Arquivos mensais: fevereiro 2018

Assembleia Legislativa reabre nesta segunda com novo comando e com os deputados em “pé de guerra” eleitoral

 

Othelinio Neto vai comandar a Assembleia Legislativa no último ano do atual mandato
Othelino Neto comandará a Assembleia Legislativa no último ano do atual mandato

Com um quadro destacado da nova geração, o deputado Othelino Neto (PCdoB), no cargo de presidente, e uma intensa movimentação dos seus componentes para definir caminhos partidários e eleitorais, a Assembleia Legislativa inicia, nesta segunda-feira (5), o último ano da atual legislatura, agitada pelos primeiros movimentos da corrida às urnas. O momento se torna mais especial devido ao fato de que pelo menos cinco deputados estaduais tentarão cadeiras na Câmara Federal, intensificando a disputa por bases eleitorais liberadas, fazendo com que a renovação dos mandatos seja fruto de intensa movimentação. Vale registrar ainda que agora o Poder Legislativo está sob o comando do PCdoB, que assim se consolida como o partido dominante no Maranhão, só não tendo o controle das bancada federal, ou seja, maioria na Câmara Federal e no Senado.

Nos últimos três anos sob o comando do presidente Humberto Coutinho (PDT), a Assembleia Legislativa cumpriu o seu papel institucional: discutiu  e votando leis, debateu situações controversas, intermediou conflitos e exercitou a prática política por meio de fortes embates entre governistas e oposicionistas, como se espera de um parlamento. Foi muito questionada, sofreu duras críticas e se manteve como o Poder que melhor abriga o embate de ideias. Os deputados estaduais autorizaram, por exemplo, a divisão da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) com a criação da UemaSul, sediada em Imperatriz, aprovaram novas regras para ajustar a base tributária do Estado, validaram um expressivo número de Medidas Provisórias editadas pelo Executivo, aprovaram leis como as que instituíram as regras para concurso públicos, principalmente os da Polícia Militar, criaram mais três vagas de desembargador para desafogar o segundo grau da Justiça maranhense, e referendaram as leis orçamentárias anuais sem maiores, problemas.

No mesmo período, a Assembleia Legislativa foi também o palco da tomada de importantes decisões políticas. Ali foram travados duros e agressivos duelos verbais entre governistas e oposicionistas, articulados expressivos movimentos e registrado um intenso processo de migração partidária. Nesse jogo de ajustes, o PCdoB saiu ganhando, alcançando uma bancada com seis deputados – Othelino Neto, Marco Aurélio, Ana do Gás, Levi Pontes, Fernando Furtado e Francisca Primo. Vários foram outros ajustes – o deputado Ricardo Rios, por exemplo, deve assinar hoje ficha no PDT -, fazendo com que composição partidária do Plenário Gervásio Santos seja hoje muito diferente da que saiu das urnas em 2015 e assumiu em fevereiro de 2016. Esse desenho poderá ser mais alterado ainda até março, quando for fechada a janela aberta na última “reforma” política para a troca de partido.

A Assembleia Legislativa que volta ao batente nesta segunda-feira foi atingida fortemente pela morte do presidente Humberto Coutinho, aos 74 anos, personalidade que marcou os últimos três anos com sua presença e imprimiu bom ritmo com a sua experiência e a sua autoridade, fatores que o transformaram no principal articulador político do governador Flávio Dino e estabilizaram as relações do Palácio dos Leões com o Palácio Manoel Beckman. Também nesse período, alguns deputados se destacaram, como, por exemplo: Eduardo Braide (PMN), que saiu da base governista para se transformar num adversário implacável do Governo; o líder governista Rogério Cafeteira (PSB), que foi muito questionado, mas soube conduzir a bancada situacionistas em momentos decisivos; e o deputado Max Barros PRP, que se consolidou como a voz mais sensata e eficiente da Oposição. Outros deputados marcaram presença, como Adriano Sarney (PV), Edilázio Jr. (PV), Andrea Murad (PMDB) e Souza Neto (PROS) pela Oposição, e Marco Aurélio (PCdoB), Levi Pontes (PCdoB), Rafael Leitos (PDT) e Bira do Pindaré (PSB) pela Situação e Fábio Braga (SD), valendo registrar ainda a atuação conciliadora do deputado Riberto Costa (PMDB) e os movimentos controvertidos do deputado Wellington do Curso (PP).

Agora, o parlamento estadual encontra-se sob o comando do deputado Othelino Neto, um deputado que tem metade da idade do ex-presidente, mas que soube operar no delicado tabuleiro parlamentar e se consolidado como uma das lideranças mais expressivas do Poder Legislativo. Mesmo antes de assumir em definitivo a presidência, Othelino Neto se mostrou um político hábil, que tem posição bem definida na aliança governista, mas sabe manter abertos canais em todas as direções, conservando, de modo inteligente, a regra segundo a qual o chefe do Poder Legislativa tem por obrigação institucional tratar os deputados com isenção e igualdade, independente da posição política e partidária de cada um.

Na sessão de abertura do último período legislativo desse mandato, o governador Flávio Dino apresentará mais uma vez um balanço do que realizou e anunciará o que programou para realizar com os R$ 19 bilhões previstos na Lei orçamentária aprovada em dezembro do ano passado. Ao mesmo tempo, a Casa legislativa se moverá no sentido de dar aos seus integrantes encontrem as condições para convencer o eleitorado de que são merecedores de novo mandato.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Ricardo Duailibe e Cleones Cunha comandarão as eleições no Maranhão

Ricardo Duailibe e Cleones Cunha comandarão as eleições
Ricardo Duailibe e Cleones Cunha comandarão eleições

Empossados em sessão especial do Tribunal Regional Eleitoral realizada na sexta-feira (2), nos cargos respectivos de presidente e vice-presidente e corregedor-eleitoral, desembargadores  Ricardo Duailibe e Cleones Cunha vão  comandar as eleições gerais de outubro no Maranhão. Eles recebem uma máquina azeitada, com regras bem definidas, mas o sucesso do processo eleitoral, no qual os quase cinco milhões de eleitores maranhenses votarão para presidente da República, governador, dois senadores, 18 deputados federais e 42 deputados estaduais. Ricardo Duailibe é cristão novo na seara eleitoral, mas já tem tempo suficiente como desembargador para assimilar corretamente o funcionamento da máquina eleitoral e, assim, assegurar que ela funcione dentro das regras e sem falhas. Para isso, tem como vice-presidente e corregedor geral o desembargador Cleones Cunha, um veterano com participação eficiente nos mais diversos segmentos da seara judiciária, já tendo exercido o cargo de corregedor eleitoral há vários anos e, mais recentemente, a presidência do Poder Judiciário, o que lhe dá autoridade para comandar a corregedoria eleitoral com eficiência e sem qualquer problema.

Duailibe e Cleones Cunha terão a responsabilidade de comandar o processo de instalação nas milhares de sessões eleitorais espalhadas nas mais diversas zonas que formam o mapa eleitoral do Maranhão e nas quais deverão comparecer os quase cinco milhões de eleitores que, com as suas escolhas, desenharão o cenário político do Maranhão e do País a partir de janeiro do ano de 2019.  A importância da posse da nova Mesa do TRE/MA foi medida pela presença do governador Flávio Dino (PCdoB), do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto e pelo presidente do Poder Judiciário, desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos.

 

Erra quem pensa que o Grupo Sarney está sem lastro e sem rumo

Roseana Sarney, Sarney Filho, Edison Lobão e João Alberto não estão brigando
Roseana Sarney, Sarney Filho, Edison Lobão e João
Alberto não estão brigando por causa das eleições

São muitos os rumores dando conta de desentendimentos nas entranhas do Grupo Sarney no processo de definição das candidaturas majoritárias para as eleições de outubro. O foco principal dessas especulações é a posição da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), que ora afirma ser candidata, ora deixa dúvidas no ar quanto a entrar ou não na briga eleitoral. Há também notícias não confirmadas de insatisfação em relação à candidatura do deputado federal e ministro do Meio Ambiente Sarney Filho, mas o que se vê é uma intensa movimentação do próprio levando seu nome às mais diversas regiões do estado, dando forte impressão de que sua candidatura é mesmo irreversível. O senador Edison Lobão (MDB), por seu turno, até o momento não deixou transparecer qualquer sinal de incerteza quanto a sua candidatura a mais um mandato no Senado da República; ao contrário, o senador mantem de pé o seu projeto, e tem mostrado isso fazendo incursões nos municípios e recebendo líderes municipais em Brasília, aos quais tem reafirmado sua candidatura. A única posição indefinida é a do senador João Alberto (PMDB), que já manifestou a interlocutores a vontade de não concorrer a novo mandato de senador, mas admitindo a hipótese de vir a ser candidato a vice-governador na chapa liderada por Roseana Sarney. Vale lembrar que a cúpula do Grupo Sarney está se comportando como sempre se comportou: deixando passar a ideia de desorganização e indefinição, mas com tudo definido e amarrado, para ser mostrado na hora certa. Assim, pode estar redondamente enganado quem pensa que esse Grupo está morto.

São Luís, 04 de Fevereiro de 2018.

Imprensa independente vê Flávio Dino com perfil para entrar na guerra pelo poder no País

 

Flávio Dino: apontafo como político de peso nacional e com lastro para disputar o Planalto
Flávio Dino: apontado como político de peso nacional para disputar o Planalto

A maratona comunicativa feita pelo governador Flávio Dino (PCdoB), em São Paulo, no início na semana consolidou uma tendência que já vinha sendo alinhavada desde que ele venceu a disputa pelo Governo do Estado e que ganha agora forma definitiva com a derrocada do gigante político Lula da Silva: tornar-se uma personalidade política de dimensão nacional. A maneira como vem sendo tratado por órgãos de imprensa independentes – principalmente blogs acreditados como o de Luis Nassif, por exemplo -, e mesmo pelos veículos da chamada “grande imprensa”, indica claramente que o governador do Maranhão ultrapassou há muito a fronteira do estado e passou a integrar o seleto grupo de políticos com suporte ideológico e ético para ser apontado como uma opção a ser levada em conta na guerra pelo poder no País. Essa posição já está consolidada no campo da esquerda, e dá sinais de que começa a ganhar espaço também nas correntes liberais e até mesmo em alguns nichos da direita.

Os registros feitos por esses veículos de comunicação, que hoje alcançam extratos mais esclarecidos da população – exatamente por fazerem um jornalismo distanciado do grande capital conservador que banca a “grande imprensa” capitaneada pela Rede Globo – mostram o governador do Maranhão como o lado sadio de um espectro político contaminado pelas doenças éticas. O veem também como o militante politicamente correto, sem mácula no seu estofo moral e, aliado a isso, enxergam um gestor eficiente e suficientemente corajoso implantar programas arrojados como o “Escola Digna”. Para esse segmento jornalístico, o governador Flávio Dino vai muito além quando se pronuncia com segurança e conhecimento em relação a questões complexas como equilíbrio fiscal e investimentos no setor público, quando se posiciona com firmeza e densidade sobre as contradições que envolvem a Operação Lava Jato, por exemplo, e quando avalia a crise política e institucional que vem mantendo o País sob forte tensão.

Na visão desses veículos, Flávio Dino já não é apenas um político esclarecido que navega no “politicamente correto” e se movimenta como o opositor do ex-presidente José Sarney no Maranhão. Para eles, o Flávio Dino de agora é politicamente muito maior, com vantagens nítidas sobre alguns dos nomes que se ensaiam para disputar a Presidência da República, a exemplo do deputado Jair Bolsonaro (???), do senador Álvaro Dias (Podemos), do ex-presidente e senador Fernando Collor (???), do ex-governador Ciro Gomes (PDT), e do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), por exemplo. Num embate direto, preto no branco, dificilmente algum deles seria páreo para o governador do Maranhão, daí ser perfeitamente lógico apontá-lo como uma opção a ser, de fato, levada em conta.

Se, numa hipótese ainda remota, o ex-presidente Lula da Silva tiver sua candidatura a presidente inviabilizada, só restaria ao PT lançar o ex-prefeito de São Paulo ou a ex-presidente Dilma Rousseff, ambos com cacifes magros e quase sem chances de chegar lá. Nesse cenário, a eventual candidatura presidencial do governador Flávio Dino, por uma frente de esquerda e tendo o ex-presidente Lula como cabo eleitoral, mesmo preso, poderia mobilizar amplas forças no Nordeste, Norte e Centro-Oeste e ganhar ânimo para fazer frente às demais candidaturas, tornando a corrida presidencial intensa e imprevisível.

O governador Flávio Dino, no entanto, já deve ter acrescentado fortes doses de bom senso, mas também de pragmatismo, ao seu projeto político. Não é ingênuo para entrar numa aventura para resolver os problemas de uma esquerda privada de Lula. Sabe que tem condições concretas de se reeleger e levar à frente o seu projeto no Maranhão. Mas também sabe que, dependendo do cenário e das circunstâncias, poderá ver-se diante de um desafio que, por motivação partidária ou por pragmatismo político, não poderá ignorar. Isso porque, de acordo com o que a imprensa independente tem registrado, queira ou não o governador e queiram ou não seus aliados e adversários, ele construiu um nome que se enquadra sem folga no perfil de um político que tem condições de dar um passo largo e ousado à frente.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Visitas de Edivaldo Jr. e Othelino Neto vai muito além da cortesia

Othelino Neto e Edivaldo Jr.: muito mais do que mera cortesia institucional
Othelino Neto e Edivaldo Jr.: muito mais do que mera cortesia institucional

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino neto (PCdoB) fez ontem esteve ontem no Palácio de La Ravardière, sede da Prefeitura de São Luís, em visita de cortesia ao prefeito Edivaldo Jr. (PDT). A visita, na verdade uma retribuição do chefe do Poder Legislativo ao gesto do prefeito da Capital de visitá-lo tão logo assumiu o cargo em definitivo, tem muito mais do que cortesia política. Para começar, o fato envolve dois políticos da nova geração e que ocupam posições de importância decisiva no tabuleiro político do Maranhão. Os dois são membros proeminentes da aliança liderada pelo governador Flávio Dino e, cada um a seu modo, terá papel importante na manutenção do poder no Maranhão. Além disso, o prefeito Edivaldo Jr., devido ao peso político e eleitoral do seu cargo, é apontado por muitos observadores como nome a ser considerado para ocupar a vaga de candidato a vice de Flávio Dino, dentro de um projeto que prevê a reeleição do governador e, mais na frente, em 2022, o seu afastamento do cargo para disputar vaga no Senado o até mesmo a Presidência da República, sendo sucedido por Edivaldo Jr., que assim poderia disputar a reeleição. Othelino Neto, por seu torno, tem agora a oportunidade de ampliar e consolidar o seu espaço político, e para isso precisa fazer a tessitura de uma rede de relações que o permitam se movimentar no complicado tabuleiro da política estadual. A visita do prefeito de São Luís ao Palácio Manoel Beckman e a ida do presidente da Assembleia Legislativa ao Palácio de la Ravardière vão muito além da mera e protocolar cortesia institucional.

 

Murad ataca gestão na Saúde, mas Lula rebate e desmente ex-secretário

Ricardo Murad dispara contra Carlos Lula, que reage cm chumbo gt=rosso
Ricardo Murad ataca Carlos Lula, que reage com força 

O ex-deputado Ricardo Murad, que se lançou candidato ao Governo do Estado pelo PTN, voltou a disparar contra a gestão do advogado Carlos Lula na Secretaria de Estado da Saúde. Há duas semanas, aliados de Ricardo Murad andaram espalhando que as UOS do Vinhais e da Cidade Operária estavam paralisadas e que parte do teto de uma delas havia desabado. O secretário Carlos Lula levou o presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB), e o deputado Levi Pontes (PCdoB),  que é médico, para mostrar que não era verdade. Na semana passada, Murad rompeu o silêncio de algumas semanas para, ele próprio, dizer que os médicos de diversas unidades de saúde do Estado estariam sem receber seus salários relativos ao mês de dezembro, o que estaria criando um ambiente de mal-estar nessas unidades. O secretário Carlos Lula respondeu afirmando que os salários estão em dia e que o ex-secretário de Saúde está mentindo, indo mais além ao comentar que não vê necessidade de o ex-secretário “divulgar uma mentira dessas”, e avaliar que a atitude dele “é doentia”. Na terça-feira, Ricardo Murad aproveitou reportagem da TV Globo mostrando o drama de maranhenses que dependem de hemodiálise para viver, informando a morte de dois pacientes que não resistiram a maratona de se deslocar quase que diariamente para outras cidades em busca do serviço. O ex-secretário culpou o Governo atual exibindo projetos de centros de hemodiálise deixados por sua gestão. O secretário Carlos Lula reagiu de novo afirmando que Ricardo Murad não diz a verdade. São lances que certamente desaguarão na campanha eleitoral. O problema é que até agora Ricardo Murad não conseguiu confirmar nenhuma denúncia, o que o coloca numa situação delicada para quem se propõe a disputar o Governo do Estado.

 

São Luís, 02 de Fevereiro de 2018.

 

Othelino Neto se firma no comando da Assembleia Legislativa e entra forte na articulação política

 

Othelino Neto assume efetivamente o comando da Assembleia Leguslativa. Já presidente, prestigia a homenagem que o Ministperio Ppublico fez a Flávio Dino pela sua luta cintra a corrupção. O articulador recebe em casa ps chefes partidários para traçar caminhos. O chefe de Poder visitando uma UPA com o secretpario de Saúde e o deputado Levi Pontes (PCdoB)
Othelino Neto assume efetivamente o comando da Assembleia Legislativa. Já presidente, prestigia a homenagem que o Ministério Público fez a Flávio Dino pela sua luta contra a corrupção. O articulador recebe em casa ps chefes partidários para traçar caminhos. O chefe de Poder visitando uma UPA com o secretário de Saúde e o deputado Levi Pontes (PCdoB)

Errou, em larga escala, quem previu que a morte do presidente Humberto Coutinho (PDT) criaria um vácuo no comando da Assembleia Legislativa. O respeitado e acreditado líder que partiu levando consigo um estilo e algumas marcas muito próprias de fazer política. Em vez do vazio, da incerteza e da falta de norte, o Poder Legislativo ganhou uma nova voz de comando, jovem, e que vem exibindo firmeza e se consolidando no cargo. Em 30 dias, o presidente Othelino Neto (PCdoB) mostrou que, em vez de um vácuo, a Assembleia Legislativa está entrando num novo ciclo, com um  comando forte e sem vacilação. Ele assumiu com agilidade determinação o controle administrativo da Casa, fez as mudanças que julgou necessárias sem perder tempo nem fazer alarde. Tornou-se um interlocutor bem sucedido com os Poderes Executivo e Judiciário, mostrando-se decidido a manter uma relação equilibrada com seus pares. E finalmente, para a surpresa de muitos, está se revelando um articulador político ousado e de visão larga, atento a todas as mexidas no tabuleiro da política, assegurando à presidência do Poder Legislativo a importância política que ela sempre teve.

Além das inúmeras visitas que vem recebendo de prefeitos e vereadores, de deputados estaduais e federais, e de lideranças dos mais diferentes segmentos, o novo presidente da Assembleia Legislativa vem se mostrando um articulador político, ora atuando em questões políticas internas, ora protagonizando movimentos de grande envergadura. Envergadura. Quatro fatos recentes mostraram que o novo presidente do parlamento estadual se posiciona como homem de grupo e está politicamente focado.

Primeiro. Em meio à tensão dos primeiros momentos no cargo de presidente, o portal G1 divulgou um levantamento no qual Flávio Dino (PCdoB) foi apontado como o governador campeão no cumprimento de promessas de campanha. Othelino Neto encontrou tempo e motivação para conceder uma entrevista para comentar o fato e mostrar que as informações traduziam fielmente o Governo Flávio Dino. O curioso é que essa atitude em nada arranhou a sua posição de presidente de Poder. Houve quem criticasse sua iniciativa, mas a ênfase que deu aos seus comentários inibiu os críticos.

Segundo. Recentemente, adversários do Governo espalharam que as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Cidade Operária e do Vinhais estariam enfrentando problemas graves e que até parte do teto de uma  teria desabado. Num movimento rápido, pediu informações ao secretário de Saúde, Carlos Lula, que o convidou para visitar as unidades e tirar a prova dos noves. Viu que as UPAs estão sendo reformadas, mas que a reforma não está afetando o atendimento, que segue normal, constatando in loco que se tratava de uma denúncia falsa. “Conversamos com as pessoas e não observamos, nem de longe, a crise que tentaram divulgar para o Maranhão. Iremos a outras Upas, para traçar o quadro real dos problemas que existem, mas distantes da exploração eleitoreira que fizeram”, disparou.

Terceiro. Há duas semanas, em meio à tensa expectativa em relação ao julgamento, pela 8ª Turma do TRF4, do recurso por meio do qual o ex-presidente Lula da Silva (PT) pretendia derruba a condenação que lhe fora imposta pelo juiz Sérgio Moro, partidos e movimentos de esquerda criaram o braço maranhense da Frente em Defesa da Democracia e do Direito de Lula ser Candidato. Acatou prontamente a proposta do deputado Zé Inácio (PT) e presidiu, no gabinete da Presidência, o ato em que foi criada a versão parlamentar da Frente por Lula. Fez no ato um pronunciamento duro contra a tentativa de impedir a candidatura do ex-presidente, classificando a condenação de “complemento do golpe” que, segundo ele, começou com o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

Quarto. Na terça-feira, o presidente Othelino Neto fez um movimento político-partidário de larga envergadura para demonstrar que a aliança partidária liderada pelo governador Flávio Dino está consolidada. Reuniu para um jantar na sua residência Márcio Jerry  (PCdoB), Rafael Leitoa e Herlânio Xavier (PDT), Gastão Vieira (PROS), Pedro Fernandes (PTB), André Fufuca (PP), Juscelino Filho (DEM), Josimar de Maranhãozinho (PR), Bira do Pindaré (PSB), Edivaldo Holanda (PTC), Augusto Lobato (PT),  Simplício Araújo (Solidariedade) e Eliziane Gama (PPS) partidos que integram a aliança. Com o encontro, Othelino Neto pretendeu demonstrar que, independentemente projeto eleitoral de cada partido, o foco maior da grande frente é a reeleição do governador Flávio Dino. A reunião foi definida como uma etapa no diálogo com o objetivo de reforçar a ideia de “um projeto coletivo”. Idealizado ou não pelo comando do PCdoB, o encontro foi de fato comandado pelo presidente da Assembleia Legislativa, que funcionou ao mesmo tempo como anfitrião e articulador.

Eleito e reeleito 1º vice-presidente após realizar um eficiente movimento nos bastidores, o deputado Othelino Neto assumiu o comando da Assembleia Legislativa com a noção clara de que, por maior que tenha sido o impacto da perda, a instituição tem de seguir em frente. Termina o primeiro mês, portanto, consolidado no cargo e tendo sob seu controle uma máquina que envolve mais de dois mil servidores, entre diretos e terceirizados a serviço dos 42 deputados, responsáveis pela tarefa institucional de legislar, fiscalizar e debater, donos de uma Casa essencialmente política.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

MDB traz de volta Isaac Dias e deve perder Fábio Câmara

João Alberto saúda Izaac Dias na volta dele ao MDB. Fábio Câmara pode deixar o PMDB e entrar no ODT
João Alberto saúda Izaac Dias na MDB. Fábio Câmara pode deixar o PMDB 

O MDB do Maranhão parece estar saindo do seu curso para ser um partido de extremos. Comandado com firmeza pelo senador João Alberto, que dedica boa parte do seu tempo à sua organização, a agremiação devolveu para seus quadros um dos seus fundadores, que estava há décadas filiado ao PDT, e pode mandar embora uma cria sua, que, insatisfeito, declara voto a candidato do PDT, que o convida para ingressar no partido.

Na semana passada, o comando pemedebista desembarcou em São Bento para, num grande ato, receber de volta o respeitável ex-deputado e ex-prefeito Isaac Dias. Para quem não sabe ou não se lembra, Isaac Dias é dono de uma bela trajetória política, que começou exatamente quando ajudou a fundar o MDB maranhense, junto com Cid Carvalho, Renato Archer, Jackson Lago, Epitácio Cafeteira e outros gigantes da política do Maranhão, e que passou quase três décadas filiado ao PDT por não aceitar o seu partido como a nave partidária do sarneysismo.

Logo em seguida, outro político, Fábio Câmara, que entrou para o partido  ainda adolescente, com um “faz de tudo” e que, depois se elegeu  vereador e de ter sido triturado como candidato à Prefeitura de São Luís, foi agora a público declarar, de alto e bom tom, que já tem candidato a senador: o depurado federal Weverton Rocha (PDT), ignorando o senador Edison Lobão (MDB) e o aliado Sarney Filho (PV).

Tudo indica que, enquanto o honrado Isaac Dias, provavelmente atendendo a pedido do herdeiro, o advogado Isaac Filho, retorna para fortalecer a dignidade pemedebista, o insatisfeito Fábio Câmara deve atender a convite de Weverton Rocha para ingressar no PDT, de onde o líder são-bentoense saiu.

 

Deputados vencem Ministério Público por 2 X 0 no TJ

Rigo Teles, Raimundo Cutrim e Rogério Cafeteira: se saem bem de ações judiciais
Rigo Teles, Raimundo Cutrim e Rogério Cafeteira: se saem bem de ações judiciais

Ações judiciais contra deputados estaduais dominaram a sessão de ontem do Pleno Tribunal de Justiça, que agora funciona com 30 desembargadores. A Corte rejeitou por unanimidade denúncia contra o deputado Rigo Teles (PV), acusado de ter usado um assessor, pago pela Assembleia Legislativa em trabalhos de natureza pessoal. Baseados no voto do relator, desembargador Marcelo Carvalho, os desembargadores não encontraram substância na denúncia feita pelo Ministério Público e a mandaram para o arquivo morto. Na sequência, a Corte examinou uma denúncia contra o atual deputado estadual Raimundo Cutrim (PCdoB). De acordo com o MP, quando foi secretário de Segurança Pública, ainda nos anos 90 do século passado, ele autorizou uma obra física dispensando a licitação. Os desembargadores examinaram o processo e encontraram algumas irregularidades formais na decisão do então secretário, mas verificaram, por outro lado, que o projeto foi realizado com os recursos corretamente aplicados, não havendo qualquer perda para o Estado. O caso gerou intensa discussão, que resultaram na decisão, por maioria, para que a denúncia também fosse mandada para o arquivo morto.  Finalmente, uma ação do deputado Rogério Cafeteira (PSB) contra uma denúncia feita contra ele por um delegado, que não teria poderes para tal. O caso provocou discussões ásperas, mas dentro do limite, entre desembargadores, mas não chegou a ser objeto de decisão por conta de um pedido de vista, mas já com uma clara vantagem de votos a favor do parlamentar.

Pode-se dizer que os deputados venceram o MP por dois a zero.

São Luís, 31 de Janeiro de 2018.