Arquivos mensais: fevereiro 2020

PDT e DEM caminham para selar acordo em torno da candidatura de Neto Evangelista em São Luís

 

Weverton Rocha, Carlos Lupi, Neto Evangelista e Juscelino Filho: aliança em SL

É verdade que são ainda os primeiros movimentos e que a maioria dos seus protagonistas encontra-se ainda na condição de candidato a candidato, mas a julgar pelos últimos fatos – entre eles as entrevistas do deputado federal Eduardo Braide (Podemos) e a saída do deputado estadual Duarte Júnior do PCdoB, por exemplo -, a articulação PDT/DEM em torno da virtual candidatura do deputado estadual democrata Neto Evangelista ganha a aparência de favas contadas e dá a impressão de que a guerra pela Prefeitura de São Luís começa a definir seus exércitos. O encontro que reuniu ontem em Brasília Neto Evangelista, o deputado federal Juscelino Filho (chefe maranhense do DEM), o senador Weverton Rocha (senhor inconteste do PDT no Maranhão) e Carlos Lupi (presidente nacional do PDT) praticamente selou a aliança, dando origem a uma candidatura politicamente forte e com indiscutível potencial   eleitoral. É provável que essa parceria venha a incluir outras legendas, mas só a soma de PDT e DEM é suficiente para a realização de um projeto eleitoral que, no caso, está sendo desenhado para que as eleições municipais sejam o primeiro e decisivo passo de um objetivo político bem mais ambicioso.

A aliança PDT/DEM reúne quatro ingredientes essenciais para viabilizar um projeto de conquistar a Prefeitura de São Luís. O primeiro é o deputado Neto Evangelista como cabeça de chapa: jovem, ludovicense da gema, nascido e crescido na agitada seara política da Capital e hoje um político bem-sucedido. O segundo é a soma da força política e eleitoral do PDT com a estrutura do DEM, que gera uma chapa com capilaridade eleitoral, militância aguerrida e pode ganhar impulso com um bom tempo de campanha no rádio e na TV. O terceiro é o fato de a Prefeitura estar hoje sob o comando do segundo mais importante expoente do PDT no Maranhão, o bem avaliado prefeito Edivaldo Holanda Júnior. E o quarto é que tanto Neto Evangelista, quanto o PDT e o DEM e seus líderes são componentes importantes da grande aliança comandada no estado pelo governador Flávio Dino (PCdoB), o que para muitos é uma grande vantagem do ponto de vista político e eleitoral.

É claro que isso não significa que a fatura esteja liquidada. Muito ao contrário. O momento ainda é o dos arranjos para uma disputa está sendo desenhada para ser renhida, dura e de desfecho imprevisível.

Político jovem, mas já com a experiência de raposas como foi seu pai – o ex-vereador e ex-deputado estadual João Evangelista, que presidiu a Câmara de São Luís por dois mandatos e a Assembleia Legislativa também por dois mandatos –, Neto Evangelista sabe que, mesmo com o suporte político e logístico que a aliança PDT/DEM possa lhe dar, o sucesso da empreitada eleitoral vai depender muito, e decisivamente, do seu desempenho como candidato. Sua tarefa nesse processo será mostrar ao eleitorado que tem condições de transformar São Luís, e para isso terá de se mostrar mais competente mais confiável do que candidatos definidos e prováveis como Eduardo Braide, Rubens Júnior (PCdoB), Bira do Pindaré (PSB), Duarte Júnior (ainda sem partido), Jeisael Marx (Rede),Yglésio Moises (ainda sem partido), Adriano Sarney (PV) e Carlos Madeira (Solidariedade), todos aparentemente dispostos a jogar pesado para suceder ao prefeito Edivaldo Holanda Júnior.

Num contexto mais amplo, a aliança PDT/DEM reserva a Neto Evangelista o desafio de conquistar espaço para o grande embate de 2022 envolvendo a sucessão do governador Flávio Dino, para o qual o chefe maior do PDT, senador Weverton Rocha, está se preparando com afinco, e isso inclui a eleição do maior número possível de prefeitos em outubro. E é evidente que o sucesso desse projeto depende muito – mas muito mesmo! – da eleição de um aliado fiel para a Prefeitura de São Luís. Neto Evangelista sabe disso, topou a parada e se repara para ir à luta.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Josimar de Maranhãozinho ignora pancadas de Gastão Vieira e reforça o PL com Paulo Marinho Jr.

Paulo Marinho Jr. e Josimar de Maranhãozinho emolduram o notório Waldemar Costa Neto. chefe absoluto do PL nacional 

O deputado federal Josimar de Maranhãozinho não para. Ontem, menos de 24 horas depois de ter sido alvejado por bordoadas verbais do suplente de deputado federal no exercício do mandato Gastão Vieira, numa reação a suposta investida para controlar o braço maranhense do PROS, Josimar de Maranhãozinho roubou de novo a cena ao anunciar a filiação do vice-prefeito de Caxias, Paulo Marinho Jr., no PL, por ele controlado com mão de ferro no Maranhão. Não foi uma resposta a Gastão Vieira, mas uma demonstração de que sua ação objetivando ampliar o seu lastro político-partidário não tem limite.

O peixe fisgado ontem, em ato avalizado pelo chefão do partido, o notório ex-deputado federal paulista Waldemar Costa Neto, não é pouco coisa. Além do poder de fogo que representa como vice-prefeito de Caxias, o quarto maior e mais importante colégio eleitoral do Maranhão, com larga chance de reeleição, ele é hoje o representante maior do grupo liderado na Princesa do Sertão e na região Leste por seu pai, o ex-prefeito e ex-deputado federal Paulo Marinho, que perdeu recentemente o controle do MDB no plano local.

Com a adesão de Paulo Marinho Jr. ao seu partido e, por via de desdobramento, ao seu projeto de disputar o Governo do Estado em 2022, Josimar de Maranhãozinho crava mais uma estaca na base do seu palanque. Ele já controle os braços maranhenses do PL e do Avante, dois deputados federais (Júnior Lourenço e Pastor Gildenemyr), quatro deputados estaduais (Detinha, sua mulher, Hélio Soares, Vinícius Louro e Leonardo Sá) e uma penca de prefeitos e vereadores, e parece disposto a aumentar esse cacife.

 

Othelino Neto e Thaíza Hortegal batem forte nas empresas que exploram o serviço de ferryboat

Othelino Neto e Thaíza Hortegal fazem duras críticas ao serviço de ferryboat no MA

O choque entre dois ferryboats, ocorrido terça-feira na Baía de São Marcos e que causou pânico em centenas de passageiros, entre eles crianças, repercutiu fortemente na Assembleia Legislativa, com manifestações enfáticas do presidente da Casa, deputado Othelino neto (PCdoB) e que tem fortes vínculos com a Baixada Ocidental, e a deputada Thaíza Hortegal (PP), que é representante política da região e que tem sido exercido vigilância atenta sobre o sistema de travessia. Os dois acusaram as empresas responsáveis de negligência e irresponsabilidade e pediram que o caso seja alvo de uma investigação isenta e urgente. Ele defendeu a mobilização dos usuários para evitar

– É um absurdo o que acontece, a forma como essas duas empresas tratam os consumidores, os usuários desse transporte – disparou. E lembrou: “Já cheguei a viver uma situação em que, uma vez embarcando com minha esposa e meus dois filhos, eles conseguiram embarcar minhas crianças e me deixar de fora do ferry, só para se ter ideia do nível de desrespeito com os usuários”. E acrescentou: “A travessia, que requer maior segurança aos passageiros, é realmente algo desalentador”. Por fim, defendeu a licitação para a contratação de novas empresas prestadoras desse serviço.

No mesmo tom, a deputada Thaíza Hortegal (PP), que é usuária frequente do serviço como representante da Baixada, disparou chumbo grosso contra as empresas que exploram o serviço de ferryboat no Maranhão: “Nós, que somos usuários desse transporte, não suportamos mais colocar as nossas vidas em risco, não aguentamos mais pagar por um preço que é o mais caro do Brasil e, ainda assim, o que tem a pior qualidade de serviço”.

São Luís, 06 de fevereiro de 2020.

Duarte Júnior deixa o PCdoB com aval de Flávio Dino para disputar a Prefeitura de São Luís

 

Mensagem de Flávio Dino confirmando a saída de Duarte Júnior do PCdoB em clima de tranquilidade

A decisão do deputado estadual Duarte Júnior de deixar o PCdoB e o gesto do governador Flávio Dino de liberá-lo sem risco de rebordosa ao seu mandato abriram caminho para que o partido e o parlamentar definam, enfim, os seus rumos na corrida à Prefeitura de São Luís. Duarte Júnior deixa a linha de fogo cruzado em que se encontrava na estranha condição de alvo preferencial de um implacável “fogo amigo”, para assumir de vez a condição de candidato irreversível a prefeito da Capital. O PCdoB, por seu turno, perde um dos   quadros mais promissores da nova geração, mas, ao mesmo tempo, se livra de uma pressão forte, podendo a partir de agora armar sem tensão o seu projeto para chegar, direta ou indiretamente, à Prefeitura de São Luís. E o detalhe mais interessante é que Duarte Júnior deixa o PCdoB com o aval do governador Flávio Dino, o que elimina a possibilidade de ele vir a tornar-se um adversário do Governo. A maneira cortês e fraterna com que Flávio Dino anunciou o desligamento de Duarte Júnior sinaliza com clareza que ele sai do partido, mas não sai do grupo. Tal situação ganha forma com a quase certeza de que o jovem parlamentar se filiará ao PRB, partido de base forte e que tem o vice-governador Carlos Brandão como principal referência.

A saída de Duarte Júnior do PCdoB foi decidida quando ele, embalado por uma eleição maiúscula para a Assembleia Legislativa, decidiu que seria candidato à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda (PDT). Seus primeiros movimentos no parlamento foram marcados por polêmicas, mas logo ficou claro que a pancadaria contra ele pareceu ter “efeito fermento em massa de bolo”. As reações na base governista e no grupo mais forte do partido aos seus movimentos indicaram, desde logo, que a convivência com o parlamentar seria difícil. E isso ficou mais evidente quando o governador Flávio Dino convocou o deputado federal Rubens Júnior para assumir a Secretaria das Cidades, um claro indicativo de que ele seria o candidato do PCdoB.

Parecia que a ideia seria deixar que os dois medissem força para, no momento apropriado, avaliar quem teria cacife para liderar uma chapa do PCdoB. O que se seguiu, no entanto, foi a consolidação de dois perfis que tornavam inviável escolher entre ambos os candidatos do PCdoB. Duarte Júnior manteve a musculatura eleitoral conseguida na eleição para deputado, aparecendo entre os três melhor posicionados nas pesquisas eleitorais feitas até aqui, mas, por outro lado, revelou-se perigosamente inexperiente em matéria de articulação política, conseguindo a proeza do quase isolamento dentro da base governista. Por sua vez, numa situação rigorosamente inversa, Rubens Júnior, um jovem político de quatro mandatos com votações crescentes, apoiado fortemente dentro da base governista, vem tendo o seu projeto de candidatura atingido fortemente pela falta de suporte eleitoral, com fraco desempenho nas pesquisas. Essa situação ganhou a forma de impasse, porque o desligamento de Duarte Júnior não garante que Rubens Júnior deslanchará, principalmente em meio à repercussão da saída do primeiro do partido.

Nos últimos dias, ao mesmo tempo em que se intensificaram os rumores de que Duarte Júnior sairia do PCdoB, começaram a circular no meio político o “zunzum” segundo o qual Rubens Júnior estaria também desativando seu projeto de candidatura. Ontem, após o governador Flávio Dino ter informado sobre a saída de Duarte Júnior do PCdoB, chamou a atenção o fato de que nenhuma voz do partido ou do grupo ter se manifestado em favor da candidatura de Rubens Júnior, o que reforçou em muitos a impressão de que o partido comandado pelo deputado federal Márcio Jerry buscará uma terceira via.

Ao deixar o PCdoB – que, vale observar, nunca pareceu ser a sua praia ideológica -, o deputado Duarte Júnior está livre para entrar de vez na briga pelo Palácio de la Ravardière. Ele certamente já tem maturada a avaliação de que uma candidatura a prefeito de São Luís não tem futuro sem uma base política ampla, e o exemplo mais eloquente disso é que o deputado federal Eduardo Braide (Podemos), que as pesquisas apontam como líder disparado, está se movimentando intensamente em busca de um lastro político, exatamente por sabe que sem isso corre o risco de um isolamento fatal. Num partido mais flexível, como o PRB, o jovem deputado poderá mostrar que tem talento e competência para inflamar o potencial eleitoral e se tornar, de fato, um candidato competitivo. Isso porque já provou que tem de sobra um ingrediente essencial nesse jogo: ousadia.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Josimar de Maranhãozinho não terá controle do PROS e é repreendido por Gastão Vieira

Josimar de Maranhãozinho tentou tentou controlar o PROS, mas foi enquadrado por Gastão Vieira

O deputado federal Josimar de Maranhãozinho, tropeçou feio na sua corrida para se consolidar como colecionador de partidos – já manda no PL e no Avante – ao tentar incluir o braço maranhense do PROS na sua coleção. O problema é que ele calculou mal, não levando em conta o fato de que, além de não ser uma legenda de aluguel e não estar à venda, a secção do PROS no Maranhão é comandada pelo deputado federal Gastão Vieira, um dos políticos mais esclarecidos e coerentes do País. Embalado pelo projeto de se eleger governador, Josimar de Maranhãozinho tomou o controle do então PR, hoje PL, do suplente de deputado federal Davi Alves Silva Filho, cria do famoso e temido ex-deputado estadual, ex-deputado federal e ex-prefeito de Imperatriz Davi Alves Silva, assassinado durante a corrida eleitoral de 1994. Andou rondando o PSL, mas encontrou ali um cacique tarimbado, o vereador Chico Carvalho. Em seguida, jogou pesado e tirou o Avante do controle de Hilton Gonçalo, prefeito de Santa Rita, que controla também as prefeituras de Bacabeira, comandada por sua mulher, Fernanda Gonçalo, e de Pastos Bons, comandada por sua irmã Iriane Gonçalo, liderando também o deputado federal temporário Elizabeth Gonçalo e o deputado estadual também temporário Ariston Ribeiro. Tentou abarcar o PSC, mas o deputado federal Aluísio Mendes não deixou.

No caso na investida sobre o PROS, além de não conseguir o intento partidário, ainda foi duramente alvejado pelo seguinte comentário de Gastão Vieira: “Ao contrário das informações plantadas pelo megalomaníaco deputado, que se acha dono do Estado, não há nenhuma negociação ou mudança de comando do partido do Estado. O comando nacional do PROS sequer teve qualquer conversa com o deputado Josimar, por uma razão simples: no nosso partido não há filiados e parlamentares que respondem a processos cíveis e criminais na Justiça”.

Corre no meio político que sua próxima investida será o Solidariedade, onde encontrará chumbo grosso à sua espera.

 

Afonso Manoel dá boa sugestão ao prefeito Edivaldo Holanda Júnior: revitalizar o prédio do BEM

Afonso Manoel: boa sugestão feita ao  prefeito de São Luís

Em discurso pronunciado ontem na Câmara Municipal, o vereador Afonso Manoel (Solidariedade) pode ter embalado um bom presente para o centro tradicional de São Luís ao sugerir ao prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) a conclusão e a reabertura do prédio que sediou o Banco do Estado do Maranhão, na Rua do Egito, fechado há mais de uma década. Ao fundamentar a sugestão, o vereador Afonso Manoel – um ludovicense da gema apaixonado pela cidade onde nasceu, cresceu e vive sem vontade de sair – levanta alguns argumentos incontestáveis.

O parlamentar sugere que o prédio abrigue a Secretaria Municipal de Fazenda, que funciona em instalações precárias, pouco adequadas e limitadas na Avenida Kennedy. Com essa providência, o prédio poderá ter a finalidade dada pelo governador Flávio Dino ao Edifício João Goulart, na Praça Pedro II, que foi adquirido e reformado pelo Governo do Estado e   abrigará vários órgãos hoje instalados em prédios inadequados e dispersos.

Afonso Manoel lembrou que o prédio foi reformado pelo ex-prefeito João Castelo, mas a obra ficou incompleta e assim permanece há sete anos. E no bojo da sua sugestão ao prefeito Edivaldo Holanda Júnior, argumenta que a conclusão da reforma e a instalação da Secretaria Municipal de Fazenda ali, além de dar sentido a uma preciosidade modernista fincada entre históricos casarões coloniais, revitalizará fortemente um trecho do Centro de São Luís que foi intensamente movimentado até a desativação do BEM.

O vereador Afonso Manoel completou sua sugestão argumentando que a revitalização do prédio do BEM seria também um gesto politicamente correto para homenagear ex-deputado federal, ex-senador, ex-governador e ex-prefeito de São Luís João Castelo, que teve a iniciativa da reforma.

São Luís, 05 de Fevereiro de 2020.

Flávio Dino propõe maior salário para professor no País e Othelino Neto reafirma posição de independência da AL

 

Em clima de harmonia, Flávio Dino entrega mensagem do Executivo a Othelino Neto

O que em princípio seria mais uma edição de um evento institucional que se repete a cada ano no Congresso Nacional e em todas as casas legislativas do País, a reabertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa do Maranhão, ontem, ganhou a dimensão de evento que certamente entrará para a história política do estado. Além dos discursos do governador Flávio Dino (PCdoB) – que ganha musculatura como pré-candidato presidencial pregando uma ampla frente partidária – e do presidente do Poder Legislativo, deputado Othelino Neto (PCdoB) – que vem reunindo cacife político disputar um mandato majoritário em 2022 – ambas políticas importantes para ilustrar o momento, o grande destaque foi o anúncio feito pelo chefe do Poder Executivo de que encaminhará ao Legislativo dois projetos de lei de importância histórica. Um aumenta o piso salarial dos professores da rede estadual de ensino de R$ 2.886,24 (piso nacional) para R$ 6.398,00, o mais alto a ser pago a docentes do ensino médio em todo o País, seja na União, seja nas esferas estadual e municipal. O outro institui o Zoneamento Econômico e Ecológico do Maranhão, a partir de um estudo que vem se arrastando desde os anos 90 do século passado.

O governador Flávio Dino fez um discurso denso de chefe de Estado e de Governo e líder político com os pés fincados no chão, exibindo alguns números excepcionais da sua gestão e reafirmando sua crença nas regras do estado democrático de direito e na transparência administrativa, dando um recado para ecoar em todo o País. Na sua fala, que traduziu o conteúdo da sua Mensagem ao Poder Legislativo, Flávio Dino fez um balanço do seu Governo, destacando avanços em educação, segurança pública e saúde, que definiu como legados sociais de sua gestão. Mas a base do pronunciamento foi o projeto de aumento salarial dos professores, de R$ 2.886,24 (piso nacional) para R$ 6.398,00, apresentado como um marco, a começar pelo fato de que será o maior piso salarial do País, e será pago integralmente com recursos do Fundeb. “O novo piso é maior do que o piso nacional, mantendo, portanto, a coerência com a nossa visão de valorização da educação como política fundamental para desenvolver o nosso estado”, destacou o governador.

Flávio Dino também destacou “um salto” no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), informando que o Maranhão saiu da 22ª posição para 13ª. “O nosso estado, que estava entre os piores, conseguiu encerrar 2019 entre os melhores do país. Registramos, também, uma redução de 72% na taxa de homicídios na capital e o pleno funcionamento da rede pública estadual de saúde, considerada a maior do Brasil em quantidade de leitos hospitalares do tipo UTI”, assinalou.

E encerrou com a habilidade que tem demonstrado no movediço campo das relações institucionais: “Agradeço o convite do Poder Legislativo para estar aqui. Acredito que a representação plena da vontade coletiva se encontra aqui, neste Parlamento. Estendo, como sempre, uma palavra de estímulo, incentivo, cordialidade e compromisso, para que possamos manter o nosso estado no rumo certo”.

O presidente Othelino Neto fez um discurso de defesa convicta das instituições, afirmando que, ao contrário do que acontece no plano nacional, onde o Congresso Nacional e o Judiciário têm atuado para conter impulsos autoritários do atual governo central, no Maranhão os Poderes estão convivendo sem maiores problemas, sem que nenhum abra mão das suas prerrogativas e da sua independência. “Faço questão de enfatizar o que isso representa para o Maranhão. Já é algo natural, no estado, estarem na mesma mesa representantes dos três Poderes, dada um com seu papel, respeitando as prerrogativas constitucionais do outro”, enfatizou Othelino Neto. E acrescentou: “Apreciaremos todos os projetos, requerimentos, indicações, enfim, com o devido cuidado e sem prejuízos ao povo maranhense, independente das diferenças político-partidárias dos deputados. Nesta Casa prevalece a vontade da maioria. Há vencedores e vencidos a cada votação, mas isso é da democracia, da essência do parlamento”, assinalou.

O que se viu ontem na Assembleia Legislativa foi a reafirmação de uma vertente política que se movimenta com firmeza na consolidação de um projeto de poder que, a julgar pelos passos dados até aqui, tem tudo para vencer os desafios eleitorais que estão a caminho e que podem produzir repercussão dentro e fora do Maranhão.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Três definições partidárias podem armar o cenário da disputa em São Luís

Yglésio Moises, Wellington do Curso e Duarte Júnior em vias de definir futuros partidários para disputar Prefeitura de SL

Três definições partidárias previstas para os próximos dias deverão, quando consumadas, deverão dar um novo desenho ao atual cenário da corrida para a Prefeitura de São Luís. O deputado Duarte Júnior, que tem aparecido nas pesquisas em 2º lugar na preferência do eleitorado, poderá deixar o PCdoB e ingressar no PRB, conforme especulações que circulam no meio político O deputado Yglésio Moisés, que deixou o PDT e deve se filiar ao Cidadania, de acordo com fortes rumores que correm nos bastidores da sucessão municipal. E, finalmente, o deputado Wellington do Curso, bem posicionado nas pesquisas, e que tenta viabilizar sua candidatura pelo PSDB, mas a cúpula tucana, comandada pelo senador Roberto Rocha, está decidida a levar o partido para uma aliança com deputado federal Eduardo Braide (Podemos).

Duarte Júnior tem mostrado consistência eleitoral em São Luís, de acordo com os levantamentos feitos até aqui, mas enfrenta resistências dentro do PCdoB e por isso está disposto a concorrer por outro partido. Com boa desenvoltura política e potencial eleitoral, Yglésio Moises poderia ser o candidato do PDT, mas conveniências internas do partido descartaram sua candidatura, mesmo ficando o partido sem opção para lançar. E Wellington do Curso, já ciente de que não terá o PSDB, mira o PSL ou, em outra situação, o Aliança pelo Brasil, que o presidente Jair Bolsonaro conseguir emplacar o partido já para as eleições de outubro.

 

Coronel Monteiro assume a chefia da coleta de assinatura para partido de Bolsonaro

Afinado com Jair Bolsonaro, Coronel Monteiro vai chefiar coleta de assinaturas

Quase todo desmanchado no Maranhão por falta de porta-vozes ativos e confiáveis aos olhos da família Bolsonaro, o braço maranhense do bolsonarismo assumido ganhou, finalmente, um chefe: o coronel reformado Ribamar Monteiro, atual superintendente estadual da Secretaria de Patrimônio da União (SPU). Direita ranzinza, que exibe comunhão plena com o que pensa e fala o presidente Jair Bolsonaro, Coronel Monteiro assumiu a tarefa de colher assinaturas para dar vida legal ao projeto partidário do presidente da República e a turma que arrastou ao deixar o PSL para criar o Aliança pelo Brasil. Não será tarefa fácil, por alguns motivos conhecidos, sendo o principal deles o fato indiscutível de que o bolsonarismo não vingou no Maranhão, e que dos maranhenses que votaram no atual presidente, boa parte está decepcionada, o que torna o campo de colheita de assinatura bem mais restrito e pouco fértil. O Coronel Monteiro terá de fazer malabarismo para dar conta do serviço partidário que lhe foi passado.

São Luís, 04 de Fevereiro de 2020.

 

Flávio Dino lança movimento para fortalecer o PCdoB e Roseana Sarney tentará juntar sobras do sarneysismo

 

Flávio Dino lança p Movimento 65 para fortalecer o PCdoB e o seu projeto político; Roseana Sarney tenta juntar o que sobrou do grupo que liderou

Ainda na fase de articulações para a definição de candidaturas a 217 vagas de prefeito e a 2.320 cadeiras de vereador, a mobilização político-partidária para as eleições de outubro no Maranhão ganhou um novo patamar. O governador Flávio Dino lançou o Movimento 65, iniciativa destinada a mostrar ao País que o PCdoB é um partido alinhado aos princípios do estado democrático, que sabe governar, não é o “bicho papão” que a direita conservadora tenta pintar, e por isso está aberto a filiação militantes e de interessados em disputar cargo eletivo no pleito deste ano. Num patamar bem mais discreto, mas com algum traço de simbolismo político, a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) descartou a candidatura à Prefeitura de São Luís e anunciou que a partir de março vai percorrer o estado para apoiar candidatos a prefeito e a vereador do seu campo político-partidário. O governador Flávio Dino entra em campo como a principal referência nacional da ampla ação do PCdoB, já apontado como o nome do partido para disputar a Presidência da República em 2022, enquanto Roseana Sarney, derrotada no último pleito, tentará reagrupar o que sobrou do Grupo Sarney. Os dois movimentos devem dar o tom e o ritmo da corrida às urnas no Maranhão.

O Movimento 65 é o projeto político por meio do qual o PCdoB pretende alcançar pelo menos três objetivos centrais, sendo o primeiro deles reafirmar-se como partido que tem ideologia, doutrina e programa e que está perfeitamente inserido no vitral que colora o estado democrático de direito. O segundo é ampliar sua participação na vida política e administrativa do País com a eleição do maior número possível de prefeitos e vereadores em outubro. E o terceiro é o seguinte: cacifado pelas eleições municipais e embalado pelos bons resultados administrativos e tendo o Governo do Maranhão como principal exemplo, entrar para valer na corrida presidencial tendo o governador Flávio Dino candidato, de preferência liderando uma frente partidária. Em vídeo já circulando nas redes sociais, o governador maranhense explica que o Movimento 65 é “uma proposta política comprometida com a defesa do Brasil, com a democracia e com a liberdade. Queremos construir um espaço para discutir a boa política, bons rumos para o País”.

Flávio Dino sinaliza que jogará o peso do seu cacife político para aumentar nessas eleições o número de prefeitos do PCdoB – elegeu 46 em 2016 -, ampliando também a presença do partido nas câmaras municipais. Ao mesmo tempo, avisa que vai estimular as candidaturas dos 15 partidos que integram a frente que lidera, prometendo não interferir onde houver dois aliados em disputa. A expectativa dominante na seara governista é que Flávio Dino sairá fortalecido das eleições, lastreado com densidade política para levar em frente o projeto de enfrentar o presidente Jair Bolsonaro nas urnas em 2022. Nesse contexto, não há dúvida de que o PCdoB pode consolidar e até mesmo ampliar sua presença na política maranhense elegendo um número maior de prefeito e vereadores, no Maranhão e no País.

No campo oposicionista, a ex-governadora Roseana Sarney anuncia que vai se embrenhar nos municípios, a partir de março, para apoiar e incentivar candidatos a prefeito e a vereador aliados dela. Ela voltou à ativa quando foi lançada pré-candidata à Prefeitura de São Luís. Já decidiu não ser candidata na Capital, mas anunciou que volta ao cenário político para percorrer os municípios apoiando candidatos aliados. Fará, na verdade, um esforço político expressivo com o objetivo de reagrupar o que restou das forças sarneysistas trituradas nas urnas em 2014, 2016 e 2018, e assim preparar terreno para disputar o Governo do Estado ou a vaga do Senado em 2022, dependendo do rumo que vier a tomar o governador Flávio Dino. A ex-governadora sabe que não pode se dar ao luxo de entrar numa aventura, ciente de que qualquer escorregão agora pode funcionar como pá de cal sobre seu projeto e sobre o que restou do Grupo Sarney. Vale registrar que o sarneysismo sobrevive porque o MDB tenta um novo caminho sob o comando do deputado Roberto Costa, o PSD luta para se manter de pé com o deputado federal Edilázio Júnior, o PSC tenta seguir em frente tocado pelo deputado federal Aluísio Mendes, e, claro, o PV, que respira pela obstinação do deputado Adriano Sarney de mantê-lo vivo. Roseana Sarney sabe que juntar essas correntes é quase impossível.

Os desdobramentos desses dois movimentos moldarão as eleições municipais, que serão chave para a grande disputa de 2022 no estado e no País.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Assembleia retoma atividades sujeita às tensões pré-eleitorais

Othelinio Neto: comando firme da Assembleia Legislativa

Em meio aos primeiros e intensos movimentos voltados para as eleições municipais, a Assembleia Legislativa retoma suas atividades nesta segunda-feira (3). Sob o comando firme e eficiente do presidente Othelino Neto, o plenário do Palácio Manoel Beckman será o desaguadouro de boa parte das tensões a serem produzidas nos arraiais políticos municipais por conta da disputa eleitoral que se aproxima, primeiro porque todos os deputados estarão diretamente envolvidos nas disputas municipais, e depois porque alguns deles serão candidatos, parte em São Luís.

O presidente Othelino Neto – que como todo parlamentar também se envolverá na corrida eleitoral nas suas bases -, tem pela frente o desafio de manter a Casa funcionando plenamente, não permitindo que as tensões eleitorais se sobreponham à agenda legislativa, pelo menos durante o primeiro semestre. Não será tarefa fácil, mas a julgar pelo ritmo que impôs na Casa em 2018, no primeiro ano da sua gestão, conseguindo mantê-la em pleno funcionamento durante as eleições gerais, a expectativa é a de que o presidente manterá o controle e cumprirá rigorosamente o calendário de trabalho. Isso incluindo a realização de sessões, o funcionamento das comissões, votações, além de ações externas, como o projeto Assembleia em Ação, por exemplo.

O principal desafio a ser enfrentado pelo presidente Othelino Neto será o embate político entre deputados por conta das disputas municipais. Ninguém duvida de que ali se baterão os deputados Zé Gentil (PRB) e Adelmo Soares por causa da disputa em Caxias, Fernando Pessoa (SD) e Daniella Tema (DEM) por conta de Tuntum, Fernando Pessoa e Rigo Teles (PV) na briga pelo poder em Barra do Corda, Leonardo Sá (PL) e Thaíza Hortegal devido à luta em Pinheiro, e Neto Evangelista (DEM), Duarte Júnior (PCdoB), Adriano Sarney (PV) e Wellington do Curso (PSDB) na guerra pela Prefeitura de São Luís, para citar alguns casos mais evidentes.

O presidente Othelino Neto tem demonstrado segurança na interpretação de que as tensões políticas são naturais no parlamento. Sabe que elas eclodirão no plenário, mas está confiante de que os embates verbais podem até ser duros, mas serão mantidos dentro dos limites do decoro.

 

Evidência mostram que sem líder forte o Grupo Coutinho ameaça desmoronar

Indicação de Adelmo Soares; rompimento de Júnior Martins e ameaça de ter Ferdinando Coutinho de ameaçado de perder em Matões

Há duas semanas, a Coluna chamou atenção para a ameaça de desmonte que vinha rondando o Grupo Coutinho, duramente afetado com a perda do seu líder maior, o ex-prefeito e ex-deputado estadual Humberto Coutinho (PDT), que morreu em janeiro de 2018, quando cumpria o segundo mandato de presidente da Assembleia Legislativa. O desgaste e o desmoronamento da estrutura política criada por Humberto Coutinho e herdada pela deputada Cleide Coutinho (PDT) são evidentes e estão avançando mais rapidamente do que muitos observadores experientes e atentos previam. As evidências deputada Cleide Coutinho são várias. Uma delas: sem conseguir articular um nome dentro das forças do Grupo, e contrariando vários dos seus expoentes, a deputada Cleide Coutinho declarou apoio à candidatura do deputado Adelmo Soares (PCdoB) Prefeitura de Caxias. Diante da escolha, um dos principais aliados, o ex-vice-prefeito Júnior Martins, que era fidelíssimo a Humberto Coutinho, rompeu com o Grupo, anunciando que será candidato a prefeito de qualquer jeito. E para completar, a saída dos Pereira da base de apoio do prefeito de Matões, Ferdinando Coutinho (PSB), compromete seriamente o seu projeto de eleição. Há quem avalie que o comando do Grupo tem condições de reverter essa derrocada, mas há também vozes que avaliam em contrário, prevendo que o legado de Humberto Coutinho será duramente atingido nas eleições deste ano em Caxias. É aguardar e conferir depois que as urnas falarem.

São Luís, 02 de Fevereiro de 2020.