Weverton Rocha chegará ao Senado cacifado até para disputar a sucessão de Flávio Dino em 2022

 

Weverton Rocha: da militância estudantil ao Senado numa trajetória coerente

O deputado federal Weverton Rocha (PDT) iniciou no dia 11 uma maratona de compromissos que já o levou a dezenas de municípios e a inúmeras reuniões com prefeitos, vereadores e líderes políticos de todos os recantos do Maranhão. Cumpridos com entusiasmo, os eventos da agenda versam sobre um só tema: agradecer aos que o apoiaram na sua eleição para o Senado da República, que muitos identificam como o fato politicamente mais significativo depois da reeleição do governador Flávio Dino (PCdoB), que saiu da corrida eleitoral consolidado como o maior líder político do Maranhão na atualidade. Do alto dos seus quase dois milhões de votos e detentor indiscutível do comando do PDT no Maranhão – que saiu forte das eleições -, Weverton Rocha está deixando a seara política intermediária para entrar – com os dois pés, diga-se de passagem – no círculo fechado das disputas majoritárias, reservado aos políticos de maior cacife, como Edison Lobão (MDB) e Sarney Filho (PV), os quais derrotou na disputa senatorial. E a julgar pelos relatos do que tem acontecido nesses eventos, a impressão geral é a de que Weverton Rocha ocupou um espaço maiúsculo no território político maranhense, credenciando-se para suceder ao prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (PDT) em 2020, ou ao governador Flávio Dino em 2022.

Ao contrário de alguns outsiders, Weverton Rocha não é uma invenção nem um furacão que faz e acontece para perder força e desaparecer logo à frente. É resultado do seu próprio esforço. Iniciado na militância política estudantil ainda na pré-adolescência, entrou cedo para a Juventude do PDT, onde caiu nas graças do líder pedetista Jackson Lago. A predileção do líder se deu exatamente pelo fervor com que se entregava às ações do partido, deixando para trás os menos ativos. Nessa pisada, vem montando sua carreira passo a passo, eleição a eleição, galgando também os batentes da hierarquia partidária, num processo que o levou ao comando do PDT no Maranhão e a um espaço expressivo no comando nacional. Ou seja, tudo na carreira do senador eleito foi conquistado no peito e na raça, associados a um faro político apurado e a uma reconhecida capacidade de articulação, e também com erros, que reverte em aprendizado. Tanto que durante a campanha não demonstrou, em nenhum momento, insegurança ou incerteza. Com o aval do governador Flávio Dino, articulou a formação de uma base política para depois mergulhar na caça ao voto. O resultado está aí: o apoio de 194 dos 217 prefeitos e uma votação que beirou os dois milhões de votos.

Weverton Rocha tem duas características que o tornaram um político diferenciado. A primeira delas é a extrema fidelidade que ele dedica ao PDT e à linha ideológica e doutrinária – uma espécie de social-democracia avançada – concebida pelo líder maior, Leonel Brizola, e que ficou conhecida como “socialismo moreno” . Sempre esteve do mesmo lado, e não faz concessões nesse campo. A outra é a sua enorme capacidade de articulação, marca que ficou demonstrada nesta campanha, durante a qual construiu sua base política e depois correu atrás do voto. Sua eleição, portanto, foi a soma da força política e eleitoral do governador Flávio Dino com a articulação política e o “trabalho braçal” do candidato a senador.

Senador eleito, Weverton Rocha não se acomodou, ao contrário, continua fazendo política com a mesma intensidade num momento em que os eleitos curtem o sabor da vitória. Desde a divulgação do resultado das urnas, ele mergulhou em movimentos para mobilizar os eleitos do PDT para a Câmara Federal (Gil Cutrim) e para a Assembleia Legislativa (Cleide Coutinho, Fábio Macedo, Glaubert Cutrim, Yglésio Moises, Márcio Honaiser, Rafael Leitoa e Ricardo Rios), dando uma demonstração de unidade partidária num ambiente em que isso não é exatamente uma regra. Além da movimentação, por exemplo, para a composição da Mesa da Assembleia Legislativa, com declaração de apoio ao presidente Othelino Neto (PCdoB), Weverton Rocha entrou na corrida pela presidência da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem) apoiando fortemente o movimento liderado pelo prefeito de Igarapé Grande, Erlânio Xavier (PDT), um dos coordenadores da sua campanha ao Senado, que já contaria com mais de 80 prefeitos.

O deputado federal Weverton Rocha desembarcará no Senado da República politicamente muito maior, dono de um lastro que lhe garante acento destacado na mesa de decisões do grupo liderado pelo governador Flávio Dino, com cacife para pleitear, por exemplo, a vaga de candidato a governador em 2022.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

TJ reage com firmeza às declarações golpistas do filho de Jair Bolsonaro

José Joaquim Figueiredo dos Anjos: reação firme contra as declarações golpistas do deputado federal Eduardo Bolsonaro contra o Supremo

O Tribunal de Justiça do Maranhão reagiu indignado e com  firmeza às declarações do deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que agrediu às instituições judiciárias brasileiros ao declarar que, no caso de uma eventual decisão do Supremo Tribunal Federal contra seu pai, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), a maior Corte de Justiça do País poderia ser fechada, bastando para isso mandar “um cabo e o soldado”. Diante da repercussão do vídeo, ministros do STF reagiram em tom firme, apoiados por outros segmentos da sociedade organizada. As declarações do deputado causaram forte incômodo no pleno do Tribunal de Justiça, que por unanimidade decidiu se posicionar publicamente sobre o episódio com a seguinte nota:

Reiteramos que qualquer tentativa de silenciar ou suspender as atividades do Poder Judiciário constitui ato ditatorial, repelido por cláusulas pétreas da Constituição Federal. A manifestação infeliz do parlamentar revela, de forma explícita, a intenção de enfraquecer uma instituição pública sólida, que tem como principal objetivo a garantia do Estado Democrático de Direito. É inadmissível que a atuação eficaz do Supremo Tribunal Federal seja alvo de ataque por um político descrente do projeto constitucional, cujas declarações afrontam a Justiça e a democracia. Manifestando o irrestrito apoio do Poder Judiciário do Maranhão ao Supremo Tribunal Federal, mantemos nossas posições firmes e corajosas de combate a qualquer tentativa de rompimento da ordem institucional.

O presidente do Poder Judiciário, desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos declarou que o TJ se manterá rigorosamente ao lado do Supremo Tribunal Federal, “com posições firmes e corajosas de combate a qualquer tentativa de rompimento da ordem institucional do país”.

É isso aí.

 

Roberto Rocha visita Jair Bolsonaro pegando carona na Bancada da Bala

De carona com a Bancada da Bala, Roberto Racha ao lado de Jair Bolsonaro exibindo projeto da Zona de Exportação do Maranhão, que não convenceu os maranhenses durante a campanha eleitoral

Não foi atendendo a um convite nem se valendo de artifícios que o senador Roberto Rocha (PSDB) teve acesso, terça-feira, à residência do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), com quem conversou rapidamente e registrou o encontro em fotografia divulgada por sua assessoria nas redes sociais. Roberto Rocha na verdade integrou, por intermédio do deputado federal Aluísio Mendes (Podemos), uma comissão de congressistas da Frente Parlamentar de Segurança Pública, mais conhecida como “Bancada da Bala” e aproveitou a oportunidade de apresentar ao candidato a menina dos seus olhos, o projeto de implantação de uma Zona de Exportação do Maranhão (Zema). A imagem, é claro, repercutiu fortemente no meio político e produziu uma enxurrada de críticas e também manifestações de apoio ao senador.

Antes de fazer a tal visita, Roberto Rocha declarou apoio a Jair Bolsonaro, aproveitando a decisão de neutralidade do PSDB em relação ao segundo turno da eleição presidencial, depois da humilhação que o candidato do partido, Geraldo Alckmin, sofreu nas urnas, exatamente o que aconteceu com ele próprio no Maranhão. Ao mesmo tempo, o senador maranhense entrou em rota de colisão com a maioria da cúpula do partido, a começar pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que declarou ser impossível votar em Jair Bolsonaro.

O problema é que se Jair Bolsonaro vencer a eleição, a bancada do PSDB no Senado terá de se posicionar em relação ao seu Governo. Se decidir apoiar, Roberto Rocha estará em situação confortável. Se decidir neutralidade, o senador maranhense ficará incomodado. Mas se decidir ser Oposição, Roberto Rocha dificilmente permanecerá no ninho dos tucanos.

São Luís, 24 de Outubro de 2018.

4 comentários sobre “Weverton Rocha chegará ao Senado cacifado até para disputar a sucessão de Flávio Dino em 2022

  1. Meu caro amigo Correa: pelo amor que você tem a Graça, aos filhos e netos, por favor, não incentive a candidatura desse Weverton a governador. O Maranhão merece coisa melhor. Seu amigo e admirador Benedito Buzar

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