maranhense da Funasa, agora agitado pela incerteza por conta da troca do comando nacional da autarquia. O coronel da reserva José Ribamar Monteiro continua à frente do braço maranhense da SPU, tendo assumido a tarefa de arranjar assinaturas para respaldar o partido que o chefe maior, o presidente Jair Bolsonaro, está tentando criar, o Aliança pelo Brasil. E o médico Allan Garcez, que depois de ter feito campanha para Bolsonaro no maranhão, participado do plano de governo, assumido um cargo de peso relativo terceiro escalão do no Ministério da Saúde, largou tudo para ser secretário de Saúde no Acre, mas acabou demitido pouco mais de um mês após assumir. Outros bolsonaristas de carteirinha, mas de cacife miúdo, simplesmente não existem no cenário político do Maranhão. E os aliados de proa no Congresso Nacional, como o senador Roberto Rocha, por exemplo, que pertence ao PSDB, o deputado federal Pastor Gildenemyr (Podemos), e a deputada estadual Mical Damasceno (PTB), não parecem nem um pouco interessados no embrião partidário de Jair Bolsonaro. Em resumo: salvo pela voz de alguns políticos desgarrados, de alguns prefeitos e de uma penca modesta de vereadores, ninguém mais está se arriscando a defender o Governo de Jair Bolsonaro nem fazer parte da sua base política.

São Luís, 17 de Janeiro de 2020.

 

Confirmado candidato do PCdoB, Rubens Júnior tem agora o desafio de se tornar o adversário de Eduardo Braide

 

Rubens Júnior (c) é aclamado por Márcio Jerry e dirigentes do PCdoB pré-candidato a prefeito de São Luís, o que lhe dá a responsabilidade de viabilizar seu projeto

Ao confirmar, ontem, a pré-candidatura do deputado federal Rubens Júnior à Prefeitura de São Luís, o PCdoB consumou a linha básica da sua estratégia para a disputa, iniciando por colocar ponto final nas diversas possibilidades que vinham sendo apontadas como caminhos prováveis da agremiação governista. A confirmação se deu depois de uma série de especulações, entre elas a de que, por conta do clima criado pela disputa entre Rubens Júnior e Duarte Júnior – que deixou o arraial comunista e entrou para o dos Republicanos -, o candidato do partido poderia ser o deputado federal Márcio Jerry, seu presidente regional, ou também a de que o partido poderia até mesmo não lançar candidato. O ato de ontem encerrou um longo e tenso período de incerteza na base governista, que agora tem um quadro definido para dentro dele se posicionar. E nesse contexto, o agora pré-candidato Rubens Júnior entra formalmente na corrida à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) com a responsabilidade de ser o candidato do Palácio dos Leões e, por dedução lógica, do governador Flávio Dino, e com o desafio de chegar ao Palácio de la Ravardière.

Rubens Júnior se torna a escolha do PCdoB em meio à repercussão de uma pesquisa (DataIlha) em que ele aparece com apenas 2% das preferências do eleitorado num cenário em que o líder, deputado federal Eduardo Braide (Podemos), aparece com 38%, a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) com 10,5% e Duarte Júnior (ainda no PCdoB) com 9%. Para muitos observadores apressados, sua posição na pesquisa DataIlha deveria funcionar como uma sentença para afastá-lo da disputa. Numa avaliação mais atenta, ele saiu de quase zero para dois pontos percentuais, indicativos de potencial de crescimento. E com um detalhe a mais: no item rejeição ele aparece em posição confortável. Ou seja, o PCdoB abriu mão de Duarte Júnior, terceiro colocado na pesquisa, mas sem maior identificação com o partido, para apostar num nome que tem sua cara e total identidade com a linha de ação do governador Flávio Dino.

Independentemente do quadro de candidatos que vier a ser definido, Rubens Júnior é agora o nome do PCdoB na disputa. Isso significa que ele assumiu a obrigação de mostrar que tem competência política para atrair uma base forte e potencial eleitoral para explorar nos próximos meses e sair vitorioso das urnas. Por sua vez, ao abraçar o seu projeto e aceitá-lo como pré-candidato, o PCdoB assume o compromisso de mobilizar suas bases para fortalecer o seu projeto de candidatura, de modo a torná-lo politicamente forte e eleitoralmente viável. O pré-candidato e o partido têm plena noção do desafio que assumiram, sabem da importância política e estratégica da Prefeitura de São Luís, e têm ainda perfeita consciência do dano político e eleitoral que uma derrota nessa corrida pode representar.

Agora respaldado pelo PCdoB, Rubens Júnior entra na corrida como um candidato diferenciado. Ele deixou o conforto de deputado federal expressivo e atuante que se licenciou para ser o prestigiado secretário das Cidades e Desenvolvimento Urbano.  Assumiu a posição espinhosa de ser um dos responsáveis pelo futuro do PCdoB e do projeto de poder comandado pelo governador Flávio Dino. Seu maior desafio agora é convencer as forças da base governista na Capital de que reúne as credenciais necessárias para liderar a corrida e se tornar o principal adversário do candidato do Podemos, Eduardo Braide. Para tanto, terá de ultrapassar Duarte Júnior, Neto Evangelista (DEM), Wellington do Curso (PSDB), Bira do Pindaré (PSB) e Jeisael Marx (Rede), que na pesquisa DataIlha aparecem à sua frente.

Não há dúvida de que o status de candidato do PCdoB, avalizado pelo presidente do partido, deputado federal Márcio Jerry, e governador Flávio Dino, mudará o curso da sua caminhada, que certamente será reforçada com alianças partidárias que serão articuladas e definida daqui até as convenções, em julho. Até lá, sua tarefa será mostrar empatia com o eleitorado.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Destaque

“Assembleia em Ação”: edição de Imperatriz, ontem, foi a maior até agora

Ladeado por José Carlos Soares, Marco Aurélio, Pastor Cavalcante e Sebastião Madeira, Othelino Neto fala na abertura do evento. para uma atenta plateia, formada principalmente por vereadores

Imperatriz sediou ontem a maior edição do projeto “Assembleia em Ação”, programada para abranger 23 municípios da Região Tocantina. Como estava previsto, além das palestras técnicas agendadas – sobre informações sobre o funcionamento do Poder Legislativo e sobre as regras para as eleições municipais -, o evento serviu como espaço privilegiado para um amplo debate sobre os problemas mais graves que afetam os municípios tocantinos e as questões macro que envolvem a região com a manifestação de prefeitos e vereadores tocantinos. O evento ganhou amplitude com a presença de mais de uma dezena de deputados, em especial os tocantinos Marco Aurélio (PCdoB) e Pastor Cavalcante (PROS)
– Começamos muito bem o ano, com mais uma edição do Assembleia em Ação, desta vez em Imperatriz, principal cidade da Região Tocantina, de suma importância para o desenvolvimento do Maranhão. Esta é, seguramente, a maior de todas, dentre as que já foram realizadas, não somente pela grande quantidade de pessoas que se interessaram em vir, mas pela representatividade” – declarou o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB). Ele acrescentou: “O Assembleia em Ação também é um momento de debate, de enfrentamento de ideias. A Assembleia Legislativa desenvolve esse trabalho de ir às regiões para conversar, ouvir reclamações, porque daqui sairão iniciativas que mudarão para melhor a vida das pessoas. Não é à toa que estão aqui 21 dos 42 deputados estaduais, que vieram menos para falar e mais para ouvir. Voltaremos a São Luís conhecendo um pouco mais da Região Tocantina”

Além de assistir às palestras, deputados estaduais, prefeitos, vereadores, lideranças políticas e representantes da sociedade civil participaram ativamente, primeiro assistindo às palestras com indagações e esclarecimento de dúvidas; depois, se manifestando sobre os problemas da região. O presidente da Câmara de Imperatriz, vereador José Carlos Soares (PV), que exerce o cargo pela sexta vez, e o prefeito de Grajaú, Mercial Arruda (DEM), por exemplo, defenderam soluções urgentes para problemas regionais e municipais. Deputados, prefeitos e vereadores se manifestaram na mesma direção.

Os participantes elogiaram intensamente o evento, indicando que a edição de Imperatriz consolidou o projeto e reafirmou o propósito do presidente Othelino Filho, apoiado pelos membros da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa.

 

Yglésio Moisés se filia ao PROS, ganha a vaga de candidato e promete crescer na disputa

Yglésio Moisés já é o candidato do PROS à prefeitura de São Luís

O deputado estadual Yglésio Moisés já está filiado ao PROS e lançado informalmente candidato à Prefeitura de São Luís pelo presidente do partido no Maranhão, deputado federal Gastão Vieira. Sua filiação ocorreu na quinta-feira (13), depois de uma intensa movimentação do parlamentar em busca de um abrigo partidário para concorrer à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT). Yglésio Moisés foi eleito para o parlamento estadual pelo PDT, tentou ser o candidato do partido à sucessão do prefeito pedetista Edivaldo Holanda Júnior, mas por uma série de circunstâncias e conveniências, foi preterido, ganhando, porém, do chefe maior do PDT no Maranhão, senador Weverton Rocha, autorização para procurar outro partido sem o risco de perder o mandato. Conversou demoradamente com o Solidariedade, mas o seu presidente, o suplente de deputado federal e secretário de Estado de Indústria e Comércio Simplício Araújo preferiu abrigar e lançar candidato o ex-juiz federal Carlos Madeira; manteve entendimentos com o PL do deputado federal Josimar de Maranhãozinho, mas as negociações não prosperaram. Finalmente, encontrou ambiente favorável e receptivo no PROS, ganhando de cara a vaga de candidato, e com a vantagem de ter sido anunciado com declarações entusiasmadas do deputado Gastão Vieira. Médico respeitado e na iminência de se tornar advogado, Yglésio Moisés é um dos quadros mais preparados e atuantes da atual Assembleia Legislativa e promete ser um diferencial na disputa pela Prefeitura de São Luís.

São Luís, 15 de Fevereiro de 2020.

Flávio Dino articula bem e garante, sem traumas, espaço para as candidaturas de Duarte Jr. e Rubens Jr.  

 

Flávio Dino desarmou a bomba no PCdoB ao acomodar Duarte Jr. e Rubens Jr. na disputa de São Luís

A filiação do deputado estadual Duarte Júnior no Republicanos, em ato em Brasília com a presença do vice-governador Carlos Brandão, e prestigiado pelo comando nacional do partido, e uma comunicação do presidente estadual do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, via twitter, confirmando a pré-candidatura do deputado federal licenciado Rubens Júnior, atual secretário de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano, funcionaram como desfecho de uma novela de roteiro intenso que sacudiu os bastidores do partido do governador Flávio Dino por causa da  corrida à Prefeitura de São Luís. Aguardadas com forte expectativa por todos os grupos e pré-candidatos interessados na sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), as decisões envolvendo Duarte Júnior e Rubens Júnior foram fortemente influenciadas pelo Palácio dos Leões, uma vez que tiveram o aval explícito e público do governador Flávio Dino, que assim deu sinal de largada na corrida ao Palácio de la Ravardière.

Chamou a atenção o fato de que o governador Flávio Dino usou inteligência política e desarmou sem traumas um imbróglio que tinha grande potencial para produzir uma baita crise na base política e partidária do Governo. Depois de avaliar que, por uma ampla lista de motivos, Duarte Júnior não se encaixaria no perfil de candidato do PCdoB nessa disputa, o governador o estimulou a procurar novo pouso partidário – liberando-o para fazê-lo sem o risco de perder o mandato – que acabou sendo o Republicanos (ex-PRB), hoje o bastião partidário do vice-governador Carlos Brandão, sua figura maior. E no caso de Rubens Júnior, avaliou que ele tem a cara do PCdoB, dispondo, portanto, das credenciais políticas e ideológicas para falar com legítimo representante do partido e, por via de desdobramento, do Governo na guerra pela Prefeitura de São Luís.

Os movimentos do governador, do presidente do PCdoB e do vice-governador detonaram o embrião de crise sem perder seus quadros, mantendo-os em espaços destacados da aliança partidária que forma a base governista. Duarte Júnior vai para a disputa partidariamente confortável e sem o compromisso de poupar a administração municipal, mas também com o propósito de se tornar o adversário principal do candidato do Podemos, deputado federal Eduardo Braide, favorito disparado na preferência do eleitorado, segundo todas as pesquisas realizadas até aqui. Rubens Júnior, por seu turno, terá como candidato uma posição mais delicada, devendo usar tom forte em relação aos problemas da Capital, mas adotando um discurso mais moderado quanto aos oito anos da gestão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior. Essas posturas, porém, vão depender de como se comportará o candidato do ou apoiado pelo PDT, que, tudo indica, será o deputado estadual Neto Evangelista (DEM).

Quando partiu para resolver de vez a equação que agitava os bastidores do PCdoB, o governador Flávio Dino que não enxergou outra solução satisfatória se não abrir caminho para Duarte Júnior e Rubens Júnior. Se optasse por tirar Duarte Júnior do páreo, estaria cometendo o grave erro de sufocar os passos iniciais de uma das mais consistentes promessas da nova geração política do Maranhão, um político com brilho próprio e com um enorme potencial de crescimento, e que, travado, poderia se tornar um quadro insatisfeito e até mesmo incômodo na engrenagem governista. A opção de dar a Rubens Júnior a vaga de candidato do PCdoB seguiu a mesma lógica: trata-se de um quadro atuante, correto, leal, dedicado e, mesmo sem os traços de fenômeno eleitoral, tem potencial para resolver situações mais complexas e abrangentes no futuro. É saudável para ambos vivenciar uma disputa majoritária agora, independentemente de qual venha a ser o desfecho da eleição.

Ao resolver a equação dentro do PCdoB, criando as condições para as candidaturas do deputado estadual Duarte Júnior (Republicanos) e do deputado federal Rubens Júnior (PCdoB), o governador Flávio Dino conteve a agitação e o disse-me-disse na sua base e pautou, finalmente, a corrida para a Prefeitura de São Luís, sinalizando que pretende usar todo o seu arsenal político para manter o Palácio de la Ravardière alinhado ao Palácio dos Leões.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Destaque

Sob o comando de Othelino Neto, “Assembleia em Ação” chega à Região Tocantina

Othelino Neto comandará amanhã o “Assembleia em Ação” em Imperatriz

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB) desembarca hoje em Imperatriz para comandar, amanhã (14), a quarta edição do projeto “Assembleia em Ação” cujo objetivo é “promover a troca de conhecimentos e experiências entre o Legislativo Estadual e as Câmaras de Vereadores e aproximar, cada vez mais, a Assembleia dos municípios, da classe política e da sociedade, para que a população conheça melhor o que é produzido no Parlamento Estadual”.

Trata-se de uma iniciativa inovadora se comparada com muitas outras que foram colocadas em prática. O “Assembleia em Ação” tem como base a transmissão de informações essenciais para enriquecer o funcionamento das casas legislativas. Como evento, tem servido também como espaço de debate de problemas regionais, a começar pelo fato de que o público maior é formado por vereadores de municípios que integram a Região Tocantina, que abrange 23 municípios cujas populações somadas alcançam mais de 700 mil pessoas. Vale lembrar que o “Assembleia em Ação já foi realizado em Balsas (Região Sul), Timon (Região Leste) e Trizidela do Vale (Região Central), alcançando cerca de 70 municípios e uma população superior a 1 milhão de habitantes.

E Imperatriz, o evento será realizado no auditório do Hotel Imperial e será aberto às 9 horas com uma palestra do presidente Othelino Neto. A partir de então, às 9:30h o diretor geral da Mesa Diretora da Alema, Bráulio Martins, e o consultor legislativo de Direito Constitucional, Anderson Rocha, palestram sobre processo legislativo, mostrando como funciona o Poder Legislativo, suas atribuições e a importância das suas decisões na vida da população. Às 10h15, palestra com o tema “Eleições 2020: as mudanças na legislação eleitoral” será ministrada pelo diretor de Administração da Assembleia, Antino Noleto.

Após as palestras, o evento será aberto a pronunciamentos e debates, normalmente com a participação de deputados da região, que aproveitam o espaço para denunciar problemas e cobrar soluções, o mesmo fazendo prefeitos e vereadores. Os debates e pronunciamentos iniciam às 11h com encerramento previsto para o meio-dia.

Em todas as edições do evento, Othelino Neto informa os inúmeros projetos aprovados recentemente pela Casa, visando beneficiar os municípios maranhenses, sejam eles propostos pelos deputados ou mensagens encaminhadas pelo Poder Executivo, a exemplo da lei alterando o ICMS para beneficiar os setores da sociedade que mais precisam, com a redução do ICMS sobre o gás de cozinha (que era de 18% e passou para 14%), benefícios fiscais a taxistas, reativação do programa Moto Legal, e diversos outros projetos. (Com informações da Assessoria de Comunicação da Assembleia Legislativa)

 

Fora da disputa pela Prefeitura, o vice Júlio Pinheiro deve ser candidato a vereador

Júlio Pinheiro (d): parceiro leal de Edivaldo Holanda Júnior, deve ir para a Câmara Municipal

O vice-prefeito Júlio Pinheiro, que comanda o Diretório do PCdoB em São Luís, também usou o twitter para comunicar a confirmação do deputado federal Rubens Júnior como pré-candidato do partido à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT). Com o gesto, o vice-prefeito dá adeus definitivo ao projeto de sair candidato do PCdoB à sucessão do prefeito, de quem tem sido um aliado forte e leal, várias vezes escalado para missões espinhosas, como a de dialogar com servidores, principalmente os da área de educação. Definitivamente fora da corrida sucessória, Júlio Pinheiro deverá renunciar à condição de vice-prefeito para concorrer a uma vaga na Câmara Municipal de São Luís, com cacife para sair das urnas com boa votação. Professor de carreira e com larga experiência da área sindical, Júlio Pinheiro é um político forjado nas fileiras do PCdoB, considerado por muitos como um dos quadros de proa do governador Flávio Dino, principalmente por sua proximidade do presidente do partido, deputado federal Márcio Jerry.

São Luís, 13 de Fevereiro de 2020.

 

Imperatriz, São José de Ribamar e Caxias serão palcos de embates duros por prefeituras

 

Assis Ramos, Marco Aurélio, Ildon Marques e Sebastião Madeira devem disputar em Imperatriz; Eudes Sampaio e Jota Pinto agitam São José de Ribamar, e Fábio Gentil, Adelmo Soares e César Sabá embate eleitoral em Caxias

Enquanto as forças políticas e partidárias de São Luís ainda se encontram mergulhadas em articulações para definir o quadro de candidatos à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), em Imperatriz, São José de Ribamar e Caxias, três dos cinco maiores e mais importantes municípios maranhenses, colégios eleitorais que abrigam perto de mais de 350 mil eleitores, já estão com os seus quadros de candidatos formatados, faltando pouco para o desenho definitivo da disputa. São três centros decisivos da política maranhense, com forte influência sobre os municípios que os orbitam. O que acontece em Imperatriz tem repercussão em pelo menos 15 municípios que a cercam. O mesmo ocorre com Caxias, cujos eventos políticos produzem desdobramentos em mais de uma dezena de municípios do Leste maranhense. O embate político em São José de Ribamar também repercute em toda a Ilha de Upaon Açú e na região metropolitana, incluindo São Luís. Na disputa que se aproxima, esses três importantes polos políticos têm em comum o fato de que os três prefeitos – o de Imperatriz, Assis Ramos (DEM), o de Caxias, Fábio Gentil (PRB) e o de São José de Ribamar, Eudes Sampaio (PTB) estão em busca da reeleição, o que torna mais intensas a corrida pelo voto nessas três unidades maranhenses.

Segundo maior colégio eleitoral do Maranhão, com 162,4 mil eleitores aptos a votar em 2018, número que pode chegar a 170 mil para as eleições deste ano, Imperatriz tem o quadro da disputa pela Prefeitura praticamente definido. Ali, o cenário até o momento mostra o prefeito Assis Ramos (DEM) candidato à reeleição, tendo como principal adversário até agora o deputado estadual Marco Aurélio (PCdoB). O ex-prefeito Ildon Marques (PSB) mantém seu projeto de candidatura em banho maria, devendo tirá-lo somente em abril, quando decidirá se será ou não candidato. Na mesma linha encontra-se o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB), que ainda não bateu martelo sobre entrar ou não na corrida. Outros nomes poderão se apresentar, mas todas as avaliações feitas até aqui indicam que o prefeito Assis Ramos enfrentará mesmo o deputado Marco Aurélio e, muito provavelmente, o ex-prefeito Ildon Marques. A pesquisa mais recente, feita pelo instituto Econométrica, apontou Marco Aurélio na dianteira, Ildon Marques em 2º e Assis Ramos em 3º, seguido do tucano Sebastião Madeira em 4º. Observadores tocantinos disseram à Coluna que o cenário só será mesmo definido quando Ildon Marques e Sebastião Madeira se posicionarem.

No outro extremo do Maranhão, mais precisamente na Ilha de Upaon Açu, uma guerra eleitoral vai sacudir São José de Ribamar, com mais de 100 mil eleitores, e onde o prefeito petebista Eudes Sampaio, que assumiu o cargo após a renúncia do prefeito Luís Fernando Silva, já bateu martelo como candidato à reeleição. Terá como adversário mais forte o ex-deputado Jota Pinto, recém lançado pelo PDT, para onde retornou após mais de uma década entrando e saindo de diversas legendas. Ali, a disputa será entre os dois grupos que controlam politicamente a Cidade do Padroeiro. De um lado está Luís Fernando Silva, a senadora Eliziane Gama (Cidadania), o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (PTB) e o deputado federal Gastão Vieira (PROS) mobilizados em torno de Eudes Sampaio. Do outro, Jota Pinto terá o apoio do senador Weverton Rocha, o todo-poderoso comandante do PDT maranhense, e dos Cutrim – o deputado federal Gil Cutrim, o deputado estadual Glaubert Cutrim e o conselheiro do TCE Edmar Cutrim, os três últimos especialmente empenhados em derrotar Luís Fernando Silva e seu grupo. Há quem preveja São José de Ribamar como campo de uma verdadeira guerra pelo voto.

Finalmente Caxias, um dos bastiões políticos mais importantes do Maranhão, onde estão quase 100 mil votos. Ali, o quadro da disputa foi desenhado na semana passada, o bem avaliado prefeito Fábio Gentil (PRB) vai em busca da reeleição tendo como oponente o deputado estadual Adelmo Soares (PCdoB), lançado com o apoio do Grupo Coutinho, que reúne PDT e PSB e apresentou a vereadora Taís Coutinho (PSB) como candidata a vice. Político experiente e hábil, o prefeito Fábio Gentil terá como vice Paulo Marinho Júnior, que já era seu vice, renunciou ao cargo para assumir mandato na Câmara Federal, mas voltará ao posto na convenção do partido, em junho. Na avaliação de muitos observadores, será um confronto de peso, que testará, ao mesmo tempo, o cacife do prefeito Fábio Gentil, que derrotou o grupo em 2016, e o da deputada Cleide Coutinho, que assumiu a liderança do grupo após a morte do deputado Humberto Couto. Além dos dois, corre por fora, como uma terceira via, o empresário César Sabá, lançado na semana passada como o novo líder do MDB e candidato do partido à Prefeitura da Princesa do Sertão.

Esses três cenários devem ser movimentados por confrontos que produzirão desfechos imprevisíveis.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Sarneysistas desgarrados podem se juntar em torno de Adriano Sarney

Adriano Sarney 

Ganha corpo nos diversos segmentos do que já foi o Grupo Sarney a tese segundo a qual MDB, PSC, PSD se juntem em torno da candidatura do deputado estadual Adriano Sarney (PV) à Prefeitura de São Luís. Os defensores do projeto avaliam ser perda de tempo lançarem candidatos próprios, que não chegarão a lugar algum. Essas mesmas vozes acham que o caminho é fazer um grande esforço, superar as profundas divergências que distancia, por exemplo, o MDB do PV, que está distanciado do PSD e do PSC. O deputado estadual Adriano Sarney não é o candidato preferido do deputado Roberto Costa, hoje a voz mais influente do MDB. Também não conta com a simpatia do deputado federal Aluísio Mendes, que comanda o PSC maranhense, nem do deputado federal Edilázio Júnior, atual manda-chuva do PSD no estado. Há quem afirme que as divergências são superáveis e que o projeto pode ser viabilizado numa mesa redonda em que a conversa seja franca. A maior dificuldade é que Aluísio Mendes e Edilázio Júnior estudam levar, respectivamente, o PSC e o PSD para o projeto de candidatura do deputado Eduardo Braide (Podemos), enquanto o MDB tenta encontrar meios de lançar candidato próprio, de preferência a ex-governadora Roseana Sarney, que por sua vez torce pela revitalização do grande grupo partidário que comandou por mais de duas décadas.

 

Tadeu Palácio poderá disputar uma cadeira na Câmara Municipal de São Luís

Tadeu Palácio 

O ex-prefeito Tadeu Palácio (PSL) ainda não abandonou a ideia de tentar retornar ao Palácio de la Ravardière. Mas há quem diga que ele começa a pensar na possibilidade de voltar à Câmara Municipal, onde iniciou sua carreira e onde permaneceu por três mandatos até ser ungido candidato a vice na chapa do prefeito Jackson Lago (PDT), em 1988, projeto que lhe abriu caminho para ser prefeito em 2002 e se reeleger em turno único em 2004. Dedicado à Oftalmologia desde que deixou a Prefeitura na poeira do fracasso retumbante que foi o seu projeto de eleger o ex-deputado Clodomir Paz em 2008. É verdade que são apenas especulações que circulam o meio político, mas é verdade também que suas chances de brigar por uma cadeira na Câmara de São Luís são bem maiores do que tentar chegar ao Palácio de la Ravardière de novo.

São Luís, 12 de Fevereiro de 2020.

Encontro com Eliziane Gama e Márcio Jerry sinaliza que Edivaldo Holanda Jr. terá peso decisivo na guerra sucessória

 

Edivaldo Holanda Júnior entre Eliziane Gama e Márcio Jerry: prestígio em alta e força política para comandar forças aliadas na corrida à sua própria sucessão em São Luís

Uma fotografia feita ontem no gabinete principal do Palácio de la Ravardière agitou os nichos da especulação nos bastidores da sucessão na Capital. A imagem registra o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) emoldurado pela senadora Eliziane Gama, que tem hoje palavra final sobre os rumos do Cidadania, e o deputado federal Márcio Jerry, comandante em chefe do PCdoB no Maranhão. Pela ótica do jornalismo factual, a imagem registra os três após a entrega de 18 novas ambulâncias para o Samu, compradas com recursos de emendas destinadas por Eliziane Gama e por Márcio Jerry para São Luís. Mirado pela ótica política, o registro fotográfico sugere uma soma de forças que poderá moldar um projeto de aliança partidária consistente e viável para disputar a Prefeitura da Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade nas eleições deste ano. E nesse caso, a imagem também estimula a interpretação a de que o prefeito Edivaldo Holanda Júnior, que até aqui tem mantido silêncio obstinado sobre sua própria sucessão, terá participação decisiva no desfecho que as urnas da Capital produzirão em outubro.

O trio de líderes da fotografia sugestiva tem, cada um a seu modo, poder de fogo para influir forte e até mesmo decisivamente na sucessão municipal. A senadora Eliziane Gama é hoje uma voz de importância destacada na bancada maranhense no Congresso Nacional, e além disso, tem uma base respeitável em São Luís, que poderá liderar no apoio a um candidato a prefeito. O deputado Márcio Jerry comanda hoje o maior partido do Maranhão, com poder de fogo para nortear boa parte do eleitorado da Capital na direção de um candidato próprio ou da aliança. Eliziane Gama têm cacife para, se quiser, sair momentaneamente da zona de conforto senatorial e entrar na corrida à Prefeitura, podendo ser um diferencial na disputa. Márcio Jerry é detentor da mesma condição: se viesse a decidir ser o candidato do PCdoB em São Luís, só seria impedido por uma decisão contrária do governador Flávio Dino.

Nesse contexto, a situação do prefeito Edivaldo Holanda Júnior será mais ou menos influente dependendo das decisões que vier a tomar na corrida à sua sucessão. Em fim de mandato – está no comando municipal há sete anos -, e sem a imposição de deixar o cargo para disputar votos agora, e ainda com a vantagem excepcional de estar melhorando progressivamente na avaliação da opinião pública, Edivaldo Holanda Júnior encontra-se numa posição política ao mesmo tempo confortável e perigosa. Confortável porque, do alto de uma boa gestão e do prestígio político dela decorrente, reúne as condições necessárias para coordenar um movimento com substância para embalar uma candidatura. E perigosa por que parte grande do seu futuro político será desdobramento do resultado dessa eleição.

Edivaldo Holanda Júnior sabe que, independentemente de qual venha ser o grau da sua participação na campanha, se um candidato da aliança dinista for para o segundo turno com o candidato do Podemos, Eduardo Braide, favorito até aqui, como está sendo desenhado, e vencer a eleição, grande parte da vitória será creditada na sua conta, o que alargará o seu horizonte político. Mas se esse candidato for derrotado, não há a menor dúvida de que a derrota e suas consequências serão igualmente debitadas na sua conta, com efeitos danosos no seu futuro político. Daí ser lógico supor que o silêncio de agora é estratégico, devendo ser quebrado no momento em que ele assumir a condição de coordenador do processo, conforme acertado com o governador Flávio Dino.

A imagem registrada ontem no gabinete principal do Palácio de la Ravardière tem tudo a ver com a corrida sucessória na Capital, só que nenhum dos três é candidato. A leitura correta é a de que a senadora Eliziane Gama e o deputado federal Márcio Jerry terão participação maiúscula numa guerra eleitoral em que o prefeito Edivaldo Holanda Júnior terá peso decisivo.

 

PONTO e CONTRAPONTO

 

Nascida de um zum-zum de palanque, candidatura de Pedro Lucas não resistiu dois dias

Pedro Lucas: candidatura efêmera, decisão sensata

Não durou mais que dois dias, com uma longa noite no meio, o zum-zum que incluiu deputado federal Pedro Lucas Fernandes (PTB) na corrida à Prefeitura de São Luís. A “pré-candidatura” foi inventada na manhã de sábado, num palanque em São José de Ribamar, onde a cúpula do PTB e líderes de outros partidos, lançavam a candidatura do prefeito Eudes Sampaio à reeleição. Durante o empolgado discurso do deputado em apoio ao projeto do prefeito petebista, alguém sugeriu, numa conversa paralela, que Pedro Lucas Fernandes poderia ser candidato a prefeito de São Luís. E na conversa foram lembradas credenciais que fazem dele um nome talhado para o cargo: é ludovicense da gema, pertence a uma família de políticos com larga vivência na cidade, seu pai (o atual suplente de senador Pedro Fernandes) foi vereador por vários mandatos e secretário de Obras da Capital, seu tio (Manoel Ribeiro) foi vereador por vários mandatos, presidiu a Câmara várias vezes e foi prefeito por alguns dias, e ele próprio foi vereador e comandou a Secretaria de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano antes de se eleger deputado federal.

Como um rastilho de pólvora, o zum-zum deixou o palanque de São José de Ribamar, correu no meio político, alcançou rapidamente a blogosfera e as colunas de jornais, mas com a mesma rapidez perdeu força. O deputado Pedro Lucas Fernandes, é claro, gostou imensamente de ter sido lembrado, ensaiou um movimento do tipo “vou pensar no assunto”, mas a verdade é que não está nos seus planos ser candidato a prefeito de São Luís neste momento. Primeiro porque, além de presidir o PTB no Maranhão, ele acabou de ser reeleito líder da bancada do PTB na Câmara Federal, posição que o mantém, agora com mais força, no altíssimo clero da Câmara Federal, com meios para projetar seu futuro político com mais cuidado e consistência. Não seria, portanto, por um impulso causado por uma conversa de palanque que ele dividiria a liderança do PTB com uma desgastante e imprevisível guerra pela Prefeitura de São Luís. Daí não surpreender que o zum-zum tenha perdido força tão rapidamente.

 

Duarte Júnior e Yglésio Moisés, exemplos de que a política às vezes atropela a lógica

Duarte Jr. e Yglésio Moyses bons quadros liberados por seus partidos

Os deputados estaduais Duarte Júnior e Yglésio Moisés deixaram seus partidos, o PCdoB e o PDT, respectivamente, em busca de outras legendas para disputar a Prefeitura de São Luís. O primeiro deve desembarcar no Republicanos (ex-PRB), controlado no maranhão pelo deputado federal Cléber Verde e que tem como estrela principal o vice-governador Carlos Brandão, pré-candidato assumido à sucessão do governador Flávio Dino. O segundo ainda faz mistério sobre a legenda que vai abrigá-lo, prometendo revelá-la até sexta-feira. Tudo certo, os dois estão partidariamente resolvidos e serão candidatos à Prefeitura de São Luís, com possibilidade de serem diferenciais numa disputa difícil.

O que é difícil de entender é como o PCdoB e o PDT, que não dispõem de nomes com peso eleitoral na Capital, correndo o risco de serem coadjuvantes nessa corrida, abrem mão de dois quadros com elevada qualificação técnica, saudável vontade política e visível potencial de crescimento eleitoral. São coisas da política, que por mais explicadas que sejam, não se encaixam facilmente na compreensão do observador comum.

São Luís, 11 de Fevereiro de 2020.

Fora da disputa, Roseana está entre o projeto do MDB e as candidaturas de Adriano Sarney e Eduardo Braide

 

Se não apoiar o projeto do MDB, Roseana Sarney poderá abraçar a candidatura de Adriano Sarney ou a de Eduardo Braide na corrida à Prefeitura de São Luís

Já são favas contadas que a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) não será mesmo candidata à Prefeitura de São Luís. A grande indagação agora é sobre qual o caminho que ela seguirá levando seus mais de 10,9% de intenções de voto – segundo pesquisa do DataIlha, embora muitos observadores garantam que o cacife eleitoral dela é bem maior. Os rumores que circulam nos bastidores políticos indicam que ela poderá, ou não, apoiar o candidato que vier a ser lançado pelo MDB; que ela caminha para declarar apoio à candidatura do sobrinho, deputado estadual Adriano Sarney, pelo PV, tentando levar o MDB para uma composição com ele; e que ela poderá ficar distanciada do processo apoiando a candidatura do deputado federal Eduardo Braide (Podemos) por debaixo dos panos. A ex-governadora, porém, se mantém em silêncio, observando a movimentação à distância, sem querer se envolver diretamente nessa fase inicial das articulações, aguardando o momento certo de entrar em cena, para dizer o que pensa e como vai se posicionar.

Os três caminhos produzidos pelas especulações fazem todo sentido, e cada um deles se encaixa no perfil político de Roseana Sarney. Sua relação com o MDB, comandado pelo ex-senador João Alberto e que tem como homem forte o deputado estadual Roberto Costa, viveu uma fase de furacões, trovoadas, tapas e beijos, mas as tensões se acalmaram e uma nova lua de mel começou em dezembro passado, quando a cúpula emedebista, com a presença do presidente nacional do partido, deputado federal Baleia Rossi, a lançou candidata do partido à Prefeitura de São Luís numa grande festa partidária. Ela ficou balançada, mas logo caiu na real, avaliou o cenário, descobriu que poderia entrar numa fria e, mesmo sem declarar formalmente, já decidiu que não será candidata. Tanto que o MDB já procura um candidato para lançar em breve, trabalhando para que ela participe da escolha. O problema é se ela apoiará o candidato emedebista, pois dentro do partido existe a avaliação segundo a qual, com ela, o escolhido terá alguma chance, mas sem ela, o horizonte da candidatura do MDB será curto.

Nas conversas de bastidor é dominante a impressão de que Roseana Sarney apoiará a candidatura do sobrinho Adriano Sarney. Por várias razões. A primeira é que não passa pela cabeça do ex-presidente José Sarney a ideia de que sua filha não apoie a candidatura do seu neto. Depois, o projeto de Adriano Sarney foi alinhavado com o pai, o ex-deputado federal Sarney Filho, hoje secretário de Meio Ambiente de Brasília, onde, tudo indica, fincará estaca política. Depois do desastre eleitoral de 2018 em que ambos foram duramente derrotados – ela para o Governo e ele para o Senado -, é altamente improvável que ela se negue a apoiar o sobrinho, mesmo avaliando que as chances de sucesso nas urnas são limitadas, a julgar pelo peso dos demais pré-candidatos. Há quem diga que ela já estaria começando a trabalhar no sentido de aproximar Roberto Costa de Adriano Sarney com o objetivo de juntar PV e MDB em torno da candidatura do parlamentar verde. São muitas as resistências, principalmente no MDB, mas nada que não possa ser superado num acordo bem amarrado com o aval da ex-governadora.

Finalmente, a hipótese de Roseana Sarney se distanciar do MDB e do PV para apoiar discreta – ou abertamente – a candidatura do deputado federal Eduardo Braide é uma possibilidade real. Ontem, numa roda plural de conversa sobre a pesquisa do DataIlha, foi quase unânime a impressão de que, sem ela na disputa, os 10,9% de intenções de voto que recebeu serão em sua maioria transferidos para o candidato do Podemos. Eduardo Braide nasceu politicamente e se elegeu deputado estadual em 2014 na banda rebelde do Grupo Sarney, foi homem forte na base parlamentar do governador Flávio Dino (PCdoB), mas logo ficou claro que nada o identifica com a esquerda, mesmo a democrática representada hoje pelo governador do Maranhão. Nada de excepcional, portanto, numa eventual aproximação dele com a ex-governadora e seu grupo. O problema, nesse caso, é que para apoiá-lo, ela terá de virar as costas para o MDB e para o sobrinho, se não conseguir levar os dois para a órbita do candidato do Podemos.

O fato é que, mesmo sem ser candidata, do alto da sua trajetória eleitoral bem-sucedida, apesar das duas derrotas que sofreu – 2006 para Jackson Lago (PDT) e para Flávio Dino em 2018 -, Roseana Sarney poderá ter um papel destacado na guerra pela sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT). Mas com o sentido na corrida ao Governo do Estado em 2022.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

DataIlha: 74,4% dos eleitores de São Luís não tem candidato à sucessão de Flávio Dino

Na pesquisa em que investigou as preferências do eleitorado de São Luís em relação à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, o Instituto DataIlha também sondou os entrevistados sobre nomes para a sucessão do governador Flávio Dino, em 2022. A sondagem foi feita espontaneamente – sem a apresentação de nomes – e o resultado foi surpreendente: 74,4% não responderam ou disseram que ainda não sabem em quem votar. Os 25,6% que se manifestaram afirmativamente pulverizaram suas preferências entre nada menos que 32 nomes, divididos em dois times, o dos que foram citados por mais de 1% das preferências e o dos que receberam menos de 1%.

O primeiro time, com seis nomes, é liderado pela ex-governadora Roseana Sarney (8,6%), seguida de Eduardo Braide (5,8%), Flávio Dino (1,3%), Duarte Junior (1,2%), Wellington do Curso (1%) e Edivaldo Holanda Júnior (1%). Esse resultado evidencia claramente que os entrevistados se manifestaram motivados pela corrida para a Prefeitura de São Luís.

Também fortemente influenciado pela disputa na Capital, o segundo time, com 26 citados por menos de 1%, é formado pelos seguintes nomes: Josimar de Maranhãozinho (0,8%), Maura Jorge (0,8%), Weverton Rocha (0,7%), Bira do Pindaré (0,4%), Roberto Rocha (0,3%), Jeisael Marx (0,2%), Juiz Madeira (0,2%), Rubens Jr. (0,2%), Jefferson Portela (0,2%), Tadeu Palácio (0,2%), Neto Evangelista (0,2%), Edson Lobão (0,2%), Domingos Paes (0,2%), Felipe Camarão (0,2%), Mical Damasceno (0,2%), Eliziane Gama (0,2%), Lobão Filho (0,1%), Carlos Brandão (0,1%), Luís Fernando (0,1%), Monteiro (0,1%), Expedito (0,1%), Ana do Gás (0,1%), Astro de Ogum (0,1%), Othelino Neto (0,1%), Cleber Verde (0,1%), Renato Dionísio (0,1%) e Edilázio (0,1%).

Em Tempo: A pesquisa DataIlha está registrada sob MA-01492/2020, ouviu 980 eleitores em 40 bairros de São Luís entre os dias 29 e 31 de janeiro. Tem nível de confiança de 95% e margem de erro de 3,3%.

 

PTB apoia Eudes Sampaio contra a investida do PDT com Jota Pinto na guerra em São José de Ribamar

Eudes Sampaio tem o apoio de Pedro Lucas Fernandes e Luis Fernando Silva, enquanto Jita Pinto é apoiado por Weverton Rocha e a família Cutrim na disputa em São José de Ribamar

O PTB realizou ontem um grande ato para lançar a candidatura do prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio, à reeleição. A mobilização do partido em torno do prefeito Eudes Sampaio é uma indicação forte de que a Prefeitura da Cidade do Padroeiro será disputada numa guerra sem trégua. De um lado estará o PTB com o apoio do deputado federal Pedro Lucas Fernandes, e do seu pai, o suplente de senador Pedro Fernandes, e o grupo liderado pelo ex-prefeito e atual secretário de Estado de Assuntos Estratégicos Luís Fernando Silva, em apoio ao prefeito Eudes Sampaio. Do outro lado estará o PDT, ali controlado pelos Cutrim – o deputado federal Gil Cutrim, o deputado estadual Glaubert Cutrim e o pai deles, o ex-deputado estadual e atual conselheiro do Tribunal de Contas Edmar Cutrim, com o aval do senador Weverton Rocha, todos mobilizados em apoio à candidatura do ex-vereador ludovicense Jota Pinto. Outros partidos, como o MDB e o PCdoB, por exemplos, mas todas as evidências surgidas até aqui apontam para uma disputa acirrada entre o prefeito Eudes Sampaio e o suplente de deputado estadual Jota Pinto, motivada pelo confronto dos dois grupos.

São Luís, 9 de Fevereiro de 2020.

Pesquisa DataIlha mostra Braide em queda, mas ainda sem um adversário para enfrentá-lo de igual para igual

 

Eduardo braide, Duarte Jr., Jeisael Marx, Rubens Jr., Wellington do Curso, Bira do Pindaré, Neto Evangelista e Adriano Sarney: altos e baixos entre 16 pré-candidatos

Se a pesquisa DataIlha – contratada e divulgada pelo sempre bem informado blog do jornalista Clodoaldo Corrêa – expressar, de fato, o que está pensando o eleitorado de São Luís sobre os aspirantes à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), os números anunciados devem funcionar como forte sinal de alerta amarelo para os mais bem posicionados, a começar pelo líder na preferência dos eleitores, deputado federal Eduardo Braide (Podemos). Os percentuais são surpreendentemente baixos, o que à primeira vista pode ser explicado pela espantosa quantidade de nomes (16) submetidos ao crivo dos 908 entrevistados, causando uma pulverização nas escolhas. Uma avaliação cuidadosa dos números recomenda a atenção dos observadores para seis percentuais: os 38,8% de Eduardo Braide, os 10,9% de Roseana Sarney (MDB), os 7,9% do deputado estadual Duarte Júnior (PCdoB), os 3,6% de Jeisael Marx (Rede), os 2% do deputado federal Rubens Júnior (PCdoB) e 18,5% que representam a soma dos que não souberam ou não quiseram responder com os que disseram que não votarão em nenhum deles ou anularão seus votos.

O percentual mais surpreendente são os 38,8% dados a Eduardo Braide, à medida que confirma a tendência de queda sua posição na comparação com as pesquisas feitas de alguns meses para cá.  Nas primeiras, divulgadas em meados do ano passado, Eduardo Braide chegou a aparecer com 58% das intenções de voto, o que, feitas as contas, ele já teria perdido cerca de 20% das intenções de voto. De lá para cá, nenhum levantamento o apontou em crescimento ou pelo menos estabilizado numa posição confortável. Mesmo confirmando sua liderança, a informação do DataIlha não é uma boa notícia para o candidato do Podemos. A oito meses da eleição, Eduardo Braide parece sofrer um processo de desidratação, que ele precisa sustar imediatamente, sob pena correr sérios riscos na corrida ao Palácio de la Ravardière.

Nem tudo é má notícia para Eduardo Braide: os candidatos que o ameaçavam também desidrataram. Mais: a candidatura de Roseana Sarney (DB) evaporou, e os 10,9% a ela dados na pesquisa serão redistribuídos e provavelmente boa parte desses poderá beneficiá-lo. A pesquisa confirmou o deputado Duarte Júnior na terceira colocação, mas o tirou do patamar dos dois dígitos, com 7,9%, podendo reagir quando encontrar um partido e se tornar candidato para valer. Por outro lado, a pesquisa sinalizou crescimento expressivo do candidato da Rede, jornalista Jeisael Marx, que saiu do zero para alcançar 3,6%, à frente de nada menos que 12 dos 16 nomes incluídos no levantamento. A pesquisa também causa a impressão de que, agora sem a sombra de Duarte Júnior no PCdoB, Rubens Júnior, com seus 2%, dá sinais de que saiu da inércia e começa a se movimentar. E nesse cenário, o dado a ser levado em conta é que a pesquisa encontrou 18,5% de eleitores rebeldes e indecisos, exército a ser seduzido pelos aspirantes em movimento.

Chama a atenção, por outro viés, os magros percentuais dados ao candidato do PSB, Bira do Pindaré (2,9%), ao representante do DEM, Neto Evangelista (2,8%), ambos via de regra bem votados em São Luís, e ao concorrente do PV, Adriano Sarney (0,8). A pesquisa também serviu para avisar ao ex-juiz federal Carlos Madeira (SD), que aparece com 0,4%, de que a seara política, principalmente no que respeita a eleições, é furta-cor, movediça e traiçoeira para principiantes. Ao mesmo tempo, pode ser cruel com concorrentes calejados, como o ex-prefeito Tadeu Palácio (PSL), que com 1,8% das intenções de voto, preferirá continuar no exercício da medicina. Por seu turno, o deputado Yglésio Moises (0,5%) precisa justar rapidamente sua caminhada. Curiosa é a posição do deputado Wellington do Curso, que se mantém na quarta posição.

Muitos apontarão a pesquisa DataIlha como mais um levantamento da fase inicial da pré-campanha à Prefeitura de São Luís. Mas não há dúvida de que ela veio para chacoalhar os aspirantes, a começar pelos que aparecem com potencial de crescimento, e avisá-los de que está na hora do aquecimento.

Em Tempo: A pesquisa DataIlha foi registrada na Justiça Eleitoral sob o número MA-01492/2020, e a coleta dos dados foi realizada nos dias 29 a 31 de Janeiro 2020, ouvindo 980 eleitores em 40 bairros, tendo um intervalo de confiança de 95 %, e margem de erro de 3,3%.

PONTO & CONTRAPONTO

 

Assembleia aprova maior piso salarial do País para professores do Maranhão

Entre o líder governista Rafael Leitoa (PDT) e a líder do SD, Helena Duailibe, o presidente  Othelino Neto comandou a votação do aumento para professores

A partir desse mês o Maranhão consolidará de vez a posição de estado que melhor paga professor do ensino médio em todo o País, instituindo uma escala de vencimentos básicos que vai de R$ 3.179,48 para os que trabalham em regime de 20 horas semanais, e de R$ 6.358,96 para os que cumprem carga de 40 horas por semana. Esses vencimentos são a soma do piso salarial e a Gratificação de Atividade do Magistério (GAM).

Essa revolução salarial para o magistério foi possível com a aprovação, ontem, do Projeto de Lei 002/2020, proposto no dia 3 pelo governador Flávio Dino em cuja mensagem explica que a recomposição salarial dos professores varia entre 5% e 17,49%. Diante do apelo feito pelo governador Flávio Dino, argumentando que o Governo do Estado está preparado para implantar os novos salários já na folha de fevereiro, o presidente da Assembleia Legislativa, com o apoio dos líderes de bancadas, garantiu a tramitação em regime de urgência, tendo encaminhado ontem mesmo o projeto aprovado para a sansão do governador Flávio Dino. A chamada recomposição salarial beneficiará 45 mil professores, com impacto anual de R$ 198 milhões na folha de pagamento do Estado.

– Encaminhamos, hoje (ontem) mesmo, para a sanção do governador Flávio Dino, o projeto que reajusta o salário dos professores no Maranhão. O benefício, que chega ao magistério, soma-se aos outros investimentos do governo estadual na área da Educação. Investimentos esses que colocam o Maranhão entre os estados mais bem avaliados do país – destacou o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB).

Com a aprovação do projeto, o vencimento-base mínimo dos professores (Professor III) com regime de trabalho de 20 horas semanais, somado à GAM (Gratificação de Atividade do Magistério), será de R$ 3.179,48. Já o vencimento dos professores com regime de trabalho de 40 horas semanais, acrescido da GAM, foi fixado em R$ 6.358,96. A aplicação dos reajustes às referências na carreira, o novo piso chegará a R$ 4.046,02 para os docentes que cumprem regime de trabalho, e de 20 horas semanais e de R$ 8.092,06 para os que cumprem a jornada de 40 horas semanais. Além disso, os professores contratados também passarão a receber o valor do novo piso nacional proporcional à jornada de 20 horas.

Com essa decisão política de redefinir o patamar salarial dos professores, o governador Flávio Dino entra para a História também por conta da revolução que seu Governo está fazendo na área de educação. (Com informações da Assessoria de Imprensa da Assembleia Legislativa).

 

Zé Inácio se dispõe a ser o candidato do PT em São Luís

Zé Inácio 

O deputado Zé Inácio anuncia sua disposição de se candidatar a prefeito de São Luís pelo PT. Uma boa iniciativa, a começar pelo fato de que tira o PT de uma espécie de isolamento a que se submeteu no cenário político de São Luís. Um dos quadros mais promissores do PT no Maranhão, Zé Inácio tem demonstrado tirocínio político. Ele próprio estabelece uma condição para ser candidato petista à sucessão do Edivaldo Holanda Júnior (PDT): o apoio integral e assumido do ex-presidente Lula, sem o qual não haverá candidatura em São Luís. Zé Inácio disputa a vaga de candidato majoritário do PT em São Luís com o deputado federal José Carlos Araújo, que também está se movimentando para ser o candidato do PT.

São Luís, 07 de Fevereiro de 2020.