As tensões políticas produzidas pela campanha eleitoral aterrissaram mais uma vez, e com força, ontem, no plenário da Assembleia Legislativa, e foram extravasadas num embate verbal duro, travado sem maiores cuidados pelos deputados oposicionistas Edilázio Jr. (PV) e Andrea Murad (PMDB) com o deputado governista Marcos Caldas (PRB). Os pomos da discórdia foram a participação do governador Flávio Dino (PCdoB) na corrida ao voto e a política de Saúde do Governo. O governador foi acusado pelo deputado verde de fazer campanha para seus aliados “ameaçando os adversários”, o que foi duramente contestado pelo governista, que afirmou que é o cidadão Flávio Dino e não o governador que está indo às comunidades apoiar seus aliados. A discussão ácida deu origem a outra na qual a deputada Andrea Murad disparou forte ataque à política de saúde do Governo, o que foi rebatido com igual veemência pelo paladino governista Marcos Caldas. Esse confronto verbal derrapou sem controle para uma espantosa troca de acusações e de ofensas entre dois deputados. O embate verbal foi tão contundente que precisou da interferência da Mesa para acalmar os ânimos e evitar que eles se repitam.
Edilázio Jr. X Marcos Caldas
O discurso que o deputado Edilázio Jr. fez nesta terça-feira ultrapassou a fronteira do rame-rame para ganhar peso de declaração de guerra. O parlamentar verde não fez uma denúncia fundada com um ou vários casos; valeu-se de episódios marcados por controvérsias e montou um ataque frontal com algumas ilustrações. Acusou o governador de ameaçar adversários e coagir eleitores ao sugerir que o Palácio dos Leões ficará de portas abertas aos prefeitos aliados do governo.
Para o parlamentar, Dino ameaça adversários e coage eleitores, ao sugerir que o Palácio dos Leões somente ficará de “portas abertas” aos prefeitos aliados do Governo e fechado para os que não rezam na cartilha governista. E referindo-se a uma declaração polêmica do governador Flávio Dino em Imperatriz, criticou: “O governador Flávio Dino falava no Maranhão em 2014 que todos os prefeitos e deputados seriam tratados de forma igualitária. Mas aí veio a realidade. Ele chegou em Imperatriz e afirmou que as portas do Palácio dos Leões só estarão abertas para a sua candidata. Ele tem de fazer campanha para seus candidatos com propostas, de compromisso, e não com ameaças”. E fechou: “O governador Flávio Dino tem de respeitar os maranhenses. Ele não pode chegar em Imperatriz, com a candidata dele patinando nos 20 pontos, e desrespeitar 80% da maior cidade da Região Tocantina. Ele tem de tratar os prefeitos e a classe política bem, e não com descaso”.
O deputado Marcos Caldas, que assumiu o mandato na vaga do titular Alexandre Almeida (PSC), chegou com disposição de ser o tacape do Governo atacando duramente seus adversários PRB garantiu: “O Governo do Maranhão não está tomando parte e nem fazendo campanha de ninguém. Quem está indo até as comunidades e até os municípios é o cidadão Flávio Dino. Tanto é que ele só vai aos finais de semana”, pois “durante a semana Flávio Dino está no Palácio despachando como todo governador. Agora, ele tem o cargo político, ele é político, tem um partido e tem os seus aliados, e como cidadão que ele está indo, não está lá ameaçando ninguém”. Caldas exaltou ainda o que entende como uma política de igualdade posta em prática pelo governador: “Os grandes empresários do Maranhão não pagavam impostos. Tinham isenções dadas pelo Governo anterior, e o Governo Flávio Dino chegou e disse: todo mundo é igual. Se o pequeno paga imposto, o grande também vai ter de pagar”.
Andrea Murad X Marcos Caldas
A explosão de tensões aconteceu num debate entre a deputada Andrea Murad (PMDB) e o deputado Marcos Caldas (PRB). O motivo, mais uma vez, fora as críticas da parlamentar e da oposição em gral sobre a política de saúde posta em prática pelo governador Flávio Dino (PCdoB). Andrea Murad bateu forte na política de Saúde do governador Flávio Dino (PCdoB), criticando sem medida o funcionamento dos novos hospitais macrorregionais, notadamente o de Santa Inês, um homem teria morrido supostamente por falta de atendimento no hospital macrorregional. “Incompetente”, “irresponsável”, “criminoso” foram adjetivos usados pela deputada no ataque ao Governo do Estado.
O primeiro rebate ao ataque de Andrea Murad foi feito pelo deputado Stênio Rezende (DEM), que é médico e explicou que, no caso, nada poderia ser feito no Hospital Macrorregional, que não atende a casos de urgência e emergência, por ser esse um atendimento que só efeito pela rede hospitalar do município.
Mas foi o deputado Marcos Caldas quem contra-atacou na direção de Andrea Murad afirmando que os problemas de Saúde do Maranhão de hoje é herança deixada pelo Governo passado, “que depois do golpe que deu em Jackson Lago, cortou os convênios com Prefeituras”. Andrea Murad menosprezou com ironia a reação de Caldas, acusando-o de não saber o que estava dizendo, “porque nem profissão tem”.
Marcos Caldas reagiu: “Não sou formado, mas tem muito formado trabalhando para mim, enquanto a senhora sempre viveu no bem bom, e não tem nem profissão, porque ninguém sabe qual é a sua profissão”. E foi em frente dizendo que a deputada é “uma princesa da oligarquia”.
Andrea Murad pediu novamente a palavra, fazendo agora um discurso muito duro contra Marcos Caldas. Disse que o deputado estava querendo se mostrar para o Governo e querendo conseguir “um brilho extra”, mas não ia conseguir por ser ele, segundo ela, “um deputado que não existe”. E prosseguiu: “Tú és baixo nível, tú não és nada. Se tú és homem, eu sou mulher!” Caldas pediu um aparte, mas Murad não atendeu: “Não dou aparte, porque tú não merece. Tú não és nada, tú és um deputado de nada”. O clima só não esquentou de vez porque o presidente da sessão, deputado Othelino Neto (PCdoB) interferiu com firmeza para conter os ânimos.
A interferência do presidente da sessão não impediu que, já nos estertores, Marcos Caldas, que foi apelidado de “Play” por Andrea Murad, aproveitasse para romper o limite no contra-ataque: “E seu apelido é cara de cavalo”.
PONTO & CONTRAPONTO
Chico Coelho tem candidatura confirmada e ganha força eleitoral
A disputa para a Prefeitura de Balsas pode ganhar novo rumo na reta final. São fortes os indícios de que a confirmação da candidatura do ex-prefeito Chico Coelho (PSL), que muitos apostavam que seria liquidada na Justiça Eleitoral, se tornou um risco muito grande para o favoritismo do candidato Dr. Eric (PDT), que tem o aval do PCdoB e o apoio do Palácio dos Leões. Na semana passada, quando Chico Coelho, devido a imbróglio envolvendo dois partidos, parecia não ter qualquer chance de desse manter na corrida, a expectativa das hostes governistas era a de que Dr. Eric venceria a eleição sem fazer qualquer esforço, já que o outro adversário de peso, o prefeito Luiz Rocha Filho (PSB), anunciara sua desistência de concorrer à reeleição devido a problemas de saúde. A Justiça Eleitoral, porém, deu ganho de causa a Chico Coelho, acatando o argumento de sua defesa segundo o qual ele não tinha dupla filiação partidária. A decisão judicial assegurou a participação do ex-prefeito na disputa. Fonte de Balsas informou à Coluna que Chico Coelho voltou ao cenário da disputa politicamente muito mais forte. O comando da chapa governista já teria sentido a pancada e estaria redefinindo a estratégia de campanha do candidato do PDT.
O que eles disseram
Edivaldo Jr. concedeu ontem entrevista ao JMTV 1ª Edição, que concluiu dizendo o seguinte:
“Quero pedir o seu voto no 12. No prefeito que teve coragem de enfrentar problemas que nunca tinham sido resolvidos na cidade. Prefeito que licitou o transporte, que está colocando ar-condicionado, que implantou o Bilhete Único, o Cartão Criança. A gestão que fez a Interbairros, que está construindo o Hospital da Criança. Enfim, e demais outras ações que temos desenvolvido. O prefeito que fez 1.800 ruas”.
Já Wellington do Curso prosseguiu ontem, no São Francisco, com sua programação de visita às feiras. E lá disse o seguinte:
O retrato dos mercados de nossa cidade é o mesmo. Marcado pelo abandono e descaso por parte da prefeitura. Mudaremos essa realidade, dotando esses espaços de condições adequadas de trabalho e fazendo com que eles, de fato, sejam geradores de mais emprego e renda”.
São Luís, 20 de Setembro de 2016