Arquivos mensais: fevereiro 2019
Reportagem do JN aponta Cléber Verde como suspeito de desviar dinheiro do PRB na campanha eleitoral
Na edição de ontem, o Jornal Nacional, da Rede Globo, em reportagem sobre o charco em que está metido o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, com supostos desvios de recursos do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral, acabou disparando chumbo grosso contra o braço do PRB no Maranhão, atingindo diretamente o presidente regional, deputado federal Cleber Verde que estaria envolvido até a medula nessa prática criminosa de desvio de recursos, usando para isso candidatas mulheres sem qualquer chance nas urnas. Numa reportagem fulminante, o telejornal global mostrou, entre outros, o caso da ribamarense Marisa Rosas, que recebeu R$ 600 mil do comando do PRB e prestou contas informando que bancou nove milhões de “santinhos” e 1 milhão e 250 mil botons, tudo distribuído a eleitores, e que saiu das urnas com apenas 161 votos. Isso significa dizer, numa conta simples, que cada voto de Marisa Rosas custou ao contribuinte nada menos que R$ 3.750,00.
Mais grave ainda: segundo o telejornal da Rede Globo – que usou repórter e produtor da central -, os espantosos gastos do PRB do Maranhão envolvem diretamente o seu presidente, deputado federal Cleber Verde, um político controvertido e tarimbado, sempre bem votado, e que comanda o partido com mão de ferro. Cleber Verde teria gastado mais de R$ 500 mil em impresso numa gráfica de Tuntum, argumentando que optou pela qualidade e pelo preço atraente da empresa tuntuense. Ainda segundo a reportagem global, ao ser indagado sobre a inacreditável relação de gasto-resultado eleitoral de Marisa Rosas, o deputado Cleber Verde teria respondido que no caso da candidata “resultado de eleição é imprevisível”. E sobre os dele próprio com a gráfica tuntuense, explicou que foi motivado pela qualidade dos serviços e pelo o preço atraente.
Provocado pela reportagem da Rede Globo os fastos eleitorais do PRB e certo de que seria exposto em plano nacional, o Tribunal Regional Eleitoral respondeu com cautela extrema, para não ser alcançado pelas chamas da denúncia: está analisando a prestação de contas de Marisa Rosas.
A exposição negativa do braço maranhense do PRB, mostrando fortes indícios de que algo de muito estranho contamina a contabilidade do partido no que se refere ao uso dos recursos do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral nas últimas eleições e constrange seus quadros mais importantes. Para começo de conversa, sob o comando do deputado federal no quarto mandato Cléber Verde, a seção do partido no Maranhão alcançou um patamar de primeira linha, tendo nos seus quadros ninguém menos que o vice-governador Carlos Brandão, que se filiou à agremiação em 2017, depois que perdeu o controle do PSDB no estado. Depois, o partido tem como um dos seus pilares Fábio Gentil, prefeito de Caxias, terceiro maior e mais importante colégio eleitoral maranhense, juntamente com seu pai, o deputado estadual Zé Gentil, único representante da legenda na Assembleia Legislativa. Além disso, o PRB conta hoje com 15 prefeitos e dezenas de vereadores nas diferentes regiões do Maranhão, o que o torna uma agremiação com expressivo peso no contexto político estadual.
Não há dúvida de que uma bomba-relógio foi colocada no colo do deputado federal Cleber Verde. Afinal, ele foi mostrado nacionalmente como um chefe partidário regional suspeito de fazer traquinagens com recursos do partido e do contribuinte. E da maneira como foi relatado na reportagem, sua explicação para os gastos de Marisa Rosas, e as dela própria, deixaram no ar uma forte carga de suspeita que ele, como chefe da agremiação, responsável direto pelos gastos, precisa dar à sociedade. Cléber Verde é traquejado, já conseguiu reverter uma demissão do serviço público federal sob a acusação de fraudar aposentadorias, tendo reassumido seu emprego na INSS. Não será surpresa se conseguir demonstrar quer os gastos da militante do PRB, Marisa Rosas, estão rigorosamente dentro das regras eleitorais, assim como o contrato dele próprio com a gráfica de Tuntum.
PONTO & CONTRAPONTO
Rubens Jr. será secretário, Simplício Araújo continuará secretário e Gastão Vieira será deputado federal
Consumada a equação desenhada desde que o resultado das urnas foi anunciado, na noite de 7 de Outubro do ano passado: reeleito com 111.584 votos, o deputado federal Rubens Pereira Jr. (PCdoB) se licenciará do mandato para assumir a Secretaria das Cidades e Desenvolvimento Urbano, o primeiro suplente de deputado federal Simplício Araújo (SD), que recebeu 74.058 votos, vai continuar no comando da Secretaria de Indústria e Comércio, abrindo a vaga para o segundo suplente da coligação, o ex-deputado federal e ex-ministro do Turismo.
A equação é fruto da engenharia política usada pelo governador Flávio Dino (PCdoB) para manter firme e estável a aliança partidária que lhe dá sustentação e turbinar a caminhada do deputado federal Rubens Jr. como uma das suas opções a corrida sucessória em 2022. Nesse contexto, Gastão Vieira, que é dono de um currículo exemplar e uma trajetória política vitoriosa, apesar de alguns percalços, como a derrota na disputa para o Senado com o hoje senador Roberto Rocha (PSDB), o que o levou ao rompimento com o Grupo Sarney, deixar o hoje MDB e assumir o comando do PROS no Maranhão.
Político racional e arguto, que sabe mexer com as pedras do xadrez estadual e sua extensão nacional, o governador Flávio Dino sabe da importância da experiência executiva de um político jovem do quilate de Rubens Jr., que nunca liderou um projeto no âmbito do Poder Executivo, tendo sua carreira restrita ao parlamento. Agora, no comando da Secretaria das Cidades e Desenvolvimento Urbano, o deputado federal licenciado e aspirante a governador saberá com quantos tijolos e quantas telhas se faz uma casa. A confirmação de Simplício Araújo na pasta da Indústria e Comércio vem também do bom trabalho que realizou à sua frente nos últimos quatro anos.
A volta de Gastão Vieira à Câmara Federal fará bem a ele próprio, ao governador Flávio Dino e ao Congresso Nacional como um todo. Para começar ocupará o seu espaço como especialista em educação, que agora ampliará coma visão ampla e consolidada que conseguiu como ministro do Turismo. Maduro e com os pés no chão, Gastão Vieira poderá ser um diferencial na Câmara Federal.
Chico Carvalho, sobre o escândalo do PSL: “Graças a Deus estamos fora dessa confusão”
“Graças a Deus estamos fora dessa confusão”. F, presidente do PSL no Maranhão, ao ser indagado sobre se haveria alguma sombra maranhense no escândalo de gastos ilegais e criminosos de campanha que estão sacudindo o PSL e o Palácio do Planalto, com a iminente demissão do ministro-secretário geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno, que já presidiu o partido. “Na campanha de 2018 não tivemos um único centavo do Fundo Partidário e nem ajuda de ninguém. Nossos candidatos a deputado estadual e federal não receberam nenhum centavo”, enfatizou Chico Carvalho. O presidente do PSL maranhense não está blefando. De fato, os candidatos do partido a deputado estadual e a deputado federal não receberam nada do partido e se viraram, tanto que o único eleito foi Pará Maranhão, embalado pelos laços de família, sob a liderança do pai, o desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos, presidente do Tribunal de Justiça e, dizem, principal cabo eleitoral do candidato.
São Luís, 16 de Fevereiro de 2019.
Flávio Dino se reúne com o vice Hamilton Mourão e pavimenta estrada para seus colegas do Nordeste
A reunião do governador Flávio Dino (PCdoB) com o vice-presidente Hamilton Mourão (PSL), ontem, em Brasília, foi muito mais do que um simples momento de trabalho entre o titular do Governo do Maranhão com o Número 2 da República. Foi, na verdade, um passo importante no esforço do governador maranhense de estabelecer uma relação institucional segura e produtiva entre adversários políticos. A pauta versou sobre temas caros aos dois Governos, como segurança pública e infraestrutura, que foram tratados de maneira pragmática. O governador maranhense informou o vice sobre investimentos e avanços conquistados, como a expressiva ampliação dos quadros da Polícia Militar e os pesados investimentos feitos no Porto do Itaqui, que é uma base hoje essencial na imensa rede portuária que pontilha a orla brasileira. O vice-presidente Hamilton Mourão, mesmo apontado como um ferrenho adversário do PCdoB, ouviu atentamente a exposição do governador, informando também o governador sobre os planos do Governo da União nas duas áreas.
Na exposição que fez ao vice-presidente da República e sua equipe, o governador do Maranhão mostrou que na área da Segurança Pública aumentou o efetivo da Polícia Militar em quase cinco mil policiais por meio de concursos, tendo também renovado 90% da frota que garante mobilidade e eficiência à polícia, como também fez expressivos investimentos em armamentos, o que garantiu mais eficiência ao Sistema de Segurança Pública. Na mesma linha, mostrou a importância e os avanços do Porto do Itaqui nos últimos quatro anos, consolidando-o como um dos portos mais importantes do País na atualidade, e com tendência de forte crescimento e ampliação nos próximos tempos.
No final da reunião, o governador Flávio Dino convidou o vice-presidente da República a participar de uma reunião de governadores do Nordeste a realizar-se em São Luís no final de março, tendo Hamilton Mourão agradecido o convite e sinalizado que o examinará. No encontro, os governadores também discutirão as dificuldades no relacionamento com o novo Governo da União por conta das diferenças políticas.
Ao reunir-se com o vice-presidente Hamilton Mourão, que no campo político é um adversário de grande importância, a começar pelo fato de que é rigorosamente alinhado ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), o governador Flávio Dino reafirma o entendimento de que, independentemente das diferenças políticas e ideológicas, dirigentes públicos nomeados pelas urnas têm a obrigação de se relacionar institucionalmente quando os interesses da sociedade estão sobre a mesa. E a reunião com o vice-presidente, um general de direita que não tem o menor traço de simpatia por político de esquerda como o governador do Maranhão, foi um evento exemplar nesse sentido, uma clara indicação de que essa ponte pode ser construída com pragmatismo e bom senso, dois ingredientes necessários e indispensáveis. E pode resultar em ganhos de ambos os lados, porque o governador
Se vier a aceitar o convite para participar da reunião de governadores do Nordeste em São Luís no final de março, o vice-presidente Hamilton Mourão dará um passo político de larga importância para o Governo de Jair Bolsonaro. Sua participação num evento com a presenças dos governadores que a rigor estão na Oposição ao seu Governo certamente resultar em ganhos para ambos os lados, porque os governadores da região precisam do apoio da União e o Governo de Jair Bolsonaro precisa do apoio dos governadores. E está mais claro a cada dia que o Palácio do Planalto sente a pancada de ter uma região cujos governos estão em franca Oposição ao Governo central e vice-versa, isolando mais de 50 milhões de brasileiros do seu convívio. E a banda mais atenta e mais inteligente do bolsonarismo sabe que cedo ou tarde essa distância terá de ser encurtada, sob pena de o Governo de Jair Bolsonaro entrar para a História acusado de tentar dividir o País.
Com seus movimentos, o governador Flávio Dino demonstra que as amarras conservadoras da política podem ser desatadas, mesmo quando o adversário é conservador e agressivo.
PONTO & CONTRAPONTO
Hélio Soares e Thaíza Hortegal propõem a criação de Frente Parlamentar para fiscalizar barragens
Os deputados Hélio Soares (PR) e Thaíza Hortegal (PP) propuseram a reativação da Frente Parlamentar para a Fiscalização de Barragens e Comportas no Estado do Maranhão que tenha por objetivo imediato de criar um movimento para pressionar Governo Federal a providenciar medidas para assegurar a estabilidade das principais barragens do Maranhão: a do Rio Pericumã, em Pinheiro, e a do Flores, em Pedreiras, a do Batatã, em São Luís A ideia inicial é pedir uma audiência com o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto. Dos 14 estados incluídos no Plano de Ações Estratégicas para Reabilitação de Barragens da União (Planerb), anunciado pelo Governo Federal na última semana, o Maranhão foi contemplado para recuperação de três barragens, localizadas no Rio Pericumã, em Pinheiro, Flores, em Pedreiras, e Batatã, em São Luís.
As estruturas não recebem manutenção periodicamente e correm o risco de romper. A barragem do Pericumã rompeu no dia 11, causando apreensão em Pinheiro e adjacências. Os dois deputados se manifestaram quarta-feira sobre o assunto na tribuna da Assembleia Legislativa, de onde fizeram graves alertas para a situação da Barragem do Flores, em Pedreiras, nas proximidades de Joselândia. Eles e os que os apartearam manifestaram preocupação com as barragens depois da tragédia em Brumadinho, onde até ontem as turmas de salvamentos já haviam encontrado 166 mortos, resultado do rompimento de uma barragem formada por lama produzida de minas de ferro exploradas pela Vale.
“O rompimento dos pilares e dos cabos da barragem – que inundou vários bairros da cidade de Pinheiro – é um prenúncio, pois isso aí já vem acontecendo há muito tempo e, se não tomarmos providência enérgica e urgente, vai ser realmente uma catástrofe inimaginável. Por isso, deixo aqui a sugestão, para que a gente solicite, urgentemente, uma audiência com o ministro do Desenvolvimento Regional e acionemos os nossos senadores, Weverton Rocha (PDT), Eliziane (PPS) e Roberto Rocha (PSDB), para que possa ser encontrada uma solução para o problema”, destacou Hélio Soares, que defendeu a reedição da Frente Parlamentar em Defesa da Baixada, criada através da Resolução Legislativa 615/2011, da qual foi um dos signatários.
O Plano foi confirmado pela deputada Thaíza Hortegal (PP), que solicitou ao Ministério de Desenvolvimento Regional reunião com a equipe do Planerb, na tentativa de agilizar a recuperação da barragem de Pericumã, cujo rompimento vem causando inundações em bairros ribeirinhos. Para a deputada, é necessário a criação de uma Frente Parlamentar, cujo pedido já foi protocolado, para garantir o acompanhamento não apenas do plano, mas de diversas ações de prevenção a tragédias.
“Precisamos cobrar agilidade, levantar todas as informações necessárias e garantir todo suporte. Estaremos também em Brasília cobrando o Ministério para poder agilizar a recuperação dessas barragens. Contamos com o apoio do deputado André Fufuca (PP), que esteve com o secretário nacional da Defesa Civil, e, também, está marcando uma audiência com o ministro e demais deputados federais e senadores maranhenses. Então, é importante que essa Frente Parlamentar esteja montada e, assim, apresentar a real situação, para que todos fiquem cientes da gravidade do caso, que envolve parte do Médio Mearim, a Baixada e a capital”, disse a deputada Thaíza Hortegal.
A Frente Parlamentar para Fiscalização das Barragens e Comportas no Estado do Maranhão terá a prerrogativa de levantar todas essas informações sobre as barragens, fiscalizar as estruturas, intervir junto aos órgãos responsáveis por manutenção e o custeio dessas barragens, realizar as inspeções de segurança, planos de estudo técnico e audiências públicas, entre outras necessidades.
PSB do Maranhão tem nomes importantes, mas não atua como um partido
Alguma coisa não está funcionando direito no braço maranhense do PSB, comandado pelo deputado federal Bira do Pindaré. Além dele, o partido tem dois deitados estaduais – Edson Araújo e Marcelo Tavares – e mais 13 prefeitos, entre eles o destacado Cleomar Tema, prefeito de Tuntum e o fim do mês passado presidente da Famem pela terceira vez, e o ativo prefeito de Timon, Luciano Leitoa. Mesmo com essa força política razoável, o PSB não tem demonstrado ser uma agremiação articulada, que atua como um grupo. Ao contrário, a impressão que passa é a de um partido marcado pela inanição. Recentemente, o deputado Bira do Pindaré ganhou o noticiário ao renunciar o direito a aposentadoria especial como deputado federal, o deputado estadual Marcelo Tavares se licenciou para reassumir o comando da Casa Civil; o prefeito Cleomar Tema travou uma guerra solitária pelo comando da Famem, não tendo recebido nenhum apoio público ou crítica do seu partido. Há quem diga que o PSB vive uma situação de tensão interna, e o silêncio dos seus líderes reforçam essa especulação.
São Luís, 15 de Fevereiro de 2019.
Com sete médicos, dois dentistas e uma nutricionista no plenário, Saúde vira tema dominante na Assembleia Legislativa
Todos os sinais emitidos até ontem indicaram que, pelo menos nos primeiros meses, a área de Saúde será o tema dominante no plenário da Assembleia Legislativa. O sinal mais forte acendeu ontem, quando o líder do Governo, deputado Rafael Leitoa (PDT), permaneceu longo tempo na tribuna respondendo a aparte dos deputados sobre questões diversas relacionadas ao tema. E a explicação para isso é que as urnas mandaram nada menos que sete médicos – Cleide Coutinho (PDT), Helena Duailibe (SD), Thaíza Hortegal (PP) Arnaldo Melo (MDB), Antônio Pereira (DEM), Leonardo Sá (PR) e Yglésio Moyses (PDT) -, dois dentistas – Andreia Rezende (DEM) e Adelmo Soares (PCdoB) – e uma nutricionista – Daniella Tema – para o parlamento estadual. Eles representam 25% do plenário e a maioria deles marinheiros de primeiro mandato, naturalmente motivados a mostrar serviço, preocupados em dar respostas rápidas aos seus eleitores.
O tema Saúde chegou ao plenário nesta legislatura na semana passada, levado pelo deputado Adriano Sarney (PV), que questionou o Governo acerca do fechamento do Hospital de Matões, tentando dar ao caso um tom de escândalo, principalmente por conta da alegação de que mais de duas centenas de servidores seriam demitidos. O líder do Governo, deputado Rafael Leitos (PDT), no entanto, após avistar-se com o secretário de Saúde, Carlos Lula, discursou dando uma série de explicações, entre elas a de que o hospital foi desativado para ser reformado, estando a Secretaria de Saúde estudando a possibilidade de transformá-lo em policlínica, sem que nada esteja ainda decidido. A provocação do deputado Adriano Sarney e a pronta resposta do líder Rafael Leitoa, que recebeu o suporte do líder do bloco governista Unidos pelo Maranhão, deputado Marco Aurélio (PCdoB), que, a exemplo do líder do Governo, defendeu enfaticamente, com argumentos consistentes, a política de Saúde da gestão do governador Flávio Dino (PCdoB), comandada pelo secretário Carlos Lula.
Nos embates ocorridos até agora, tem chamado a atenção o fato de que, mesmo os adversários mais duros, como o próprio Adriano Sarney, não têm conseguido apontar problemas de gestão ou de eficiência na área de Saúde no Governo do PCdoB. O que tem surgido são problemas pontuais, como o levantado ontem pelo deputado Leonardo Sá, que pediu pressa na conclusão do Centro de Hemodiálise que está sendo construído em Pinheiro, iniciativa imediatamente encampada pela deputada Thaíza Hortegal, que já fez algumas observações pertinentes em relação ao quadro geral da saúde na região da Baixada Ocidental, que tem Pinheiro como referência, para onde convergem todas as demandas da região.
No geral, há por parte desses parlamentares o reconhecimento de que o Governo do Estado está trabalhando duro e de maneira eficiente nessa área. Ninguém nega que o atual Governo recebeu do Governo anterior os esqueletos do Saúde é Vida, um gigantesco e, segundo especialistas, mal planejado programa que previa a construção de mais de 70 hospitais municipais (20 leitos), regionais (50 leitos) e macrorregionais (150 leitos) financiados pelo BNDES. O atual Governo teve de redimensionar o programa e já construiu cinco hospitais macrorregionais e equipou – Imperatriz, Pinheiro, Bacabal, Caxias, Presidente Dutra e São Luís, que ganhou também o hospital especializado em cirurgia ortopédica. O que está acontecendo agora é a tentativa natural de encontrar solução para problemas pontuais e específico de um ou outro município. Como é o caso da conclusão Centro de Hemodiálise de Pinheiro, pedida pelo deputado Leonardo Sá com o apoio da deputada Thaíza Hortegal.
Nesse contexto, o deputado Antônio Pereira, que é empresário do ramo, vai sempre colocar em pauta problemas de saúde na Região Tocantina; a deputada Cleide Coutinho, que é empresária de ponta na área como dona de hospital, e Arnaldo Melo, que passou os últimos dois anos como diretor da Funasa, com uma visão nacional da área, reivindicarão melhorias para esse ou aquele serviço de saúde na região de Caxias, onde está instalado um Curso de Medicina, e Colinas; Leonardo Sá e Thaíza Hortegal, ambos profissionais militantes, baterão em teclas por Pinheiro e pela Baixada inteira; Helena Duailibe, que já foi secretária de Saúde de São Luís e do Maranhão, terá sempre observações e sugestões para tornar o sistema mais eficiente, assim como Yglésio Moyses, que que tem no currículo um período como diretor do Socorrão. Os odontólogos Adelmo Soares e Andreia Rezende, cujo marido, o ex-deputado Stênio Rezende, e o pai, o ex-deputado Francisco Martins são médicos, e a nutricionista Daniella Tema, que passou mais de dois anos à frente do Hospital Macrorregional de Presidente Dutra, certamente baterão na mesma tecla em favor das suas regiões.
É previsível que a Oposição vai procurar brechas nessa seara para estocar o Governo, mas pelo que demonstrou, o líder governista Rafael Leitoa, que é engenheiro civil, demonstrou que está preparado para responder de maneira convincente a todas as perguntas que lhe forem dirigidas, por oposicionistas ou a aliados. Para isso, acionará sempre que necessário o secretário Carlos Lula, um jovem advogado que surpreende a aliados e adversários pela competência com que vem comandando o gigantesco, sensível e absolutamente necessário Sistema Estadual de Saúde.
PONTO & CONTRAPONTO
Adelmo Soares alerta: revisão de aposentadoria rural pode afundar municípios maranhenses
Se a MP nº 871, editada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) para vasculhar as aposentadorias rurais por meio de um programa de revisão de benefícios previdenciários e modificações nas regras para acessar e requerer o auxílio, tendo como objetivo combater fraudes, muitos municípios maranhenses e de outros estados afundarão. O alerta, dramático e feito em tom de denúncia, partiu do deputado Adelmo Soares (PCdoB), para quem a medida, que foi editada à revelia do Conselho Nacional da Previdência Social, “é apenas um pretexto jogar nas costas dos mais humildes trabalhadores e beneficiários o peso e a responsabilidade dos ajustes, desmonte e cortes de direitos”.
Num discurso denso, bem alinhavado, o deputado Adelmo Soares – que foi secretário de Agricultura Familiar – chamou a atenção para o fato de que ”as novas regras de carência, comprovação documental e prazos de requerimento dos benefícios têm como objetivo dificultar ou restringir o acesso à pensão por morte, auxílio-reclusão, licença-maternidade, Benefício de Prestação Continuada, o famoso BPC, e a aposentadoria dos trabalhadores rurais”. E afirmou que muitas dessas normas, inclusive, são ilegais e inconstitucionais. “A Medida Provisória 871 traz inseguranças financeiras aos beneficiários da previdência ao instituir a suspensão dos benefícios sem assegurar formas adequadas de defesa e excluir milhares dos direitos previdenciários”, atacou.
Adelmo Soares revelou um dado que, se efetivadas tais mudanças, as consequências serão desastrosas tanto no campo social quanto no plano econômico. ”se olharmos a realidade do povo maranhense, é possível afirmar que o nosso grandioso estado, o pagamento das aposentadorias, das pensões e outros amparos assistenciais superam a receita do FPM de aproximadamente 70% dos 217 municípios do Maranhão. Ou seja, 152 municípios têm a receita da aposentadoria rural maior do que o próprio FPM. Muitos deles com um valor três, quatro, cinco vezes maior. Na cidade de Pinheiro, por exemplo, o pagamento de aposentadoria rural chega a ser cinco vezes maior do que o FPM. São R$ 158 milhões arrecadados a partir da aposentadoria rural e benefícios de auxílios previdenciários”, revelou.
O deputado do PCdoB foi mais longe: “Segundo o Censo de 2010, cerca de 59% dos municípios maranhenses possuíam só 20 mil habitantes, 90% possuem menos de 50 mil habitantes, o que representa 54% da nossa população. Três milhões e meio de maranhenses vivem num ambiente rural, ou seja, o Maranhão é formado em sua grande maioria por economias locais, o Maranhão é rural. Em 2018, o estado recebeu R$ 8 bilhões em aposentadorias rurais, enquanto que o FPE e o FPM representam um pouco mais de R$ 5,3 bilhões, somando todos os FPMs. Traduzindo isso na realidade cotidiana é possível afirmar que, embora a Previdência Social não seja considerada uma política pública de combate à pobreza, são milhares as famílias, sobretudo, os pequenos municípios de áreas rurais que têm na aposentadoria o seu sustento, o seu desenvolvimento econômico, a farmácia, a quitanda, a bodega, o supermercado das comunidades rurais dos povoados, das cidades pequenas é quem mais vai sofrer com essa insegurança em relação à Previdência”.
Poucas vezes em tempos recentes o plenário da Assembleia Legislativa foi impactado por um alerta tão grave.
Flávio Dino deve completar hoje a reforma administrativa
O ex-deputado Rogério Cafeteira, que foi por dois períodos o líder do Governo na Assembleia Legislativa, é o novo titular da Secretaria de Estado de Esportes, anunciou ontem o governador Flávio Dino em mensagem no Twitter. Com a escolha, o governador deu mais um passo para consumar a reforma administrativa, que começou na semana passada com a confirmação do deputado Marcelo Tavares (PSB) para a Casa Civil, e o advogado Rodrigo Lago, que criou e estruturou a Secretaria de Transparência e Controle e nos últimos tempos vinha respondendo pela Casa Civil, será o novo secretário de Comunicação e Articulação Política. Especula-se e que o deputado federal Rubens Pereira Jr. (PCdoB) estaria fazendo as malas para mudar-se para São Luís, onde assumirá uma paste de peso no Governo do Estado. Ontem, correu ainda a informação, dada como verdade absoluta, de que o deputado Márcio Honaiser (PDT) teria sido convocado pelo governador Flávio Dino para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Social e que no seu lugar na Assembleia Legislativa assumiria ex-prefeito de Codó, Zito Rolim (PDT). O governador Flávio Dino deve completar hoje a reforma administrativa.
São Luís, 14 de Fevereiro de 2019.
Mical Damasceno e Pastor Cavalcante transformam tribuna da Assembleia Legislativa em púlpito da Assembleia de Deus
O louvor “A Deus seja a glória, a Deus seja a glória, a Deus seja a glória por tudo o que fez por mim”, entoado em voz de soprano em escala crescente, e em seguida o discurso pronunciado pela deputada Mical Damasceno (PTB) na estreia dela na tribuna da Assembleia Legislativa, e logo em seguida o pronunciamento também de estreia do deputado Pastor Cavalcante (PROS), surpreenderam deputados, galerias e jornalistas. Ligados pela fé à Assembleia de Deus, a mais política das organizações evangélicas em ação no País, os dois parlamentares iniciaram seus quatro anos de mandato fazendo agradecimentos Deus e prometendo-lhe submissão e fidelidade eternas. Em nenhum momento Mical Damasceno e Pastor Cavalcante pareceram políticos militantes, que depois de anos e anos de militância partidária conseguiram convencer eleitores da honestidade dos seus propósitos e foram mandados, pelo voto direto e secreto, para a Assembleia Legislativa, uma Casa política onde se fazem leis, se debatem os problemas dos municípios, se critica e se cobra melhorias para o município, para o estado e para o País. Os dois, cada um a seu modo, sinalizaram que colocarão os postulados assembleianos acima de qualquer ideologia e orientação partidária, e ponto final.
No seu discurso de estreia, depois de entonar o louvor diante de um plenário perplexo, a deputada assembleiana dedicou a maior parte da sua fala a enfatizar sua relação com o Criador, com sua Igreja, com o seu pastor e com a família, deixando no ar a impressão de que sua religião e sua ideologia e que, mesmo sendo seu mandato propriedade do povo, suas ações serão norteadas pelos ditames da sua religião e sua prestação de contas será feita diretamente ao Senhor. Eleita pelo PTB, Mical Damasceno não dedicou uma só frase do seu discurso ao partido, não faz qualquer referência aos princípios políticos ou base programática do petebismo, e não deu nenhuma pista sobre se tem alguma réstia de identificação com o trabalhismo que norteia o PTB. Elogiou a senadora Eliziane Gama (PPS) e Weverton Rocha (PDT), mas ignorou completamente o único deputado federal Pedro Lucas Fernandes, que ganhou espaço nacional ao ser eleito líder da bancada do partido na Câmara Federal. Em uma única frase do seu discurso ela revelou uma tênue preocupação com saúde e com educação, mas não disse o que pretende fazer nessa direção, não tratou dos desafios econômicos, geração de emprego, enfrentamento das desigualdades, de como atuará para ajudar a reverter os indicadores que, mesmo com os vitoriosos esforços do atual Governo, continuam perturbadores. Pode ter sido o compreensível entusiasmo da estreia, com a possibilidade de uma mudança depois da apresentação e dos agradecimentos ao Criador.
Muito mais comedido e com um discurso menos entusiasmado e alguns centímetros mais próximo da realidade, Pastor Cavalcante apresentou-se à Assembleia Legislativa basicamente com os mesmos argumentos usados pela deputada Mical Damasceno. Agradeceu a Deus e aos líderes assembleianos que lhe abriram caminho para tornar-se um líder na instituição agora investido de um mandato essencialmente político. Nas não disse uma palavra sequer sobre o PROS, partido pelo qual se elegeu, e que, como o PTB ignorado pela deputada Mical Damasceno, tem um programa, uma doutrina política, uma ideologia e um líder, o ex-secretário de Estado, ex-deputado estadual, ex-deputado federal, ex-ministro do Turismo e atual suplente de deputado federal Gastão Vieira. Pareceu enfrentar alguma dificuldade para separar política de religião, esquecendo que a História está coalhada de exemplos que mostram que a mistura de religião e política nunca produziu coisa boa. Com a experiência que parece ter, o deputado Pastor Cavalcante certamente vai dosar as coisas com equilíbrio.
A própria Assembleia Legislativa tem nos seus registros vários deputados evangélicos e que foram destaques da política, mas souberam evitar a mistura das coisas. Um exemplo: Enoc Vieira, uma assembleiano fidelíssimo, que, até onde é sabido, nunca apelou ao Criador para lhe ajudar a resolver pepinos políticos. Agora, o fato indiscutível é que os deputados Mical Damasceno e Pastor Cavalcante se revelaram parlamentares de fé e usaram a tribuna da Assembleia Legislativa como se estivessem usando o púlpito de um templo da Assembleia de Deus.
PONTO & CONTRAPONTO
Andreia Rezende, Detinha e Thaíza Hortegal estreiam na tribuna com discursos firmes e recados diretos
Três estreias na tribuna chamaram a atenção, ontem, no plenário Gervásio Santos, da Assembleia Legislativa. Apresentaram-se as deputadas Andreia Rezende (DEM), Detinha (PR) e Thaíza Hortegal. As três deram seus recados de maneira sóbria, sem alarde, com discursos absolutamente encaixados no ambiente parlamentar, dizendo, com mais ou menor ênfase, a que vieram, indicando que estão dispostas a ter uma atuação política com lastro e objetivo, dispostas a honrar os votos que receberam.
O discurso de apresentação da deputada Andrea Rezende (DEM) parou o plenário, normalmente agitado e sem que a maioria dê muita importância para quem está falando. Com a voz pausada e com ânimo elevado, Andreia Rezende falou de si, da sua condição de política, do seu berço, da sua relação com o eleitorado e do compromisso que assumiu quando decidiu candidatar-se. Sem um só traço de auto-vitimação por conta do acidente automobilístico que sofreu durante a campanha e que a obrigou a deslocar-se numa carreira de rodas. Diante de um plenário em silêncio, a deputada de Balsas contagiou deputados e jornalistas com uma doçura rara, exatamente pelo fato de ter sobrevivido. Não tratou o assunto como sobrevivente de uma tragédia, mas do acaso, celebrando a vida com uma dignidade surpreendente e exemplar. Lembrou seu pai, o médico e ex-deputado Francisco Martins, e se identificou como fruto de uma família de políticos. Acostumada, portanto, ao contato direto com o povo, a quem dedicou seu mandato. Celebrou o seu casamento de décadas com o ex-deputado Stênio Rezende. E encerrou dizendo: “Recebam, cada um de vocês, um abraço fraternal, o meu muito obrigada e vamos todos trabalhar juntos pelo bem desse nosso Maranhão”.
A deputada Detinha (PR) revelou-se uma política com os pés no chão, que conhece origem humilde e sabe o que pode ser feito para melhorar as condições da população. Com a firmeza de quem foi campeã de votos, revelou que é cearense de nascimento, adotou o Maranhão como sua terra-natal e foi adotada pelo município de Maranhãozinho, onde conheceu o marido e mentor político Josimar de Maranhãozinho, então prefeito e com quem trabalhou como secretária de Assistência Social. Lembrou que depois foi prefeita de Centro do Guilherme por dois mandatos, informando que quando assumiu o IDH do município era 0,307 e que o deixou com 0,542, um salto absolutamente surpreendente. A deputada Detinha disse ter a convicção de que a política é a melhor forma de fazer bem à Humanidade. “Entro nesta Casa com a esperança, mas principalmente com o dever em cumprir, exercer e fazer exercer cada direito das pessoas que me colocaram aqui”, declarou. E acrescentou, sinalizando que o seu projeto pé muito maior do que um mandato parlamentar: “Eu quero agradecer ao meu amigo, ao meu companheiro, ao meu esposo, ao Josimar de Maranhãozinho. Ele acredita que a união conjugal pode se sair entre quatro paredes e invadir um Estado”.
A deputada Thaíza Hortegal (PP) surpreendeu pela sua objetividade e pelo senso de dever que parece ter como política militante. Fez os agradecimentos normais, a Deus, ao povo e aos seus familiares, mas não perdeu tempo com mesuras e foi direto ao tema político. Disse que como médica enxerga os problemas da população menos favorecida, criticou as limitações do sistema de saúde e defendeu que a classe política deve atuar com mais determinação para solucionar os problemas mais graves. “Ressalto também em dizer que irei dedicar o meu mandato a projetos, ações que irão sempre estar recebendo atenção, voltados às mulheres, aos idosos, às crianças, ao bem-estar de uma população”, declarou. E prosseguiu agradecendo o acolhimento com que foi recebida na Assembleia Legislativa, e fechou seu discurso chamando a atenção da Casa para os problemas que afligem a Baixada e especialmente o município de Pinheiro, sua base política e eleitoral e onde seu marido, Luciano Genésio (PP), é prefeito. Encerrou seu pronunciamento de estreia convocando o parlamento para somar esforços para encontrar solução para os problemas da região. Falou como um político maduro e que sabe o que diz.
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Destaque
Othelino Neto inaugura sistema eletrônico de tramitação de processos e documentos na Alema
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), presidiu ontem um ato administrativo que revolucionará a tramitação e armazenamento de informações documentais no Poder Legislativo. Foi o lançamento do InovaLegis, um sistema eletrônico por meio do qual processos e documentos tramitarão entre os mais diferentes setores da Casa. O sistema foi inaugurado com a assinatura eletrônica feita pelo presidente Othelino Neto no primeiro processo movimentado pelo InovaLegis.
Para começar, o sistema aposenta de vez o papel como abrigo antes milagroso e insubstituível numa engrenagem administrativa pública. O InovaLegis, além de gerar economia com uso de papel, automatiza os fluxos processuais, compartilha o ambiente de trabalho em tempo real, num processo transparente, seguro e célere. Ou seja, tudo funcionará de maneira ordenada nas “veias” desse sistema. O sistema é totalmente implantado no Data Center da Assembleia Legislativa, com a segurança dos sistemas de antivírus, e pode ser acessado tanto no sistema de intranet da Alema, quanto nos sistemas web, através da internet.
– Esse é mais um passo que nós damos para modernizar os procedimentos da Assembleia Legislativa (Alema). Por isso, fizemos questão de ter esse momento de apresentação, para que entendamos como funciona o sistema e a importância dele, não só no que diz respeito à agilidade dos processos, mas como outros aspectos, a exemplo da economia de papel e o valor que isso tem no quesito ambiental”, destacou o presidente com sua consciência de ambientalista.
Othelino Neto afirmou que a Alema passa a ser um exemplo para as outras instituições: “Nesse sentido, inauguramos oficialmente esse sistema, assim como outros virão, para modernizar, dar celeridade, transparência e fazer com que a nossa Assembleia Legislativa se adeque a um novo momento e às novas tecnologias”.
– É um momento de satisfação para toda a equipe, que se envolveu nesse projeto. O presidente Othelino, quando assumiu, uma das suas principais premissas foi a modernização da Casa. Demos o primeiro passo com a implantação do pregão eletrônico, colocando a Assembleia em um patamar de tecnologia na área de licitações. Estamos finalizando um trabalho longo, árduo, mas muito prazeroso – ressaltou Antino Noleto, diretor Administrativo da Alema.
– É um sistema, como o nome já diz, inovador, através de uma empresa contratada, que fez a idealização e que já está trabalhando conosco há algum tempo, fazendo o trabalho de treinamento dos funcionários e implantação do sistema. É importante ressaltar que o sistema é totalmente implantado no Data Center da Assembleia Legislativa, com total segurança dos nossos sistemas de antivírus, firewall e pode ser acessado tanto no sistema de intranet da Alema, quanto nos sistemas web, através da internet – explicou.
– O objetivo não é só criar automação na Casa, mas mudar rotinas. É preciso que todos nós estejamos engajados nesse processo de mudança. A área Legislativa, que será o segundo momento, já está em fase final e vamos disponibilizar à sociedade, em tempo real, todo o processo legislativo – completou Braúlio Martins, diretor-geral da Mesa Diretora.
São Luís, 13 de Fevereiro de 2019.
Flávio Dino sabe o que está fazendo ao convocar Rodrigo Lago para a Secap e confirmar Jefferson Portela na Segup
O governador Flávio Dino (PCdoB) colocou ontem ponto final na rede de especulações que mantinham as reentrâncias do Governo em estado de expectativa ao anunciar que o advogado Rodrigo Lago, atual secretário de Transparência e Controle, será o novo titular da Secretaria de Articulação Política e Comunicação, e que o delegado Jefferson Portela permanecerá no comando da Secretaria de Segurança Pública. No primeiro caso, entregou ao advogado especializado em legislação eleitoral, tendo se aprofundado em direito público durante os quatro anos em que criou, estruturou e lapidou o Sistema Estadual de Transparência e Controle, o desafio de cuidar da política de comunicação do Governo, bem como o de tornar-se o principal articulador, tendo como maior desafio a consolidação e a estabilidade da aliança partidária que dá sustentação ao Governo e garante o projeto político do governador Flávio Dino e seus aliados. No que diz respeito ao secretário de Segurança Pública, nenhuma surpresa, porque Jefferson Portela vem dando conta do recado como poucos fizeram as últimas décadas.
Rodrigo Lago tem todas as condições de manter a linha de ação definida para a Secap pelo seu criador e primeiro titular, o jornalista Márcio Jerry, agora deputado federal (PCdoB). No que diz respeito à área de Comunicação, entra com a vantagem de encontrar uma estrutura está montada e tem no comando das diversas áreas profissionais competentes e experimentados, que poderão, sob sua orientação, dar continuidade a uma política de Comunicação bem-sucedida. O sucesso tem sido visível tanto na seara dos veículos tradicionais, como jornal, rádio e TV -, quanto no novo e abrangente mundo da comunicação virtual, em especial as redes sociais, utilizadas com competência e eficiência. a começar pelo próprio governador Flávio Dino, que anuncia suas decisões e posicionamentos no Twitter, alcançando milhares e milhares de seguidores. Além do mais, tem estatura e desenvoltura para ser a borduna verbal do Governo contra investidas de adversários.
No que toca à política, Rodrigo Lago traz essa atividade no gene – é filho do ex-deputado Aderson Lago, descendente de um tronco familiar que respira política –, domínio que ampliou ao se especializar em Direito Eleitoral na militância advocatícia. Deu uma prova de que conhece o traçado da política e que sabe se movimentar nessa terra movediça que envolve relações políticas e institucionais quando substituiu por seis meses a Marcelo Tavares (PSB) na Casa Civil, durante a campanha eleitoral. Naquele período, precisou de muita habilidade e segurança para manter a estrutura de Governo longe da refrega pelo voto, como queria o governador Flávio Dino. Sua permanência na Casa Civil foi tida como certa até semanas atrás, quando o governador Flávio Dino sinalizou que convocaria o deputado Marcelo Tavares para reassumir a pasta que já comandava. Ninguém, dentro e fora do Governo, duvida que Rodrigo Lago, que é um dos bons quadros da sua geração, comandará a Secap com competência e eficiente.
A permanência do delegado Jefferson Portela no comando da Segurança Pública dispensa maiores comentários. Estava escrito nas estrelas que o governador Flávio Dino não ia mexer no comando de uma área onde as coisas estão funcionando a contento. Vale o registro de que Jefferson Portela é um dos integrantes do chamado “núcleo duro”, formado por contemporâneos no movimento estudantil e aliados de primeira hora do governador Flávio Dino, como Márcio Jerry, por exemplo. Delegado de carreira, foi delegado Geral da Polícia Civil no Governo de Jackson Lago (PDT), o que o torna um “especialista” em matéria de atuação policial no Maranhão. Reconhecido pelo seu trabalho dentro e fora do Maranhão, Jefferson Portela foi eleito presidente do Colégio Nacional de Secretários de Segurança Pública. E com um dado a mais: milita na área policial como delegado de carreira como um militante que defende bandeiras e princípios.
Todos os indícios e informações paralelas levam à certeza de que o governador Flávio Dino acertou na mosca quando entregou a Secap a Rodrigo Lago e confirmou Jefferson Portela no comando da Segurança Pública.
PONTO & CONTRAPONTO
PDT manda recado direto a quem interessar possa: não será coadjuvante na sucessão em São Luís.
Em reunião realizada sábado (09), oficialmente batizada de I Seminário de Formação Política, destinado a qualificar o seu quadro de militantes, o PDT mandou um recado objetivo e, tudo indica, definitivo: será coadjuvante na corrida à Prefeitura de São Luís em 2020. A tradução literal, sem deixar qualquer dúvida no ar: terá candidato próprio à sucessão do prefeito pedetista Edivaldo Holanda Jr. Nenhuma surpresa, pois teria surpreendido se anunciando estar estivesse se preparando para ser coadjuvante no processo sucessório na Capital.
O PDT tem todos os motivos políticos e históricos para adotar tal posição sem a preocupação de estar sendo precipitado ou de estar jogando antes da hora. Para começar, venceu cinco das sete eleições disputadas na Capital desde que Jackson Lago se elegeu prefeito em 1988. Além disso, tem um pedetista no comando da máquina municipal, que se reelegeu sem maiores problemas em 2016 e que tem seu prestigio aumentado a cada mês. Não bastasse isso, o PDT conta com estímulo permanente e efetivo senador Weverton Rocha, que o preside no Maranhão e será o grande beneficiário dos resultados políticos se a agremiação o sucessor do prefeito Edivaldo Holanda Jr.. Mais ainda: o PDT é o partido mais entranhado em São Luís, com representantes e militantes em todos os bairros, em todas as categorias e no movimento estudantil.
O entranhamento do PDT nas reentrâncias de São Luís foi uma das marcas políticas cravadas pelo legendário Jackson Lago, avalizado por outra legenda do brizolista no Maranhão, o ex-deputado federal Neiva Moreira, e que transformou São Luís numa cidadela pedetista. Daí não constituir surpresa a decisão do PDT de bater martelo e avisar que não será coadjuvante na disputa pela Prefeitura de São Luís.
Neto Evangelista é nome de peso para ser candidato a prefeito de São Luís
Três leitores alertaram a Coluna para o que consideraram uma omissão: o deputado Neto Evangelista (DEM) não foi incluído na relação de prefeituráveis publicada na edição anterior. De fato, foi uma omissão séria, até pelo fato de que sua pré-candidatura tem sido admitida por ele próprio, que foi um dos poucos aspirante à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Jr. a admitir sua pré-candidatura. O deputado Neto Evangelista é um dos bons quadros da nova geração de políticos de São Luís, reunindo uma série de condições pessoais e políticas para aspirar o comando administrativo e político da Capital. Neto Evangelista conhece como poucos as suscetibilidades do eleitorado de São Luís, conhecimento herdado do pai, o ex-deputado João Evangelista, que militou a vida inteira nos quatro cantos da Capital. Assim, o parlamentar dispõe de cacife e instrumentos políticos, como um partido, por exemplo, o DEM e a simpatia do governador Flávio Dino, que dificilmente o indicará, mas com certeza não obstaculará a ascensão da nova geração do seu partido. Dispõe, portanto, de cacife alto para aspirar a vaga de candidato da aliança dinista.
São Luís 12 de Fevereiro de 2019.
Profusão de candidatáveis a prefeito revela que São Luís aumenta cada vez mais sua importância política
No meio da semana que passou, alguns blogs anunciaram que o vice-prefeito de São Luís, Júlio Pinheiro (PCdoB), está se preparando para pleitear a vaga de candidato do partido à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT). Dias atrás, outros blogs surpreenderam seus leitores com a informação segundo a qual o vereador Astro de Ogum (PR) começa a se movimentar com o mesmo objetivo, e, mais surpreendente ainda, circulou, também em blogs, a pré-candidatura do vereador Aldir Júnior (PR) ao Palácio de la Ravadière. Os três novos candidatáveis fazem agora parte de um grupo de potenciais candidatos já formado pelos deputados federais Eduardo Braide (?), Bira do Pindaré (PSB), Márcio Jerry (PCdoB), pelos deputados estaduais Duarte Jr. (PCdoB) e Wellington do Curso (PSDB), pelo secretário de Educação Felipe Camarão (DEM( ex-governadora Roseana Sarney (MDB), o juiz Roberto Veloso, a arquiteta Kátia Bogea e o ex-vereador Fábio Câmara (PSL). Há ainda especulações remotas sugerindo a senadora Eliziane Gama (PPS), e outras, mais tênues ainda, levantando a possibilidade de o senador Weverton Rocha (PDT) entrar na briga.
Feitas as contas, são 15 nomes de diferentes cores partidárias, origens políticas, bases ideológicas, com cacifes até aqui inexpressivos, de médio porte e de peso pesado, destacando-se os nomes ligados à aliança liderada pelo governador Flávio Dino (PCdoB) – Júlio Pinheiro, Bira do Pindaré, Márcio Jerry, Felipe Camarão, Duarte Jr., Weverton Rocha e Eliziane Gama -, os identificados com o Grupo Sarney – Roseana Sarney, Kátia Bogea e Roberto Veloso -, os pertencentes ao grupo que vem sendo formado pelo deputado federal Josimar Maranhãozinho (PR) – Aldir Júnior e Astro de Ogum – e os chamados independentes: Eduardo Braide e Wellington do Curso.
Desde que os prefeitos das Capitais brasileiras voltaram a ser eleitos pelo voto direto, em 1985, nos estertores da ditadura – na célebre disputa entre Jaime Santana (PMDB), o “Força Total” e Gardênia Gonçalves (PFL), “Nome de Flor”, vencida por ela – a Prefeitura de São Luís não despertava o interesse de tantos candidatos. Hoje com 1,2 milhão de habitantes e tendo em seu entorno três municípios em franco processo de crescimento, a Capital do Maranhão ganhou estatura de metrópole, reconhecimento mundial e, claro, importância política. Política e eleitoralmente, permanece como um “bastião” do PDT, num período de domínio iniciado por Jackson Lago em 1989 e mantido até hoje, com apenas duas interrupções – Conceição Andrade (PSB) de 1993 a 1995 e João Castelo (PSDB) de 2009 a 2012 – a cidade foi alvo de dura disputa em 2016 – Edivaldo Jr. contra Eduardo Braide – e daqui a 20 meses será o troféu de uma verdadeira guerra pelo seu comando.
A explicação é óbvia, e começa com o fato de a Capital, além do seu poder econômico, que cresce com a importância do complexo portuário do Itaqui e com outros projetos em andamento, abrigar mais de 600 mil eleitores, o que equivale a quase 15% do eleitorado do Maranhão. Isso quer dizer que o prefeito de São Luís, se jogar com eficiência no campo administrativo e competência na seara política, poderá se posicionar com cacife graúdo em numa disputa estadual majoritária, como senador ou governador, por exemplo. O prefeito Edivaldo Jr., por exemplo, está reunindo força política e eleitoral para chegar em 2022 com cacife para uma confortável eleição de deputado federal, entrar na briga pelo Senado se o governador Flávio Dino alçar voo nacional ou encarar a disputa pelo Governo do Estado se o senador Weverton Rocha abrir mão da vaga de candidato do PDT.
O surpreendente e expressivo número de candidatáveis à Prefeitura de São Luís tem várias outras explicações, entre elas o objetivo do PDT de manter-se como força partidária dominante, a determinação da aliança de consolidar cada vez mais sua força política na cidade, e o sonho do ex-presidente José Sarney de sentar praça no Palácio de la Ravardière, o que só conseguiu quando o prefeito era nomeado pelo governador. Nesse tabuleiro, há nomes que não representam tendências e que conseguiram espaços como outsiders diferenciados e por isso se destacam como nomes fortes para a disputa, como Eduardo Braide e Duarte Jr., o primeiro já testado e o segundo ainda uma promessa.
PONTO & CONTRAPONTO
Josimar de Maranhãozinho faz movimentos ousados para fortalecer grupo e ganhar peso na política estadual
Para muitos, o lançamento do vereador Aldir Júnior (PR) para a Prefeitura de São Luís soou como um gesto solto, sem beira, eira ou rumo de um edil que parece fora do contexto de São Luís. Nada disso. O movimento de Aldir Júnior é parte da audaciosa e ambiciosa estratégia do deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que comanda o PR estadual com mão de ferro e eficiência e parece disposto a ocupar um espaço expressivo e sentar na mesa das decisões para as próximas guerras eleitorais. Até aqui, Josimar de Maranhãozinho tem mostrado fôlego para chegar a ampliar e consolidar seu poder de fogo. Foi o deputado estadual mais votado em 2014 (100 mil votos) e o campeão de votos para deputado federal em 2018 (190 mil votos), sua mulher, Detinha (PR), saiu das urnas com a maior votação para a Assembleia Legislativa (88 mil votos), tendo sido também decisivo o seu apoio às eleições de Hélio Soares e Vinícius Louro para a Assembleia Legislativa, e a de Júnior Lourenço para a Câmara Federal. E para fortalecer seu grupo, Josimar de Maranhãozinho atraiu o depurado estadual Leonardo Sá, que trocou o PRTB pelo PR. Conseguiu assim o controle de quatro votos na Assembleia Legislativa e dois na Câmara Federal. Tem vários municípios sob seu comando político, entre eles o importante e estratégico Zé Doca, onde sua irmã, Josenilda Rodrigues (PR), é prefeita. A eleição de Aldir Júnior vereador de São Luís em 2016 foi um passo importante na estratégia de Josimar de Maranhãozinho com o objetivo se preparar para passos mais largos, entre eles o de chegar ao Governo do Estado. Ele já deixou isso claro em várias entrevistas. E para quem avalia esse objetivo como uma fantasia do parlamentar, vale lembrar que ele já tem o controle direto sobre uma informação dada por ele próprio em várias entrevistas: foi votado em 214 dos 217 municípios e montou estrutura em 102 municípios, façanha que nenhum dos candidatos a senador conseguiu. É verdade que Josimar de Maranhãozinho é um político marcado por algumas controvérsias, mas não há com desconhecer que é também um político hábil, ousado, ambicioso e que sabe onde quer chegar, usando seus talentos para dar passos bem pensados. O lançamento de Aldir Júnior pode ser apenas um aviso de que já está no jogo sucessório da Capital.
Alterar nome político pode ser uma faca de dois gumes
A polêmica envolvendo o deputado Adriano Sarney (PV), que teria suprimido o Sarney para se chamar apenas Adriano, é antiga e faz algum sentido uma discussão sobre nomes de políticos. Afinal, nome é a mais importante marca de identificação de uma pessoa, e quando se abre mão do nome de batismo ou do sobrenome, que identifica família, preferindo ser identificado com um apelido ou qualquer outra marca nominal, essa iniciativa pode consolidar ou fragilizar o político, por exemplo. Daí ser de risco a estratégia de identificar o prefeito Edivaldo Holanda Júnior apenas como “prefeito Edivaldo” ou simplesmente “Edivaldo”. Essa simplificação drástica pode até passar a ideia de mais intimidade com o público, mas pode também torná-lo um Edivaldo qualquer, quando se está falando de Edivaldo Holanda Braga Júnior, filho do deputado Edivaldo Holanda Braga. Trata-se do político que foi vereador de São Luís por dois mandatos, deputado federal e prefeito eleito e reeleito de São Luís e que tem uma longa estrada pela frente, que nasceu como Edivaldo Holanda Jr., nada justificando esse arranjo minimalista da sua identidade nominal. Imagine-se “deputado Edivaldo”, “senador Edivaldo” ou “governador Edivaldo”, ao lado de deputado Rubens Jr., senador Weverton Rocha e governador Flávio Dino. Há casos absurdos em sentido contrário, como o do deputado federal Júnior Marreca Filho, uma verdadeira equação nominal para ligar o nome do jovem político ao do pai, o ex-deputado federal e ex-prefeito de Itapecuru Mirim, Júnior Marreca. E o do deputado André Fufuca, que adotou o apelido do pai, Fufuca Dantas, que também adotou como identidade política um apelido de infância. E ainda o exemplo da deputada Detinha, Maria Deusdeth Lima Cunha Rodrigues, só identificada por um apelido de infância, como se não tivesse uma raiz familiar. O caso de Adriano Sarney é mais falatório, porque ele dificilmente abrirá mão da sua identidade familiar, pois sabe que dificilmente terá futuro sem ela. Já Júnior Marreca Filho, André Fufuca e Detinha nasceram políticos como esses nomes, que dificilmente mudarão. Quanto à simplificação do nome do prefeito Edivaldo Holanda Jr. para Edivaldo é uma tentativa ousada quando ele já é um político maduro identificado pelo nome que carrega, e por isso a reviravolta nominal não faz muito sentido.
São Luís 10 de Fevereiro de 2019.
A Coluna será atualizada ao Meio-Dia deste Domingo, 10/02/2019
Weverton Rocha avisa que vai jogar duro contra o Governo Bolsonaro e que “ainda não existe 2022”
Ao afirmar, em entrevista ao influente blog O Antagonista, que o PDT não travará “briguinha de comadres” com o Governo de Jair Bolsonaro (PSL) no Congresso Nacional, argumentando que “é isso que eles querem”, o senador pedetista Weverton Rocha mandou um recado direto: a representação do seu partido no Senado – quatro senadores – e na Câmara Federal – 28 deputados federais – vai jogar duro contra o novo Governo, deixando de lado assuntos menores como as traquinagens financeiras de Fabrício Queiros e as supostas malandragens corruptas do ex-chefe dele, o atual senador fluminense Flávio Bolsonaro (PSL), para desafiá-lo com a abordagem de temas que realmente interessam à Nação. Weverton Rocha, que lidera os senadores do pedetistas vão se comportar como uma bancada de Oposição atuante, que levará muito a sério o embate político que dominará as duas Casas do Congresso Nacional nos próximos tempos. “Não vãos entrar nessa de menino veste azul e menina veste rosa”, avisou.
A julgar por suas declarações, o senador Weverton Rocha dará continuidade no Senado à linha de que manteve nos seus dois mandatos de deputado federal. Naquele período, apoiou com empenho o Governo da presidente Dilma Rousseff (PT), esteve na linha de frente contra o impeachment da presidente – que classificou de golpe – e atuou como opositor implacável do Governo do presidente Michel Temer (PDT), principalmente no que diz respeito a questões trabalhistas. E o fez por convicção política e inteiramente de acordo com a linha de ação estabelecida pelo comando nacional do partido, do qual é membro de proa. E foi o empenho e a interpretação correta do brizolismo moderno que o tornaram vice-líder e depois líder da aguerrida bancada do PDT na Câmara Federal, posto que exerceu com fidelidade absoluta ao credo partidário.
Não surpreende sua postura como líder da bancada do PDT no Senado, ao anunciar que não pretende dar um segundo de trégua ao Governo de Jair Bolsonaro nem cair na estratégia bolsonariana de transformar cor de roupa de criança em decisão crucial para camuflar questões maiores, que realmente interessam, como a redução das desigualdades sociais no Brasil. Sua posição oposicionista ao Governo do PSL foi bem definida e exposta durante a campanha, primeiro com o apoio à candidatura pedetista de Ciro Gomes, e depois ao abraçar a candidatura do petista Fernando Haddad no segundo turno. Durante a campanha, Weverton Rocha sustentou um discurso de centro-esquerda, enfaticamente contrário ao do candidato Jair Bolsonaro, posicionando-se com o seu adversário antes, durante e depois da campanha. E reafirmou a linha de ação ao assumir o mandato senatorial.
Na entrevista a O Antagonista, o líder do PDT no Senado foi equilibrado quando lhe perguntaram se o partido manterá a candidatura de Ciro Gomes em 2022, ou apostará numa eventual candidatura do governador Flávio Dino (PCdoB). “Vamos trabalhar para que exista 2022. Não dá para falar em Ciro, se não tivermos 2022”, disse o parlamentar, de maneira quase enigmática, reforçando a impressão de que o seu partido nutre simpatia pelo projeto de candidatura presidencial do governador do Maranhão, que já ganha espaço em partidos de centro, centro-esquerda e esquerda. (Na quinta-feira, Flávio Dino foi lançado candidato a presidente em evento nacional da UNE, em Salvador). A cautela do senador em relação à posição do PDT na corrida presidencial para 2022 faz sentido, à medida que o “fator” Flávio Dino contraria frontalmente o “fator” Ciro Gomes.
Tarimbado nas guerras dentro do PDT, no campo do centro-esquerda e nas entranhas do Congresso Nacional, o senador Weverton Rocha se impõe a cada dia como um líder político de peso, com força indiscutível dentro do seu partido, no cenário político estadual e agora na Câmara Alta. E quem o conhece e acompanha seus movimentos não tem dúvida que ele fala sério quando avisa que será páreo duro para o Governo de Jair Bolsonaro e das forças da direita.
PONTO & CONTRAPONTO
Roberto Rocha será responsável pela investigação da suspeita de fraude na eleição do Senado
O senador Roberto Rocha ganhou mais um impulso para dar volta por cima na sua carreira, que vinha mergulhando na direção do limbo da política. Depois de ser catapultado para a liderança da poderosa bancada do PSDB no Senado, o parlamentar maranhense foi chamado ontem para ocupar mais espaço no epicentro da Câmara Alta. Corregedor-geral do Senado, cuja função é investigar denúncias de má conduta de senador, e encontrado indícios de que o suspeito tenha cometido crime ético, quebrando o decoro parlamentar, encaminhar o pepino ao Conselho de Ética, ele tem um desafio pela frente. Recebeu a delicada tarefa de investigar a suspeita de que a primeira votação para a eleição para a presidência do Senado foi fraudada, uma vez que foram encontradas 82 cédulas, quando o eleitorado é de apenas 81 senadores. Se confirmada, essa fraude equivale a adulterar uma urna eletrônica numa votação convencional, pesando sobre o fraudador penas duras, como a perda do mandato, por exemplo. Um exemplo: por ter mandado mexer no painel eletrônico da Casa para identificar um voto, o célebre senador Antônio Carlos Magalhães perdeu a presidência e o mandato. No caso a ser investigado por Roberto Rocha, a fraude beneficiaria o senador Renan Calheiros (MDB), que diante da descoberta, retirou sua candidatura e abriu caminho para a eleição do senador amapaense Davi Alcolumbre (DEM). Parlamentar experimentado, o senador Roberto Rocha sabe que a visibilidade como corregedor-geral é uma faca de dois gumes, dependendo da condução que ele der à investigação. Se fizer tudo como mandam as regras da Casa, pode ganhar pontos na opinião pública, mas se houver alguma derrapagem – o que é improvável, mas possível – sua imagem poderá ser fortemente arranhada. Que sua investigação coloque tudo em pratos limpos.
Neto Evangelista e Helena Duailibe são escolhas adequadas para a CCJ e Comissão de Saúde
A se confirmar a informação segundo a qual o deputado Neto Evangelista (DEM) presidirá a poderosa Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa, e a deputada Helena Duailibe (SD), a também importante Comissão de Saúde, os dois órgãos legislativos estarão em boas mãos.
Neto Evangelista é advogado, conhece bem as leis em vigor no estado e no País, além de ter no currículo dois mandatos parlamentares, o que lhe dá as condições necessárias para comandar a Comissão cuja função primordial é analisar a constitucionalidade de todos os projetos de emenda à Constituição, projetos de lei, medidas provisórias e as proposições em geral que dependam da aprovação do plenário e venham a alterar a realidade cotidiana da sociedade. Além disso, Neto Evangelista já foi secretário de Estado, o que lhe valeu o conhecimento de como funciona a máquina pública, e por fim, traz no seu conhecimento político o gene do pai, o ex-vereador e ex-deputado João Evangelista, que entre outros cargos, presidiu a Câmara Municipal de São Luís e a Assembleia Legislativa. O parlamentar do DEM dispõe, portanto, de cacife elevado para presidir a CCJ, sonho de pelo menos oito entre 10 deputados.
A deputada Helena Duailibe tem todos os predicados para comandar com eficiência a Comissão de Saúde. Médica por formação, ela tem como lastro uma trajetória pública dividida entre o exercício de mandatos parlamentares – foi vereadora de São Luís por dois mandatos -, e atividades na área como secretária de Saúde de São Luís e do Estado. Para começo de conversa, Helena Duailibe conhece na palma da mão a estrutura e a funcionalidade do sistema de Saúde de São Luís, que dirigiu por pelo menos cinco anos, se somados os dois períodos em que esteve no seu comando. Conhece também, em profundidade, o sistema estadual de Saúde, uma vez que foi secretária de Saúde no Governo de José Reinaldo Tavares. A presidência da Comissão de Saúde lhe cabe, portanto, como uma luva.
Nos dois casos, a Assembleia Legislativa acertou em cheio na escolha dos presidentes de comissões.
São Luís, 09 de Fevereiro de 2019.
Flávio Dino critica nova condenação de Lula e afirma que provas são frágeis e que a motivação é política
Com a autoridade de ex-juiz federal reconhecido pelo preparo e pela idoneidade, o governador Flávio Dino (PCdoB) criticou duramente a sentença por meio da qual a juíza Gabriela Hardt, substituta do agora ex-juiz Sérgio Moro no comando da Operação Lava Jato, condenou o ex-presidente Lula da Silva (PT) a 12 anos e 11 meses de prisão sob a acusação de ter ele recebido propina da OAS e da Odebrecht na reforma do Sítio de Atibaia. Em manifestação na sua conta no Twitter, o governador comentou que, a exemplo do então juiz Sérgio Moro, que condenou o ex-presidente sob frágil acusação no caso do tríplex do Guarujá, a sentença da magistrada dá continuidade a “inovações jurídicas, como mudança do tipo legal de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro”. Flávio Dino acusou a substituta de Sérgio Moro de manipular provas, apontando como exemplo “um co-réu que se transforma em duas testemunhas”. E ironizou a citação na sentença dos depoimentos de Leo Pinheiro e José Adelmário como pessoas diferentes, o que, na sua avaliação, demonstra fragilidade da decisão.
Com a segurança de quem, quando atuando na magistratura, julgou muitos casos com as mesmas características, Flávio Dino reafirmou o entendimento segundo o qual esse tipo de crime só pode ser imputado a servidor público. E lembrou que o ex-presidente Lula da Silva foi condenado pelo recebimento de R$ 170 mil da OAS em 2014, quando ele não era mais presidente ou exercia função pública. O governador do Maranhão foi mais longe ao apontar a “inovação jurídica” na sentença, na qual o ex-presidente e acusado de lavagem de dinheiro. Na sua interpretação, Lula da Silva só poderia ser acusado desse crime se tivesse a posse formal do imóvel (Sítio de Atibaia), que, está demonstrado e comprovado, pertence a Fernando Bittar.
Ao mesmo tempo em que critica as condenações do ex-presidente Lula da Silva, o governador Flávio Dino se posiciona como líder político que enxerga fortes e incontestáveis motivações políticas nas decisões dos magistrados responsáveis pela Operação Lava Jato em relação ao ex-presidente da República. Flávio Dino expressou essa convicção inúmeras vezes, e pelo visto a mantém inalterada. Para ele, as provas usadas contra Lula da Silva são frágeis e inconsistentes, portanto insuficientes para lastrear uma condenação. Essa manifestação foi feita antes mesmo do então juiz Sérgio Moro sentenciar o ex-presidente. Deixando sempre clara sua defesa da Operação Lava Jato, mas denunciando os excessos e as ilegalidades cometidos nas investigações, Flávio Dino criticou pública e enfaticamente todas as distorções do processo, chegando mesmo a desafiar juízes e procuradores da Operação Lava Jato, que acusaram os golpes, mas preferiram não encarar um debate aberto com o governador.
Desde os primeiros movimentos do então juiz Sérgio Moro no processo contra Lula da Silva, Flávio Dino alertou que o chefe da Lava Jato estava forçando a barra contra o ex-presidente e que, no caso específico do líder petista, havia clara motivação política. A condenação controversa, os desdobramentos polêmicos e, finalmente, o desligamento de Sérgio Moro da magistratura para se tornar, como ministro da Justiça e Segurança Pública, o braço direito de Jair Bolsonaro (PSL), um presidente da República que defende a ditadura militar e a tortura a militantes da resistência, consolidaram a suspeita de que o ex-presidente Lula da Silva está sendo vitimado por um grande esquema tramado pelas forças da direita radical, da qual Sérgio Moro agora se revela um dos expoentes.
Vozes da direita têm ensaiado críticas ao governador do Maranhão, vendo nas suas manifestações a pavimentação de estrada para saltos políticos mais altos. Se tem essa entre as suas motivações, Flávio Dino está acertando na mosca, porque, até aqui, ele vem ganhando credibilidade pessoal e ampliando espaço em todo o País como um político sério, com lastro filosófico e ideológico sólido e como governante capaz, credenciando-se como uma opção viável para embates futuros.
PONTO & CONTRAPONTO
Em visita a ministro e a senadores, Othelino Neto firma laços institucionais e pauta interesses maranhenses
O presidente da Assembleia Legislativa, Othelinio Neto (PCdoB) cumpriu em Brasília uma agenda de chefe de Poder, cumprindo compromissos no Poder Judiciário Federal, onde reuniu-se com o ministro Reynaldo Soares da Fonseca, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), com quem trocou impressões a respeito do relacionamento entre os Poderes do Estado, e visitou os senadores Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PPS), com os quais conversou sobre o cenário nacional e a respeito de uma pauta comum de interesse do Maranhão.
A visita ao ministro do STJ, que é maranhense, foi explicada pelo presidente da Assembleia Legislativa como uma iniciativa “imprescindível para manter uma relação respeitosa e harmoniosa entre os poderes Judiciário e Legislativo”, porque, na sua opinião, “quando isso ocorre, considerando as prerrogativas de cada Poder, quem ganha é a sociedade”. Já o ministro do STJ afirmou que o respeito entre os Poderes é essencial, e destacou o empenho de Othelino Neto no Parlamento estadual maranhense. “É uma satisfação enorme recebê-lo, por várias razões: ele conseguiu uma façanha extraordinária, que foi unir a classe política, e obteve uma eleição consagradora por unanimidade na Assembleia”, destacou. Além disso, acrescentou: “O deputado tem respeito pela coisa pública, pelo bem comum, e prima pelo bom relacionamento. Por isso, estamos em boas mãos. É isso o que quer a Constituição: poderes independentes e harmônicos”.
No Senado, a primeira visita foi à senadora O primeiro encontro foi com a senadora Eliziane Gama, com quem Othelino Neto discutiu caminhos para garantir benefícios ao Maranhão. “É uma alegria visitar a senadora Eliziane Gama. É importante termos dois senadores dedicados, que unem esforços para levar benefícios à população, apesar da crise econômica que o Brasil enfrenta”, disse o presidente da Assembleia Legislativa. Por sua vez, a senadora Eliziane Gama afirmou que a visita do presidente da Assembleia ao Congresso Nacional reforça seu compromisso com o Maranhão. “Isso é fundamental para que o estado entre na rota do orçamento público. Os recursos não chegavam como deveriam e Othelino Neto demonstra grandeza quando se junta a todos nós para que, de fato, o estado avance”, disse.
Na reunião com o senador Weverton Rocha, o presidente Othelino Neto defendeu a busca de soluções para os problemas ainda latentes enfrentados no Maranhão. “É gratificante ter senadores dispostos a ajudar o estado. Nós precisamos somar esforços para que o Maranhão obtenha benefícios com a aliança política”, ressaltou Othelino Neto.
Para Weverton Rocha, a presença do presidente da Assembleia Legislativa reforça a discussão de temas importantes para o Maranhão. “Estamos em uma linha de diálogo e Othelino está aqui para unificarmos e extrairmos opiniões e críticas sobre assuntos que estão em pauta no Senado Federal. Vamos nos reunir com toda a bancada maranhense e encontrar soluções para os problemas como, por exemplo, das BRs 135 e 222, que estão altamente desgastadas. O presidente da Assembleia trouxe as reclamações da população sobre nossas estradas, que se encontram praticamente intrafegáveis”, finalizou o senador.
Em conversa com deputados, o presidente se declarou satisfeito com a incursão por Brasília.
Zé Gentil inicia mandato como vencedor e com experiência de sábio
“Quero dizer a todos vocês que continuo da mesma maneira das outras vezes que passei por este Parlamento. Podem contar comigo, serei grato a cada um que me estender a mão. Aqui estou para defender os interesses do povo da região de Caxias e de todo Maranhão. Eu sempre me coloquei e continuo me colocando à disposição dos meus colegas deputados, para que possamos fazer uma boa gestão”.
Com essa declaração, feita ontem na tribuna da Assembleia Legislativa com visível entusiasmo, o deputado Zé Gentil (PRB) abriu um novo ciclo na sua vida política ao retornar ao animado, sensível e disputado universo parlamentar. E o fez respaldado por uma votação maiúscula: 62.368 votos, sendo 31.420 obtidos em Caxias, o seu berço familiar e base de ação política.
Ao pregar uma relação harmoniosa no parlamento estadual, mesmo sabendo que o que prevalece mesmo é a disputa e a corrida por espaço político, Zé Gentil demonstrou, do alto dos seus 78 anos e de uma longa caminhada, que tem hoje uma compreensão menos tensa da política, e que está empenhado em exercer o novo mandato mais como um sábio do que como um político em busca de ascensão. Afinal, além da sua eleição, o tarimbado político caxiense vive a ventura de ter o filho, prefeito Fábio Gentil (PRB), que lhe seguiu os passos, no comando da terceira maior e mais importante cidade do Maranhão. Poucos viveram momento político tão especial.
A escolada raposa dá assim uma lição de coerência, ciente de que, mais do que confronto, interessa-lhe uma convivência produtiva, a boa troca de experiências com políticos de diversas gerações, credos e regiões, e de conviver sem tensões com seus adversários de raiz, os deputados Cleide Coutinho (PDT) e Adelmo Soares (PCdoB), com os quais vem mantendo relacionamento pessoalmente afável e politicamente civilizado. “Neste momento, eu queria contar com o apoio desta Casa, principalmente com os dois deputados de Caxias”, disse, acrescentando: “Para retribuir o apoio que recebi do povo caxiense e da nossa região”.
Com disposição que não denuncia que esteja no patamar de quase oitentão, o deputado Zé Gentil reúne todas as condições para exercer o mandato dos seus sonhos.
São Luís, 08 de Fevereiro de 2019.